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POP- Exames laboratoriais

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2
ACADÊMICAS: Amélia Aparecida Alarcon Faria.
Risalva Alves dos Santos Andrade.
POP- INSTRUÇÕES DE REALIZAÇÃO DE EXAMES LABORATORAIS.
 MARÇO/2021
 Amélia Aparecida Alarcon Faria
 Risalva Alves dos Santos Andrade
 
           
   PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO      
PROFESSORA: Edna de Melo Peres (3¨ período noturno)
Cuidar em Enfermagem.
	
Março/2021
Sumário
Introdução...............................................................04
Urocultura,EAS.......................................................05
Hemograma.............................................................13
Espermograma........................................................26
Escarro....................................................................35
Fezes.......................................................................38
Swab........................................................................42
Referências bibliográficas.......................................45
Introdução:
O presente trabalho e sobre hemograma, EAS, fezes, uroculturas, SWAB, espermograma e escarros. Os exames laboratoriais são um conjunto de teste encaminhados por um médico responsável e efetuados em laboratórios de analise clínica. O objetivo e um diaguinóstico de uma doença ou apenas um check-up de paciente (controle).
UROCULTURA.
também chamada de urinocultura ou cultura da urina, é um exame laboratorial realizado com a urina que complementa o diagnóstico de infecção urinária causada por bactérias. Uma vez que os rins e a bexiga são locais estéreis, a presença de bactérias pode significar infecção urinária.
 INSTRUÇÕES PARA COLETA DE HEMOCULTURA:
 1. Higienizar as mãos.
 2. Preparar o material, dispor a etiqueta de identificação no frasco, anotando o nome do paciente, leito, data, hora e local de coleta (sítio anatômico). ATENCAO: Não colar a etiqueta de identificação sobre o código de barras do frasco.
 3. Limpar a tampa de borracha com algodão embebido em álcool 70%. Manter o algodão sobre o frasco até o momento da punção ou proceder conforme as instruções do fabricante.
 4. Escolher o melhor local de punção para a coleta de sangue. Colocando o garrote e apalpando livremente as veias do paciente para escolher a mais calibrosa e menos móvel. Soltar o garrote.
 5. Fazer a antissepsia com clorexidina alcoólico 0,5%, friccionando a pele em círculos semiabertos a partir do ponto a ser puncionado. Secar por 30 segundos. Em seguida, aplicar novamente clorexidina alcoólico 0,5% utilizando novo algodão ou gaze. Esperar cerca de 30 segundos para secar, repetir o procedimento por mais uma vez e aguardar secar.
 6. Colocar novamente o garrote e puncionar a veia com agulha e seringa ou dispositivo para coleta a vácuo, sem tocar diretamente no local de punção.
 7. Coletar de 5 a 10ml de sangue (adultos) ou de 1 a 4ml de sangue (crianças) para cada frasco. Para crianças ver tabela abaixo.
 8. Ao retirar a agulha, fazer compressão local com algodão seco, sem flexionar o braço.
 9. Transferir a amostra para os frascos de hemocultura. 
10. Dispensar o material de punção em local apropriado (caixa de perfurocortante). 
11. Lavar as mãos.
 Observações importantes:
 • Se a amostra for obtida a partir de cateter vascular, deve ser realizada a antissepsia do local a ser puncionado com álcool 70%.
 • A técnica de coleta de sangue através de cateteres deve ser utilizada somente para o diagnóstico de infecções relacionadas ao dispositivo e deverá sempre ser acompanhada de uma amostra de sangue periférico.
 • Punções arteriais não trazem benefícios na recuperação dos micro-organismos.
 • Não se recomenda a troca de agulhas entre a coleta e a distribuição do sangue nos frascos específicos.
 • Volume de sangue coletado por frasco: quanto maior o volume de sangue inoculado no meio de cultura, melhor a recuperação de micro-organismos. Entretanto, excesso de sangue, em desproporção com o meio pode inibir o crescimento de micro organismos. Assim, frascos que possibilitem uma coleta de até 4 10 ml são os mais indicados, totalizando 20ml por punção, distribuídos pelo número de frascos preconizados, ou seja, um par de frascos por punção / amostra. Para crianças, o volume ótimo de sangue ainda não está bem definido, mas dados da literatura demonstram que há uma relação direta entre o volume de sangue obtido e a detecção de infecção, – indicando que amostras de sangue com volume maior ou igual a 1ml detectaram mais bacteremias que amostras com volumes inferiores a 1 ml. 
INSTRUÇÕES PARA PONTA DE CATETER
 1. Lavar as mãos e calçar luvas de procedimentos.
 2. A pele ao redor do cateter deve ser cuidadosamente desinfetada com clorexidina. Após a secagem da solução sobre a pele (cerca de 30 segundos a 1 minuto), o cateter é removido cuidadosamente. O excesso de antisséptico sobre a pele pode ser removido, ao final, com álcool 70%.
 3. O segmento distal (que estava inserido na veia do paciente), de aproximadamente 5 cm, é assepticamente cortado com auxílio de tesoura estéril, colocado em um frasco estéril seco, e remetido em um prazo máximo de 1hora ao laboratório.
 4. Enviar a ponta do cateter para cultura somente se houver sinal de infecção (inflamação no sítio de inserção, febre, sinais de sepse ou bacteriemia documentada sem foco de infecção aparente.
 INSTRUÇÕES PARA SECREÇÃO TRAQUEAL 
1. A coleta desse material é realizada em pacientes intubados, através de sonda de aspiração;
 2. Coletar em frasco estéril de preferência com sistema de sucção acoplado ao frasco e enviar imediatamente ao laboratório. 
3. Introduzir a sonda de aspiração estéril de calibre adequado através do tubo endotraqueal até encontrar resistência. Recolher 1-2cm da sonda e aplicar sucção para obter a amostra.
 4. Não instilar soluções pois alterará a contagem de micro organismos.
 5. Volume mínimo para cultura aeróbia é de 1 ml, para pesquisa e cultura para fungos e micro bactérias, o volume mínimo é de 5-10ml. 
6. Não processar swab traqueal como aspirado traqueal. 
INSTRUÇÕES PARA LAVADO BRONCO-ALVEOLAR Esse procedimento deve ser realizado por equipe médica especializada 1. O tempo do transporte da amostra é essencial, devendo estar em torno de 30 minutos. Nunca ultrapassar 2 horas, pois há multiplicação bacteriana nesse material. 
2. A coleta deve ser feita preferencialmente antes de biópsias, para se evitar excesso de sangue.
 3. Colher as alíquotas em recipientes distintos
 4. A primeira alíquota devera ser colocada em frasco identificado como primeira amostra (utilizada para esfregaços microbiológicos).
 5. Todas as outras amostras poderão ser coletadas em um único frasco estéril (POOL).
 6. Somente essas amostras deverão ser utilizadas para a cultura quantitativa, evitando falsas contagens. Para cultura de Legionella colher o LBA com água destilada estéril. Esse material poderá ser útil também para pesquisa de Pneumocystis jirovecii e vírus respiratórios. 
7. Escovado brônquico –– A escova deverá ser colocada em solução de Ringer Lactato e rapidamente encaminhada ao laboratório. . Biopsia pulmonar –– Colher em frasco estéril, podendo adicionar 1 a 2ml de salina estéril. Enviar rapidamente ao laboratório. 
INSTRUÇÕES PARA COLETA DE SECREÇÃO DE OROFARINGE 1. Solicitar ao paciente que abra bem a boca.
 2. Raspar a mucosa com swab sobre as amígdalas e faringe posterior, usando abaixador de língua.
 3. Evitar tocar na língua e na mucosa bucal. 
4. Procurar o material nas áreas com hiperemia próximas aos pontos de supuração ou remover o pus ou a placa, coletando o material abaixo da placa.
 5. Coletar a amostra exatamente na área inflamada, evitando outros sítios na cavidade oral.
 6. Coletar dois swabs, um para confecção imediata da lâmina de bacterioscopia e outro para o cultivo, transportado em meio de transporte adequado (Stuart). 
OBSERVAÇÃO A contaminação com saliva,que contém uma flora bacteriana variada, pode dificultar isolamento do verdadeiro agente infeccioso.
 INSTRUÇÕES PARA ABSCESSOS, FERIDAS E EXSUDATOS O sítio anatômico específico, bem como as informações adicionais (material de ferida superficial ou profunda), são extremamente valiosos para o laboratório
1. As margens e superfície da lesão devem ser descontaminadas com solução de PVPI aquoso e soro fisiológico (metade/metade).
 2. Proceder a limpeza com solução fisiológica. 
3. Coletar o material purulento localizado na parte mais profunda da ferida, utilizar aspirado com seringa e agulha. Quando a punção com agulha não for possível, aspirar o material somente com seringa tipo insulina. 
4. Swabs (menos recomendados) serão utilizados quando os procedimentos acima citados não forem possíveis.
 5. A escarificação das bordas após antissepsia pode produzir material seroso que é adequado para cultura. Observações: - A descontaminação da superfície das lesões ou abscessos abertos, antes da coleta do material, é crítica para interpretação do resultado. – Não coletar o pus emergente. O material das margens da lesão, a região livre de necrose e a parte mais profunda do sítio escolhido são mais representativos e possuem maior viabilidade de microrganismos. –Caso não se consiga colher o exsudato, orienta-se a remoção de crostas e a coleta do material imediatamente abaixo, nunca das lesões secas ou crostas.
 7. A coleta de ferida de queimadura deve ser realizada após extensa limpeza e debridamento da lesão. Nesse caso, a biópsia da pele é a técnica mais recomendada.
 INSTRUÇÕES PARA BIÓPSIA DA PELE 
1. Descontaminar a superfície com punção com clorexidina alcoólica, álcool 70% ou solução de iodo (tintura de iodo 1% a 2 % ou PVPI 10%), que deverá ser removida após o procedimento com álcool 70% para evitar queimadura ou reação alérgica. 
2. Procedimento médico, coletar 3 mm a 4 mm de diâmetro da amostra, abrangendo planos profundos, na medida do comprometimento do processo infeccioso investigado. 
3. Colocar num recipiente estéril, sem formalina, sem outros conservantes, fornecido pelo laboratório.
 INSTRUÇÕES PARA SECREÇÃO DE OUVIDO.
 Conduto auditivo externo e médio:
 1. Remover secreção superficial com um swab umedecido em salina estéril e com outro swab obter material fazendo rotação no canal.
 2. Inserir, em seguida, o swab no meio de transporte (Stuart), repetir o procedimento com um segundo swab para a confecção de lamina para microscopia.
