Buscar

SIMULADO REVISÃO LINGUAGENS - NÚMERO 2 (COM GABARITO)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 
O texto a seguir é um trecho de um slam transcrito a partir da performance de sua autora, Midria, em um programa de televisão da TV Cultura. Leia-o e responda. 
Eu tenho um problema: meu ascendente é em Áries.
E eu tenho outro problema: é que eu sou a menina que nasceu sem cor.
Pra alguns eu sou "preta", para outras eu sou Preta, para muitos e muitos eu sou parda.
(...) Eu sou a menina que nasceu sem cor porque eu nasci num país sem memória, com amnésia,
que apaga da história todos os seus símbolos de resistência negra,
que embranquece a sua população e trajetória a cada brecha,
(...) E eu tenho outro problema... pô, eu não sei dar cambalhota
e não importa que pra alguns eu seja a menina que nasceu sem cor,
que falte melanina pra minha pele ser retinta, que os meus traços não sejam tão marcados.
O colorismo é uma política de embranquecimento do Estado
que por muito tempo fez com que eu odiasse meus traços genéticos do meu pai herdados.
Me odiasse, me mutilasse, meu cabelo alisasse.
Meninas pretas não brincam com bonecas pretas,
mas faço questão de botar no meu texto
que pretas e pretos estão se armando, se amando,
porque me chamam por aí de parda, morena,
moreninha, mestiça, mulata,
café com leite, marrom bombom...
Por muito tempo eu fui a menina que nasceu sem cor,
até que um dia gritaram-me: NEGRA.
E eu respondi.
(MIDRIA, 2018) 
1. Analise o processo de formação da palavra “embranquecimento”, avaliando se há prefixos e/ou sufixos adicionados a um ou mais radicais. Outra palavra formada por esse mesmo processo é: 
a) Folhagem 
b) Dança 
c) Impaciente 
d) Desfazer 
e) Camponês 
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 
Analise a charge para responder à(s) questão(ões).
2. O título da charge “democracinhas” é um neologismo composto pelo mesmo processo de formação presente no termo 
a) desanuviar, derivação sufixal. 
b) inativo, derivação parassintética. 
c) girassol, composição por hibridismo. 
d) fidalgo, composição por aglutinação. 
e) televisão, derivação prefixal e sufixal. 
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 
Leia o trecho inicial do conto “A doida”, de Carlos Drummond de Andrade, para responder à(s) questão(ões) a seguir.
A doida habitava um chalé no centro do jardim maltratado. E a rua descia para o córrego, onde os meninos costumavam banhar-se. Era só aquele chalezinho, à esquerda, entre o barranco e um chão abandonado; à direita, o muro de um grande quintal. E na rua, tornada maior pelo silêncio, o burro que pastava. Rua cheia de capim, pedras soltas, num declive áspero. Onde estava o fiscal, que não mandava capiná-la?
Os três garotos desceram manhã cedo, para o banho e a pega de passarinho. Só com essa intenção. Mas era bom passar pela casa da doida e provocá-la. As mães diziam o contrário: que era horroroso, poucos pecados seriam maiores. Dos doidos devemos ter piedade, porque eles não gozam dos benefícios com que nós, os sãos, fomos aquinhoados. Não explicavam bem quais fossem esses benefícios, ou explicavam demais, e restava a impressão de que eram todos privilégios de gente adulta, como fazer visitas, receber cartas, entrar para irmandades. E isso não comovia ninguém. A loucura parecia antes erro do que miséria. E os três sentiam-se inclinados a 1lapidar a doida, isolada e agreste no seu jardim.
Como era mesmo a cara da doida, poucos poderiam dizê-lo. Não aparecia de frente e de corpo inteiro, como as outras pessoas, conversando na calma. Só o busto, recortado numa das janelas da frente, as mãos magras, ameaçando. Os cabelos, brancos e desgrenhados. E a boca inflamada, soltando xingamentos, pragas, numa voz rouca. Eram palavras da Bíblia misturadas a termos populares, dos quais alguns pareciam escabrosos, e todos fortíssimos na sua cólera.
