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1 FAPSS-SCS- PÓS GRADUAÇÃO SAÚDE PÚBLICA COM ÊNFASE EM ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA DISCIPLINA: VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA, SANITÁRIA E SAÚDE AMBIENTAL Docente: Tânia da Costa AULA: 23/09/2017 � VIGILÂNCIA SANITÁRIA �VIGILÂNCIA EM SAÚDE 1 – Na cidade de Ouro Fino (MG) cinco macacos foram encontrados mortos numa mata próxima a um dos bairros periféricos. Os macacos costumam frequentar as residências e os comércios em busca de alimentos. Na semana passada uma pessoa foi internada no Hospital de uma cidade vizinha com suspeita de febre amarela. 2 - Todos os esforços foram deflagrados pela Prefeitura de Birigui para conter o surto de diarreia que ocorreu na tarde de hoje em escola municipal. Até o momento já foram socorridas mais de 40 crianças e 8 adultos, sendo que 9 crianças e 2 adultos estão em quadro grave, inclusive com duas internações em UTI. O município não forneceu, até o presente momento, qualquer relato sobre o alimento servido. 3 - Dr. Jonas, chefe do pronto socorro de um hospital geral público identificou que, há algumas semanas, tem aumentado a frequência de pacientes com tentativa de suicídio, alguns casos graves, como as intoxicações por ingestão de chumbinho. 4 -Um vazamento de cloro das tubulações da empresa Braskem, no Bairro Pontal da Barra, em Maceió, provocou a intoxicação de pelo menos 30 pessoas que moram nas proximidades, na tarde deste sábado (21). Segundo o Corpo de Bombeiros, a nuvem do produto químico passou por cima da favela "Sururu de Capote", o que deixou algumas pessoas com olhos e gargantas irritados. 2 5 - Faz três meses que uma trabalhadora do comércio de colchões está com depressão. Ela tem alguns problemas em casa, mas são corriqueiros e procura não dar importância a eles, porém, no trabalho há uma disputa acirrada por clientes, pois ganham por comissão das vendas. Ao entregar ao seu chefe um atestado de licença médica pela depressão, ouviu deste: “Isto é problema de mulher! Você está com a vida atrapalhada e quer dizer que a culpa é do trabalho! Isto é preguiça! Falta do que fazer!” 6 - Foi identificado que determinado anticoncepcional não foi eficaz e 9 mulheres que faziam uso do mesmo engravidaram. Vigilância em Saúde: Conceito Conjunto articulado de ações destinadas a controlar determinantes, riscos e danos à saúde de populações que vivem em determinados territórios. � Importante: Integralidade do cuidado, tanto na abordagem individual quanto na coletiva dos problemas de saúde. Vigilância em Saúde Breve histórico Brasil � Dec. 1680 - medidas para conter uma epidemia de febre amarela no porto de Recife. � 1808 - Coroa Portuguesa estrutura uma política sanitária (adoção da quarentena). � 1889 - primeira Regulamentação dos Serviços de Saúde dos Portos. Prevenção da chegada de epidemias; intercâmbio seguro de mercadorias. Vigilância em Saúde Breve histórico Brasil 1903/04 – Osvaldo Cruz assume a Direção Geral de Saúde Pública (DGSP) Brasil. Governo Federal passa a ter a responsabilidade de coordenar as ações de prevenção e controle das doenças transmissíveis; criação do primeiro programa vertical (Febre Amarela, obrigatoriedade de vacina antivariólica). Vigilância em Saúde Breve histórico Brasil � 1941 - Serviços Nacionais para controle de doenças (malária, febre amarela, peste bubônica, tuberculose e lepra). � 1968 - Centro de Investigações Epidemiológicas (CIE) na Fundação Serviços de Saúde Pública (FSESP). Utiliza método americano de combate à varíola. Em 1969 institui Sistema de Notificação. 3 Vigilância em Saúde Breve histórico Brasil � 1975 – V Conferência Nacional de Saúde (CNS) propõe a criação de um Sistema de Vigilância Epidemiológica no país. � 1976 - Ministério da Saúde após criação do Sistema Nacional de Vigilância em Saúde, institui a notificação compulsória de casos e/ou óbitos de 14 doenças para todo o território nacional. � 1988 – Promulgação da Constituição Federal �1990 – Instituição do SUS Vigilância em Saúde: elementos constituintes Os elementos essenciais da atividade de vigilância, que a caracterizam e a diferenciam de outras práticas de saúde pública são: (1) o caráter de atividade contínua, permanente e sistemática, o que a diferencia de estudos e levantamentos realizados de forma ocasional; (2) o foco dirigido para determinados resultados específicos