Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Artrite reumatoide Doença inflamatória, crônica, autoimune Curso: recidivas e remissões Etiologia desconhecida Maior incidência: mulheres, 40-50 anos Anquilose, osteoesclerose Caráter sistêmico e interno Classificação Artrite reumatoide seropositiva: doença clássica com fator reumatoide positivo Artrite reumatoide seronegativa: paciente não apresenta fator reumatoide Caracterizada por Poliartrite periférica, simétrica, principalmente mãos e punhos Rigidez matinal Deformidade, destruição articular por erosão óssea e da cartilagem Diagnóstico Associação de: Manifestações clínicas Achados laboratoriais Achados imaginológicos Manifestações clínicas Rigidez matinal Durando pelo menos 1h Principalmente pequenas articulações Artrite de três ou mais áreas Edema de partes moles, derrame articular, observados pelo médico Artrite de articulações das mãos Inflamação das articulações das mãos Articulação % Metacarpo falangeanas 91 Interfalangianas proximais 91 Punhos 78 Joelhos 65 Ombros 65 Tornozelos 50 Pés 43 Cotovelos 38 Quadris 17 Temporomandibular 8 Coluna cervical 4 Esterno clavicular 2 Distribuição articular por frequência de envolvimento na AR Classificação Caracterizada por: Pietra Rosa TXIX Persistência da inflamação Lesão articular Paciente tem curso de recidivas e remissões: cada crise/ atividade da doença contribui para a piora do quadro do paciente Deformidade local e limitação funcional O processo inflamatório mantido/recidivante que leva a destruição articular causando as deformidades Deformidade simétrica e bilateral Articulações em pescoço de cisne: aspecto deformado dos dedos típico da AR Mão em botoeira: típica da AR Desvio ulnar + mão em botoeira + dedos em pescoço de cisne = característica final da destruição articular da AR Nódulos subcutâneos (localizados em faces de extensão) Cotovelos, região dorsal da mão, pernas, etc. Desfavoráveis 35% dos pacientes com AR Sinais de olhos secos e boca seca (xeroftalmia e xerostomia) 40 – 45% dos pacientes com AR Pode ser a forma que inicia a AR Nos olhos pode provocar conjuntivites, queratites, queratoconjutivites Na boca pode provocar úlceras orais, lesões orais que podem levar a processos infecciosos como candidíase, etc. Inflamação ocular Devido aos olhos secos Esplenomegalia Artrite reumatoide + esplenomegalia provocam a síndrome de Felty Vasculite (rara) Púrpura palpável O processo inflamatório dos vasos (vasculite) pode causar o rompimento destes, gerando a púrpura palpável Dor abdominal Vasculite pode comprometer vasos sanguíneos intracavitários, causando dor abdominal Neuropatia compressiva 25% dos pacientes Comprometimento do pulmão Pneumonite intersticial 15% dos pacientes Evolução do paciente Processo inflamatório Mão em Botoeira e pescoço de cisne Deformidade definitiva e final Nódulos reumatoides Firmes Localizados em superfícies extensoras Normalmente indolores Gerados pela resposta inflamatória subcutânea Outras localizações: Pulmões, miocárdio, SCN, couro cabeludo e laringe Refletem possível comprometimento de órgãos internos Quando são achados no subcutâneo deve-se fazer uma busca por nódulos sistêmicos Associados a fator reumatoide positivo Indica grau importante de atividade da doença (podendo estar comprometendo outros órgãos) Evento desfavorável Simétricos, bilaterais Histopatologia Área central amorfa constituída por necrose fibrinóide (indica doença de caráter imunológico) – devido a destruição do colágeno Área inflamatória que envolve a necrose fibrinóide Constituída por linfócitos, macrófagos, células gigantes, plasmócitos, fibroblastos e células plasmáticas Fibroblastos orientados radialmente à zona central de colágeno necrótico Critérios para classificação da AR (ACR-1988) São 7 critérios Geralmente de 1-4 critérios presentes em um período de aproximadamente 6 semanas caracteriza como positivo a AR Critérios para classificação da AR 1- Rigidez articular (pelo menos uma hora) 2- Artrite de três ou mais áreas articulares (mãos, punhos, cotovelos, joelhos, tornozelos, pés) 3- Artrite das articulações das mãos 4- Artrite simétrica (ambos os lados do corpo) 5- Nódulos reumatoides 6- Presença de fator reumatoide 7- Alterações radiológicas (erosões e/ou porose justarticular) Em 2010 foram criados mais critérios, onde de 6-10 critérios presentes indicam artrite reumatoide O diagnóstico da AR é inicialmente clínico, existindo diversos exames clínicos complementares para auxiliar na confimação diagnóstica Avaliação laboratorial Hemograma completo Anemia crônica, moderada/intensa: doença de caráter autoimune pode