Sabia-se confusamente que a doida tinha sido moça igual às outras no seu tempo remoto (contava mais de sessenta anos, e loucura e idade, juntas, lhe lavraram o corpo). Corria, com variantes, a história de que fora noiva de um fazendeiro, e o casamento uma festa estrondosa; mas na própria noite de núpcias o homem a repudiara, Deus sabe por que razão. O marido ergueu-se terrível e empurrou-a, no calor do bate-boca; ela rolou escada abaixo, foi quebrando ossos, arrebentando-se. Os dois nunca mais se veriam. Já outros contavam que o pai, não o marido, a expulsara, e esclareciam que certa manhã o velho sentira um amargo diferente no café, ele que tinha dinheiro grosso e estava custando a morrer – mas nos 2racontos antigos abusava-se de veneno. De qualquer modo, as pessoas grandes não contavam a história direito, e os meninos deformavam o conto. Repudiada por todos, ela se fechou naquele chalé do caminho do córrego, e acabou perdendo o juízo. Perdera antes todas as relações. Ninguém tinha ânimo de visitá-la. O padeiro mal jogava o pão na caixa de madeira, à entrada, e eclipsava-se. Diziam que nessa caixa uns primos generosos mandavam pôr, à noite, provisões e roupas, embora oficialmente a ruptura com a família se mantivesse inalterável. Às vezes uma preta velha arriscava-se a entrar, com seu cachimbo e sua paciência educada no cativeiro, e lá ficava dois ou três meses, cozinhando. Por fim a doida enxotava-a. E, afinal, empregada nenhuma queria servi-la. Ir viver com a doida, pedir a bênção à doida, jantar em casa da doida, passaram a ser, na cidade, expressões de castigo e símbolos de 3irrisão.
Vinte anos de uma tal existência, e a legenda está feita. Quarenta, e não há mudá-la. O sentimento de que a doida carregava uma culpa, que sua própria doidice era uma falta grave, uma coisa aberrante, instalou-se no espírito das crianças. E assim, gerações sucessivas de moleques passavam pela porta, fixavam cuidadosamente a vidraça e lascavam uma pedra. A princípio, como justa penalidade. Depois, por prazer. Finalmente, e já havia muito tempo, por hábito. Como a doida respondesse sempre furiosa, criara-se na mente infantil a ideia de um equilíbrio por compensação, que afogava o remorso.
Em vão os pais censuravam tal procedimento. Quando meninos, os pais daqueles três tinham feito o mesmo, com relação à mesma doida, ou a outras. Pessoas sensíveis lamentavam o fato, sugeriam que se desse um jeito para internar a doida. Mas como? O hospício era longe, os parentes não se interessavam. E daí – explicava-se ao forasteiro que porventura estranhasse a situação – toda cidade tem seus doidos; quase que toda família os tem. Quando se tornam ferozes, são trancados no sótão; fora disto, circulam pacificamente pelas ruas, se querem fazê-lo, ou não, se preferem ficar em casa. E doido é quem Deus quis que ficasse doido... Respeitemos sua vontade. Não há remédio para loucura; nunca nenhum doido se curou, que a cidade soubesse; e a cidade sabe bastante, ao passo que livros mentem.
(Contos de aprendiz, 2012.)
1lapidar: apedrejar.
2raconto: relato, narrativa.
3irrisão: zombaria.
 
3. Derivação regressiva: formação de palavras novas pela redução de uma palavra já existente. A redução se faz mediante supressão de elementos terminais (sufixos, desinências).
(Celso Pedro Luft. Gramática resumida, 2004.)
Constitui exemplo de palavra formada pelo processo de derivação regressiva o termo sublinhado em: 
a) “Sabia-se confusamente que a doida tinha sido moça igual às outras no seu tempo remoto” (4º parágrafo) 
b) “E a boca inflamada, soltando xingamentos, pragas, numa voz rouca.” (3o parágrafo)º 
c) “Os três garotos desceram manhã cedo, para o banho e a pega de passarinho.” (2º parágrafo) 
d) “A doida habitava um chalé no centro do jardim maltratado.” (1º parágrafo) 
e) “O sentimento de que a doida carregava uma culpa, que sua própria doidice era uma falta grave” (5º parágrafo) 
4. Dígrafo é o grupo de duas letras formando um só fonema. Ditongo é a combinação de uma vogal com uma semivogal, ou vice-versa, na mesma sílaba. Nas palavras “também” e “ontem”, observa-se que há, para cada palavra, respectivamente, 
a) dígrafo – dígrafo/dígrafo – dígrafo. 
b) ditongo nasal – ditongo nasal/ditongo nasal – ditongo nasal. 
c) dígrafo– ditongo nasal/ditongo nasal – dígrafo. 
d) ditongo nasal – dígrafo/dígrafo – ditongo nasal. 
e) dígrafo – ditongo nasal/dígrafo – ditongo nasal. 
 
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 
Leia o texto abaixo e responda à(s) questão(ões).
Leitura - leituras: quando ler (bem) é preciso
“[...] Alguns leitores ao lerem estas frases (poesia citada) não compreenderam logo. Creio mesmo é impossível compreender inteiramente à primeira leitura pensamentos assim esquematizados sem uma certa prática.”
Mário de Andrade – Artista
“Eu sou um escritor difícil
Que a muita gente enquizila,
Porém essa culpa é fácil
De se acabar duma vez:
É só tirar a cortina
Que entra luz nesta escurez.”
Mário de Andrade – Lundu do escritor difícil
	No eterno criar e recriar da atividade verbal, a criatividade, a semanticidade, a intersubjetividade, a materialidade e a historicidade são propriedades essenciais da linguagem, indispensáveis a todos os atos da fala, sejam eles presente, passados ou futuros.