procurando estabelecer os objetivos e as metas a serem alcançados; (3) a utilização de dados diretamente relacionados com a prática da saúde pública, particularmente os relacionados à morbidade e à mortalidade, ainda que outras informações possam subsidiar a análise da situação de determinadas doenças e seus fatores de risco; (4) o sentido utilitário, pragmático da atividade que, em última análise, visa a estabelecer o controle de doenças e não apenas ampliar o conhecimento sobre estas. Desenvolvimento da Vigilância em Saúde no SUS A efetiva descentralização das ações de vigilância epidemiológica para as secretarias estaduais e municipais de saúde iniciou-se em dezembro de 1999, quando da publicação da Portaria GM/MS nº 1.399, que regulamentou a Norma Operacional Básica 01/96 quanto às competências da União, estados e municípios na área de epidemiologia e controle de doenças, resultante de intensos debates nas instâncias de pactuação intergestores do SUS. Desenvolvimento da Vigilância em Saúde no SUS Fenômeno correspondente ocorreu no âmbito da Vigilância Sanitária, com a publicação da Lei nº 9.782, de 26 de janeiro de 1999, que definiu o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária e atribuiu competências à União, estados, Distrito Federal e municípios, para que exerçam atividades de regulação, normatização, controle e fiscalização na área de vigilância sanitária. Desenvolvimento da Vigilância em Saúde no SUS Em 2004, a publicação da Portaria GM/MS nº 1.172, aponta esforços de aprimoramento do processo de descentralização das ações de vigilância em saúde, definindo as atividades sob o título vigilância em saúde, a saber: vigilância de doenças transmissíveis, vigilância de doenças e agravos não transmissíveis e de seus fatores de risco, vigilância ambiental em saúde, e análise de situação de saúde. Em 2007, por meio da Portaria GM/MS nº 1.956/07, a gestão federal da saúde do trabalhador é transferida da Secretaria de Atenção à Saúde para a Secretaria de Vigilância em Saúde. Desenvolvimento da Vigilância em Saúde no SUS A necessidade de potencializar o processo de descentralização das ações de vigilância em saúde, à luz do Pacto da Saúde, é traduzida na atualização dos atos normativos. Assim, por meio da Portaria GM/MS nº 3.252, de 22 de dezembro de 2009, é fortalecido o papel gestor dos estados e municípios e se amplia o escopo das ações de Vigilância em Saúde, compreendendo: 4 Escopo das ações de Vigilância em Saúde: � Vigilância epidemiológica � Promoção da saúde � Análise da situação de saúde � Vigilância em saúde ambiental � Vigilância em saúde do trabalhador � Vigilância sanitária Epidemiologia Descritiva e Analítica Entendem-se determinantes sociais de saúde como as condições de vida e trabalho dos indivíduos e de grupos da população, que estão relacionadas com sua situação de saúde. Cabe à epidemiologia descritiva a avaliação da frequência ou distribuição das enfermidades e à epidemiologia analítica o estudo dos fatores (causais) que explicam. Epidemiologia Descritiva Epidemiologia Descritiva – colheita e descrição de dados ou informações relativos à natureza dos eventos epidemiológicos ou características de ocorrência da doença em populações. (associação entre a doença e fatores individuais ou ambientais – caracteriza adistribuição da ocorrência da doença no espaço, no tempo, ou segundo fatores sócio-econômico-culturais.) Epidemiologia Analítica Epidemiologia Analítica: Processamento e análise das informações obtidas na fase descritiva. � Análise de dados � Formulação e execução do teste de hipótese � Conclusão As análises buscam estabelecer associações causa-efeito. Vigilância epidemiológica Conjunto de ações que proporcionam o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes da saúde individual e coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças e agravos. Vigilância epidemiológica - Controle de zoonoses � Controle de populações de animais domésticos e sinantrópicos: Controle de agravos e doenças transmitidas por animais (zoonoses), por meio de cães, gatos e animais de grande porte e morcegos, pombos, ratos, mosquitos, entre outros. Doenças/zoonoses: raiva, criptococose, toxoplasmose, arboviroses, leptospirose, febre maculosa etc.. 5 Vigilância epidemiológica - Controle de zoonoses Animais Sinantrópicos Animais sinantrópicos são aqueles que se adaptaram a viver junto ao homem, a