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MAPEAMENTO DE PROCESSOS Professor Esp. Fabiano Sabino Vila Real Professor Esp. Ricardo Tomaz Caires Professora Regiane Francieli Mendes GRADUAÇÃO Unicesumar Viver e trabalhar em uma sociedade global é um grande desafio para todos os cidadãos. A busca por tecnologia, informação, conhecimento de qualidade, novas habilidades para liderança e so- lução de problemas com eficiência tornou-se uma questão de sobrevivência no mundo do trabalho. Cada um de nós tem uma grande responsabilida- de: as escolhas que fizermos por nós e pelos nos- sos farão grande diferença no futuro. Com essa visão, o Centro Universitário Cesumar assume o compromisso de democratizar o conhe- cimento por meio de alta tecnologia e contribuir para o futuro dos brasileiros. No cumprimento de sua missão – “promover a educação de qualidade nas diferentes áreas do conhecimento, formando profissionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e solidária” –, o Centro Universi- tário Cesumar busca a integração do ensino-pes- quisa-extensão com as demandas institucionais e sociais; a realização de uma prática acadêmica que contribua para o desenvolvimento da consci- ência social e política e, por fim, a democratização do conhecimento acadêmico com a articulação e a integração com a sociedade. Diante disso, o Centro Universitário Cesumar al- meja ser reconhecido como uma instituição uni- versitária de referência regional e nacional pela qualidade e compromisso do corpo docente; aquisição de competências institucionais para o desenvolvimento de linhas de pesquisa; con- solidação da extensão universitária; qualidade da oferta dos ensinos presencial e a distância; bem-estar e satisfação da comunidade interna; qualidade da gestão acadêmica e administrati- va; compromisso social de inclusão; processos de cooperação e parceria com o mundo do trabalho, como também pelo compromisso e relaciona- mento permanente com os egressos, incentivan- do a educação continuada. C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância; REAL, Fabiano Sabino Vila; CAIRES, Ricardo Tomaz; MENDES, Regiane Francieli. Mapeamento de Processos. Fabiano Sabino Vila Real; Ricardo Tomaz Caires; Regiane Francieli Mendes. Maringá-Pr.: UniCesumar, 2017. 197 p. “Graduação - EaD”. 1. Mapeamento 2. Processos . 3. Produção 4. EaD. I. Título. CDD - 22 ed. 658.4 CIP - NBR 12899 - AACR/2 Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828 Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de EAD Willian Victor Kendrick de Matos Silva Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi NEAD - Núcleo de Educação a Distância Direção Operacional de Ensino Kátia Coelho Direção de Planejamento de Ensino Fabrício Lazilha Direção de Operações Chrystiano Mincoff Direção de Mercado Hilton Pereira Direção de Polos Próprios James Prestes Direção de Desenvolvimento Dayane Almeida Direção de Relacionamento Alessandra Baron Head de Produção de Conteúdos Rodolfo Encinas de Encarnação Pinelli Gerência de Produção de Conteúdo Juliano de Souza Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais Nádila de Almeida Toledo Coordenador de Conteúdo Márcia Pappa Design Educacional Ana Claudia Salvadego Lideranças de área Angelita Brandão, Daniel F. Hey, Hellyery Agda Iconografia Isabela Soares Silva Projeto Gráfico Jaime de Marchi Junior José Jhonny Coelho Arte Capa André Morais de Freitas Editoração Fernando Henrique Mendes Ana Carolina Martins Prado Revisão Textual Ana Caroline de Abreu Yara Dias Ilustração Marta Sayuri Kakitani Bruno Pardinho Diretoria Operacional de Ensino Diretoria de Planejamento de Ensino Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está iniciando um processo de transformação, pois quando investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou profissional, nos transformamos e, consequentemente, transformamos também a sociedade na qual estamos inseridos. De que forma o fazemos? Criando oportu- nidades e/ou estabelecendo mudanças capazes de alcançar um nível de desenvolvimento compatível com os desafios que surgem no mundo contemporâneo. O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens se educam juntos, na transformação do mundo”. Os materiais produzidos oferecem linguagem dialógica e encontram-se integrados à proposta pedagógica, con- tribuindo no processo educacional, complementando sua formação profissional, desenvolvendo competên- cias e habilidades, e aplicando conceitos teóricos em situação de realidade, de maneira a inseri-lo no mercado de trabalho. Ou seja, estes materiais têm como principal objetivo “provocar uma aproximação entre você e o conteúdo”, desta forma possibilita o desenvolvimento da autonomia em busca dos conhecimentos necessá- rios para a sua formação pessoal e profissional. Portanto, nossa distância nesse processo de cresci- mento e construção do conhecimento deve ser apenas geográfica. Utilize os diversos recursos pedagógicos que o Centro Universitário Cesumar lhe possibilita. Ou seja, acesse regularmente o AVA – Ambiente Virtual de Aprendizagem, interaja nos fóruns e enquetes, assista às aulas ao vivo e participe das discussões. Além dis- so, lembre-se que existe uma equipe de professores e tutores que se encontra disponível para sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de aprendiza- gem, possibilitando-lhe trilhar com tranquilidade e segurança sua trajetória acadêmica. SEJA BEM-VINDO(A)! Olá, caro(a) aluno(a), seja bem-vindo(a)! Neste livro, vamos estudar sobre um tema muito importante para as empresas atuais e conhecer quais são as ferramentas necessárias para se mapear um processo dentro de uma organização e assim identificar os pontos que podem ser melhorados para se ter uma maior agregação de valor no produto/serviço para o cliente final. Vamos construir juntos um conhecimento teórico e prático para ser aplicado na sua em- presa. Você está preparado(a)? Então vamos lá! Na unidade I, intitulada “Gestão por Processos”, vamos conhecer como as empresas utilizam a Gestão por Processos para ganhar competitividade no mercado e conscien- tizar você sobre a importância de quebrar o paradigma de organizações voltadas para funções e construir o modelo mental de organizações voltadas para seus clientes por meio do alinhamento dos processos de negócios com a estratégia. Na unidade II, intitulada “Lean Thinking”, vamos entender como algumas organizações conseguiram uma enorme vantagem competitiva perante seus concorrentes, utilizando filosofias de produção baseadas na melhoria contínua. Vamos agora conhecer a unidade lll, que tem como título “Utilizando o Lean Manufac- turing”. Nela vamos conhecer e aprender sobre algumas ferramentas e metodologias utilizadas para a melhoria dos processos produtivos das organizações. A unidade IV, intitulada “Mapa de Fluxo de Valor”, tem como grande desafio conseguir enxergar o fluxo de valor de cada produto e o que agrega valor nesse processo e assim criar um mapa para cada fluxo de valor, entendendo como esse mapa pode ajudar a empresa a eliminar os gargalos e reduzir os desperdícios. Por fim, na unidade V, intitulada “Mapa de Fluxo de Valor – Estado Futuro”, vamos en- tender o conceito de superprodução e quais características são essenciais para se ter um Fluxo de Valor Enxuto. A partir do Mapa de Fluxo de Valor criado na unidade IV, vamos eliminar os desperdícios, criar um novo Mapa Fluxo de Valor “em um estado futuro”. Caro(a) aluno(a), este livro tem como objetivo fornecer conhecimento teórico e prático sobre a filosofia de trabalho voltado para a melhoria contínua e as ferramentas que po- dem ser utilizadas no dia a dia, por um profissional da área, para melhorar o processo produtivo de uma organização, eliminando todosos desperdícios e os processos que não agregam valor para a empresa, nem para o cliente final. Desejamos a você um ótimo e proveitoso estudo! APRESENTAÇÃO MAPEAMENTO DE PROCESSOS A U TO R( ES ) Professor Esp. Fabiano Sabino Vila Real Especialista em Engenharia de Segurança do Trabalho pela Universidade Estadual de Maringá (UEM/2010). Especialista em Lean Manufacturing com certificação de Green Belt + Six Sigma pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC/2015). Possui graduação em Engenharia de Alimentos pela Universidade Estadual do Centro-Oeste (UNICENTRO/2007). Atualmente é Diretor/Consultor na empresa i9 Desenvolvimento Empresarial LTDA e consultor especializado no Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Paraná (SEBRAE). Tem grande experiência na área de Gestão da Produção e Qualidade. Link: http://lattes.cnpq.br/7190312663900575 Professor Esp. Ricardo Tomaz Caires Especialista em Lean Manufacturing com certificação Green Belt Six Sigma pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC/2015), destacando também as competências adquiridas: Liderança Lean, Excelência na Gestão da Rotina, Melhoria Incremental de Processos. Possui graduação em Engenharia de Produção pela Universidade Estadual de Maringá (UEM/2013). Link: http://lattes.cnpq.br/9012593161532858 Professora Regiane Francieli Mendes No momento cursa MBA