Conduto auditivo interno: 
1. Membrana timpânica rompida: o médico deve proceder como no item anterior e com espéculo ou cone de otoscópio coletar material com swab e em seguida inserir no meio de transporte. Com outro swab, fazer esfregaço para coloração Gram. 
2. Membrana íntegra: procedimento médico: usar seringa para puncionar a membrana ou sistema apropriado para aspiração e coletor, que deverão ser encaminhados imediatamente ao laboratório para processamento ou introduzir em meio de transporte para conservação e fazer lâmina para bacterioscopia. 
INSTRUÇÕES PARA SECREÇÃO OCULAR
 1. As culturas deverão ser coletadas antes da aplicação de antibióticos, soluções, colírios ou outros medicamentos.
 2. Desprezar a secreção purulenta superficial e, com swab, coletar o material da parte interna da pálpebra inferior. Encaminhar ao laboratório em meio de transporte apropriado.
 INSTRUÇÕES PARA COLETA DE LÍQUOR Procedimento realizado por equipe médica especializada, utilizando técnica antisséptica de coleta. 
1. Proceder a antissepsia no sítio da punção com clorexidina alcoólica. 
2. Caso a coleta permita somente a disponibilidade de um tubo, o laboratório de microbiologia deverá ser o primeiro a manipulá-lo.
 3. Nunca refrigerar a amostra. 8 4. Transportar a amostra imediatamente ao laboratório 5. Os exames a serem realizados devem ser especificados e priorizados de acordo com o volume coletado.
 INSTRUÇÕES PARA COLETA DE LÍQUIDO PLEURAL, PERITONEAL, PERICÁRDICO E SINOVIAL. 
Procedimento realizado por equipe médica especializada, utilizando técnica antisséptica de coleta. 
1. Proceder a antissepsia no sítio da punção com clorexidina alcoólica. 
2. Obter a amostra através de punção percutânea ou cirúrgica. 
3. Quanto maior o volume da amostra, maior a probabilidade de isolamento do agente etiológico.
 4. Encaminhar o líquido coletado em frasco seco e estéril ou inoculado diretamente nos frascos do equipamento de automação de hemoculturas, respeitando a proporção entre material e meio de cultura de no máximo 1 parte de líquido em 9 partes de meio de cultura (1:10). Nesse caso, reservar volume para a confecção da lâmina para microscopia ou para outros exames (citológico, sorológico, etc.).
 5. Transportar imediatamente ao laboratório, com a orientação do tipo de cultura (aeróbia, anaeróbia, fungos, microbactérias, etc.)
 6. Nunca refrigerar.
 INSTRUÇÕES PARA COLETA DE TECIDO ÓSSEO
 1. Obter amostra óssea representativa através de biópsia ou curetagem com cuidados de antissepsia. 
2. Colocar num recipiente estéril contendo solução fisiológica.
 3. Transporte rápido ao laboratório. 4. Não usar formalina.
 INSTRUÇÕES PARA LESOES SUPERFICIAIS – COLETA PARA FUNGOS – MICOLOGICO DIRETO
 1. Limpar a superfície da pele com álcool a 70%; não utilizar iodo. Recomenda se não lavar a lesão com sabões antissépticos no dia da coleta, não utilizar cremes hidratantes ou talco. 
2. Usando um bisturi, com lâmina estéril, raspar as bordas ativas da lesão. A coleta de material da área central pode ser causa de resultados falso negativos. 
3. Amostra do couro cabeludo inclui cabelo, que é seletivamente coletado para exame (aqueles que apresentem características de tonsura, quebradiços) sendo arrancado pela raiz. 
4. Amostra de unha – obter raspado e/ou material abaixo da unha, utilizando se bisturi com lâmina estéril. Deve-se retirar o esmalte pelo menos um dia antes 9 da coleta – remanescentes de esmalte ou acetona podem interferir no crescimento fúngico em casos de solicitação de cultura para fungos. 
5. Os materiais obtidos podem ser colocados em placa de Petri estéril e identificados separadamente para cada sitio a ser investigado (por exemplo, unha da mão direita, raspado do pé esquerdo, raspado da região plantar, etc.).
 6. Transportar as amostras ao laboratório em temperatura ambiente. Não se recomenda a conservação sob refrigeração.
 INSTRUÇÕES PARA COLETA DE MATERIAL UROGENITAL 
 Secreção vaginal: 1. Higienização da genitália externa com água e sabão neutro. 
2. Inserir um espéculo (sem lubrificante, usar somente água morna) na vagina.
 3. Retirar o excesso de muco cervical com swab de algodão. 
4. Inserir os swabs indicados, rodar por alguns segundos sobre o fundo do saco, retirar e voltar aos meios indicados: meio de Stuart para bactérias e fungos. Utilizar o caldo Todd-Hewit para pesquisa de S. agalactiae de amostra do introito vaginal.
 5. Swab seco: realizar as lâminas para bacterioscopia da secreção fresca. 
 Secreção endocervical: 1. Inserir um espéculo na vagina e retirar o excesso de muco cervical com swab de algodão.
 2. Inserir os swabs indicados no canal endocervical até a ponta do swab não ser mais visível.
 3. Rodar por alguns segundos, retirar evitando o contato com a parede vaginal e voltar aos meios indicados:
 a. Mycoplasma/Ureaplasma - mergulhar o swab dentro da solução do tubo fornecido e agitar. Remover o swab e identificar o tubo. 
b. Swab do meio de transporte específico para Chlamydia trachomatis - mergulhar o swab dentro da solução do tubo fornecido e agitar vigorosamente. Comprimi-lo contra a parede do tubo. Qualquer excesso de muco deve ser retirado da amostra. Remover o swab e identificar o tubo.
 c. Swab para inserir no meio de transporte de Stuart para cultura de N.gonorrhoeae. 
d. Swab seco: realizar as lâminas para bacterioscopia da secreção fresca. 
 Secreção uretral:
 a. Desprezar as primeiras gotas da secreção. 
b. Coletar a secreção purulenta, de preferência pela manhã, antes da primeira micção ou há pelo menos duas horas ou mais, sem ter urinado.
 c.Coletar com alça bacteriológica descartável ou swab estéril fino.
 d. Colocar a amostra em meio de transporte (Stuart) e realizar as lâminas para bacterioscopia da secreção fresca.
 e. Encaminhar imediatamente ao laboratório.
 f. Em pacientes assintomáticos, deve-se coletar a amostra através de massagem prostática ou com pequeno swab inserido alguns centímetros na uretra.
 10 INSTRUÇÕES PARA COLETA DE URINA
 A coleta deve ser feita pela manhã, preferencialmente da primeira micção do dia, ou então após retenção vesical de duas a três horas. Pacientes com urgência urinária podem ser dispensados dessa retenção, anotando-se o fato na requisição. 
 Coleta de urina de mulheres
 1. Afastar os grandes lábios com uma das mãos e continuar assim enquanto fizer a higiene e coleta do material.
 2. No caso de menstruação ou na presença de corrimento, remover a secreção visível com gaze e colocar um tampão de gaze durante a coleta.
 3. Usar uma gaze embebida em sabão, lavar de frente para trás e certificar-se que está limpando por entre as dobras, o melhor possível. Iniciar pela região peri-uretral, introito vaginal, seguindo pelos pequenos e grandes lábios e concluindo pela região perineal (não alcançando a região anal). 
4. Enxaguar com uma gaze umedecida, sempre no sentido de cima para baixo, para limpeza e remoção do sabão. Repetir mais duas vezes esse procedimento.
 5. Secar com outra gaze.
 6. Continuar afastando os grandes lábios e pedir para a paciente urinar. O início do jato urinário deve ser desprezado na cuba ou comadre. Sem interromper a micção, coletar o jato médio urinário no frasco estéril (até a metade do frasco). 
7. Desprezar o jato final na cuba ou comadre.
 8. Após o término, fechar bem o frasco.
 9. Levar o frasco para o laboratório (ou colocar no isopor com gelo). 
Coleta em crianças que não tem o controle da micção: 
1. Fazer uso de saco coletor, masculino ou feminino. 
2. Deve-se fazer higienização prévia do períneo, coxas e nádegas com água e sabão neutro. Caso não haja micção, o saco coletor deve ser trocado a cada 30 minutos, repetindo-se a higienização da área perineal e genital. 
 Coleta em homens:
 1. Fazer a higienização cuidadosa da genitália externa, com água e sabão e enxugar. 
2. Colher o jato médio, preferencialmente da primeira micção do dia, ou então com uma retenção urinária de 2 a 3 horas. 
 Pacientes cateterizados com sistema de drenagem fechados:
 1. Pode-se coletar a urina puncionando-se o cateter na proximidade da junção com o tubo de drenagem.
 2. Não se deve coletar a urina da bolsa coletora.
 3. Clampear o cateter.
 4. Fazer antissepsia com álcool 70% do local, coletar com agulha e seringa 5 a 10 ml de urina. 
5. O transporte do material deve ser feito o mais breve possível, ou então refrigerar a amostra em caixa de isopor. Se for necessário conservar a urina em geladeira por 24 horas. 
6. Enviar o material em frascos bem fechados, sem respingos no lado externo do frasco.
 11 INSTRUÇÃO PARA COLETA DE FEZES 
1. Coletar as fezes e colocar em um frasco contendo o meio para transporte (CaryBlair ou salina glicerinada tamponada), fornecido pelo laboratório, em quantidade equivalente a uma colher de sobremesa. Preferir sempre as porções mucosas e sanguinolentas.
 2. Fechar bem o frasco e agitar o material. 
3. Se a amostra não for entregue no laboratório em uma hora, conservar em geladeira a 4º C, no máximo por um período de 12 horas. Marcar o horário da coleta. 
Coleta de swab retal:
 1. Usar swab de algodão, certificando-se de que a ponta da haste que suporta o algodão esteja bem revestida.
 2. Umedecer o swab em salina estéril (não usar gel lubrificante) e inserir no esfíncter retal, fazendo movimentos rotatórios.
 3. Ao retirar, certifique-se que existe coloração fecal no algodão. O número de swabs depende das investigações solicitadas.
 4. Encaminhar imediatamente ao laboratório em meio de transporte (Stuart ou Cary Blair)
 HEMOGRAMA 
 Eritrograma, hemoglobina, hematócrito, leucograma, plaquetas. 