	Porém, é a atividade semântica que intermedeia a conexão dos seres humanos com o mundo dos objetos, estabelecendo a relação entre o EU e o Universo, e, junto com a alteridade (relação do EU com o Outro, de caráter interlocutivo), permite a identificação da linguagem como tal, pois a linguagem existe não apenas para significar, mas significar alguma coisa para o outro.
	A semanticidade possibilita o indivíduo conceber e revelar as coisas pertencentes ao mundo do real e da imaginação. Logo, é ao mesmo tempo significação, modo de conceber, ou melhor, uma configuração linguística de conhecimento, uma organização verbal do pensamento, e designação ou referência, aplicação dos conceitos às coisas extralinguísticas. [...].
	No processo de leitura do texto, para que o leitor se aproprie desse(s) sentido(s), é necessário que ele domine não apenas o código linguístico, mas também compartilhe bagagem cultural, vivências, experiências, valores, correlacione os conhecimentos construídos anteriormente (de gênero e de mundo, entre outros) com as novas informações expressas no texto; faça inferências e comparações; compreenda que o texto não é uma estrutura fechada, acabada, pronta; perceba as significações, as intencionalidades, os dialogismos, o não dito, os silêncios.
	Em resumo, é fundamental que, por meio de uma série de contribuições, o interlocutor colabore para a construção do conhecimento. Assim, ler não significa traduzir um sentido já considerado pronto, mas interagir com o outro (o autor), aceitando, ou não, os propósitos do interlocutor.
Profª Marina Cezar – Revista Villegagnon. Ano IV. Nº 4. 2009 – Texto adaptado. 
5. Leia o fragmento:
“[...] a relação entre o Eu e o Universo [...]” (2º parágrafo)
Assinale a opção em que a palavra sublinhada foi formada pelo mesmo processo que a palavra destacada acima. 
a) O beija-flor voou feliz até o ninho. 
b) Infeliz aquele que não ama o próximo. 
c) – Silêncio! Pediu o professor à turma. 
d) O resgate dos feridos aconteceu normalmente. 
e) A falta cometida pelo jogador foi desleal. 
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 
Leia o texto abaixo e responda à(s) questão(ões) a seguir.
Laivos de memória
“... e quando tiverem chegado, vitoriosamente,
ao fim dessa primeira etapa,
mais ainda se convencerão de que
abraçaram uma carreira difícil,
árdua, cheia de sacrifícios,
mas útil, nobre e, sobretudo bela.”
(NOSSA VOGA, Escola Naval, Ilha de Villegagnon, 1964)
	Há quase 50 anos, experimentei um misto de angústia, tristeza e ansiedade que meu jovem coração de adolescente soube suportar com bravura.
Naquela ocasião, despedia-me dos amigos de infância e da família e deixava para trás bucólica cidadezinha da região serrana fluminense. A motivação que me levava a abandonar gentes e coisas tão caras era, naquele momento, suficientemente forte para respaldar a decisão tomada de dar novos rumos à minha vida. Meu mundo de então se tornara pequeno demais para as minhas aspirações. Meus desejos e sonhos projetavam horizontes que iam muito além das montanhas que circundam minha terra natal.
Como resistir à sedução e ao fascínio que a vida no mar desperta nos corações dos jovens?
Havia, portanto, uma convicção: aquelas despedidas, ainda que dolorosas – e despedidas são sempre dolorosas – não seriam certamente em vão. Não tinha dúvidas de que os sonhos que acalentavam meu coração pouco a pouco iriam se converter em realidade.
Em março de 1962, desembarcávamos do Aviso Rio das Contas na ponte de atracação do Colégio Naval, como integrantes de mais uma Turma desse tradicional estabelecimento de ensino da Marinha do Brasil.
Ainda que a ansiedade persistisse oprimindo o peito dos novos e orgulhosos Alunos do Colégio Naval, não posso negar que a tristeza, que antes havia ocupado espaço em nossos corações, era naquele momento substituída pelo contentamento peculiar dos vitoriosos. E o sentimento de perda, experimentado por ocasião das despedidas, provara-se equivocado: às nossas caras famílias de origem agregava-se uma nova, a Família Naval, composta pelos recém-chegados companheiros; e às respectivas cidades de nascimento, como a minha bucólica Bom Jardim, juntava-se, naquele instante, a bela e graciosa enseada Batista das Neves em Angra dos Reis, como mais tarde se agregaria à histórica Villegagnon em meio à sublime baía de Guanabara.
Ao todo foram seis anos de companheirismo e feliz convivência, tanto no Colégio como na Escola Naval. Seis anos de aprendizagem científica, humanística e, sobretudo, militar-naval. Seis anos entremeados de aulas, festivais de provas, práticas esportivas, remo, vela, cabo de guerra, navegação, marinharia, ordem-unida, atividades extraclasses, recreativas, culturais e sociais, que deixaram marcas indeléveis.