em Gestão de Produção pela Universidade Estadual de Maringá (UEM). Possui graduação em Engenharia de Alimentos pela Universidade Estadual de Maringá (UEM/2013). Atualmente é Agente Local de Inovação do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Paraná (SEBRAE), atuando nas agroindústrias da região noroeste do Paraná, acompanhando individualmente cada organização, diagnosticando questões sobre a gestão empresarial, produção e inovação. Possui também experiência na área de melhoria contínua em processos industriais. Link: http://lattes.cnpq.br/4614791110432557 SUMÁRIO 09 UNIDADE I GESTÃO POR PROCESSOS 15 Introdução 16 Histórico da Gestão por Processos 23 Conceito de Gestão de Processos, Gestão por Processos e Sincronismo Organizacional na Empresa 27 Esclarecimento da Estratégia e Mapeamento do Contexto 30 Mapeamento (Modelagem) de Processos 39 Análise e Redesenho de Processos 45 Considerações Finais 52 Gabarito UNIDADE II LEAN THINKING 55 Introdução 56 Histórico do Sistema de Manufatura 61 O Sistema Toyota de Produção (TPS) 67 O Estoque e seus Efeitos 70 Os Sete Desperdícios 76 Produção Puxada X Produção Empurrada 82 Considerações Finais 91 Gabarito SUMÁRIO SUMÁRIO 1110 UNIDADE V O FLUXO DE VALOR NO ESTADO FUTURO 171 Introdução 172 Desperdícios do Mapeamento do Fluxo de Valor 175 Aplicando o Lean ao Fluxo de Valor 178 Dividindo a Implementação em Etapas 182 Desenhando o Mapa do Estado Futuro 186 A Melhoria do Fluxo de Valor e a Tarefa da Administração 189 Considerações Finais 196 Gabarito 197 CONCLUSÃO UNIDADE III Utilizando o Lean Manufacturing 95 Introdução 96 Ferramentas do Lean e suas Utilizações 105 Padronização 108 Layout 116 Métricas do Lean: Tempo Takt, Tempo de Ciclo, Conteúdo de Trabalho 123 Balanceamento das Operações 127 Considerações Finais 133 Gabarito UNIDADE IV O FLUXO DE VALOR 137 Introdução 138 A Origem e Estrutura do Mapeamento do Fluxo de Valor (MFV) 143 O Fluxo de Informações e Materiais 146 A Família de Produtos e o Gerente do Fluxo 150 O Mapa do Estado Atual 157 Produção Empurrada versus Produção Puxada 160 Considerações Finais 168 Gabarito U N ID A D E I Professor Esp. Fabiano Sabino Vila Real GESTÃO POR PROCESSOS Objetivos de Aprendizagem ■ Conhecer a origem da gestão por processos. ■ Desenvolver uma visão geral sobre os processos da empresa e a importância das pessoas para a melhoria dos processos. ■ Conhecer os processos dentro da organização para poder dar início ao mapeamento dos processos. ■ Iniciar a modelagem dos processos. ■ Identificar os pontos de melhoria e redesenhar o processo com as melhorias necessárias. Plano de Estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: ■ Histórico da Gestão por Processos ■ Conceito de Gestão de Processos, Gestão por Processos e Sincronismo Organizacional na empresa ■ Esclarecimento da Estratégia e Mapeamento do Contexto ■ Mapeamento (Modelagem) de Processos ■ Análise e Redesenho de Processos Introdução Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 15 INTRODUÇÃO Olá, caro(a) aluno(a)! Nesta unidade você irá aprender um pouco mais sobre Gestão por Processos e a sua evolução ao longo do tempo e as pessoas que mais ajudaram a desenvolver essa metodologia de gestão. Muitas empresas viram no mercado a necessidade de melhorar e aprimorar a forma como conduzem seu negócio. Diante da necessidade em entender de forma mais clara e objetiva o seu cliente, as empresas começaram a buscar ferra- mentas para melhorar seu desempenho, analisando de forma mais crítica os seus processos. O Mapeamento e Gestão Por Processos (Business Process Management – BPM) é uma ferramenta que permite uma visualização completa e abrangente dos setores e das pessoas envolvidas nos processos, analisando assim as ativi- dades que cada pessoa realiza, colaborando ainda para a melhoria na troca de informações entre os setores produtivos durante as atividades. A técnica consiste em melhorar o desempenho da empresa enxergando por entre os setores que ali trabalham, dissecando cada etapa de trabalho dos cola- boradores para identificar possíveis pontos de melhoria e eliminar atividades que são desnecessárias. A eliminação de desperdícios pode alavancar os resulta- dos e com certeza contribuirá para um aumento na satisfação dos colaboradores envolvidos no processo. Em um mundo globalizado, eliminar as atividades que não agregam valor para a empresa por meio da melhoria dos processos produ- tivos e administrativos é uma das formas que a empresa tem para manter o seu produto mais competitivo. Os processos mapeados da organização e as ferramentas que utilizaremos para melhorar esses processos não devem ser encarados como apenas um único avanço isolado. Devemos pensar sempre como uma ferramenta para sistemati- zar e eliminar permanentes desperdícios que ali estão e fontes de desperdícios que nunca deveriam retornar, só assim você conseguirá ajudar a empresa a evo- luir e ter um fluxo enxuto baseado sempre na melhoria contínua. Bons estudos! Histórico da Gestão Por ProcessosGESTÃO POR PROCESSOS Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 .Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E16 17 customizados, estavam sendo substituídos por produtos padronizados. A pro- dução em pequena escala estava ganhando corpo e se tornando uma produção em larga escala, as pessoas que ficaram nas indústrias passavam por treinamen- tos com o intuito de aprimorar seus conhecimentos sobre o produto e sobre os equipamentos que estavam sendo utilizados. Frederick Winslow Taylor foi um dos primeiros autores a escrever livros sobre o processo produtivo das indústrias. Os principais assuntos abordados eram: estudo de tempo e movimentos e aplicação de conceitos de produtivi- dade e padronização das tarefas. Sua abordagem era tão interessante que até hoje vários escritores o consideram como o Pai da Administração Científica, como o modelo de administração chamado de “Taylorismo”. Esse modelo de adminis- tração é caracterizado pelo foco nas tarefas, sempre buscando um aumento na eficiência ao nível operacional. Com sua formação em Engenharia Mecânica, ele dizia que os gestores deveriam ter duas funções básicas: planejar e controlar. Pregava ainda queos colaboradores deveriam ser monitorados e avaliados em suas atividades diárias, sendo recompensados ou punidos de acordo com seu rendimento na produção (HISTÓRIA da… 2009, on-line)1. Jules Henri Fayol possuia uma visão gerencial sobre o negócio no qual atu- ava, era formado em Engenheiro de Minas e sempre trabalhava de forma a mostrar a importância da disciplina e do profissionalismo entre as pessoas. Ele foi o criador dos 14 Princípios Básicos Sobre Gestão, princípios se transforma- ram em base da administração moderna (HISTÓRIA da… [2009], on-line)2. Fayol foi um dos primeiros e mais importantes a definir funções para determi- nados cargos. Como seu foco era gerencial, ele dizia que as principais funções de um gestor eram: planejar, organizar, comandar, coordenar e controlar. Ele sem- pre defendeu que sua teoria, relacionada aos 14 Princípios da Administração, poderia ser aplicada em qualquer empresa e não só nas Indústrias, bem como em empresas comerciais, governamentais, políticas e até mesmo nas religiosas (HISTÓRIA da… 2009, on-line)3. Já no início do século XX, diferente do que ocorria na época dos artesãos, as empresas já não estavam muito preocupadas com a satisfação e necessidade do cliente. Vendo esse posicionamento do mercado, Henry Ford estudou e via- bilizou o projeto de um carro barato e acessível para todas as pessoas. HISTÓRICO DA GESTÃO POR PROCESSOS Caro(a) aluno(a), antes de começarmos nossa caminhada sobre Melhoria de Processos, vamos entender de onde surgiu e quais foram as principais pessoas envolvidas na evolução das indústrias do mundo. O desenvolvimento da indústria teve uma evolução significativa a partir da Revolução Industrial, que ocorreu na Inglaterra no final do século XVIII e início do século XIX. Nessa época, com a inserção de equipamentos no setor produ- tivo, houve a necessidade de se melhorar as condições de trabalho e aumentar o envolvimento das pessoas da área de produção e modificar a forma como vinham trabalhando para atingir o grande objetivo da época, que era aumentar a quantidade produzida. Nessa época, os artesãos possuíam todo conhecimento do processo pro- dutivo e somente eles e seus sucessores realizavam os serviços, eles tinham um conhecimento esplêndido do produto e de toda matéria-prima utilizada, mas que por algum motivo não disseminava todo esse conhecimento para outras pes- soas. Por esse motivo, não se conseguia ter um aumento produtivo, era muito difícil uma produção em larga escala com qualidade, pois o artesão não tinha pessoas ao seu lado com conhecimento necessário. Toda a produção era rea- lizada de acordo com os pedidos dos clientes, já que os artesãos negociavam diretamente com os clientes, e o cliente sabia que toda e qualquer reclamação era direto com o proprietário. O artesão tinha uma necessidade muito grande em ter uma relação saudável com seu cliente, pois sabia que a única forma de divulgar seu trabalho era pela divulgação boca a boca, e seu negócio só iria para frente se o produto estivesse atendendo às necessidades e aos padrões de quali- dade estabelecidos pelo cliente. Com a Revolução Industrial em andamento por toda a Europa, o principal desafio era substituir o processo artesanal de fabricação, que até então era utili- zado em todo o mundo, para um processo mais padronizado e organizado. Foi então que grandes profissionais e estudiosos da área tiveram um papel impor- tantíssimo para a evolução dos processos. A partir da substituição das pessoas pelas máquinas, o rumo da produ- ção industrial começou a sofrer alterações, os produtos, até então artesanais e Histórico da Gestão Por ProcessosGESTÃO POR PROCESSOS Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 .Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E18 19 Podemos analisar a evolução do BPM nos últimos 45 anos por meio das 3 ondas, que podem ser colocadas na linha do tempo para evidenciar a presença das fer- ramentas utilizadas em cada período. Primeira Onda: após a 2ª Guerra Mundial, o Japão ficou devastado, houve uma grande necessidade de busca por ações que levassem o país a um novo patamar mundial. As empresas japonesas começaram a rever seus processos de forma rápida, com redução de defeito, baixo custo e de fácil entendimento para quem está participando do processo. Segunda Onda: por volta de 1995, Tom Davemport e Michael Hammer começaram a disseminar os conceitos de Engenharia de Processos, baseados no redesenho dos processos a partir de análises estruturais buscando sempre a melhoria de processos que passavam por diversas áreas da empresa. Nessa época, eles encontraram muitos obstáculos, pois as mudanças propostas pela Engenharia de Processos tinham um grande impacto no negócio e necessitavam de um longo tempo de execução. Principalmente por esses motivos, muitos pro- jetos falharam e levaram a melhoria de processos ao descrédito (FUNDAÇÃO NACIONAL DA QUALIDADE, 2008, on-line)6. Terceira Onda: a partir dos anos 2000, deu-se início a uma forte busca das empresas pela Norma ISO, série 9000, voltada para um Sistema de Gestão da Qualidade, em que as empresas começaram a integrar mudanças proporciona- das pela reengenharia e a busca pela melhoria contínua, mudando a forma de como visualizar a empresa, deixando de analisar apenas departamentos pontuais e analisando a empresa como foco nos processos gerenciais interdepartamentais. Henry Ford foi um dos precursores e idealizadores das linhas de montagem nas indústrias, principalmente da indústria automobilística, no qual ele foi o cria- dor da Ford Motor Company, desenvolvendo um carro chamado de Ford Modelo T, que revolucionou o transporte automobilístico. Com isso, ele se tornou um dos homens mais ricos de sua época. Seu sistema de produção era caracterizado por altos salários pagos a seus colaboradores e a produção em larga escala de auto- móveis com um valor acessível para as pessoas da época, utilizando uma linha de montagem para essa produção (HISTÓRIA da... 2009, on-line)4. O Fordismo, sistema criado por Henry Ford visando a produção em larga escala, transformou profundamente a indústria automobilística no início do século XX. Seu aperfeiçoamento em linhas de montagem possibilitava que seus colaboradores se movimentassem pouco durante o turno de trabalho. Os auto- móveis que estavam sendo construídos ficavam em cima de esteiras, e essas esteiras passavam pelo posto de trabalho dos colaboradores para que eles reali- zassem a sua etapa de produção. Henry Ford seguia a risca os princípios criados por Taylor, que visava a padronização dos processos. Ele também foi o precur- sor para a criação do mercado em massa para os automóveis. Como seu grande objetivo era de vender um produto muito barato e que todos pudessem com- prar, ele criou o automóvel Ford Modelo T, lançado em 1908. A partir de 1915, passou do custo de US$ 850,00 para US$ 490,00; com essa grande diminuição no preço de venda do produto, sua produção disparou para 300 mil unidades/ ano. Assim, com seu baixíssimo custo, em 27 de maio de 1927, foi produzido o último Ford Modelo T, sob nº. 15.007.003 (MANSUR, [2016], on-line)5. Com a evolução das nossas indústrias, surge a expressão Gerenciamento de processos de negócio vem da sigla BPM, que, em inglês, significa Business Process Management. É uma metodologia de Gestão da empresa que consegue abran- ger todos os setores da empresa sempre com foco nas melhorias de resultados e na otimização dos processos. De acordo com Smith e Fingar (2007), o BPM permite modelar um pro- cesso existente, testar inúmeras variações, gerenciar melhorias e/ou inovações que a organização pretenda seguir e retornar os resultados dessas análises dos processos com rapidez. Os Processos estão rodando (ou, frequentemente, tropeçando) nas organi- zações, quer queiramos ou não. Nós temos duas opções,podemos ignorá- -los e esperar que eles façam o que gostaríamos que fizessem, ou podemos entendê-los e gerenciá-los. (Geary Rummler e Alan Brache) Histórico da Gestão Por ProcessosGESTÃO POR PROCESSOS Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 .Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E20 21 Terceira ONDA Gerenciamento de Processos de Negócio (BPM) 2000 Avaliação, adaptabi- lidade e agilidade Negócios Globais Transfor- mação contínua Organização em Rede Hiper com- petição Crescimento do mercado Eficácia do processo sobre a eficiência de recursos Eficácia Organiza- cional sobre a Eficiência Operacional Integração de Aplica- ções Arquitetura Orientada a Serviços Software de Gestão de Desempenho BPM System Balanced Sco- redcard Personalização em autosserviços Outsourcing Métodos BPM Fonte: Carvalho (2013, p. 2-3). Podemos ainda analisar as pessoas que marcaram época com seus estudos e implantações de metodologia de trabalho para fazer com que as empresas esti- vessem sempre em evolução. São muitos os estudiosos que fizeram história no seu tempo e até hoje são lembrados, conforme podemos observar no quadro 2: O quadro 1 representa a evolução da Gestão de Processos do Negócio durante as 3 ondas de implantação. Quadro 1 - Evolução das 3 Ondas FASE TEMPO FOCO NEGÓCIO TECNOLOGIA FERRAMENTAS Primeira ONDA Melhoria de Processos 1970 1980 Gestão da Qualidade Fluxo contínuo Eficiên- cia nas tarefas Indústrias Multi em- presas Linha de Organização Empresarial Fusões e aquisições Automação computado- rizada Sistema de Informações Gerenciais TQM Controle Estatístico de Processos Métodos de Melhoria de Processos FASE TEMPO FOCO NEGÓCIO TECNOLOGIA FERRAMENTAS Segunda ONDA Reengenharia de Processos 1990 Inovação em Pro- cessos Melhores Práticas Melhor e Mais rápido Negócio via inter- net Organização Plana Processo ponta a ponta Reposição de Valor Velocidade para o mer- cado Relaciona- mento com o cliente Excelência operacional Arquitetura empresarial ERP CRM Cadeia de Suprimentos Custo Baseado em Atividades Six Sigma Comprar ver- sus construir Redesenho de Processos Reengenharia de métodos FASE TEMPO FOCO NEGÓCIO TECNOLOGIA FERRAMENTAS Conceito de Gestão de Processos, Gestão Por Processos e Sincronismo Organizacional na EmpresaGESTÃO POR PROCESSOS Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 .Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E22 23 CONCEITO DE GESTÃO DE PROCESSOS, GESTÃO POR PROCESSOS E SINCRONISMO ORGANIZACIONAL NA EMPRESA Muitas pessoas nas empresas se confundem quando o assunto é Gestão por Processos, acabam utilizando o termo Gestão de Processos, aparentemente não tem muita diferença, mas, quando se compara a abordagem de cada tema, existe uma grande diferença entre eles, principalmente se considerarmos a gestão como um modelo de excelência. Desde o tópico passado, nós estamos falando sobre processo, você sabe qual é a definição de processo? Podemos definir como um conjunto de atividades inter-relacionadas ou interativas que recebem insumos (entradas), agregam-lhes valor e os devolvem para um cliente interno ou externo em forma de produtos ou serviços (saídas). Essas atividades são preestabelecidas e, quando executa- das em uma sequência determinada, vão conduzir a um resultado esperado que assegure o atendimento das necessidades e expectativas dos clientes e outras par- tes interessadas. Dentro de um processo, nós temos o conceito de atividades, que são atividades distintas realizadas em um posto de trabalho para a execu- ção de uma determinada função; um processo é constituído pelo conjunto de atividades. Temos ainda as tarefas, que podemos conceituar como pequenas ações exercidas pelo trabalhador; um conjunto de tarefas constitui uma ativi- dade. Importante ressaltar que alguns autores invertem a definição de atividades e tarefas, o que nós estamos chamando de atividades eles chamam de tarefa, no entanto o mais importante é entender o conceito e fixar a definição independen- temente da nomenclatura utilizada (Figura 1). Quadro 2 - Resumão Histórico QUEM O QUE QUANDO Taylor Pai da gestão científica e do movimento pela eficiência 1911 Ford Pai do conceito da linha de montagem usada para a produção em massa 1914 Toyoda Trouxe o sistema Ford, com adaptações, e levou a Toyo-ta ao lucro 1950 Ono Pai do Sistema Toyota de produção 1950 Shingo Trouxe o Sistema Toyoda para os Estados Unidos da América 1980 Bowen Estudou profundamente o Sistema Toyota de Produção e escreveu o artigo “Decodificando o DNA da Toyota”. 