APLICAÇÃO CLÍNICA 
Constitui importante exame de auxílio diagnóstico para doenças hematológicas e sistêmicas. Indicado para avaliação de anemias, neoplasias hematológicas, reações infecciosas e inflamatórias, acompanhamento de terapias medicamentosas e avaliação de distúrbios plaquetários. Fornece dados para classificação das anemias de acordo com alterações na forma, tamanho e cor das hemácias. É composto pelos seguintes parâmetros: contagem de eritrócitos, dosagem de hemoglobina, determinação de hematócrito, volume corpuscular médio (VCM), hemoglobina corpuscular média (HCM), concentração hemoglobínica corpuscular média (CHCM), amplitude de distribuição dos eritrócitos (RDW) que compõem o eritrograma; contagem de leucócitos total e diferencial, além da contagem de plaquetas.
PRINCÍPIO DO TESTE 
O hemograma é realizado em método automatizado, complementado por microscopia ótica e possibilita a avaliação qualitativa e quantitativa dos leucócitos, eritrócitos e das plaquetas. Hemácias e plaquetas serão analisadas por impedância de fluido de revestimento, hemoglobina por colorimetria e leucócitos por citometria de fluxo fluorescente.
EQUIPAMENTOS E MATERIAIS
 Analisador Mindray BC-6800 Microscópio ótico Homogeneizador Contador de células Tubo com anticoagulante EDTA Lâmina de vidro Corante de Leishman Água destilada Suporte de lâminas Óleo de imersão 
REAGENTES 
 M-68DS Diluent – participa da medição dos parâmetros relacionados a granulócitos, plaquetas, leucócitos, reticulócitos e eritrócitos nucleados. M-68LH Lyse – formulado para medir os parâmetros relacionados à hemoglobina. M-68LB Lyse – participa na contagem de leucócitos e medir os parâmetros relacionados aos basófilos. M-68LD Lyse e M-68FD Dye – participam na contagem diferencial de leucócitos. M-68DR Diluent e M-68FR Dye – participam na contagem de reticulócitos.
 AMOSTRA Preparo do paciente: jejum de 4 horas, mas quando solicitado como urgente pelo médico o jejum é dispensável. 
Tipo de amostra:
 tubo com anticoagulante EDTA. Em alguns casos, para reavaliar as plaquetas, coleta-se em tubo com anticoagulante citrato de sódio. Volume: verificar no tubo, pois cada fabricante preconiza uma quantidade. Critérios de rejeição: amostra identificada incorretamente, coagulada, com volume insuficiente, hemólise in vitro, coletada no mesmo acesso onde o soro está instalado ou de cateter sem a técnica apropriada. Solicitar recoleta. Estabilidade da amostra: estável por 8 horas após a coleta em temperatura ambiente. Armazenamento: 3 dias em temperatura entre 2 e 8ºC. PROCEDIMENTO
 a) RECEPÇÃO DAS AMOSTRAS NO SETOR Após o cadastro, as amostras para hemograma são remetidas ao Setor de Hematologia. Após a conferência dos tubos com anticoagulante EDTA e os respectivos mapas de trabalho, colocar as amostras no homogeneizador.
 b) ANÁLISE DA AMOSTRA No equipamento, selecionar a aba “Contagem”, escolher o modo AL-WB (carregamento automático) ou OV-WB (carregamento manual). Se modo AL-WB, verificar se está na opção CD (contagem diferencial), inserir a rack com os tubos no analisador e pressionar “Iniciar contagem”. O aparelho faz a leitura do código de barras de cada tubo, realiza a homogeneização, a contagem, exibe o resultado na tela e imprime automaticamente. Se modo OV-WB, pistolar o código de barras do tubo, retirar a tampa, inseri-lo na sonda de amostra e pressionar a tecla de aspiração. Ao ouvir um bipe, remova o tubo. Anexar o resultado impresso ao mapa de trabalho.
 c) CONFECÇÃO E COLORAÇÃO DAS DISTENSÕES SANGUÍNEAS
A lâmina é confeccionada com uma gota de sangue fresco, em lâmina fosca devidamente identificada durante o procedimento da coleta e sua coloração é realizada para melhor visualização dos elementos normais e suas possíveis alterações. Para isso é utilizado o corante de Leishman, uma mistura de eosinato de azul de metileno e eosinato de violeta e azul de metileno, dissolvido em álcool metílico. Cobrir as lâminas com 500 microlitros do corante, deixar agir por 3 minutos. Adicionar 1 mL de água destiladasobre a lâmina e misturar suavemente soprando com uma pipeta ou usando uma pisseta vazia. Corar durante 10 minutos. Escorrer e lavar em água corrente. Secar as lâminas em posição vertical e observar ao microscópio.
 d) LEITURA DO ESFREGAÇO SANGUÍNEO 
Inicialmente um panorama em objetiva de 40x, logo após realizar a contagem e aspecto das células em objetiva de 100x, percorrendo a lâmina de uma borda a outra em “zig-zag”. Usualmente é feito a contagem diferencial de 100 leucócitos. As amostras dos pacientes internos costumam ter resultados anormais, acompanhados de flags. Na microscopia ótica é realizada a contagem diferencial dos leucócitos, utilizando um contador de células manual, verificando se existe precursores granulocíticos, linfocitários ou monocitários. Assim como a série vermelha e as plaquetas, confrontando o que está sendo visualizado com o resultado do analisador. Verificar a morfologia das hemácias, se existem inclusões e o aspecto das plaquetas. A contagem manual e as observações são anotadas na folha do resultado.
 CONTROLE DE QUALIDADE INTERNO 
Realizado antes da rotina matinal ou quando necessário. Retirar as amostras-controle em 3 níveis (baixo, normal, alto) que ficam armazenadas no refrigerador, aguardar atingir a temperatura ambiente e homogeneizar suavemente. Em seguida, acessar a tela “Executar CQ” do analisador, no modo manual (OVWB), pistolar o código de barras do tubo, retirar a tampa, inseri-lo na sonda de amostra e pressionar a tecla de aspiração. Ao ouvir um bipe, remova o tubo. Quando a análise terminar, os resultados de CQ serão exibidos na tela atual e serão salvos automaticamente no arquivo de CQ para estatística. Conferir se existe algum parâmetro discrepante e, se necessário, realizar a medida corretiva, conforme manual de operação do analisador.
 CONTROLE DE QUALIDADE EXTERNO 
Também chamado de Ensaio de Proficiência, é constituído de uma série de amostras-controle recebido do Programa Nacional de Controle de Qualidade (PNCQ), elaborado de acordo com os termos contratuais, para conhecer a precisão e exatidão. As amostras-controle deste programa são recebidas mensalmente e as devoluções com os resultados devem ser no mínimo 11 por ano, para que seja realizada a avaliação anual e certificação do desempenho da qualidade, com a emissão de certificado de participação. 
VALORES DE PÂNICO
 Necessitam de imediata tomada de decisão, em atendimento à RDC 302:2005 da ANVISA, e devem ser imediatamente comunicados ao médico solicitante ou responsável pelo paciente.
 CONDIÇÕES ESPECIAIS
 Em caso de lipemia considerar os resultados da série branca e das plaquetas, mas repetir a análise da série vermelha com amostra preparada da seguinte forma: centrifugar a amostra em baixa rotação, retirar o plasma com micropipeta, medindo o volume final de plasma e reconstituir com o mesmo volume de soro fisiológico. Homogeneizar e repetir no analisador.
Na presença de crioaglutininas, reanalisar a série vermelha, colocando a amostra em banho-maria por 15 minutos. Em seguida, repetir imediatamente no aparelho. Colocar a observação: Exame realizado e corrigido após a incubação a 37ºC em decorrência da presença de crioaglutininas. Em caso de pacientes com leucócitos inferior a 1.000/mm3 não é realizada a contagem diferencial. Deve ser cadastrado o HEMO2 no sistema laboratorial, liberar apenas a contagem global e inserir a observação: Contagem diferencial não realizada devido a intensa leucopenia. Quando houver na contagem diferencial mais de 5 eritroblastos em 100 leucócitos, a leucometria deve ser corrigida pela fórmula abaixo e reportar: Leucometria corrigida pela quantidade de eritroblastos circulantes. Em caso de divergência na contagem de plaquetas liberadas pelo aparelho e a microscopia, realizar a estimativa plaquetária pelo método de Bárbara H. O'Connor: Enumerar no microscópio ótico com objetiva de 100x plaquetas em 10 campos; Calcular o valor médio por campo; Multiplicar por 13.000 (constante de multiplicação).
Colocar na observação:
 Plaquetas corrigidas pelo método indireto. Se houver macroplaquetas e/ou agregados plaquetários, indicar a presença. 
DIGITAÇÃO DO RESULTADO E LIBERAÇÃO DO LAUDO
 A digitação do resultado é feita no sistema do laboratório HMS Lab, após login, na aba “Conferência”. Após a digitação, confrontar o laudo com resultado anterior, se houver, e liberar em seguida para que o requisitante tenha acesso. Ao final do expediente, anotar data e arquivar os mapas de trabalho e resultados na pasta arquivo.
COAGULOGRAMA SINONÍMIA
 Tempo de protrombina, tempo de tromboplastina parcial, tempo de sangramento, tempo de coagulação. 
APLICAÇÃO CLÍNICA 
O coagulograma é um exame de sangue que diagnostica doenças hemorrágicas e avalia as condições da coagulação do sangue. Engloba vários exames, como tempo de protrombina, tempo de tromboplastina parcial, tempo de sangramento, tempo de coagulação para triagem de verificação da hemostasia. O tempo de protrombina (TP) ou Tempo de Quick é a prova de triagem mais importante clinicamente na avaliação de distúrbios da via extrínseca da coagulação. O tempo de tromboplastina parcial (TTP) é uma prova sensível à deficiência de fatores pró-coagulantes do plasma, assim como à presença de certos inibidores da coagulação. Serve para detectar anomalias na via intrínseca da coagulação. O tempo de sangramento e de coagulação está em desuso, mas pode ser realizado durante a coleta, quando requistado. Possui baixa sensibilidade e especificidade, de forma que seus resultados não expressam, necessariamente, o risco hemorrágico do indivíduo. Ademais, condições inerentes ao próprio paciente, como redução do número de plaquetas funcionalmente ativas e uso de medicamentos, podem interferir na função plaquetária.
 PRINCÍPIO DO TESTE
 O método do tempo de protrombina baseia-se na medição do tempo de formação do coágulo de fibrina, pela adição de uma tromboplastina de cálcio a um plasma citratado e no tempo de tromboplastina parcial se baseia na medida do tempo que um plasma descalcificado demora para coagular, quando colocado a 37ºC e na presença de um excesso de cefalina, ativador e cálcio. O tempo de sangramento é realizado pelo método de Duke e o de coagulação pelo de Lee e White.