Estes e tantos outros símbolos, objetos e acontecimentos passados desfilam hoje, deliciosa e inexoravelmente distantes, em meio a saudosos devaneios.
Ainda como alunos do Colégio Naval, os contatos preliminares com a vida de bordo e as primeiras idas para o mar – a razão de ser da carreira naval.
Como Aspirantes, derrotas mais longas e as primeiras descobertas: Santos, Salvador, Recife e Fortaleza!
Fechando o ciclo das Viagens de Instrução, o tão sonhado embarque no Navio-Escola. Viagem maravilhosa! Nós, da Turma Míguens, Guardas-Marinha de 1967, tivemos a oportunidade ímpar e rara de participar de um cruzeiro ao redor do mundo em 1968: a Quinta Circum-navegação da Marinha Brasileira.
Após o regresso, as platinas de Segundo-Tenente, o primeiro embarque efetivo e o verdadeiro início da vida profissional – no meu caso, a bordo do cruzador Tamandaré, o inesquecível C-12. Era a inevitável separação da Turma do CN-62/63 e da EM-64/67.
Novamente um misto de satisfação e ansiedade tomou conta do coração, agora do jovem Tenente, ao se apresentar para servir a bordo de um navio de nossa Esquadra. Após proveitosos, mas descontraídos estágios de instrução como Aspirante e Guarda-Marinha, quando as responsabilidades eram restritas a compromissos curriculares, as platinas de Oficial começariam, finalmente, a pesar forte em nossos ombros. Sobre essa transição do status de Guarda-Marinha para Tenente, o notável escritor-marinheiro Gastão Penalva escrevera com muita propriedade: “... é a fase inesquecível de nosso ofício. Coincide exatamente com a adolescência, primavera da vida. Tudo são flores e ilusões... Depois começam a despontar as responsabilidades, as agruras de novos cargos, o acúmulo de deveres novos”.
E esses novos cargos e deveres novos, que foram se multiplicando a bordo de velhos e saudosos navios, deixariam agradáveis e duradouras lembranças em nossa memória. Com o passar dos tempos, inúmeros Conveses e Praça d’ Armas, hoje saudosas, foram se incorporando ao acervo profissional-afetivo de cada um dos integrantes daquela Turma de Guardas-Marinha de 1967.
Ah! Como é gratificante, ainda que melancólico, repassar tantas lembranças, tantos termos expressivos, tanta gíria maruja, tantas tradições, fainas e eventos tão intensamente vividos a bordo de inesquecíveis e saudososnavios...
E as viagens foram se multiplicando ao longo de bem aproveitados anos de embarque, de centenas de dias de mar e de milhares de milhas navegadas em alto mar, singrando as extensas massas líquidas que formam os grandes oceanos, ou ao longo das águas costeiras que banham os recortados litorais, com passagens, visitas e arribadas em um sem-número de enseadas, baías, barras, angras, estreitos, furos e canais espalhados pelos quatro cantos do mundo, percorridos nem sempre com mares bonançosos e ventos tranquilos e favoráveis.
Inúmeros foram também os portos e cidades visitadas, não só no Brasil como no exterior, o que sempre nos proporciona inestimáveis e valiosos conhecimentos, principalmente graças ao contato com povos diferentes e até mesmo de culturas exóticas e hábitos às vezes totalmente diversos dos nossos, como os ribeirinhos amazonenses ou os criadores de serpentes da antiga Taprobana, ex-Ceilão e hoje Sri Lanka.
Como foi fascinante e delicioso navegar por todos esses cantos. Cada novo mar percorrido, cada nova enseada, estreito ou porto visitado tinha sempre um gosto especial de descoberta... Sim, pois, como dizia Câmara Cascudo, “o mar não guarda os vestígios das quilhas que o atravessam. Cada marinheiro tem a ilusão cordial do descobrimento”.
(CÉSAR, CMG (RM1) William Carmo. Laivos de memória. In: Revista de Villegagnon, Ano IV, nº 4, 2009. p. 42-50. Texto adaptado) 
6. que opção encontra-se uma palavra, cujo processo de formação é o mesmo do termo destacado em “[...] o tão sonhado embarque [...].” (11º parágrafo) 
a) “[...] circundam minha terra [...].” (2º parágrafo) 
b) “[...] não seriam certamente em vão.” (4º parágrafo) 
c) “E o sentimento de perda [...].” (6º parágrafo) 
d) “Seis anos entremeados de aulas, [...].” (7º parágrafo) 
e) “[...] o notável escritor-marinheiro [...].” (13º parágrafo) 
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 
GATES E JOBS
Quando as órbitas se cruzam
7Em astronomia, quando as órbitas de duas estrelas se entrecruzam por causa da interação gravitacional, tem-se um sistema binário. Historicamente, ocorrem situações análogas quando uma era é moldada pela relação e rivalidade de dois grandes astros orbitando: Albert Einstein e Niels Bohr na física no século XX, por exemplo, ou Thomas Jefferson e Alexander Hamilton na condução inicial do governo americano. Nos primeiros trinta anos da era do computador pessoal, a partir do final dos anos 1970, o sistema estelar binário definidor foi composto por dois indivíduos de grande energia, que largaram os estudos na universidade, ambos nascidos em 1955.
