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Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC)

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DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA 
 
 
 
 
 
 
 
 A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é definida como doença respiratória 
prevenível e tratável, caracterizada por obstrução crônica ao fluxo aéreo que não é 
totalmente reversível. Pode ser resumida como uma espécie de associação entre a 
doença de pequenos brônquios (bronquite crônica obstrutiva) e a destruição de 
parênquima pulmonar (enfisema). A bronquite crônica é definida pela presença de tosse 
e expectoração na maioria dos dias, por no mínimo, três meses por ano, durante dois 
anos consecutivos. O enfisema pulmonar ocorre pelo aumento dos espaços aéreos 
distais ao bronquíolo terminal, com destruição das paredes alveolares. 
 A inflamação das vias aéreas e destruição do parênquima pulmonar são as 
alterações características da DPOC e contribuem para a limitação ao fluxo aéreo, que é 
um marcador funcional da doença sendo está relacionada a resposta inflamatória 
anormal dos pulmões à inalação de partículas e ou gases tóxicos sobretudo a fumaça do 
cigarro. A exposição à fumaça de combustão de lenha, a poeiras e à fumaça ocupacional 
deve ser pesquisada e pode ser encontrada no paciente com DPOC. 
 O desenvolvimento da DPOC envolve diferentes mecanismos e fatores como: a 
inflamação, o desequilíbrio entre protease/antiprotease, fatores genéticos, estresse 
oxidativo (desequilíbrio oxidante/antioxidante) e a injúria ambiental (tabagismo). O 
tabagismo é o maior fator de risco para o desenvolvimento da DPOC, por gerar espécies 
reativas de oxigênio (EROs) no pulmão e demais tecidos do organismo dos indivíduos 
expostos. A recorrente produção de EROs associada à inflamação persistente, podem 
causar extenso dano tecidual e promover a exacerbação da doença, amplificando outros 
mecanismos coparticipantes. 
 Os agentes oxidantes podem aumentar a quantidade de muco secretado pelas 
glândulas brônquicas, aumentar a migração de neutrófilos para o pulmão, inativar 
antiproteases e proliferar fibroblastos. Várias substâncias como vitamina C, glutationa, 
ácido úrico, bilirrubina, vitamina E, vitamina A e albumina possuem a capacidade de 
bloquear a ação de moléculas oxidativas 
 
 
 
 
 
 Este desequilíbrio entre a formação de radicais livres de oxigénio e capacidade 
antioxidante está envolvida na patogênese da doença e pode causar lesão celular, 
hipersecreção mucosa, inativação de antiproteases e aumentar a inflamação pulmonar 
por meio da ativação de fatores de transcrição. O mecanismo inflamatório da DPOC 
envolve diferentes células, interleucinas (IL) e produtos oxidantes, que formam um 
caldo inflamatório e que se relacionam com a matriz extracelular, modificando o arranjo 
da estrutura pulmonar e os seus componentes como as fibras elásticas e o músculo 
bronquiolar. Pacientes com DPOC demonstram a perda progressiva da capacidade 
elástica do pulmão. 
 
 Os radicais livres, são espécies reativas (de oxigênio - ERO ou de nitrogênio - 
ERN) e constituem-se em átomos ou grupo de átomos que possuem elétrons livres não 
INTRODUÇÂO 
 
PATOGENIA 
 
DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA 
 
 
pareados em sua camada orbital externa, o que explica sua instabilidade e elevada 
reatividade. As EROs são parte integrante do metabolismo celular, participam dos 
processos fisiológicos envolvidos na produção de energia, regulação do crescimento 
celular, fagocitose, sinalização intracelular e síntese de hormônios e enzimas. 
 O principal efeito adverso do tabagismo ativo ou passivo sobre o tecido pulmonar é 
decorrente da ação de numerosos compostos emitidos na forma de gases, oxidantes e 
pró-oxidantes. O tabagismo promove aumento da produção de ERO uma vez que a 
fumaça do cigarro, possui diversos elementos capazes de aumentar essa produção, bem 
como, reduzir a concentração de antioxidantes séricos, gerando desequilíbrio redox e, 
consequentemente, dano tecidual. 
 As substâncias tóxicas presentes na fumaça, como a quinona e semiquinona, entram 
em contato com o alvéolo pulmonar, sofrem metabolismo e resultam na redução de 
oxigênio no ânion superóxido que, pela ação da enzima superóxido dismutase (SOD), é 
transformado em peróxido de hidrogênio (H2O2), que é convertido no radical hidroxila 
(-OH •), altamente oxidativo. Acarreta a instalação de situações de desequilíbrio entre 
os sistemas oxidante e antioxidante, com predomínio dos oxidantes, que resulta em 
efeitos negativos sobre o sistema fisiológico, denominado estresse oxidativo 
 O organismo possui um sistema antioxidante enzimático composto por enzimas 
como superóxido dismutase (SOD), catalase (CAT) e glutamina peroxidase e glutationa 
redutase. No entanto, quando esse sistema é superado por substâncias oxidantes, 
representadas principalmente pelas ERO podem causar danos ao organismo. 
 As EROs reagem com ácidos nucléicos, lipídeos e proteínas, causando danos às 
células pulmonares e estruturais. Elas também podem induzir a remodelação da matriz 
extracelular do pulmão, assim como a apoptose e a proliferação celular, ou pode 
interferir na respiração celular e mecanismos imunes e de reparação, assim como 
reduzir a manutenção de surfactante e de proteção antiprotease. 
 Há evidências recentes de alterações similares às que ocorrem no pulmão, isto é, o 
estresse oxidativo e a inflamação podem estar envolvidos nos mecanismos de 
desenvolvimento dos efeitos sistêmicos da DPOC. 
 Pacientes com DPOC apresentam perda de peso, indicador independente de 
desfecho da doença. Perda de massa magra no corpo também resulta em disfunção 
muscular periférica, diminuição da capacidade para realizar exercícios e da qualidade de 
vida, alterações que são importantes determinantes de prognóstico e sobrevida em 
pacientes com DPOC. 
 