 EQUIPAMENTO E MATERIAIS
 Analisador Wiener Lab Col 4 Centrífuga Tubo com anticoagulante citrato de sódio Cubetas descartáveis Micropipetas Ponteiras descartáveis REAGENTES Tempo de protrombina: Soluplastin (tromboplastina liofilizada de cérebro de coelho a uma concentração final de cloreto de cálcio 10 mM). Tempo de tromboplastina: APTTest ellágico (um frasco contendo cefalina com ácido elágico como ativador particulado e outro frasco contendo uma solução de cloreto de cálcio estável 0,025 mol/L). 
AMOSTRA
 Preparo do paciente: jejum de 4 horas, mas quando solicitado como urgente pelo médico o jejum é dispensável.
 Tipo de amostra: 
tubo com anticoagulante citrato de sódio. 
 Volume: verificar no tubo, pois cada fabricante preconiza uma quantidade. Critérios de rejeição: amostra identificada incorretamente, coagulada, com volume insuficiente, hemólise in vitro, coletada no mesmo acesso onde o soro está instalado ou de cateter sem a técnica apropriada. Solicitar recoleta.
 Estabilidade da amostra: estável por 4 horas após a coleta, em temperatura ambiente.
 Armazenamento: o plasma pode ser estocado congelado (-20ºC) por até 15 dias.
 PROCEDIMENTO
 a) RECEPÇÃO DAS AMOSTRAS NO SETOR Após o cadastro, as amostras para coagulograma são remetidas ao Setor de Hematologia. Após a conferência dos tubos com anticoagulante citrato de sódio e os respectivos mapas de trabalho, colocar as amostras para centrifugar a 1500 g por 15 minutos.
 b) ANÁLISE DA AMOSTRA Tempo de protrombina: retirar do refrigerador um frasco de Soluplastin previamente preparado conforme instrução do fabricante e colocar no suporte de reagente do analisador. Colocar uma cubeta no suporte apropriado do equipamento e selecionar a técnica no coagulômetro. Colocar 50 µL da amostra na cubeta, abrir a tampado canal de medição e inserir a cubeta. Após 60 segundos, colocar 100 µL de Soluplastin na cubeta e aguardar a formação do coágulo. O resultado aparece na tela e é impresso automaticamente, sendo TP em segundos, atividade em % e INR.
 Tempo de tromboplastina: retirar do refrigerador os dois reagentes (cefalina e cloreto de cálcio) e colocar no suporte de reagente do analisador. Colocar uma cubeta no suporte apropriado do equipamento e selecionar a técnica no coagulômetro. Colocar 50 µL da amostra e 50 µL de cefalina na cubeta, abrir a tampa do canal de medição e inserir a cubeta. Após 180 segundos, colocar 50 µL de POP/ULAPAC/003/2020 Setor de Hematologia Versão 3.0 Página 20 de 41 cloreto de cálcio na cubeta e aguardar a formação do coágulo. O resultado aparece na tela e é impresso automaticamente, sendo TTP em segundos. 
CONTROLE DE QUALIDADE INTERNO 
Realizado antes da rotina matinal ou quando necessário. Retirar as amostras-controle em 2 níveis (normal e alto) que ficam armazenadas no refrigerador, aguardar atingir a temperatura ambiente e homogeneizar suavemente. Em seguida, fazer o ensaio desses controles para cada técnica, utilizados do mesmo modo que uma amostra desconhecida. Quando a análise terminar, os resultados de CQ serão confrontados com a bula, onde encontra-se o valor médio e a faixa para controle de precisão em coagulação. Conferir se existe algum parâmetro discrepante e, se necessário, realizar a medida corretiva. Anotar os valores no livro de registros.
 CONTROLE DE QUALIDADE EXTERNO 
Também chamado de Ensaio de Proficiência, é constituído de uma série de amostras-controle recebido do Programa Nacional de Controle de Qualidade (PNCQ), elaborado de acordo com os termos contratuais, para conhecer a precisão e exatidão. As amostras-controle deste programa são recebidas mensalmente e as devoluções com os resultados devem ser no mínimo 11 por ano, para que seja realizada a avaliação anual e certificação do desempenho da qualidade, com a emissão de certificado de participação.
DIGITAÇÃO DO RESULTADO E LIBERAÇÃO DO LAUDO
 A digitação do resultado é feita no sistema do laboratório HMS Lab, após login, na aba “Conferência”. Após a digitação, confrontar o laudo com resultado anterior, se houver, e liberar em seguida para que o requisitante tenha acesso. Ao final do expediente, anotar data e arquivar os mapas de trabalho e resultados na pasta arquivo.
VELOCIDADE DE SEDIMENTAÇÃO DAS HEMÁCIAS
 SINONÍMIA VHS, hemossedimentação. 
APLICAÇÃO CLÍNICA
 Apesar de ser um marcador laboratorial inespecífico, a velocidade de sedimentação das hemácias (VSH) é um exame útil na avaliação de pacientes com suspeita de processos infecciosos, inflamatórios ou neoplásicos. A VSH nunca deve ser usada para rastreamento de doenças em pacientes assintomáticos ou com sinais e sintomas inespecíficos. Além da utilidade diagnóstica, a VSH também pode ser um marcador de resposta terapêutica em pacientes com artrite reumatoide, polimialgia reumática, arterite temporal, febre reumática e doença de Hodgkin. Os valores de referência da VSH variam de acordo com o sexo e a idade, sendo maiores nas mulheres e com a idade mais avançada. A VSH pode sofrer interferência de fatores préanalíticos e de condições patológicas associadas. Por exemplo, anemia, macrocitose, gravidez, insuficiência cardíaca e hipercolesterolemia estão associadas a aumento da VSH, enquanto a drepanocitose, microcitose, policitemia e hemoglobinopatias estão associadas a valores mais baixos da VSH. 
PRINCÍPIO DO TESTE 
A técnica exige que o tubo de Wintrobe com amostra de sangue total (EDTA) seja mantido exatamente na vertical e permaneça em repouso durante uma hora. A leitura é dada pela altura da coluna de plasma, no limite de separação com as hemácias sedimentadas. O resultado é expresso em milímetros por hora. A velocidade com que as hemácias sedimentam no tubo depende do volume e da forma dos eritrócitos e das proteínas do plasma.
EQUIPAMENTO E MATERIAIS
 Tubo com anticoagulante EDTA Estante Tubo de Wintrobe Seringa Agulhão AMOSTRA Preparo do paciente: jejum de 4 horas, mas quando solicitado como urgente pelo médico o jejum é dispensável. Tipo de amostra: tubo com anticoagulante EDTA. Volume: verificar no tubo, pois cada fabricante preconiza uma quantidade. Critérios de rejeição: amostra identificada incorretamente, coagulada, com volume insuficiente, hemólise in vitro, coletada no mesmo acesso onde o soro está instalado ou de cateter sem a técnica apropriada. Solicitar recoleta. Estabilidade da amostra: estável por 8 horas após a coleta em temperatura ambiente. Armazenamento: 3 dias em temperatura entre 2 e 8ºC. 
PROCEDIMENTO 
RECEPÇÃO DAS AMOSTRAS NO SETOR Após o cadastro, a amostra para VSH é remetida ao Setor de Hematologia. Após a conferência do tubo com anticoagulante EDTA e respectivo mapa de trabalho, priorizar o exame de hemograma, se houver, em seguida realizar a VSH.
ANÁLISE DA AMOSTRA Adaptar o agulhão à seringa Homogeneizar a amostra do tubo com anticoagulante EDTA Aspirar o sangue com a seringa montada Preencher o tubo de Wintrobe com essa amostra até a marca zero Realizar a leitura após uma hora
 DIGITAÇÃO DO RESULTADO E LIBERAÇÃO DO LAUDO
 A digitação do resultado é feita no sistema do laboratório HMS Lab, após login, na aba “Conferência”. Após a digitação, confrontar o laudo com resultado anterior, se houver, e liberar em seguida para que o requisitante tenha acesso. Ao final do expediente, anotar data e arquivar o mapa de trabalho e resultado na pasta arquivo.
RETICULÓCITOS 
 APLICAÇÃO CLÍNICA É uma determinação valiosa no laboratório de hematologia por ser um indicador sensível da atividade eritropoética da medula óssea, tanto no diagnóstico e acompanhamento de anemias quanto no monitoramento de terapias e de transplante de medula óssea. O método tradicional de contagem de reticulócitos é o visual, sendo que a avaliação de seus resultados permite que se façam escolhas adequadas em relação aos exames laboratoriais específicos para o diagnóstico das anemias em geral. Porém, esta técnica tem sido acusada de tediosa e de apresentar falta de acurácia e pobre reprodutibilidade. A automação da contagem de reticulócitos realizada por citometria de fluxo tem melhorado consideravelmente a qualidade desta investigação. 
PRINCÍPIO DO TESTE
 A contagem automatizada é realizada no analisador Mindray BC-6800 e usa um canal dedicado onde um corante fluorescente assimétrico de cianina pode se ligar ao RNA citoplasmático para permitir a separação dos reticulócitos das hemácias e os sinais fluorescentes são proporcionais ao conteúdo de RNA. A contagem em microscopia ótica utiliza o azul de cresil brilhante para corar os restos de RNA associados aos ribossomos que aparecem como filamentos ou ramos azuis, os quais correspondem a eritrócitos que acabaram de perder o número ou mais jovens, uma vez que cerca de 30% da hemoglobina é sintetizada no eritrócito sem o núcleo. 
EQUIPAMENTO E MATERIAIS 
 Analisador Mindray BC-6800 Tubo com anticoagulante EDTA Homogeneizador Lâmina de vidro Lâmina extensora Corante azul de cresil brilhante Suporte de lâminas Microscópio ótico Óleo de imersão Contador de células.
 AMOSTRA
 Preparo do paciente: jejum de 4 horas, mas quando solicitado como urgente pelo médico o jejum é dispensável. Tipo de amostra: tubo com anticoagulante EDTA. Volume: verificar no tubo, pois cada fabricante preconiza uma quantidade. Critérios de rejeição: amostra identificada incorretamente, coagulada, com volume insuficiente, hemólise in vitro, coletada no mesmo acesso onde o soro está instalado ou de cateter sem a técnica apropriada. Solicitar recoleta. Estabilidade da amostra: estável por 8 horas após a coleta em temperatura ambiente. Armazenamento: 3 dias em temperatura entre 2 e 8ºC. 
PROCEDIMENTO
RECEPÇÃO DAS AMOSTRAS NO SETOR
 Após o cadastro, a amostra para reticulócitos é remetida ao Setor de Hematologia. Após a conferência do tubo com anticoagulante EDTA e respectivo mapa de trabalho, se tiver o exame dehemograma, realizar a análise simultânea no equipamento.