Bill Gates e Steve Jobs, apesar das ambições semelhantes no ponto de convergência da tecnologia e dos negócios, 5tinham origens bastante diferentes e personalidades radicalmente distintas.
À diferença de Jobs, Gates entendia de programação e tinha uma mente mais prática, mais disciplinada e com grande capacidade de raciocínio analítico. Jobs era mais intuitivo, romântico, e dotado de mais instinto para tornar a tecnologia usável, o design agradável e as interfaces amigáveis. Com sua mania de perfeição, era extremamente exigente, além de administrar com carisma e intensidade indiscriminada. 3Gates era mais metódico; as reuniões para exame dos produtos tinham horário rígido, e ele chegava ao cerne das questões com uma habilidade ímpar. Jobs encarava as pessoas com uma intensidade cáustica e ardente; Gates às vezes não conseguia fazer contato visual, mas era essencialmente bondoso.
4“Cada qual se achava mais inteligente do que o outro, mas Steve em geral tratava Bill como alguém levemente inferior, sobretudo em questões de gosto e estilo”, diz Andy Hertzfeld. “Bill menosprezava Steve porque ele não sabia de fato programar.” Desde o começo da relação, 6Gates ficou fascinado por Jobs e com uma ligeira inveja de seu efeito hipnótico sobre as pessoas. Mas também o considerava “essencialmente esquisito” e “estranhamente falho como ser humano”, e se sentia desconcertado com a grosseria de Jobs e sua tendência a funcionar “ora no modo de dizer que você era um merda, ora no de tentar seduzi-lo”. Jobs, por sua vez, via em Gates uma estreiteza enervante.
2Suas diferenças de temperamento e personalidade 1iriam levá-los para lados opostos da linha fundamental de divisão na era digital. Jobs era um perfeccionista que adorava estar no controle e se comprazia com sua índole intransigente de artista; ele e a Apple se tornaram exemplos de uma estratégia digital que integrava solidamente o hardware, o software e o conteúdo numa unidade indissociável. Gates era um analista inteligente, calculista e pragmático dos negócios e da tecnologia; dispunha-se a licenciar o software e o sistema operacional da Microsoft para um grande número de fabricantes.
Depois de trinta anos, Gates desenvolveu um respeito relutante por Jobs. “De fato, ele nunca entendeu muito de tecnologia, mas tinha um instinto espantoso para saber o que funciona”, disse. Mas Jobs nunca retribuiu valorizando devidamente os pontos fortes de Gates. “Basicamente Bill é pouco imaginativo e nunca inventou nada, e é por isso que acho que ele se sente mais à vontade agora na filantropia do que na tecnologia”, disse Jobs, com pouca justiça. “Ele só pilhava despudoradamente as ideias dos outros.”
(ISAACSON, Walter. Steve Jobs: a biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2011. p. 189-191. Adaptado)
7. Assinale a opção correta quanto à análise das palavras abaixo, em destaque, retiradas do texto 
a) Os termos indissociável e intransigente são formadas somente pelo processo de derivação prefixal. 
b) As palavras ímpar e saída seguem a regra de acentuação gráfica das vogais i e u tônicas dos hiatos. 
c) Na frase, “... tinham... personalidades radicalmente distintas.” (ref. 5), o termo distintas é sinônimo de notáveis. 
d) Nas palavras destacadas em “... Gates ficou fascinado por Jobs e com uma ligeira inveja de seu efeito hipnótico...” (ref. 6), há, respectivamente, dígrafo, dígrafo e encontro consonantal. 
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 
VELHO MARINHEIRO
Homenagem aos marinheiros de sempre... e para sempre.
	28Sou marinheiro porque um dia, muito jovem, estendi meu braço diante da bandeira e jurei lhe dar minha vida.
	 Naquele dia de sol a pino, com meu novo uniforme branco, 21senti-me homem de verdade, como se estivesse dando adeus aos tempos de garoto. 29Ao meu lado, as vozes de outros jovens soavam em uníssono com a minha, vibrantes, e terminamos com emoção, de peitos estufados e orgulhosos. 5Ao final, minha mãe veio em minha direção, apressada em me dar um beijo. 20Acariciou-me o rosto e disse que eu estava lindo de uniforme. 6O dia acabou com a família em festa; 11eu lembro-me bem, fiquei de uniforme até de tarde...