1999 Hammer Pai da teoria da reengenharia de Processos de Negócios 1993 Rummler Conceito de Gestão dos Processos de Negócio 1995 Rocha Conceito de Sincronismo Organizacional 2002 Fonte: o autor. A ABPMP (Association of Business Process Management Professionals) é uma associação internacional de profissionais de Gerenciamento de Proces- sos de Negócio (BPM), sem fins lucrativos, independente de fornecedores, dedicada à promoção dos conceitos e práticas de BPM. A ABPMP é orientada e conduzida por praticantes de BPM. A ABPMP International está sediada em Chicago, no estado de Illinois nos Estados Unidos da América. A ABPMP Brasil é o maior capítulo da ABPMP International e um dos mais ativos e influentes capítulos do mundo. Atende a todo território nacional desde sua fundação em março de 2008. Fonte: BPM Global Trends ([2016], on-line)7. Conceito de Gestão de Processos, Gestão Por Processos e Sincronismo Organizacional na EmpresaGESTÃO POR PROCESSOS Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 .Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E24 25 Processos Primários Também chamados de Processos Essenciais, pois representam atividades de extrema importância para que a organização cumpra a missão fixada em seu plano de negócio. Eles representam os processos ligados diretamente à agrega- ção de valor de um produto ou serviço. De acordo com a ABPMP (2009, p. 38), “esses processos formam a cadeia de valor onde cada passo agrega valor a cadeia anterior conforme medido por sua contribuição na criação ou entrega de produto ou serviço, em última instância, gerando valor aos clientes”. Processos de Suporte São os processos que dão apoio/suporte para o andamento dos processos primários. A grande diferença entre o processo de suporte e o primário é que o processo de suporte não agrega valor diretamente ao cliente. O fato de pro- cessos de suporte não gerarem diretamente valor aos clientes não significa que não sejam importantes para a organização. “Os processos de suporte podem ser fundamentais e estratégicos a organização na medida em que aumentam sua capa- cidade de efetivamente realizar os processos primários (ABPMP, 2009, p. 39)”. Processo de Gerenciamento Assim como o processo de suporte, os processos gerenciais não agregam valor para o cliente. Esses processos são voltados para o gerenciamento da empresa, fazendo com que os processos primários e os processos de suporte consigam atingir suas metas e objetivos específicos. Esses processos devem ser utilizados para medir, controlar e acompanhar as atividades realizadas na empresa. Sincronismo organizacional é o alinhamento entre a estratégia da empresa, os processos que a compõem e as pessoas que atuam nesses processos. Todo o processo de mudança organizacional é necessário tanto para as empresasque não estão conseguindo atingir suas metas quanto para as empresas que estão querendo crescer para atingir um patamar ainda maior e buscar a satisfação dos clientes. Alguns problemas de desempenho referentes ao não atingimento das metas ocorrem pela falta de clareza e abrangência da meta, desdobramento inadequado para os níveis mais subordinados e principalmente a falta de enten- dimento e leitura do mercado, as quais sofrem mudanças continuamente. Sempre antes de pensar em modelar uma nova estrutura organizacional para Processos Processos Tarefas Figura 1 - Tarefas, atividade e processos Fonte: Pavani Jr. (2011, p. 19). Agora você já sabe a definição de processo. Então, vamos ver qual é o significado de Gerenciamento de Processos de Negócio (BPM)? É uma abordagem disciplinada para identificar, desenhar, executar, documentar, medir, monitorar controlar e melhorar processos de ne- gócio automatizados ou não para alcançar os resultados pretendidos consistentes e alinhados com as metas estratégicas de uma organização. (ABPMP, 2009, p. 30). Em todo o conteúdo do Gerenciamento de Processos de Negócio, podemos defini-lo em um trabalho que entrega valor para o cliente, ou ainda, sendo um trabalho que apoia os processos gerenciais da organização, sempre utilizando equipamento ou pessoas capacitadas para o cumprimento do trabalho. Existem três tipos de processos de negócio: ■ Processos Primários. ■ Processos de Suporte. ■ Processos de Gerenciamento. Esclarecimento da Estratégia e Mapeamento do ContextoGESTÃO POR PROCESSOS Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 .Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E26 27 ESCLARECIMENTO DA ESTRATÉGIA E MAPEAMENTO DO CONTEXTO O interesse pelo assunto BPM vem ganhando espaço mundialmente devido ao seu conceito de gerenciar a empresa sob a ótica dos processos de negócio visando atender cada vez mais as expectativas dos clientes e dos acionistas. Todo esse pro- cesso tem se mostrado uma prática muito eficiente e necessária para o mundo corporativo, mudando, ainda, a forma como os executivos agem, estruturam e gerenciam suas organizações. Essa nova filosofia de gerenciar, que prove valor e eficiência às organizações, pode ser incorporada em todas as empresas, inde- pendente do seu segmento de atuação. Para entender melhor a Gestão por Processos, vamos imaginar uma indús- tria de alimentos que possui vários departamentos, no qual cada departamento tem sua função específica. Departamento pessoal: responsável pela admissão e demissão; departamento financeiro: pelo pagamento e recebimento das contas; departamento fiscal: pelo recebimento e emissão de notas fiscais; expedição: res- ponsável pela logística; PCP: pelas etapas de fabricação do produto; garantia da qualidade: encarregado de acompanhar as etapas de produção etc. Até então, algo normal nas empresas, mas o problema começa quando esses departamen- tos começam a se conflitar e a enxergar melhoria somente para o seu setor, sem ter uma visão geral do processo em que estão envolvidos. Cada setor começa a trabalhar como se fosse uma célula única na empresa, começando a negociar com os clientes os seus próprios interesses e necessidades, o que normalmente impacta muito negativamente na empresa e principalmente para o cliente. A Gestão por Processos (BPM) consiste essencialmente em uma quebra de paradigma funcional, propondo uma visão interfuncional de como os proces- sos ponta-a-ponta poderiam ser bem mais geridos, visando eliminar os efeitos maléficos desses conflitos internos. Trata-se fundamentalmente de uma mudança filosófica da maneira de gerenciamento da organização (pelos seus líderes). BPM é uma disciplina que visa inverter a lógica de gestão para um ponto de vista focado na agregação de valor interfuncional, em que os interesses dos proces- sos se sobrepõem aos interesses departamentais. Muito mais do que mapear e melhorar processos, BPM altera significativamente o modo como a cadeia de a empresa é preciso identificar o que a empresa espera do futuro, qual a sua visão de futuro e suas diretrizes, todos os passos organizacionais devem ser definidos a partir do esclarecimento das estratégias da empresa, definindo as metas de desempenho (Figura 2). Podemos citar alguns problemas que devem impactar diretamente e dificultar essa melhoria organizacional na empresa, quais sejam: ■ Não conectar com as estratégias. ■ Não envolver as pessoas certas. ■ Não firmar compromissos sobre resultados e metas. ■ Crença de que precisamos reinventar a empresa. ■ Não tratar os aspectos humanos. ■ Descuidar na implementação. ■ Falha na medição permanente do desempenho. Indicadores integrados Estratégia Processos Pessoas Figura 2 - Sincronismo Organizacional Fonte: o autor. Esclarecimento da Estratégia e Mapeamento do ContextoGESTÃO POR PROCESSOS Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 .Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E28 29 acompanhar a sua execução e identificar possíveis pontos de melhorias para os outros processos que ainda serão desenhados e transformados. As pessoas envolvidas no processo são de extrema importância para iden- tificar as etapas de cada processo, pois elas estão diariamente debruçadas sobre as atividades e muitas vezes não são treinadas ou até mesmo não possuem um perfil ideal para parar e pensar no que realmente estão fazendo e o que pode ser feito para melhorar aquele processo que está sendo realizado diariamente há anos. Normalmente as pessoas não entendem o que a Gestão por Processos insiste em tentar nos ensinar e por isso propõem melhoria apenas para benefí- cio próprio e da sua equipe de trabalho, quando realmente deveriam pensar em uma melhoria que pudesse agregar valor ao cliente final ou melhorar as condi- ções do produto ou serviço para o seu cliente interno. A simples atividade de definir os processos chave e esclarecer as estratégias para os colaboradores fará com que eles se tornem mais eficientes, refletindo diretamente na qualidade do produto ou do serviço prestado e principalmente na imagem para o cliente. Ajudará, ainda, na identificação das atividades impor- tantes, que não podem, de forma alguma, serem excluídas em um processo. Por exemplo: o colaborador esquecer da verificação de uma planilha de qualifica- ção do fornecedor durante uma compra de matéria-prima, isso pode trazer um transtorno muito grande para a produção, além da perda de qualidade no pro- duto final, sem contar alguns outros problemas que esse fornecedor pode gerar para a empresa. Temos como exemplos desses problemas: atraso na entrega, entrega em quantidade diferente da comprada, nota fiscal com valores alterados, matéria-prima de baixa qualidade, fazendo com que os colaboradores necessi- tem de horas extras para cumprir a programação de produção diária estipulada pelo PCP etc. Portanto, fica claro que o simples erro de um colaborador em não seguir as etapas definidas no processo de compra de matéria-prima pode ocasionar pro- blemas em vários outros setores da empresa, desde a Produção, passando pela Gestão de Pessoas, Faturamento, Expedição, até chegar ao Financeiro. Ainda com relação à importância em definir os processos chave da empresa, podemos citar os treinamentos de novos colaboradores, em que a empresa terá maior facilidade e menor custo para treinar o colaborador, pois essa pessoa já valor é encarada (PAVANI JR., 2011). De acordo com a ABPMP (2009), a definição para uma organização orientada a processos é uma organização estruturada, organizada, gerenciada e mensurada por meio de seus processos primários de negócio. Para se obter sucesso, é necessá- rio que as decisõesgerenciais sejam tomadas visando o processo e não apenas os departamentos da empresa. Para essa mudança de paradigmas, são estabelecidas nove áreas de conhecimento, a fim de uma ter aplicação bem sucedida de Gestão por Processos: Gerenciamento, Modelagem, Análise, Desenho, Gerenciamento do Desempenho, Transformação, Organização, Processos Corporativos e Tecnologias (Figura 3). Áreas de conhecimento Tecnologias de Gerenciamento de Processos de Negócio Gerenciamento de Processos de Negócio Gerenciamento de Processos Corporativos Organização de Gerenciamento de Processos Modelagem de Processos Análise de Processos Desenho de Processos Gerenciam. Desempenho Processos Transformação de Processos Figura 3 - Áreas de Conhecimento em Gestão por Processos Fonte: ABPMP (2009, p. 25). Com o passar do tempo, os gestores começam a entender que, para se obter sucesso no gerenciamento, é necessário definir de forma mais clara e objetiva as responsabilidades, novos papéis, relacionamentos e a estrutura organizacio- nal da empresa buscando uma melhoria na saúde do processo que entrega valor ao cliente, resultando frequentemente em ganhos significativos para as pessoas envolvidas no processo e para os clientes. Com os processos rodando pela empresa, enxergamos a necessidade de monitorar as atividades. A medição e supervisão dos processos devem ser esta- belecidas de acordo com cada processo, podendo usar métricas como o tempo de execução ou até mesmo metas de desempenho. A medição do desempe- nho do processo é uma informação muito valiosa, pois a partir dela podemos Mapeamento (Modelagem) de ProcessosGESTÃO POR PROCESSOS Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 .Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E30 31 Entrevista com pro�ssionais da Empresa 1. Representação Grá�ca Desenho dos Fluxos Validação dos �uxos pelos pro�ssionais da Empresa Desenho �nal e impressão (plotagem) dos �uxos Figura 4 - Fases da Etapa de Implementação da Gestão por Processos Fonte: Pavani Jr. (2011, p. 48). Podemos utilizar a ferramenta de Modelagem de Processo como uma forma de visualizar o estado atual e descrever o estado futuro em que a empresa deseja estar com seus processos de negócio. Seu principal objetivo é otimizar os pro- cessos eliminando as atividades que não agregam valor ao produto. A Modelagem deve ser dividida em duas grandes etapas. Na primeira parte, devemos representar o estado atual do processo, ou seja, da forma como o pro- cesso é executado diariamente, colocando todas as atividades e todas as pessoas envolvidas. A segunda parte está relacionada diretamente em como esse pro- cesso deve ficar, descobrindo possíveis pontos de melhoria e representando graficamente as sequências das atividades envolvidas no processo, o qual pode- mos chamar de Redesenho do Processo, assunto que será abordado no próximo tópico deste livro. Muito importante ressaltar a diferença entre os termos que vamos utilizar daqui para frente: Modelagem é o ato de representar graficamente o processo (por meios de mapas, fluxos ou diagramas) a ponto de ser compreendido pelas partes interessadas, que pode ser desde o alto escalão da companhia até o pessoal da programação de sistemas, passando pelos donos de processo e pelos próprios analistas (PAVANI JR., 2011, p. 48-49). terá conhecido e avaliado o processo antes do treinamento. Com isso, o tempo de aprendizado e o tempo de treinamento necessário serão reduzidos, fazendo com que o colaborador comece a trabalhar mais rapidamente e consequente- mente o instrutor levará menos tempo do seu dia para treinar o novo colaborador, aumentando a sua produtividade e sua disponibilidade de tempo para exercer outras atividades inerentes ao seu cargo. MAPEAMENTO (MODELAGEM) DE PROCESSOS Caro(a) aluno(a), para entendermos melhor o conteúdo deste tópico, vamos uti- lizar o termo Modelagem como sinônimo de Mapeamento. Quando se fala em Gestão por Processos, a ferramenta mais utilizada é a Modelagem dos Processos. A Modelagem combina um conjunto de processos e habilidades que fornecem uma visão e entendimento do processo de negócio e habilita análise, desenho e medição de desempenho (ABPMP, 2009). Trata-se da representação gráfica do sequenciamento de atividades que repre- sentará, de maneira clara e objetiva, a estrutura e o funcionamento básico do que chamamos de processo (PAVANI JR., 2011). Para Modelar um Processo, é importante seguir algumas fases para facili- tar o entendimento das pessoas envolvidas e concluir o processo com eficiência (Figura 4). Mapeamento (Modelagem) de ProcessosGESTÃO POR PROCESSOS Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 .Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E32 33 um processo na contratação de um profissional pela área de Gestão de Pessoas de uma empresa. Divulgação da vaga RH analisa CV Cand. selecionado Cand. chamado p/ entrevista Contrata candidato RH solicita documen- tação Realiza entrevista CV interessa para a empresa? Empresa gostou da entrevista? Não Não Sim Sim FIM Figura 5 - Exemplo de Modelagem de um Processo da Contração de uma empresa Fonte: o autor. Para uma melhor visualização do fluxograma do processo atravessando os depar- tamentos ou áreas da empresa, essa notação BPMN utiliza-se de “Raias”. Essa ferramenta usa esse nome devido a grande similaridade com raias de uma piscina. Conforme Figura 6, a seguir, as raias são um complemento a “caixas e setas” utilizados no fluxograma para modelar os processos e identificar quais setores da organização estão envolvidos e em qual momento ele deve receber a ação desse setor, além de demonstrar a responsabilidade de cada integrante do processo. Veja que o desenho está diretamente relacionado à criação de um novo pro- cesso ou à melhoria dos processos existentes. Nesse momento, é hora de pôr em prática todo o conhecimento adquirido e propor melhorias que possam ser implementadas. Para esclarecer qualquer dúvida que, porventura, ainda possa ter ficado em sua cabeça, modelagem é simplesmente a representação gráfica do estado atual e desenho é a representação gráfica do estado futuro do processo. De acordo com a ABPMP (2009), podemos citar alguns objetivos que justi- ficam a Modelagem do Processo. São eles: ■ Documentar claramente um processo existente. ■ Utilizar como suporte para um treinamento. ■ Estabelecer padrões de trabalho. ■ Responder às mudanças. ■ Servir como análise na identificação de oportunidades de melhoria. ■ Desenhar um novo processo ou uma nova abordagem para um processo existente. ■ Fornecer uma base para comunicação e discussão. ■ Definir requisitos para uma nova operação do negócio. ■ Medir o desempenho. Existem várias notações que foram desenvolvidas ao longo do tempo com o intuito de modelar um processo. A escolha de qual utilizar vai depender da cul- tura da empresa e qual nível de detalhe e informações são exigidos para chegar no objetivo. Independente de qual notação sua empresa irá utilizar, você nunca deve esquecer que o modelo deve ser fácil de entender, objetivo e claro. Neste tópico, vamos utilizar apenas o BPMN - Business Process Management Notation. Essa é a ferramenta mais utilizada e aceita perante os profissionais da área, pois ela é moderna e possui um padrão de simbologia que facilita seu enten- dimento e preenche várias lacunas de modelagem de métodos anteriores. Na Figura 5, você pode conferir um exemplo de um fluxograma de modelagem de Mapeamento (Modelagem) de ProcessosGESTÃO POR PROCESSOS Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re irod e 19 98 .Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E34 35 SÍMBOLOS SIGNIFICADOS Documento. Identifica qualquer tipo de documento impresso que entra no fluxo, pode ser um relatório, uma listagem, registro em geral. A aplicação pode ser dividida em: • atividades: símbolo sem cor de preenchimento. • objeto: símbolo preenchido em cores destacá- veis. Obs.: Não devem ser utilizados verbos na titulação de um documento em um fluxo de atividades. Quando vários inputs de entrada consolidarem-se em dossiês, este último deve ser representado como um único objeto. Dados. Utilizado para definir e-mail não-impresso e mensagem eletrônica. Obs.: Em casos em que o e-mail for utilizado so- mente como meio de transmissão da informação, o objeto é somente o anexo. Desse modo, o símbolo de e-mail é desnecessário. Interface. Processo predefenido utilizado em in- terfaces do fluxo. Pode representar algum processo que esteja registrado em outro fluxo separadamen- te. Faz referência à continuidade do fluxo, portanto deve ser preenchido no desenho final com o nome de outro processo. Dados. Dados digitados e, portanto, armazenados automaticamente no sistema. • atividades: símbolo sem cor de preenchimento. • objeto: símbolo preenchido em cores destacá- veis. Banco de dados. Disco magnético (mídia). Quando utilizado deve ser procedido pelo símbolo de digi- tação (armazenamento) de dados no sistema. Não pode ser utilizado no começo e no fim do fluxo. X Texto de registro físico ou sucata. A lm oç o Ex ec ut iv o Ca ix a Ba r Co zi nh a G ar ço ne te Cl ie nt e Traz o cardápio Prepara o prato Prepara a bebida Anota o pedido Leva a mensagem Fecha a conta Leva o $ Separa o troco e a NF Traz o troco e a NF Paga a conta Escolhe o que quer Consome Consome Pede o cardápio Cardápio Pedido Pedidos adicionais Pede a conta Fecha a mesa “11”!! Comando Comida Bebida Conta Troco Troco NF NF Conta $ $ Comando Figura 6 - Exemplo da Modelagem de um Processo passando por vários setores e utilizando as raias Fonte: o autor. Para melhor visualização e entendimento na notação BPMN, veremos alguns símbolos utilizados nos fluxogramas. Muito associado ao movimento de Gerenciamento da Qualidade Total (TQM), que surgiu no início da década de 1950 e ganhou popularidade ao longo da década de 1970 para a adoção de técnicas de modelagem de fluxo para mapear processos de negócio, essa notação mais comum, utilizada nos fluxogramas, foi aprovada como um padrão ANSI em 1970 para representar fluxos de sistemas (ABPMP, 2009), conforme apresentado na Tabela 1. Tabela 1 - Simbologia para Fluxogramas SÍMBOLOS SIGNIFICADOS Decisão. Indica possíveis desvios para outros pontos do fluxo de acordo com as condições estipuladas na decisão. Sempre é apresentada uma condição. As entradas para a decisão podem ser várias, porém, a saída será obrigatóriamente binária, ou atende à condição ou não atende à condição. Mapeamento (Modelagem) de ProcessosGESTÃO POR PROCESSOS Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 .Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E36 37 Observação direta: trata-se do acompanhamento presencial do processo realizado. Possibilita descobrir atividades que dificilmente seriam identificadas de outra maneira, no entanto pode ser limitado apenas às operações de um dia. Entrevista: por envolver o colaborador no operação de elaboração do fluxo- grama do processo, normalmente cria-se um senso de propriedade e participação maior em relação às outras formas de captura de informação, mas, por outro lado, pode gerar maior dificuldade em montar um fluxo coeso e mapear as dife- rentes visões dos entrevistados em uma só, além de acarretar um alto tempo no agendamento e na condução de cada entrevista, levando em consideração ainda a interrupção de cada colaborador na sua jornada de trabalho diária. Reuniões Estruturadas: são reuniões que devem ser formadas por profissio- nais com conhecimento e pessoas impactadas pelo assunto, para criar o modelo de forma interativa. Sua grande vantagem é a construção conjunta de conheci- mento e a redução de tempo relacionado à criação em relação às outras técnicas. Seu ponto fraco está relacionado ao eventual custo com deslocamento e hospeda- gem, que podem ser necessários para reunir todos os interessados no processo. Vídeoconferência: pode-se ter os mesmos benefícios das Reuniões Estruturadas, podendo ainda ter um menor custo envolvido quando os parti- cipantes estão distantes. Funciona melhor com grupos menores, exigindo um grande conhecimento sobre a Modelagem de Processo e habilidade do facilita- dor no uso dessa técnica. Não existe uma única técnica e ferramenta para modelar os processos, há diversas formas, a utilização de cada uma vai depender da experiência e habili- dade do entrevistador com a ferramenta e com as pessoas que estão participando da entrevista. Alguns entrevistadores utilizam quadros brancos, papéis de flip chart, papéis adesivos (post-its) e até mesmo ferramentas mais sofisticadas, como software, que permite projeção visual fazendo com que o entrevistado acompa- nhe e valide a modelagem em tempo real. Dois softwares são muito utilizados para a Modelagem de Processos, quais sejam: MICROSOFT VISIO e BIZAGI PROCESS MODELER. É muito importante ressaltar que, independente da téc- nica e ferramenta utilizadas, o resultado final deve ser sempre o mesmo, pois o foco do trabalho realizado deve ser nas pessoas entrevistadas e no processo que está sendo analisado e não na ferramenta utilizada. SÍMBOLOS SIGNIFICADOS xxx yyy Texto explicativo/anotação Linha de ponta cheia. Direção do fluxo de ativida- des, indicando o caminho obrigatório. Obs.: Não se deve escrever sobre este símbolo. Na necessidade do acréscimo de alguma informação, utilizar o símbolo específico para este fim denomi- nado “texto explicativo/anotação”. Linha de ponta cheia. Direção do fluxo de ativida- des, indicando o caminho obrigatório. Obs.: Não se deve escrever sobre este símbolo. Na necessidade do acréscimo de alguma informação, utilizar o símbolo específico para este fim denomi- nado “texto explicativo/anotação”. Fonte: Pavani Jr. (2011, p. 77-80). Antes de começarmos a falar sobre a captura das informações, uma das partes mais importantes da Modelagem do Processo, vamos relembrar as definições de atividades e tarefa. ■ Atividade é um conjunto de tarefas que são realizadas em sequência para alcançar um objetivo. ■ Tarefa é um conjunto de ações predeterminadas que o operador realiza para realizar uma atividade. Muito importante ressaltar que o foco da Modelagem são as atividades realiza- das e não as tarefas. Uma ferramenta muito utilizada na área para melhorar e garantir a alta performance na execução das tarefas é a Instrução de Trabalho, que, por sua vez, também deve possuir uma abordagem simples, clara e direta. De acordo com ABPMP (2009), a captura das informações pode ocorrer de diversas formas: observação direta, entrevistas individuais, reuniões estrutura- das e vídeoconferência. Análise e Redesenho de ProcessosGESTÃO POR PROCESSOS Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 .Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E38 39 interrupções indicam a forma como a administração é conduzida. ■ Quando for terminar um assunto e começar outro, fazer um rápido resumo do que o entrevistado disse, com o intuito de evitar ruídos na comunicação. ■ Falar pouco e escutar mais. ANÁLISE E REDESENHO DE PROCESSOS Caro(a) aluno(a), após a finalização e validação da Modelagem do Processo, é necessário darmos início a uma nova etapa dotrabalho. Vamos estudar o pro- cesso e analisar quais atividades podem ser melhoradas e quais atividades não agregam valor ao produto e devem ser excluídas. Abordaremos ainda que nem todas as atividades que não agregam valor ao produto podem ser eliminadas. É importante criar um entendimento entre o estado atual do processo e seu alinhamento com os objetivos de negócio. O alinhamento desse entendimento é chamado de análise de processo. A grande função da análise do processo é criar um entendimento das ati- vidades realizadas, identificar as rupturas do processo, criar indicadores para medir sua eficiência e possibilitar oportunidades de melhoria para o Redesenho do Processo (estado futuro). De acordo com a ABPM (2009), a análise de processos é realizada mediante várias técnicas que compreendem mapeamento, entrevista, simulações e diver- sas outras técnicas analíticas e metodológicas. Inclui frequentemente um estudo do ambiente de negócio, fatores que contribuem ou interagem com o ambiente, estratégia da empresa, cadeia de suprimentos (entradas e saídas do processo), necessidade do cliente etc. Observe que, com a análise do processo, será possível dimensionar a capa- cidade da empresa em alcançar seus objetivos transformando as entradas em saídas, medir a eficiência na utilização dos recursos necessários, mensurar se o processo é lento, custoso, ineficiente ou apresenta outras deficiências. Além de Antes de iniciar a entrevista, é