ANÁLISE DA AMOSTRA
 Para contagem automatizada: No equipamento, selecionar a aba “Contagem”, escolher o modo OV-WB (carregamento manual) ou AL-WB (carregamento automático). Se modo OV-WB, verificar se está na opção CDR (hemograma e reticulócitos) ou RET (reticulócitos), pistolar o código de barras do tubo, retirar a tampa, inseri-lo na sonda de amostra e pressionar a tecla de aspiração. Ao ouvir um bipe, remova o tubo. Anexar o resultado impresso ao mapa de trabalho. De modo verificar se está na opção CDR (hemograma e reticulócitos) ou RET (reticulócitos), inserir a rack com os tubos no analisador e pressionar “Iniciar contagem”. O aparelho faz a leitura do código de barras de cada tubo, realiza a homogeneização, a contagem, exibe o resultado na tela e imprime automaticamente. Anexar o resultado impresso ao mapa de trabalho.
 Importante: lembrar de retornar para o modo CD para evitar gasto desnecessário de reagentes. Para contagem em microscopia ótica: Realizar o preparo da diluição, utilizando 100 µL de sangue total e 100 µL do corante azul de cresil brilhante Homogeneizar e colocar em banho-maria a 37ºC por 20 minutos Homogeneizar e retirar uma alíquota para confecção do esfregaço Aguardar a secagem Levar ao microscópio ótico na objetiva de imersão.
 Contar vários campos até que se obtenha 1.000 eritrócitos e anotar o número de reticulócitos encontrados nestes campos.
DIGITAÇÃO DO RESULTADO E LIBERAÇÃO DO LAUDO
 A digitação do resultado é feita no sistema do laboratório HMS Lab, após login, na aba “Conferência”. Após a digitação, confrontar o laudo com resultado anterior, se houver, e liberar em seguida para que o requisitante tenha acesso. Ao final do expediente, anotar data e arquivar o mapa de trabalho e resultado na pasta arquivo.
FALCIZAÇÃO DAS HEMÁCIAS
APLICAÇÃO CLÍNICA
 O teste de falcização evidencia a presença ou a ausência de Hb S nas hemácias.
 PRINCÍPIO DO TESTE
 É a indução da falcização por meio de desoxigenação da hemoglobina pela substância redutora metabissulfito de sódio em um microambiente fechado, formado pelo espaço entre a lâmina e a lamínula. 
EQUIPAMENTO E MATERIAIS
 Solução fisiológica Metabissulfito de sódio Tubo com anticoagulante EDTA Lâmina Lamínula Esmalte Placa de Petri Gaze umedecida.
AMOSTRA 
 Preparo do paciente: jejum de 4 horas, mas quando solicitado como urgente pelo médico o jejum é dispensável. Tipo de amostra: tubo com anticoagulante EDTA. Volume: verificar no tubo, pois cada fabricante preconiza uma quantidade. Critérios de rejeição: amostra identificada incorretamente, coagulada, com volume insuficiente, hemólise in vitro, coletada no mesmo acesso onde o soro está instalado ou de cateter sem a técnica apropriada. Solicitar recoleta. Estabilidade da amostra: 
estável por 8 horas após a coleta em temperatura ambiente. Armazenamento: 3 dias em temperatura entre 2 e 8ºC.
PROCEDIMENTO
RECEPÇÃO DAS AMOSTRAS NO SETOR
 Após o cadastro, a amostra para falcização das hemácias é remetida ao Setor de Hematologia. Após a conferência do tubo com anticoagulante EDTA e o respectivo mapa de trabalho, priorizar o exame de hemograma, se houver, em seguida realizar a falcização.
ANÁLISE DA AMOSTRA
 O procedimento é diluir 100 µL de solução fisiológica com 0,5% de metabissulfito de sódio. Colocamse 50 µL de sangue total na lâmina. Homogeneiza-se e cobre-se com a lamínula sem deixar bolha, vedando as bordas da lamínula com esmalte. Em seguida, coloca-se na placa de Petri com gaze umedecida. Realizam-se leituras até 24 horas. Na presença de hemácias falcizadas, o resultado será positivo. Caso contrário, negativo.
DIGITAÇÃO DO RESULTADO E LIBERAÇÃO DO LAUDO 
A digitação do resultado é feita no sistema do laboratório HMS Lab, após login, na aba “Conferência”. Após a digitação, confrontar o laudo com resultado anterior, se houver, e liberar em seguida para que o requisitante tenha acesso. Ao final do expediente, anotar data e arquivar os mapas de trabalho e resultados na pasta arquivo.
PESQUISA DE CÉLULAS LE SINONÍMIA 
Células de Hargraves, células do lúpus eritematoso. 
APLICAÇÃO CLÍNICA
A pesquisa de células LE foi o primeiro ensaio laboratorial utilizado para a pesquisa de anticorpos antinucleares (FAN). É um teste caracterizado por baixa reprodutibilidade e sensibilidade, interpretação complexa e técnica extremamente trabalhosa. Sua pesquisa é positiva na maioria dos pacientes de lúpus eritematoso sistêmico, bem como em alguns casos de artrite reumatoide e, raramente, em outras patologias, como púrpura trombocitopênica, febre reumática, erisipela, dentre outras.
 PRINCÍPIO DO TESTE
 Um anticorpo presente na fração globulina gama do soro dos pacientes de lúpus eritematoso sistêmico reage com a nucleoproteína dos núcleos dos leucócitos. A nucleoproteína modificada pela presença do anticorpo é fagocitada por neutrófilos, ou, ocasionalmente, pelos monócitos. Os fagócitos com o material nuclear ingerido constituem a célula LE. 
EQUIPAMENTO E MATERIAIS
 Tubo de ensaio 10 mL
 Banho maria a 37ºC Bastão de vidro Gaze Centrífuga Seringa Agulhão Tubo de Wintrobe Lâmina Suporte de lâminas Microscópio ótico Óleo de imersão
 AMOSTRA
 Preparo do paciente: jejum de 4 horas, mas quando solicitado como urgente pelo médico o jejum é dispensável. Tipo de amostra: tubo sem anticoagulante e sem gel separador. Volume: 8 ml. Critérios de rejeição: amostra identificada incorretamente, com volume insuficiente. Solicitar recoleta. Estabilidade da amostra: estável por 8 horas após a coleta em temperatura ambiente. Armazenamento: 3 dias em temperatura entre 2 e 8ºC.
 PROCEDIMENTO 
a) RECEPÇÃO DAS AMOSTRAS NO SETOR POP/ULAPAC/003/2020 Setor de Hematologia Versão 3.0 Página 34 de 41 Após o cadastro, a amostra para pesquisa de células LE é remetida ao Setor de Hematologia. Após a conferência do tubo sem anticoagulante e o respectivo mapa de trabalho, organizar a bancada de trabalho e proceder com a pesquisa. 
b) ANÁLISE DA AMOSTRA 
A técnica de Zimmer diz: Coletar 8 ml de sangue e colocar em um tubo; deixar coagular e incubar a 37ºC, por 30 minutos Fragmentar o coágulo com bastão de vidro, filtrar em gaze para remoção dos coágulos e centrifugar o soro contendo as células a 2000 RPM, durante cinco minutos Aspirar a parte superior do sobrenadante, transferir o restante para tubo de Wintrobe e centrifugar a 2000 RPM, durante cinco minutos Aspirar todo o sobrenadante e transferir o creme leucocitário (buffy coat) para lâminas; preparar esfregaços, corar e pesquisar as células LE.
 DIGITAÇÃO DO RESULTADO E LIBERAÇÃO DO LAUDO 
A digitação do resultado é feita no sistema do laboratório HMS Lab, após login, na aba “Conferência”. Após a digitação, confrontar o laudo com resultado anterior, se houver, e liberar em seguida para que o requisitante tenha acesso. Ao final do expediente, anotar data e arquivar os mapas de trabalho e resultados na pasta arquivo.
LÍQUIDOS CORPORAIS SINONÍMIA
 Líquido cefalorraquidiano (LCR), líquido pleural, líquido ascítico, líquido sinovial. 
APLICAÇÃO CLÍNICA
 O estudo dos líquidos corporais é ferramenta indispensável para o diagnóstico, monitorização e prognóstico de processos infecciosos, inflamatórios, hemorrágicos e neoplásicos dessas cavidades. É utilizado para diferenciação dos processos em agudos ou crônicos, locais ou sistêmicos, bacterianos, viróticos ou fúngicos. O aumento de celularidade e suas particularidades, com predomínio das formas polimorfonucleares ou linfomonocitárias, aliados às determinações bioquímicas, exames bacteriológicos e imunológicos define a presença e resposta ao tratamento de meningites, pneumonias, artrites e peritonites. 
PRINCÍPIO DO TESTE 
A contagem global de células de fluidos biológicos é realizada em câmara de contagem manual (Neubauer ou Fuchs Rosenthal) e a citologia específica é realizada por esfregaço em lâmina, observada ao microscópio em objetiva de 100x. 
EQUIPAMENTO E MATERIAIS
 Microscópio ótico Câmara de Neubauer ou Fuchs Rosenthal Lamínula.Micropipeta Ponteira descartável Lâmina Lâmina extensora Óleo de imersão Contador de células.
 AMOSTRA
 Preparo do paciente: a critério médico. Tipo de amostra: tubo ou frasco estéril. Volume: 2 mL. Critérios de interferência no exame: amostra identificada incorretamente, coagulada, com volume insuficiente, hemólise in vitro. Comunicar ao requisitante. Estabilidade da amostra: as amostras devem ser enviadas ao laboratório e processadas sem demora, a fim de minimizar a degradação celular que tem início após 1 hora. Armazenamento: 3 dias em temperatura entre 2 e 8ºC.
 PROCEDIMENTO
 a) RECEPÇÃO DAS AMOSTRAS NO SETOR Após o cadastro, a amostra para citologia global e específica do líquido corporal é remetida ao Setor de Hematologia. Após a conferência do material e o respectivo mapa de trabalho, realizar a análise imediata.