destruir hemácias provocando anemia Necrose fibrinóide Células plasmáticas Trombocitose Paciente pode ter aumento de plaquetas devido ao processo inflamatório mantido Velocidade de hemossedimentação (VHS) Aumentada: indica processo inflamatório de atividade da doença Todo processo de caráter autoimune deve realizar esse exame Fator reumatoide Presente em 80% dos pacientes Outros fatores que causam fator reumatoide positivo Outras doenças do tecido conectivo: LES, esclerodermia, síndrome de SJogren, doença mista do colágeno Processos infecciosos virais Doenças crônicas inflamatórias: tuberculose, hanseníase, endocardite infecciosa, sarcoidose, leishmaniose, hepatopatias, etc. Alfa-1-glicoproteína Aumentada Proteína C reativa Aumentada Sempre deve ser realizada Anticorpos Para identificar que é uma doença de caráter autoimune deve-se identificar a presença de autoanticorpos Antiflagrina Antiprofilagrina Antipeptídeo citrulinado cíclico: anticorpo que faz o diagnóstico da artrite reumatoide Radiografia Radiografia Articulações mãos e pés (áreas típicas da doença) Tendo ou não tendo deformidades Articulações comprometidas Deve ser feita obrigatoriamente Fase precoce Fase de artrite Osso conservado, normal Articulações e espaços articulares conservados Densidade óssea normal Discreto aumento de partes moles (indica a presença de processo inflamatório local) Fase tardia Processo de recidivas causam deformidades Desvio ulnar Mãos em botoeira Articulações em pescoço de cisne Perda do espaço articular Destruição articular Osteopenia óssea Histopatologia PANNUS Sinovite difusa proliferativa O processo inflamatório articular que acomete a cápsula e espaço sinovial provoca uma sinovite difusa proliferativa denominada PANNUS Justifica a destruição articular É único, exclusivo, da lesão articular da AR (identifica a AR) Os anticorpos/ imunocoplexos que se localizam no espaço articular causam as recidivas do processo inflamatório Esse processo inflamatório mantido na membrana sinovial causam a hiperplasia das células da membrana sinovial Esse estímulo causa um processo inflamatório crônico associado a linfócitos, plasmócitos e células gigantes nessa região Esse processo inflamatório mantido (como todo processo inflamatório crônico) está associado a uma angiogênese/ neovascularização com edema inflamatório associado Esse tecido faz com que toda a membrana sinovial seja substituída por esse tecido inflamatório que é o PANNUS nódulos ricos em tecido inflamatório, hipervascularizados que vai estar presente em toda a área do espaço articular Esse tecido rico em células inflamatórias, neovascularizado, hiperplasia sinovial, penetra em todos os tecidos adjacentes/ vizinhos, dessa articulação comprometida Quanto maior a infiltração, maior o comprometimento da área A medida que compromete todo o espaço e cápsulaarticular causa a erosão óssea da cartilagem provocando a deformidade articular Cada vez que o paciente movimenta a articulação comprometida com esse tecido, como e rico em vasos sanguíneos, essa massa inflamatória rompe, provocando sangramento da região, gerando hemossiderose, podendo gerar calcificação da região A medida que se provoca esse rompimento do tecido gera a destruição e substituição do espaço articular, causando a deformidade permanente no paciente Evolução do paciente Membrana sinovial PANNUS Evolução Diagnóstico ideal antes dos 6 meses do começo da doença Ainda com tratamento ou sem tratamento ocorrem: Erosões: 67-76% nos 2 primeiros anos Incapacidade para o trabalho: 50% nos 2-10 primeiros anos Incapacidade funcional: 90% em 10-20 anos de evolução da doença Doença incapacitante onde quanto mais precoce o diagnóstico melhor para o paciente, porém, mesmo assim pode evoluir para esses eventos Parâmetros de mau prognóstico • Início da doença em idade mais precoce • Altos títulos de fator reumatoide • VHS e/ou proteína C reativa elevada persistentemente • Artrite em mais de 20 articulações • Comprometimento extra articular: presença de nódulos reumatoides, síndrome de de Sjogren, episclerite, esclerite, doença pulmonar intersticial, pericardite, vasculite sistêmica e síndrome de Felty • Presença de erosões nos dois primeiros anos da doença (raio X mãos e pés) estreitamento do espaço articular Diagnóstico diferencial O diagnóstico diferencial é feito a partir de critérios que excluem a AR ou a doença em questão Diagnósticos diferenciais da AR Lúpus: artrite reumatoide do lúpus é denominado artrite de Jacó Espondiloartropatias Escleodermia, polimiosite Vasculites Gota Osteoporose Síndrome de Sjogren Artrites infecciosas Fibromialgia
Compartilhar