importante firmar um contrato de compro- misso com o entrevistado para criar um ambiente sadio, para que ambas as partes tenham confiança e tranquilidade para expor suas possíveis dúvidas e gerar debates sobre o assunto. Para esse compromisso, é necessário esclarecer alguns pontos (BELMIRO, 2010): ■ Qual a real razão da entrevista? ■ Quem autorizou essa entrevista? ■ Quem mais será entrevistado? ■ Como e por que o entrevistado foi selecionado? ■ Como essa informação será utilizada? ■ O entrevistado permanecerá anônimo? ■ O entrevistado receberá algum feedback do trabalho? ■ Como o entrevistado poderá participar na implementação do projeto? ■ Que tipo de recompensa o entrevistado receberá? ■ Por que as informações detalhadas e precisas são importantes para o sucesso da entrevista e do projeto? Para obter sucesso na modelagem, é preciso conduzir a entrevista de tal forma que todos tenham certeza e clareza de qual é o objetivo final. Vamos listar algu- mas atitudes importantes (BALLESTERO-ALVAREZ, 1997; PAVANI JR., 2011). ■ Deixar claro que o objetivo do entrevistador não é criticar o trabalho do entrevistado. ■ Manter o foco da entrevista para que todas as questões abordadas sejam sobre o tema trabalhado; não fugir do foco e não se preocupar com ques- tões sem importância. ■ Se a entrevista estiver demorando, não ter pressa, pois as pessoas preci- sam de tempo para raciocinar. ■ Observar com atenção as interrupções provocadas por fatores exter- nos, telefone tocando constantemente, pessoas que entram e saem. As Análise e Redesenho de ProcessosGESTÃO POR PROCESSOS Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 .Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E40 41 Tais dúvidas são muitas e cruéis, pois, se errarmos na escolha do processo, a diretoria da empresa pode cessar os trabalhos devido à falta de resultado tan- gível. No entanto, para escolher o processo mais adequado e de forma coerente com a realidade de cada empresa, é necessário implementar algum tipo de prio- rização dos processos. Para isso, podemos utilizar uma ferramenta que pode auxiliar na escolha do processo que mais necessita de melhorias. De acordo com Pavani Jr. (2011), podemos utilizar a ferramenta Matriz de Impacto e Severidade, conforme Figura 7, pois, embora sendo uma ferramenta de simples execução, ela é muito útil para tratar os processos e selecioná-los com base, prioridade e na importância do negócio para a empresa. Impacto: vamos analisar qual a influência do processo em relação à satis- fação do cliente, qualidade do produto e retorno financeiro para os acionistas. Quanto maior o impacto, maior a necessidade de melhorar o processo. Severidade: para medir a severidade de um processo, devemos analisar o quanto essa falha seria prejudicial à imagem da empresa, resultados financeiros e às necessidades stakeholders. A matriz Impacto x Severidade pode ser representada conforme a figura que segue. a análise ser um passo importante para o Redesenho do Processo, ela ajuda a empresa a tomar decisões baseadas em informações e dados reais sobre o pro- cesso e não com intuições e opiniões que não possuem base documentada e validada sobre o assunto. Uma análise dessas medições ajuda a descobrir fatos importantes de como o trabalho se desenvolve na organização. A informação gerada como resultado dessa análise incluirá o seguinte (ABPM, 2009): ■ Estratégia, cultura e ambiente da organização que utiliza o processo (por que o processo existe). ■ Entradas e saídas do processo. ■ Partes interessadas, internas e externas, incluindo fornecedores, clientes e suas necessidades e expectativas. ■ Ineficiências dentro do processo atual. ■ Escalabilidade do processo em atender a demanda dos clientes. ■ Regras de negócio que controlam o processo e por que devem existir. ■ Quais métricas de desempenho deveriam monitorar o processo, o que significam e quem está interessado em tais métricas. ■ Quais atividades compõem o processo e suas dependências ao longo de departamentos e funções de negócio. ■ Utilização melhorada de recursos. ■ Oportunidade para reduzir restrições e aumentar a capacidade. É muito comum, nas empresas, mapear muitos processos de uma vez, pensando que apenas o mapeamento vai ajudar a empresa a resolver seus problemas. Como já vimos nesta unidade, só o mapeamento não resolve os problemas da empresa, é necessário analisá-los de forma a buscar pontos que podem ser melhorados. É comum nessa hora surgir uma terrível dúvida: qual processo devemos analisar primeiro? Qual trará mais benefícios aos colaboradores? Qual gerará maior oti- mização de recursos? Qual gerará maior resultados para os stakeholders? Análise e Redesenho de ProcessosGESTÃO POR PROCESSOS Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 .Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E42 43 Performance. Podemos citar dois principais motivos relacionados aos indicadores. 1. Permitem verificar a performance quantitativa do processo. 2. Auxiliam na estipulação de metas de melhorias e na verificação da real melhoria do processo. Finalmente chegamos no momento do Redesenho do Processo. Aqui, devemos tornar o processo de negócio mais eficaz, ágil, eficiente e mais rentável para a organização. De acordo com a ABPMP (2009, p. 108): [...] o redesenho do processo envolve a criação de especificações para o processo de negócio novos ou modificados dentro do contexto dos objetivos de negócio, objetivos de desempenhos de processos, fluxos de trabalho, aplicações de negócio, plataformas tecnológicas, recursos de dados, controles financeiros e operacionais, e integração com outros processos internos e externos. Após a modelagem e análise dos processos realizada, é necessário começar a redesenhar o processo, sempre visando alguns objetivos: redução de custo e tempo de ciclo; melhorar a qualidade e eliminar o retrabalho; eliminar ativida- des que não agregam valor, estabelecendo a todos os colaboradores envolvidos as suas responsabilidades para a implantação do “novo” processo. Podemos tomar algumas atividades como chave para que o redesenho e a sua implanta- ção sejam um sucesso. ■ Definição de regras e parâmetrospara o novo processo. ■ Definição de métricas/indicadores para o acompanhamento do processo. ■ Possibilidade de comparação com o processo antigo. ■ Criação de um desenho físico. ■ Simulação em situação real. ■ Elaboração de um cronograma de implantação. ■ Envolvimento da liderança executiva e donos do processo. BAIXA BAIXO MÉDIO P3 BAIXO P8 P1 MÍNIMO P7 BAIXO P6 MÉDIO MÉDIO P5 ALTO MÁXIMO P2 P4 MÉDIO SEVERIDADE ALTA BA IX A M ÉD IO IM PA CT O A LT A Figura 7 - Matriz de Impacto x Severidade Fonte: o autor. Nesse exemplo, podemos identificar que alguns processos que possuem baixa ou média severidade e baixo e médio impacto devem ser analisados em uma pró- xima etapa. Os processos que receberam a nomenclatura de “Médio” e “Alto” devem ser acompanhados de perto, principalmente os processos que estão pró- ximos da nomenclatura “Máximo”, mas o seu redesenho do processo também pode ficar para uma segunda etapa do trabalho. Dessa forma, devem ser prioriza- dos para análises aqueles processos que possuem alto impacto e alta severidade. Nesses processos devemos concentrar mais recursos financeiros e profissionais para alcançar a melhoria em seu desempenho. Após a escolha do processo, devemos verificar se ele possui indicadores de monitoramento, alguns autores chamam esses indicadores de KPI (Key Performance Indicators), em português chamamos de Indicadores Chaves de Considerações FinaisGESTÃO POR PROCESSOS Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 .Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E44 45 CONSIDERAÇÕES FINAIS Prezado(a) aluno(a), nesta unidade vimos como foi o início das indústrias e como ocorreu a sua evolução ao longo do tempo. Conhecemos como era o tra- balho dos artesãos e como a produção em pequena escala foi sendo substituída pela de larga escala. Entendemos o pensamento de alguns pensadores da época e a importância deles após a Revolução Industrial. Começamos a estudar as 3 ondas envolvidas no BPM (Business Process Management), vimos que a Primeira Onda se originou no Japão logo após a 2ª Guerra Mundial porque o país ficou devastado e teve que se reerguer. A Segunda Onda teve início na década de 1990 utilizando os conceitos de Engenharia de Processo. A Terceira Onda iniciou-se recentemente, a partir dos anos 2000, e vem tendo uma aceitação muito grande nas empresas que buscam sempre evo- luir e manter a melhoria contínua. Definimos alguns conceitos relacionados à: Gestão de Processos e Gestão por Processos; qual a diferença entre Processos, Atividades e Tarefas; identificamos os 3 tipos de Processos de Negócio (Primário, Secundário e Gerenciamento); Identificamos as características e a importância do Sincronismo Organizacional dentro de uma empresa e que ele é o elo entre a estratégia, pessoas e processos. Vimos como essa “nova” filosofia de gerenciar, BPM, está ganhando espaço nas grandes empresas mundiais, principalmente devido ao seu alto poder de potencialização dos processos e otimização dos recursos envolvidos. Abordamos as etapas que devemos realizar para iniciar um trabalho de Modelagem de Processo, bem como o fato de ser muito importante identificar e saber escolher o processo que será estudado para que o trabalho tenha sucesso. Aprendemos a utilizar algumas ferramentas para Modelar o processo e quais simbologias devemos utilizar em cada etapa da modelagem. Identificamos o que é “Raia” e que devemos utilizá-las quando um processo passa por mais de um setor da empresa. Por fim, notamos que Redesenho do Processo deve estar alinhado com o objetivo da empresa para se obter o resultado esperado. É muito importante ter a consciência de que os procedimentos dentro de qualquer empresa devem ser dinâmicos e objetivos, eles precisam funcionar de forma a garantir a agilidade e qualidade nas atividades realizadas, ganhando tempo na sua execução e gerando valor agregado ao produto. Somando todas essas recomen- dações, com certeza o processo analisado vai gerar maior lucro para a empresa. 