ANÁLISE DA AMOSTRA
EXAME FÍSICO Liquor O líquor normal tem aspecto límpido, apresentando-se turvo pelo aumento do número de células (leucócitos e hemácias), pela presença de bactérias, fungos ou meio de contraste. O aspecto hemorrágico indicará uma hemorragia subaracnóidea ou um acidente de punção. Normalmente incolor. O liquor xantocrômico indica a presença de bilirrubina ou hemólise. Em recém-nascidos, a xantocromia é um achado normal, consequência da imaturidade anatômica e funcional da barreira hematoencefálica, e proporcional aos níveis de bilirrubina. A cor acastanhada se dá pela presença de metemoglobina e a avermelhada (eritrocrômico) pela presença de oxiemoglobina das hemácias recém-lisadas. Líquido pleural Tem aspecto límpido e cor amarelo pálido. Apresenta-se hemorrágico nos processos traumáticos e no hemotórax, turvo nos processos inflamatórios e leitoso nos derrames quilosos ou pseudo-quilosos. O aspecto e a coloração devem ser anotados antes e após a centrifugação. Líquido ascítico O líquido peritoneal ou ascítico é transparente, amarelo claro, estéril e viscoso, mas, em alguns casos, ele pode sofrer transformações como, por exemplo, apresentar turbidez em virtude das infecções bacterianas, coloração esverdeada em perfurações do trato gastrointestinal, pancreatite e colecistite, um aspecto leitoso que não clareia após a centrifugação em efusão quilosa ou pseudoquilosa. Um líquido macroscopicamente hemorrágico deve ser diferenciado de punção traumática, evitando, assim, erros de diagnóstico. Na punção traumática, o clareamento do fluido ascítico é observado pelo médico no decorrer da paracentese. O aspecto e a coloração devem ser anotados antes e após a centrifugação. Líquido sinovial O aspecto normal é cristalino. A turvação acontece na hipercelularidade ou por presença de cristais ou de fibrina. O líquido pode apresentar-se leitoso, pseudoquiloso, purulento. A cor normal é amarelo, pálido ou incolor. Pode apresentar-se esverdeado, hemático. O líquido normal possui alta viscosidade. 
CITOLOGIA GLOBAL E ESPECÍFICA Liquor A contagem global de leucócitos e hemácias do LCR pode ser realizada em qualquer tipo de câmara de contagem, porém, rotineiramente, utiliza-se a câmara de Fuchs-Rosenthal. A diluição da amostra com líquido de Turk ou ácido acético a 2% facilita a contagem de leucócitos devido à destruição das hemácias.
A confecção da lâmina para leitura pode ser feita de diferentes formas: por centrifugação ou em câmara de Suta. Quando o método de escolha é a centrífugação, utiliza-se o líquor puro ou o sedimento obtido após centrifugação. Para melhorar a adesão das células à lâmina, pode ser adicionado ao sedimento 50 µL de plasma de uma amostra normal. Após o esfregaço, deve-se aguardar a secagem completa da lâmina e, então, realizar a coloração com qualquer corante hematológico. A confecção da lâmina em câmara de Suta é um processo mais trabalhoso, porém, fornece uma lâmina de boa qualidade. A lâmina é introduzida na câmara e, sobre ela, coloca-se um papel absorvente, o qual deve conter um halo de diâmetro discretamente menor do que o diâmetro do tubo conector da câmara. O tubo conector deve ser rosqueado na base até tocar a lâmina. Em seguida, coloca-se na câmara uma alíquota de LCR e espera-se a lâmina secar. Somente após a secagem, retira-se o tubo conector e o papel absorvente de cima da lâmina e realizase a coloração com corante hematológico.
Após a confecção e a coloração da lâmina, deve-se proceder à contagem diferencial das células em objetiva de imersão (100x). Demais fluidos corporais é realizada comumente em câmara de Neubauer. As células nucleadas são contadas nos quatro quadrantes externos da câmara e algumas amostras podem ser contadas sem a realização de diluição e, nesse caso, o fator de conversão para microlitros é 2,5. Já em amostras com elevada celularidade, pode-se realizar diluição com líquido de Turk ou ácido acético a 2%. Nesse caso, o fator de conversão da câmara é multiplicado pela diluição. Para se obter uma contagem mais precisa e confiável, deve-se realizar tal contagem em ambos os lados do hemocitômetro. O esfregaço confeccionado é lido em microscópio óptico e é necessário correr a lâmina corada usando as objetivas de 10x e 40x, inicialmente, para verificar a distribuição dos tipos celulares e procurar agrupamentos de células. A contagem é realizada na objetiva de imersão e 100 células devem ser diferenciadas.
 DIGITAÇÃO DO RESULTADO E LIBERAÇÃO DO LAUDO
 A digitação do resultado é feita no sistema do laboratório HMS Lab, após login, na aba “Conferência”. Após a digitação, confrontar o laudo com resultado anterior, se houver, e liberar em seguida para que o requisitante tenha acesso. Ao final do expediente, anotar data e arquivar o mapa de trabalho e resultado na pasta arquivo.
ESPERMOGRAMA
As duas principais razões para a análise do sêmen são avaliações de casos de infertilidade e do estado pós vasectomia. Em medicina legal, pode ser necessário identificar um líquido para dizer se é seminal ou não. O sêmen é composto por quatro frações, provenientes de: a) glândulas bulbouretrais e uretrais, b) testículos e epidídimo, c) próstata e d) vesículas seminais. As frações diferem entre si em termos de composição; para que o sêmen seja normal, deve haver mistura delas durante a ejaculação. Os espermatozoides são produzidos nos testículos e amadurecem no epidídimo. São responsáveis por pequena parte do volume total do sêmen, enquanto a maior parte é fornecida pelas vesículas seminais na forma de um líquido viscoso que fornece frutose e outros nutrientes para manter os espermatozoides. Outra contribuição importante é a da próstata; consiste num líquido leitoso que contém fosfatase ácida e enzimas proteolíticas que agem sobre o líquido proveniente das vesículas seminais, provocando a coagulação e a liquefação do sêmen.
PRINCÍPIO
Exame Físico Realizado para analisar o sêmen, observando os seguintes: 
 Abstinência sexual para realizar o exame a pessoa deve estar de 3 a 5 dias. Volume O normal é de 2,0 a 5,0 mL, isso pode variar com o tempo de abstinência. 
 Aspecto após liquefação O normal é homogêneo, mas pode variar em ligeiramente grumoso e grumoso (heterogêneo) que é consequência da liquefação incompleta, sendo que o normal seria que o sêmen estivesse liquefeito após 30 minutos. 
 Cheiro É característico, dando-se o nome de “sui generis”, mas que com o passar do tempo altera-se o cheiro devido a três aminas prolialifáticas, denominadas Espermina, Espermidina e Putrescina. Cor O normal seria opalescente (branco opaco a cinza brilhante), mas pode variar em amarelo que é indicativo de leucopermia e prospermia (inflamação da próstata); castanho que indica icterícia obstrutiva; incolor-claro que mostra a diminuição de SPTZ. Esbranquiçado, indicativo de grande quantidade de cristais ou aumento de SPTZ e avermelhado ou hemorrágico, que indica hematospermia ou eritrospermia. Viscosidade Depende da ação resultante dos fatores de coagulação e liquefação, onde o normal pode formar um fio de até 1,0 cm, mas pode também variar com viscosidade diminuída que dificulta o atrito dos SPTZ, diminuindo a movimentação e viscosidadeaumentada que também dificuldade a movimentação dos SPTZ (viscosidade maior que 1,0 cm). 
 Reação pH O normal é alcalino com intervalo de 7,2 a 8,0, seu aumento é indicativo de infecção no trato reprodutivo e sua diminuição e associada ao aumento do fluido prostático, sendo que a vesícula seminal contribui 70% com o pH alcalino e a próstata contribui com 30% do pH ácido. Coagulação O normal se dissolve de 5 a 30 minutos, mas também pode ser ausente (sem a formação do coagulo) e persistente devido à disfunção prostática. Liquefação Pode ser completa, onde teve a dissolução do coagulo; primária, onde teve ausência do coagulo e incompleta, que ainda apresente restos de coágulos.
 EXAME MICROSCÓPICO 
Esse exame e feito para a contagem de espermatozoides, leucócitos, diferencial de leucócitos e contagem de hemácias. A contagem de espermatozoides e realizada na Câmara de Neubauer, após a diluição com solução salina a 0,9%, essa diluição e essencial, pois imobilizam os espermatozoides antes da contagem. Faz-se a contagem dos espermatozoides e multiplica por 1 milhão, o normal é igual ou maior que 20 milhões de SPTZ/mL. Depois da contagem de SPTZ, o número encontrado é jogado no formula de SPTZ/ejaculado, onde se multiplica o número de SPTZ contados pelo volume do ejaculado. O normal pode ser igual ou maior que 30 milhões de SPTZ/ejaculado. A contagem de leucócitos também é feita na Câmara de Neubauer, usando a mesma diluição da contagem de SPTZ, onde o número de leucócitos é multiplicado por 50, e o valor normal é menor ou igual a 1000 leuc/mm3 . Depois é feito o diferencial, fazendo um esfregado na lâmina e contaram com o reagente de Leishman. A contagem de hemácias também é realizada na Câmara de Neubauer, multiplicando se o número encontrado por 50, onde o valor normal é igual ou menor que 1000 hem/mm3.
Exame de Vitalidade Espermática
 Antes de avaliar a vitalidade espermática, é verificado a motilidade espermática. A motilidade sofre influência de vários fatores, entre eles, a viscosidade, a temperatura e as radiações eletromagnéticas (raios-X, luz ultravioleta e a própria luz visível). Após longos períodos de abstinência (superior a 30 dias), há um aumento significativo de espermatozoides imóveis. A motilidade é um fator necessário para a fertilidade, porém, não é suficiente para indicar capacidade de fertilização. A motilidade é avaliada pela velocidade e pela direção, o normal seria de 50% móveis e 50% imóveis. Dentre os móveis devem ser verificados os rápidos, lentos e “in situ” (se movem, mas não saem do lugar). A vitalidade espermática reflete na proporção de espermatozoides que estão "vivos". O método de escolha é a técnica de coloração Eosina/Negrosina, os espermatozoides que estão mortos absorvem o corante, então somente eles serão corados, podendo assim diferenciar os mortos dos vivos classificando como eosina negativos ou positivos.
Exame de Morfologia Espermática
 A presença de espermatozoides morfologicamente incapazes de fertilizar, também resulta em infertilidade.
A morfologia espermática é avaliada em relação à estrutura da cabeça, gorjal, peça intermediária e cauda. Anormalidades na morfologia da cabeça são associadas à má penetração no óvulo, enquanto anormalidades no gorjal, na peça intermediária e na cauda afetam a motilidade. O espermatozoide normal possui uma cabeça em forma oval, com cerca de 5µm de comprimento e 3µm de largura, e uma longa cauda flagelar com cerca de 45µm de comprimento. Os espermatozoides anormais são classificados da seguinte forma: 1. Cabeça: macrocéfalo, microcéfalo, piriforme (semelhante a uma pêra), bicéfalo (cabeça dupla), tapering (em forma de fita ou fusiforme), pin head (semelhante a cabeça de alfinete, minúscula), acéfalo (sem cabeça) e microcéfalo com cabeça redonda e acrossomo ausente. 2. Peça intermediária: restos citoplasmáticos (ectasias), angulação na inserção cauda cabeça (pescocinho quebrado) e espermatozoides unidos por peça intermediária. 3. Causa (flagelo): acaldais (ausência de cauda), bicaudais, cauda espessa, cauda curta, cauda totalmente enrolada e cauda distalmente enrolada. 4. Anomalias não classificadas (SPTZ amorfos). Também são pesquisadas células da espermatogênese.