despeito da vontade deste. Diferem dos animais domésticos, os quais o homem cria e cuida com as finalidades de companhia (cães, gatos, pássaros, entre outros), produção de alimentos ou transporte (galinha, boi, cavalo, porcos, entre outros). Destacam-se aqueles que podem transmitir doenças, causar agravos à saúde do homem ou de outros animais, e que estão presentes na nossa cidade, tais como: (abelha, aranha, baratas, carrapato, escorpião, formiga, lacraia ou centopéia, morcego, mosca, mosquito, pombo, pulga, rato, taturana, vespa). Vigilância epidemiológica - Notificações Compulsórias � Notificação Compulsória de doenças, agravos e eventos de saúde pública: PORTARIA NO - 204, DE 17 DE FEVEREIRO DE 2016 Define a Lista Nacional de Notificação Compulsória de doenças, agravos e eventos de saúde pública nos serviços de saúde públicos e privados em todo o território nacional, nos termos do anexo, e dá outras providências. Fichas de Notificação são disponibilizadas pela Secretaria de Estado da Saúde de Estado de São Paulo por meio do endereço: http://www.saude.sp.gov.br/cve-centro-de-vigilancia-epidemiologica-prof.- alexandre-vranjac/homepage/downloads/fichas-de-investigacao Vigilância epidemiológica - Notificações Compulsórias Portaria no – 204 - de 17/02/2016- Definição de conceitos: I. Agravo II. Autoridades de saúde III. Doença IV. Epizootia V. Evento de saúde pública (ESP) VI. Notificação compulsória VII. Notificação compulsória imediata (NCI) VIII. Notificação compulsória semanal (NCS) IX. Notificação compulsória o de saúde pública constante da Lista de Notificação Compulsória X. Vigilância sentinela (ver portaria) Vigilância epidemiológica - Notificações Compulsórias Portaria no – 204 - de 17/02/2016- Art. 7º As autoridades de saúde garantirão o sigilo das informações pessoais integrantes da notificação compulsória que estejam sob sua responsabilidade. Art. 8º As autoridades de saúde garantirão a divulgação atualizada dos dados públicos da notificação compulsória para profissionais de saúde, órgãos de controle social e população em geral. Vigilância epidemiológica - Notificações Compulsórias Portaria no – 204 - de 17/02/2016 Art. 3º A notificação compulsória é obrigatória para os médicos, outros profissionais de saúde ou responsáveis pelos serviços públicos e privados de saúde, que prestam assistência ao paciente, em conformidade com o art. 8º da Lei nº 6.259, de 30 de outubro de 1975. Vigilância epidemiológica - Notificações Compulsórias Portaria no – 204 - de 17/02/2016 Art. 6º A notificação compulsória, independente da forma como realizada, também será registrada em sistema de informação em saúde e seguirá o fluxo de compartilhamento entre as esferas de gestão do SUS estabelecido pela SVS/MS. 6 Vigilância epidemiológica - Notificações Compulsórias SISTEMAS DE SAÚDE SINAN - Sistema de Informação de Agravos de Notificação É alimentado, principalmente, pela notificação e investigação de casos de doenças e agravos que constam da lista nacional de doenças de notificação compulsória (Portaria Nº 204 de 17/02/2016), mas é facultado a estados e municípios incluir outros problemas de saúde importantes em sua região, como varicela no estado de Minas Gerais ou difilobotríase no município de São Paulo. � Deve-se seguir o calendário nacional epidemiológico, organizado por semanas, também publicado no Diário Oficial da União. Vigilância epidemiológica - Notificações Compulsórias Ficha de Notificação SINAN Vigilância epidemiológica - Notificações Compulsórias Exemplos de ficha de investigação Vigilância epidemiológica - Notificações Compulsórias SISTEMAS DE SAÚDE Sistema de Informação de Nascidos Vivos – SINASC O documento básico que alimenta o - SINASC é a Declaração de Nascido Vivo (DN) Sistema de Informação de Óbitos - SIM O documento básico que alimenta o SIM é a Declaração de Óbito (DO). A emissão da DO é de responsabilidade médica, conforme, Artigo 1ª da Resolução nº 1779/2005 do Conselho Federal de Medicina. A Secretaria do Estado da Saúde tem a responsabilidade de realizar a gestão dos impressos o que compreende a distribuição e controle das Declarações de Nascido Vivo e de Óbito aos municípios, e estes realizam a distribuição junto aos Estabelecimentos de Saúde e aos cartórios. Vigilância epidemiológica - Notificações Compulsórias SISTEMAS DE SAÚDE SI-PNI Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunização O objetivo fundamental do SI-PNI é possibilitar aos gestores envolvidos no programa uma avaliação dinâmica do risco quanto à ocorrência de surtos ou epidemias, a partir do registro dos imunos aplicados e do quantitativo populacional vacinado, que são agregados por faixa etária, em determinado período de tempo, em uma área geográfica. Por outro lado, possibilita também o controle do estoque de imunos necessário aos administradores que têm a incumbência de programar sua aquisição e distribuição. 