	Sou marinheiro, porque aprendi, naquela Escola, o significado nobre de companheirismo. 7Juntos no sofrimento e na alegria, um safando o outro, leais e amigos. Aprendi o que é civismo, respeito e disciplina, no princípio, exigidos a cada dia; depois, como parte do meu ser e, assim, para sempre. 23A cada passo havia um novo esforço esperando e, depois dele, um pequeno sucesso. 26Minha vida, agora que olho para trás, foi toda de pequenos sucessos. A soma deles foi a minha carreira.
	19No meu primeiro navio, logo cedo, percebi que era novamente aluno. Todos sabiam das coisas mais do que eu havia aprendido. Só que agora me davam tarefas, incumbências, e esperavam que eu as cumprisse bem. 2Pouco a pouco, passei a ser parte da equipe, a ser chamado para ajudar, a ser necessário. 8Um dia vi-me ensinando aos novatos 12e dei-me conta de que me tornara marinheiro, de fato e de direito, um profissional! 32O navio passou a ser minha segunda casa, onde eu permanecia mais tempo, às vezes, do que na primeira. Conhecia todos, alguns mais até do que meus parentes. Sabia de suas manhas, cacoetes, preocupações e de seus sonhos. Sem dar conta, meu mundo acabava no costado do navio.
	9A soma de tudo que fazemos e vivemos, pelo navio, 14é uma das coisas mais belas, que só há entre nós, em mais nenhum outro lugar. 24Por issosou marinheiro, porque sei o que é espírito de navio.
	Bons tempos aqueles das viagens, dávamos um duro danado no mar, em serviço, postos de combate, adestramento de guerra, dia e noite. 30O interessante é que em toda nossa vida, 15quando buscamos as boas recordações, elas vêm desse tempo, das viagens e dos navios. 16Até 13as durezas por que passamos são saborosas 1ao lembrar, talvez porque as vencemos e fomos adiante. 
	É aquela história dos pequenos sucessos.
	A volta ao porto era um acontecimento gostoso, sempre figurando a mulher. Primeiro a mãe, depois a namorada, a noiva, a esposa. Muita coisa a contar, a dizer, surpresas de carinho. A comida preferida, o abraço apertado, o beijo quente... e o filho que, na ausência, foi ensinado a dizer papai. 
	31No início, eu voltava com muitos retratos, principalmente quando vinha do estrangeiro, depois, com o tempo, eram poucos, até que deixei de levar a máquina. 10Engraçado, 22vocês já perceberam que marinheiro velho dificilmente baixa a terra com máquina fotográfica? Foi assim comigo.
	34Hoje os navios são outros, os marinheiros são outros - sinto-os mais preparados do que eu era - mas a vida no mar, as viagens, os portos, a volta, estou certo de que são iguais. Sou marinheiro, por isso sei como é. 
	Fico agora em casa, querendo saber das coisas da Marinha. E a cada pedaço que ouço de um amigo, que leio, que vejo, me dá um orgulho que às vezes chega a entalar na garganta. 4Há pouco tempo, voltei a entrar em um navio. Que coisa linda! 35Sofisticado, limpíssimo, nas mãos de uma tripulação que só pode ser muito competente para mantê-lo pronto. 33Do que me mostraram eu não sabia muito. Basta dizer que o último navio em que servi já deu baixa. 17Quando saí de bordo, parei no portaló, voltei-me para a bandeira, inclinei a cabeça... e, minha garganta entalou outra vez.
	Isso é corporativismo; não aquele enxovalhado, que significa o bem de cada um, protegido à custa do desmerecimento da instituição; mas o puro, que significa o bem da instituição, protegido pelo merecimento de cada um. 
	27Sou marinheiro e, portanto, sou corporativista. 
	Muitas vezes 25a lembrança me retorna aos dias da ativa e morro de saudades. 18Que bom se pudesse voltar ao começo, vestir aquele uniforme novinho — até um pouco grande, ainda recordo — Jurar Bandeira, ser beijado pela minha falecida mãe... 
	3Sei que, quando minha hora chegar, no último instante, verei, em velocidade desconhecida, o navio com meus amigos, minha mulher, meus filhos, singrando para sempre, indo aonde o mar encontra o céu... e, se São Pedro estiver no portaló, direi: 
	– Sou marinheiro, estou embarcando.
 Autor desconhecido. In: Língua portuguesa: leitura e produção de texto. Rio de Janeiro: Marinha do Brasil, Escola Naval, 2011. p. 6-8) 
 
Glossário
- Portaló: abertura no casco de um navio, ou passagem junto à balaustrada, por onde as pessoas transitam para fora ou para dentro, e por onde se pode movimentar carga leve. 
8. Em que opção o autor, ao reportar-se ao passado, emprega um termo cujo sufixo tem valor intensificador? 
a) “Até as durezas por que passamos são saborosas ao lembrar [...].” (ref. 16) 
b) “Quando saí de bordo, parei no portaló, voltei-me para a bandeira [...].” (ref. 17) 
c) “Que bom se pudesse voltar ao começo, vestir aquele uniforme novinho [...].” (ref. 18) 
d) “No meu primeiro navio, logo cedo, percebi que era novamente aluno.” (ref. 19) 
e) “Acariciou-me o rosto e disse que eu estava lindo de uniforme.” (ref. 20) 
 
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 
Considere o texto abaixo para responder à(s) questão(ões). 