 Citologia Oncótica 
Realizado para verificar a presença de células neoplásicas.
Exame Microbiológico 
A presença de mais de um milhão de leucócitos por milímetro indica a presença de bactérias no sêmen (bacteriospermia) e é um achado comum e pode ser relacionada com infecções. Os processos infecciosos genitais geralmente são assintomáticos e afetam a atividade funcional dos órgãos sexuais. Isso faz com que ocorra uma redução na qualidade do sêmen, que consequentemente, causa infertilidade. Por isso, recomenda-se a investigação destes micro organismos na rotina do espermograma, que pode ser feita através de um simples exame bacterioscópico. Deve ser levado em consideração, que, os sêmens normais apresentam alguns cocos Gram-positivos e, às vezes, uma flora mista constituída por bactérias anaeróbicas. 
 Pesquisa de Fungos, Parasitos e Cristais
 Deve-se relatar a presença de cristais, parasitas e fungos visualizados no exame microscópico. 
Pesquisa de fungos A pesquisa de fungos é para identificar alguma infecção e é observada através de uma espermocultura para identificação dos micro-organismos e posterior fazer tratamento. Conforme a intensidade da infecção pode ocorrer quadros obstrutivos que, dependendo dos locais afetados, podem provocar azoospermia (ausência de espermatozoides), oligozoospermia (diminuição do número de espermatozoides) e hipospermia (diminuição do volume ejaculado). 
 Pesquisa de parasitos
 A pesquisa parasitaria é feita para identificação de alguma infecção por parasitas, dependendo do parasita é feito o tratamento. 
 Pesquisa de cristais 
A pesquisa parasitaria é feita para identificação de alguma infecção por parasitas, dependendo do parasita é feito o tratamento.
 Exame Químico
 O líquido seminal tem como função primordial de transportar os espermatozoides até o trato genital feminino. É um meio tamponado que contém uma série de nutrientes capazes de manter uma concentração de espermatozoides e um volume final, dentro dos valores normais. Qualquer alteração que houver deste equilíbrio pode pôr em risco a fertilidade masculina. As substâncias dosadas são as seguintes: - Frutose: componente essencial para o metabolismo e motilidade dos espermatozoides. Ela é secretada pelas vesículas e ampolas seminais e tem-se encontrado grande relação entre os casos de oligozoospermia e/ou astenospermia e baixas concentrações de frutose que é encontrada em processos inflamatórios ou infecciosos desses locais.
Ácido cítrico: é produzido exclusivamente pela próstata e tem como função a manutenção do equilíbrio osmótico do esperma e estabilizador dos processos de coagulaçãoliquefação. Em casos de prostatites e processos neoplásicos esta substância encontra-se diminuída. 
 Espermina, Espermidina e Putrescina: são três poliaminas, encontradas por todo o corpo, porém em maior concentração no líquido prostático. A ausência desse odor característico está relacionada com insuficiência prostática ou deficiências congênitas destas aminas.
 Fosfatase ácida: é a enzima que se encontra em maior concentração no esperma. Tanto a fosfatase ácida como suas frações prostáticas apresentam-se diminuídas nos processos infecciosos e/ou obstrutivos, e estão elevadas nos processos neoplásicos.
Exame Imunológico
 Os espermatozoides são potencialmente antigênicos tanto para o homem como para a mulher. Para o próprio homem, essa capacidade antigênica ocorre porque estas células, além de serem haplóides, aparecem na puberdade, e o sistema imunológico reconhece os próprios antígenos no período perinatal. O homem pode apresentar auto-anticorpos contra espermatozoides no líquido seminal e no sangue. Assim, os anticorpos anti-espermatozoides podem provocar a imobilização do gameta masculino ou impedir que ocorra a penetração no gameta feminino.
PRINCIPAIS APLICAÇÕES CLÍNICAS
 Este exame éde grande valia na investigação de fertilidade masculina e para verificação da eficácia de cirurgias de vasectomia, através da análise do esperma. O espermograma possibilita a obtenção de dados relativos à quantidade e qualidade dos espermatozoides - avaliações físico-químicas, microscópicas, morfológicas, imunológicas, bioquímicas e hormonais são realizadas. 
 Preparo do Paciente 
Caso o paciente apresente dificuldades para coletar o material, recomenda-se a coleta logo pela manhã, antes de urinar; - Se o material for colhido em casa, deverá ser entregue ao laboratório em no máximo 30 minutos; - O material deve ser colhido no laboratório, pela forma de masturbação manual realizada pelo paciente, devendo-se colocá-lo em uma sala de coleta a mais silenciosa possível, afastada do movimento normal da recepção; - O paciente de estar com abstinência sexual de 3 a 5 dias; - Caso o paciente deseja fazer a dosagem de frutose, deve-se estar de jejum de 12 horas; - O paciente deve ser instruído para evitar perdas de material; - Falar para o paciente anotar a hora exata da coleta. 
Tipo de Amostra.
Liquido seminal.
 Armazenamento e Estabilidade da Amostra 
Os frascos de coleta deverão ser de vidro neutro, de abertura suficientemente larga, e deverão estar rigorosamente estéreis. Devem ser resistentes o suficiente para se evitar acidentes lamentáveis. O material deverá ser lavado com sabões neutros ou aniônicos e enxugado muito bem para se evitar a presença de resíduos saponáceos. O material deverá ser incubado na estufa a 37oC para que se possa identificar o tempo de liquefação. 
 Critérios para Rejeição da Amostra
- Amostra insuficiente; - Amostra incorreta; - Identificação incorreta; - Não usar preservativos para coletar; - Amostra de coito interrompido; - Recipiente quebrado ou sem tampa; - Recipiente não estéril. 
REAGENTES
 - Fita reativa (mesma usada na uranálise), para determinar o pH; - Solução salina para diluição; - Corante eosina, para verificar a vitalidade espermática; - Reagente de Leishman, para o diferencial de leucócitos; - Reagentes para coloração de Gram.
 EQUIPAMENTOS E MATERIAIS 
Procedimento Manual - Tubos de ensaio e estantes; - Pipetas, ponteiras e peras; - Câmara de Neubauer; - Lâminas e lamínulas; - Microscópio; - Frascos de vidro ou acrílico; - Espectrofotômetro; - Banho-maria; - Fitas reativas; - Materiais para cultura: placas de Petri, alça de platina, Ágar, entre outros; - Estufa e capela. Procedimento Automatizado Para a análise do sêmen há no mercado vários equipamentos. Um desses é o Spermalite SQA-V, destinado à análise automatizada do sêmen, associa tecnologia eletroótica (detectores óticos de motilidade e de densidade espermática), algoritmos computadorizados e vídeo microscopia. O sistema permite a seleção de uma programação de alta sensibilidade para amostras pós-vasectomia e utiliza os critérios da Organização Mundial da Saúde (OMS) para avaliação do esperma. O equipamento analisa os seguintes parâmetros: • Concentração total de espermatozoides (milhões/mL - M/mL) • Motilidade (%) • Motilidade progressiva (%) • Motilidade não progressiva (%) • Imotilidade (%) • Morfologia normal (%)
• Concentração de espermatozoides móveis (M/mL) • Concentração de espermatozoides com motilidade progressiva (M/mL) • Concentração de espermatozoides funcionais (M/mL) • Velocidade média dos espermatozoides (m/segundo - mic/seg) • SMI - Índice de motilidade do espermatozoide (espermatozoides móveis progressivos versus velocidade média dos espermatozoides) • Total de espermatozoides (milhões - M) • Total de espermatozoides móveis (M) • Total de espermatozoides progressivos (M) • Total de espermatozoides funcionais (M) Inúmeras são as vantagens sobre o exame realizado de forma manual, dentre as quais pode-se citar: diminuição da subjetividade do método e a diminuição da subjetividade em relação ao operador, avaliação dos espermatozoides viáveis como também a velocidade da progressão em minutos, tornando a avaliação da fertilidade mais segura, aumentando a precisão e exatidão do exame.
PROCEDIMENTOS 
Procedimentos Manuais 
 Exame físico A maioria dos procedimentos analisados só poderá ser estudada após a liquefação total do material. Na coagulação deve-se observar se houve ou não formação do coágulo logo após a coleta. Na liquefação espera-se uma hora depois de colhido o material para observar se houve a dissolução completa do coágulo. Deve-se também observar a cor e o cheiro. O aspecto após liquefação deve ser homogêneo e a viscosidade deve ser até 1,0 cm. Usa-se uma fita reativa (mesma usada na uroanálise) para determinar o pH. Para aferir o volume e determinar a viscosidade usa-se uma pipeta graduada.
Exame microscópico 
A contagem dos espermatozoides é realizada em Câmara de Neubauer, a partir de uma diluição de 1:20 (0,1 mL do esperma bem homogeneizado + 1,9 mL de solução diluente). Solução diluente: solução salina a 0,9% com 5% de formaldeído a 40%, em concentração final. Conta-se no quadrante central (o mesmo para a contagem de eritrócitos) os quatro quadrados laterais e o central, multiplicando o número obtido por um milhão, para obter-se a concentração dos espermatozoides por mililitro (ml) de esperma. Para a contagem de leucócitos e eritrócitos contam-se os quatro quadrantes laterais da Câmara de Neubauer e multiplicam-se os valores achados por 50. O resultado é liberado em milímetros cúbicos (mm³). 
 Exame de motilidade espermática Trata-se de uma avaliação objetiva, realizada por exame microscópico da amostra não diluída. Coloca-se a amostra na lâmina e cobre-se com uma lamínula determinando a porcentagem de espermatozoides que apresentam motilidade ativa. Os espermatozoides devem ser avaliados em seu movimento progressivo para frente. Devem ser examinados aproximadamente 25 campos de grande aumento. A porcentagem e a qualidade da motilidade devem ser determinadas em cada campo, devendo se registrar uma média desses resultados. Nos móveis deve-se relatar a porcentagem de translativos rápidos, translativos lentos e móveis “in situ”. Dentre os imóveis determina-se a porcentagem de eosina negativos e positivos. Para a determinação dos móveis e imóveis com eosina, coloca-se uma gota do corante eosina em uma gota da amostra não diluída na lâmina e cobre-se com lamínula. Os espermatozoides corados com a eosina aparecem alaranjados, pois eles absorvem o corante, sendo estes os mortos. Os vivos não absorvem o corante, ficando da cor natural.