47 46 4. Em relação à Modelagem dos Processos, assinale a alternativa correta: I. Modelagem de Processos é sinônimo de Mapeamento de Processos. II. Trata-se da representação gráfica do sequenciamento de atividades que represen- tará, de maneira clara e objetiva, a estrutura e o funcionamento básico do processo. III. Podemos dividir o BPM em 3 grandes “Ondas” de desenvolvimento que se origi- naram após a 2ª Guerra Mundial. IV. As raias utilizadas na modelagem são um complemento a “caixas e setas” utiliza- dos no fluxograma para identificar quais setores da organização estão envolvidos e em qual momento ele deve receber a ação desse setor. a) Apenas I e IV estão corretas. b) Apenas II e III estão corretas. c) Apenas I está correta. d) Todas as alternativas estão corretas. e) Nenhuma das alternativas está correta. 5. Marque como Verdadeiro (V) ou Falso (F) as características relacionadas ao BPM. ( ) A captura das informações para o fluxograma do processo pode ocorrer de diversas formas, sendo elas: observação direta, entrevistas individuais, reuni- ões estruturadas e videoconferência. ( ) Alguns dos objetivos do Redesenho do Processo é criar um entendimento das atividades realizadas, identificar as rupturas do processo, criar indicadores para medir sua eficiência e possibilitar oportunidades de melhoria. ( ) A ferramenta Matriz de Impacto e Severidade pode ser utilizada para au- xiliar na escolha do processo que mais necessita de melhoria. ( ) Não se deve colocar indicadores de desempenho para monitorar os pro- cessos com o intuito de evitar resistência perante os colaboradores. 1. Qual das alternativas a seguir está vinculada diretamente ao mundo após a Revo- lução Industrial? a) Produtos produzidos de acordo com a necessidade de cada cliente. b) Produção em pequena escala. c) Ausência de padronização de procedimentos e tempo para execução das ati- vidades. d) Criação de linhas de montagem utilizadas na produção. e) Mapeamento de Processos. 2. Marque como Verdadeiro (V) ou Falso (F) as características relacionadas ao Sincro- nismo Organizacional. ( ) É o alinhamento entre a Estratégia, Processos e Pessoas da empresa. ( ) Para conscientizar as pessoas sobre suas responsabilidades, é necessário possuir um planejamento estratégico com desdobramentos das metas. ( ) O Sincronismo Organizacional está diretamente ligado ao que o cliente espera dos produtos produzidos pela empresa. ( ) Para que uma empresa tenha sucesso, os setores nela existentes devem trabalhar em parceria, como se fossem a engrenagem de um relógio. 3. Assinale a alternativa correta: a) Gerenciamento de Processos de Negócio (BPM), em inglês, quer dizer Business Process Management e foi implementado nas empresas no período da Revolução Industrial. b) Existem 4 tipos de processos de negócio: Processo Primário, Secundário, de Suporte e de Gerenciamento. c) Para a filosofia do BPM ter sucesso na sua implantação, apenas os executivos da empresa devem estar envolvidos em todas as etapas do trabalho. d) Todas as empresas que não implementarem o BPMP estão traçadas ao fracas- so. e) As pessoas envolvidas no processo são de extrema importância para identi- ficar as etapas de cada processo, pois elas estão diariamente debruçadas sobre as atividades. Material Complementar MATERIAL COMPLEMENTAR 48 INTELIGÊNCIA NA GESTÃO: O USO DO BPMS NA BODYTECH A Ferramenta BPMS é muito importante para auxiliar as empresas de pequeno, médio e grande porte a melhorarem seus processos resolvendo gargalos relacionados à produti- vidade e qualidade. Algumas empresas vêm se destacando em seu mercado de atuação por usar essas ferramentas de automação. Nesse caso que vamos ver, a Bodytech, em- presa especializada em proporcionar qualidade de vida a seusclientes, vem inovando em seu nicho de atuação. Recentemente a Bodytech começou a utilizar o BPMS no seu dia a dia, mesmo com pou- co tempo de utilização já foi possível notar um maior entendimento dos colaboradores e das áreas envolvidas no processo, além da inserção de indicadores de acompanha- mento para medir e monitorar os acontecimentos em cada área. A Gerente de Processos, Amanda Torres, afirma que a empresa evoluiu bastante desde a implantação do software. As informações e comunicação entre as áreas envolvidas nos processos estão sendo mais eficientes, principalmente com diminuição de envios de e-mail entre as áreas, ação que era comum na empresa, possibilitando ainda a medição do tempo de execução de cada uma das atividades executadas, dando assim maior pos- sibilidade de gerir os processos. Outro importante ganho que a automação trouxe é que agora temos a certeza de que o processo passará por todas as etapas descritas no fluxo que foi mapeado, sem pular qualquer etapa de controle, todo esse processo nos mostra claramente quais são os pontos de melhorias que devemos atacar. Desde a formatação do modelo de negócio, a Bodytech possui um DNA com visão mo- derna, voltada para inovação, por esse motivo, a empresa sempre pensou em melhorar seus processos e depois de conhecer a ferramenta Suparvizio identificou a oportunida- de de implantar a gestão de processos. Amanda explica que a estruturação da Gerência de Processos já se deu com a ferramenta de automação. A Bodytech possui unidades operacionais que compõem a rede consideradas grandes centros de atividades físicas, esportes, bem-estar e lazer para toda a família sendo distri- buídas pelos principais estados brasileiros. Fonte: adaptada de Venki (2014, on-line)8. A Quinta Disciplina Peter M. Senge Editora: Best Seller Sinopse: “A quinta disciplina” é, na verdade, a síntese de outras quatro, que, segundo Peter Senge, são fundamentais para o sucesso de uma empresa, independente do ramo ou do tamanho. Essa edição contém exemplos de como grandes corporações aplicaram os ensinamentos deste livro e obtiveram resultados extraordinários. Quero Ser Grande Sinopse: no filme, Josh (Tom Hanks) se torna adulto da noite para o dia, e conhece o Sr. MacMillan, dono de uma empresa que fabrica brinquedos. O dono da empresa comenta com ele sua preocupação de que não estão obtendo boas vendas, e Josh acaba ganhando o emprego porque começa a expor para a empresa a visão do cliente (ele como criança em corpo de um adulto). Comentário: com o foco do cliente, os produtos desenvolvidos pela empresa se tornam muito mais atraentes aos consumidores, e a empresa volta a gerar crescimento. O gerenciamento de processos é importante para aprimorar o desempenho de processos. Este artigo apresenta um relato de uma aplicação da metodologia BPM, que foi realizada em quatro etapas. A metodologia foi adaptada para o contexto de uma organização pública. Disponível em: <www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/65643/000857914. pdf?sequence=1>. REFERÊNCIAS REFERÊNCIAS 51 1 Em: <http://www.historiadaadministracao.com.br/jl/gurus/88-frederick-winslow- -taylor>. Acesso em: 13 set. 2016. 2 Em: <http://www.historiadaadministracao.com.br/jl/gurus/52-jules-henri-fayol>. Acesso em: 13 set. 2016. 3 Em: <http://www.historiadaadministracao.com.br/jl/gurus/52-jules-henri-fayol>. Acesso em: 14 set. 2016. 4 Em: <http://www.historiadaadministracao.com.br/jl/gurus/145-henry-ford>. Aces- so em: 14 set. 2016. 5 Em: <http://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/historia-geral/o-fordismo-modelo- -t.htm>. Acesso em: 14 set. 2016. 6 Em: <http://www.fnq.org.br/informe-se/artigos-e-entrevistas/artigos/qualidade- -total-e-gestao-de-processos-convergencia-e-alinhamento>. Acesso em: 14 set. 2016. 7 Em: <http://www.bpmglobaltrends.com.br/4seminario/organizacao.html>. Aces- so em: 28 ago. 2016. 8 Em: <http://www.venki.com.br/blog/automacao-dos-processos-na-bodytech/>. Acesso em: 9 mar. 2016. ABPMP (Association of Business Process Management Professionals). ABPMP BPM CBOK: guide to the business process management common body of knowledge. EUA: ABPMP, 2009. ALBUQUERQUE, A.; ROCHA, P. Sincronismo Organizacional: como alinhar a estra- tégia, os processos e as pessoas. 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