 
 
 
 
 
 O diagnóstico de DPOC é feito com base em sinais e sintomas respiratórios 
crônicos, na presença de fatores de risco para a doença, associados a distúrbio 
ventilatório irreversível de tipo obstrutivo à espirometria (relação volume expiratório 
forçado em 1 segundo (VEF1)/capacidade vital forçada (CVF) inferior de 0,70) após 
teste com broncodilatador (BD), em situação clínica estável. 
 Com vistas à identificação precoce, está indicada espirometria com teste com BD 
para pacientes fumantes ou ex-fumantes, com mais de 40 anos, que apresentem 
sintomas respiratórios crônicos. Avaliação Espirométrica: a valia-se CVF (capacidade 
vital forçada), o VEF1 (volume expiratório forçado no primeiro segundo), pois mostram 
DIAGNÓSTICO 
 
DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA 
 
 
menor variabilidade inter e intra-individual. existência de limitação do fluxo aéreo é 
definida pela presença da relação VEF1/CVF abaixo de 0,70 pós-broncodilatador. 
 
 
 
 
 
 
 
 
DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA 
 
 
Avaliação Diagnóstica Complementar 
Radiografia simples de tórax em 
projeção póstero anterior e perfil 
Avaliar sinais radiológicos de bronquite 
crônica ou enfisema, sinais de 
insuficiência cardíaca, nódulos 
pulmonares, sequela de tuberculose, entre 
outros 
Hemograma Avaliar anemia ) ou policitemia, 
indicativa de hipoxemia crônica 
Oximetria em repouso Avaliar a gravidade e a indicação de 
oxigenoterapia 
Eletrocardiografia em repouso e 
ecocardiografia 
Em que há suspeita de hipertensão 
pulmonar e cor pulmonale 
Dosagem de alfa-1 antitripsina Indicada para casos de enfisema pulmonar 
de início precoce, inferior a 45 anos 
 
 
 
 
 
TRATAMENTO NÃO MEDICAMENTOSO 
Cessação do tabagismo É a única medida comprovadamente eficaz 
para reduzir a progressão da DPOC 
Reabilitação pulmonar e fisioterapia 
respiratória 
Fomentar melhora da capacidade para o 
exercício e a qualidade de vida. 
recondicionamento cardiovascular e 
treinamento muscular de membros 
superiores e inferiores e de resistência física 
Tratamento cirúrgico Pacientes com DPOC grave ou muito grave.Cirurgia redutora de volume e transplante 
pulmonar 
 
TRATAMENTO MEDICAMENTOSO 
 
A base do tratamento medicamentoso são os broncodilatadores por via inalatória, os quais 
proporcionam alívio sintomático 
 
 
Broncodilatadores 
melhorar o controle dos sintomas e favorecer 
a adesão de pacientes com doença moderada 
ou grave com sintomas persistentes 
 
Corticosteroide 
considerar a associação com 
broncodilatadores quando a primeira base 
não resolve. 
Oxigenoterapia domiciliar reduz a mortalidade em pacientes 
hipoxêmicos crônicos 
 
 
 
TRATAMENTO 
 
DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RUFINO, Rogério; SILVA, José Roberto Lapa e. Bases celulares e bioquímicas da doença pulmonar 
obstrutiva crônica. J. bras. pneumol. , São Paulo, v. 32, n. 3, pág. 241-248, junho de 2006. Disponível 
em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806-37132006000300011&lng=en&nrm 
=iso>. acesso em 21 de abril de 2021. 
 
DOURADO, Victor Zuniga et al . Manifestações sistêmicas na doença pulmonar obstrutiva crônica. J. 
bras. pneumol., São Paulo , v. 32, n. 2, p. 161-171, Apr. 2006 . Disponível em: 
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806-37132006000200012&lng=en&nrm=iso>. 
acesso em 21 de abril de 2021 
 
RUFINO, Rogério. Et al. Patogenia da doença pulmonar obstrutiva crônica. Revista HUPE, Rio 
de Janeiro, 2013;12(2):19-30. Disponível em: http://bjhbs.hupe.uerj.br/WebRoot/pdf/390_pt.pdf. Acesso 
em 21 de abril de 2021 
 
 
Referência

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