 Exame de morfologia espermática
 Para observar a morfologia espermática deve-se fazer um esfregaço e corá-lo com algum corante hematológico (Leishman, Panótico ou Giemsa). Há um grande número de tipos morfológicos, porém, consideram-se os mais característicos. É determinada de acordo com a região afetada. - Anomalias de cabeça: a) Macrocéfalo; b) Microcéfalo; c) Piriforme d) Bicéfalo e) Tapering; f) Pin head; g) Acéfalo. - Anomalias de peça intermediária: a) Restos citoplasmáticos; b) Angulação na inserção cauda-cabeça; c) Unidos pela peça intermediária. - Anomalias de cauda (flagelo): a) Acaudais; b) Bicaudais; c) Cauda espessa; d) Cauda curta; e) Cauda totalmente enrolada; f) Calda distalmente enrolada. Existem ainda anomalias não classificadas, devendo-se relatar a presença de espermatozoides amorfos. No laudo coloca-se a porcentagem de cada anomalia dentro da porcentagem dos anormais. 
 Citologia oncótica
O mesmo procedimento do exame Papanicolau. 
Exame microbiológico 
Deve-se fazer um esfregaço em uma lâmina com a amostra não diluída e corar pelo método de Gram. Se necessário fazer cultura. Observar no microscópio na objetiva de 100x. No laudo relatar a presença ou ausência de microrganismos. Deve-se ter um cuidado especial na coleta do sêmen para cultura. É necessário uma higienização mais rigorosa e o paciente deve urinar antes da coleta da amostra, para evitar contaminações. A cultura do plasma seminal para verificar a presença de micro organismos tanto aeróbicos quanto anaeróbicos pode ajudar no diagnóstico da infecção de glândula acessória,particularmente da próstata. Na cultura de bactérias aeróbicas, se a concentração de bactérias exceder a 1000 unidades formadoras de colônias (CFU)/ml deve-se determinar os tipos de colônias. Se as colônias parecerem uniformes, precisa-se fazer a determinação da sensibilidade a antibióticos. Se tiverem aspectos distintos, pode-se suspeitar de contaminação. Se a concentração de bactérias for menor que 1000 CFU/ml, a cultura deve ser considerada negativa com respeito a micro organismos aeróbicos. Pesquisa de fungos, parasitas e cristais Pesquisa de fungos após a coleta é colocado um pouco do material em um tubo com meio de crescimento, para que, se houver algum fungo, ele começar a se multiplicar. Esse tubo é incubado por alguns dias a 37 ºC, e após esse tempo, observa-se o desenvolvimento do fungo ou não. Se houver crescimento de algum fungo, é retirada uma parte desse material e feito um esfregaço, para ser observado o tipo do fungo, para melhor tratamento. Pesquisa de parasitos A pesquisa de parasitas é feita através de esfregaço fixando e corado para melhor identificação das estruturas presentes. Pesquisa de cristais se for feito uma coleta correta do material, a presença de cristais, dependendo do cristal, pode indicar alguma alteração que está liberando esses cristais no ejaculado. Então são feitas outras pesquisas para identificar a causa dessa presença de cristais. 6.1.8 Exame bioquímico A OMS recomenda a análise de pelo menos um marcador bioquímico para cada glândula acessória genital, e há vários parâmetros seminais disponíveis para esta avaliação. Ácido cítrico, zinco, g-glutamil transpeptidase e fosfatase ácida para a glândula prostática frutose e prostaglandinas para as vesículas seminais, L-carnitina livre, glicerilfosforilcolina e a-glucosidase para os epidídimos podem ser utilizados como marcadores. - Frutose: se nenhum espermatozoide for observado, um teste qualitativo para a detecção de frutose deve ser efetuado. A frutose é uma substância androgênica dependente e é produzida nas vesículas seminais. Ela pode ser dosada pelo método de Roe e consideram-se normais os valores entre 1,0 e 3,5 mg/mL. Níveis baixos de frutose geralmente indicam deficiência na atividade secretora das vesículas seminais, exceto em sêmens polizoospérmicos. A ausência de frutose e um volume baixo de ejaculado, associado à incapacidade do sêmen de coagular-se, sugere a ausência congênita do vaso deferente e das vesículas seminais ou a obstrução dos ductos ejaculatórios. Valores elevados são raros e de significado clínico pouco conhecido. - Ácido cítrico: reflete a capacidade secretora da glândula prostática. Mantém o equilíbrio osmótico do sêmen, potencializa a atividade da hialuronidase, estabiliza o processo de coagulação-liquefação. Há boas correlações entre zinco, ácido cítrico e fosfatase ácida prostática. - Zinco: níveis seminais deste cátion são determinados pelo método de Vallee & Gibson. Consideram-se normais os valores entre 100 e 200 mg/ml. Valores baixos são detectados quando há uma deficiência na atividade secretora da próstata, sobretudo aquela causada por infecções. Valores elevados indicam que há um predomínio de secreção prostática no ejaculado. Neste caso, o pH seminal geralmente é igual a 7,3. - Espermina, Espermidina e Putrescina: são três poliaminas, encontradas por todo o corpo, porém em maior concentração no líquido prostático. A ausência desse odor característico está relacionada com insuficiência prostática ou deficiências congênitas destas aminas. - A-glucosidase: até recentemente a L-carnitina era o marcador epididimário mais utilizado, mas a dosagem da a-glucosidase foi instituída ultimamente em algumas clínicas. Há duas formas isômeras da a-glucosidase no plasma seminal: a mais importante, neutra, originase exclusivamente dos epidídimos e a menos importante, ácida, origina-se principalmente da próstata. A a-glucosidase neutra tem se mostrado um marcador epididimário mais específico e sensitivo que a L-carnitina e a glicerilfosforilcolina e sua dosagem é, portanto, de melhor valor diagnóstico para a obstrução ductal distal, quando usada em conjunção com parâmetros hormonais e testiculares. Além do mais, a técnica de dosagem da a-glucosidase neutra é mais simples, mais barata e consome menos tempo que as dos outros marcadores.
Exame imunológico Pesquisa de anticorpos anti-espermatozoides: os espermatozoides contêm diversos componentes antigênicos em sua estrutura, que estimulam uma resposta imune em determinadas circunstâncias, produzindo anticorpos anti-espermatozoides no homem (resposta auto-imune), ou na mulher (resposta iso-imune). Os anticorpos espermáticos no sêmen pertencem quase que exclusivamente a duas classes imunológicas: IgA e IgG. Os anticorpos IgA têm maior importância clínica que os anticorpos IgG. Estes anticorpos interferem em diversas etapas do processo de reprodução humana e reduzem as chances de fertilização. Os anticorpos anti-espermáticos não destroem nem imobilizam os espermatozoides, eles podem interferir no funcionamento espermático através da sua simples aderência à membrana plasmática dos espermatozoides. Essa aderência pode levar a aglutinação dos espermatozoides. Os anticorpos anti-espermáticos interferem também na penetração normal e no trânsito dos espermatozoides no muco cervical. Esse teste é recomendado na rotina do espermograma, sobretudo em casos de aglutinação espontânea e/ou baixa de motilidade, em testes pós-coito negativo com espermograma normal e em casos de infertilidade conjugal sem causa aparente.
CÁLCULOS 
 Exame Microscópico Para a contagem dos espermatozoides na Câmara de Neubauer utilizam-se as seguintes fórmulas: - Espermatozoides por ml: Nº de SPTZ contados x 106 ; - Espermatozoides no ejaculado: Nº de SPTZ contados x volume do ejaculado; - Espermatozoides corrigidos: Nº de SPTZ no ejaculado x % normais x % translativos rápidos. Para a contagem de outras células como hemácias, leucócitos ou células epiteliais utiliza-se a seguinte fórmula: Nº de células contadas x 50 / mm³.
RESULTADOS (UNIDADE DE MEDIDA)
 Contagem de espermatozoides: o número de espermatozoides é liberado em mililitros (mL). A polizoospermia não é patogênica. A oligozoospermia é anormal. - Normozoospermia: > 20 x 106 espermatozoides/mL. - Oligozoospermia: < 20 x 106 espermatozoides/mL. - Polizoospermia: > 200 x 106 espermatozóides/mL. - Azoospermia: nenhum espermatozoide no ejaculado. A motilidade é avaliada de duas maneiras: a quantidade de esperma com motilidade como porcentagem do total e a qualidade do movimento espermático de progressão em linha reta, isto é, rapidez e a capacidade do espermatozoide de produzir em linha reta. A amostra de sêmen será considerada normal se mais que 50% dos espermatozoides forem do tipo A e B (translativos rápidos e lentos). Na morfologia a quantidade de espermatozoides normais deve ser maior ou igual a 50% do total. A quantidade de anormais deve ser menor que 50%. 
 VALORES DE REFERÊNCIA 
 Exame Físico Volume: 2,0 – 5,0 mL Aspecto após liquefação: Homogêneo Cheiro: “Sui generis” Cor: Opalescente Viscosidade: Normal (até 1,0 cm) pH: 7,0 – 8,0 Coagulação: Normal Liquefação: Completa.
Exame Microscópico SPTZ/mL: ≥ 20x106 SPTZ/mL SPTZ/ejaculado: ≥ 30x106 SPTZ/ejaculado SPTZ/corrigido: ≥ 20x106 SPTZ/ ejaculado Leucócitos: ≤ 1.000/mm³ Hemácias: ≤ 1.000/mm³ Motilidade: Móveis: ≥ 50% Translativos rápidos: ≥ 25% Translativos lentos: ≤ 15% “In situ”: ≤ 15% Imóveis: ≤ 50% Eosina negativo: ≥ 50% Eosina positivo: ≤ 50% Morfologia: Normais: ≥ 50% Anormais: < 50% Células da espermatogênese: ≤ 10% em 100 SPTZ 9.3 Exame Bioquímico Frutose: 1,0 – 3,5 mg/mL Ácido cítrico: 3,8 – 8,0 mg/mL Fosfatase ácida: 400 - 700 UI/mL Zinco: 100 - 200 mg/mL
CONTROLE DE QUALIDADE 
 Controle Interno - Identificar as amostras corretamente; - Manusear e armazenar as amostrar corretamente; - Identificar os Kits utilizados citando fabricante e número de catálogo, obedecer às normas de armazenamento dos kits; - Observar a calibração das pipetas e equipamentos utilizados;

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