Quantos seres humanos a Terra seria capaz de suportar?
O número ideal seria entre a bilhões de pessoas. Atualmente, porém, a população é de bilhões. Ou seja, já somos mais do que o dobro do que a Terra conseguiria abrigar de forma sustentável. De acordo com o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), três fatores devem ser considerados para o cálculo: disponibilidade de comida, água e terra; padrão de consumo e capacidade do planeta de absorver a poluição; e número de pessoas. Para o pesquisador Alan Weisman, autor de Contagem Regressiva – A Nossa Última e Melhor Esperança para um Futuro na Terra, há um paradoxo. Não adianta aumentar a nossa capacidade de alimentar e manter bilhões de pessoas vivas se cada vez mais pessoas continuarem nascendo. "No início do século 20 éramos bilhões e tínhamos vastas florestas, qualidade de vida, comida para todo mundo e pouca emissão de combustíveis fósseis. Ou seja, tínhamos um planeta saudável", afirma Weisman. 
SACO SEM FUNDO 
Com o avanço da tecnologia e da medicina, mais gente vive por mais tempo. Também produzimos mais grãos utilizando o mesmo espaço – atualmente, nos EUA, cerca de dos grãos alimentam gado (que geram alimento para o homem). Porém, quanto mais comida produzimos, mais pessoas surgem para serem alimentadas. 
ALÍVIO TEMPORÁRIO 
A taxa de natalidade mundial está diminuindo. Atualmente muitas pessoas vivem nas cidades e as famílias não precisam ter tantas crianças (antigamente, os filhos eram importante força de trabalho na lavoura). Além disso, os lares estão cada vez menores e o custo de vida maior. Por tudo isso, pessoas urbanas têm cada vez menos filhos. 
SOMOS EXAGERADOS 
Desenvolvimento também não é garantia de abundância. Se toda a população consumisse como os americanos, a Terra não suportaria - precisaríamos do triplo de recursos existentes atualmente. Mas nem precisamos ir tão longe: com o consumo médio atual, já exploramos pelo menos duas vezes mais do que o planeta oferece. 
PLANEJAMENTO FAMILIAR 
De acordo com Alan Weisman, podemos reduzir a quantidade de pessoas que vivem na Terra ao longo de três gerações sem tomar medidas extremas. "Há países que reduziram o número de habitantes apenas com distribuição de contraceptivos, educação e planejamento familiar, sem precisar obrigar as famílias a ter menos filhos". 
http://mundoestranho.abril.com.br/materia/quantos-seres-humanos-a-terra-seria-capaz-de-suportar 
9. Considere o seguinte trecho: “Desenvolvimento também não é garantia de abundância.” A palavra grifada encontra-se acentuada porque: 
a) é uma palavra paroxítona, terminada em ditongo oral. 
b) é uma palavra paroxítona terminada em ditongo decrescente nasal. 
c) é uma palavra oxítona terminada em a. 
d) é uma palavra em que há um hiato oral. 
e) é uma palavra oxítona terminada em hiato. 
10. Nas palavras gratuito, vácuo, frear e mínguam, há, respectivamente, 
a) ditongo crescente, ditongo decrescente, hiato e tritongo. 
b) hiato, ditongo crescente, hiato e tritongo. 
c) hiato, ditongo decrescente, hiato e ditongo crescente. 
d) ditongo decrescente, ditongo crescente, hiato e tritongo. 
e) ditongo decrescente, ditongo crescente, hiato e ditongo crescente. 
11. Assinale a opção que contenha trecho com a conhecida função metalinguística presente na obra de Machado de Assis:
a) Ora bem, faz hoje um ano que voltei definitivamente da Europa. O que me lembrou esta data foi, estando a beber café, o pregão de um vendedor de vassouras e espanadores: “Vai vassouras! vai espanadores!”.
b) Cuido haver dito, no capítulo XIV, que Marcela morria de amores pelo Xavier. Não morria, vivia. Viver não é a mesma cousa que morrer (…).
c) Rubião não sabia que dissesse; Sofia, passados os primeiros instantes, readquiriu a posse de si mesma; respondeu que, em verdade, a noite era linda (…).
d) Assim chorem por mim todos os olhos de amigos e amigas que deixo neste mundo, mas não é provável. Tenho-me feito esquecer.
e) Para não ser arrastado, agarrei-me às outras partes vizinhas, às
orelhas, aos braços, aos cabelos espalhados pelos ombros (…).
12. 
A charge retrata um comportamento recorrente nos dias atuais: a insatisfação das pessoas com o peso. No entanto, do ponto de vista orgânico, o peso corporal se torna um problema à saúde quando 
a) estimula a adesão à dieta. 
b) aumenta conforme a idade. 
c) expressa a inatividade da pessoa. 
d) provoca modificações na aparência.e) acomete o funcionamento metabólico. 
13. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 
Leia o soneto XLVI, de Cláudio Manuel da Costa (1729-1789), para responder à(s) questão(ões) a seguir.
Não vês, Lise, brincar esse menino
Com aquela avezinha? Estende o braço,
Deixa-a fugir, mas apertando o laço,
A condena outra vez ao seu destino.
Nessa mesma figura, eu imagino,
Tens minha liberdade, pois ao passo
Que cuido que estou livre do embaraço,
Então me prende mais meu desatino.
Em um contínuo giro o pensamento
Tanto a precipitar-me se encaminha,
Que não vejo onde pare o meu tormento.
Mas fora menos mal esta ânsia minha,
Se me faltasse a mim o entendimento,
Como falta a razão a esta avezinha.
(Domício Proença Filho (org.). A poesia dos inconfidentes, 1996.) 
14. No soneto, o menino e a avezinha, mencionados na primeira estrofe, são comparados, respectivamente, 
a) ao eu lírico e a Lise. 
b) a Lise e ao eu lírico. 
c) ao desatino e ao eu lírico. 
d) ao desatino e à liberdade. 
e) a Lise e à liberdade. 
 
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 
Para responder à(s) questão(ões) a seguir, considere o texto abaixo:
Finalmente, a bandeira. Tiradentes propôs que fosse adotado o triângulo representando a Santíssima Trindade, com alusão às cinco chagas de Cristo crucificado, presente nas armas portuguesas. Já Alvarenga propôs a imagem de um índio quebrando os grilhões do colonialismo, com a inscrição “Libertas quae sera tamen” (Liberdade, ainda que tardia), do poeta latino Virgílio, e que foi adotada e consagrada.
(MOTA, Carlos Guilherme e LOPEZ, Adriana. História do Brasil: uma interpretação.
São Paulo, Ed. 34, 2015, 4. ed. p. 261)
 
14. A referência ao poeta latino Virgílio faz lembrar que 
a) entre os nossos poetas românticos, os ideais clássicos ganharam novo alento. 
b) Cláudio Manuel da Costa e Tomás Antônio Gonzaga opuseram-se aos artifícios clássicos. 
c) as lutas nacionalistas do século XIX deveram muito aos pensadores do Classicismo. 
d) a religiosidade medieval incorporou-se às lutas libertárias do século XVIII. 
e) nossos árcades e inconfidentes mostraram-se sensíveis aos valores da poesia clássica. 
 
15. Leia o soneto abaixo, de Gregório de Matos Guerra, para responder à questão.
Fábio: que pouco entendes de finezas:
Quem faz só o que pode, a pouco se obriga
Quem contra os impossíveis se fatiga,
a esse cede o Amor em mil 1ternezas.
Amor comete sempre altas empresas:
Pouco amor, muita sede não mitiga:
Quem impossíveis vence, esse é que instiga
vencer por ele muitas estranhezas.
As durezas da cera, o Sol abranda,
a da terra as branduras endurece:
Atrás do que resiste, o raio é que anda.
Quem vence a resistência, se enobrece:
Quem faz o que não pode, impera e manda:
Quem faz mais do que pode, esse merece.
1ternezas: ternuras
GUERRA, Gregório de Matos. A um namorado, que se presumia de obrar finezas. In: HOLANDA, Sérgio Buarque de. Antologia dos Poetas Brasileiros da Fase Colonial. São Paulo: Perspectiva, 1979. p.65-66.
A leitura atenta do texto permite afirmar que 
a) se trata de soneto em versos decassílabos e que, portanto, escapa, em alguma medida, à forma e à temática do Barroco. 
b) a temática da mitologia clássica – Amor, ou Eros, presente nos dois primeiros quartetos – é o que caracteriza o soneto acima como Barroco. 
c) a recorrência do pronome “quem”, ao longo dos dois primeiros quartetos, que culmina na última estrofe, revela as contradições típicas do Barroco. 
d) o fato de o eu lírico dirigir-se a “Fábio” e de fazer-lhe recomendações, na forma de soneto, assevera sua matriz contraditória e, portanto, barroca. 
e) a oposição entre fazer apenas o possível, de um lado, e fazer o impossível, de outro, confere feição barroca ao poema, pontilhando-o de antíteses. 
Simulado 02 - EXTENSIVA
	
7
1. C
2. D
3. C
4. E
5. C
6. C
7. D
8. C
9. A
10. X
11. B
12. E
13. B
14. E
15. E
GABARITO SIMULADO 02 EXTENSIVA
1. C |– 2. D | 3. C | 4. E | 5. C
6. C | 7. D | 8. C | 9. A | 10. X
11. B | 12. E | 13. B | 14. E | 15. E
	
1,5
3
7
2
70%

Outros materiais