1 – Na cidade de Ouro Fino (MG) cinco macacos foram encontrados mortos numa mata próxima a um dos bairros periféricos. Os macacos costumam frequentar as residências e os comércios em busca de alimentos. Na semana passada uma pessoa foi internada no Hospital de uma cidade vizinha com suspeita de febre amarela. 7 2 - Todos os esforços foram deflagrados pela Prefeitura de Birigui para conter o surto de diarreia que ocorreu na tarde de hoje em escola municipal. Até o momento já foram socorridas mais de 40 crianças e 8 adultos, sendo que 9 crianças e 2 adultos estão em quadro grave, inclusive com duas internações em UTI. O município não forneceu, até o presente momento, qualquer relato sobre o alimento servido. 3 - Dr. Jonas, chefe do pronto socorro de um hospital geral público identificou que, há algumas semanas, tem aumentado a frequência de pacientes com tentativa de suicídio, alguns casos graves, como as intoxicações por ingestão de chumbinho. Promoção da Saúde Conjunto de intervenções individuais, coletivas e ambientais responsáveis pela atuação sobre os determinantes sociais da saúde. As ações específicas são voltadas para: Alimentação saudável, prática corporal, atividade física, prevenção e controle do tabagismo, redução da morbimortalidade em decorrência do uso de álcool e outras drogas, redução da morbimortalidade por acidentes de trânsito, prevenção da violência e estímulo à cultura da paz, além da promoção do desenvolvimento sustentável. Análise da situação de saúde Análise da situação de saúde: propicia ações de monitoramento contínuo do território, por meio de estudos e análises que identifiquem e expliquem problemas de saúde e o comportamento dos principais indicadoresde saúde, contribuindo para um planejamento mais abrangente na área. Ex. Produção de perfis e boletins epidemiológicos. Vigilância em saúde ambiental Vigilância em saúde ambiental: conjunto de ações que propiciam o conhecimento e a detecção de mudanças nos fatores determinantes e condicionantes do meio ambiente que interferem na saúde humana, com a finalidade de identificar as medidas de prevenção e controle dos fatores de risco ambientais relacionados às doenças ou a outros agravos. Vigilância em saúde ambiental � Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano (VIGIAGUA) Tem por objetivo detectar e prevenir situações de risco à saúde, relacionadas à água para consumo humano (beber, preparar alimento e higiene pessoal). � Vigilância de Populações Expostas à Poluição Atmosférica (VIGIAR) Tem por objetivo obter dados epidemiológicos que contribuam para elaborar políticas públicas no sentido de reduzir a exposição da população à poluição do ar. 8 Vigilância em saúde ambiental � Vigilância de Populações Expostas nas Áreas Contaminadas (VIGISOLO) Tem por objetivo identificar populações expostas em áreas contaminadas, monitorar a sua saúde e a interromper a exposição, quando possível. � Vigilância de Populações Expostas aos Desastres Naturais (VIGIDESASTRES) Tem por objetivo organizar as áreas de vigilância em Saúde para resposta rápida e adequada às questões de saúde decorrentes das situações de desastres naturais. Vigilância em saúde ambiental Qualquer evento relacionado deve ser notificado como “Evento de Saúde Pública (ESP) que se constitua ameaça à saúde pública” (cf. definição no Art. 2º da portaria 204 de 17/02/2016). Art. 2º - evento de saúde pública (ESP): situação que pode constituir potencial ameaça à saúde pública, como a ocorrência de surto ou epidemia, doença ou agravo de causa desconhecida, alteração no padrão clínico epidemiológico das doenças conhecidas, considerando o potencial de disseminação, a magnitude, a gravidade, a severidade, a transcendência e a vulnerabilidade, bem como epizootias ou agravos decorrentes de desastres ou acidentes. 4 -Um vazamento de cloro das tubulações da empresa Braskem, no Bairro Pontal da Barra, em Maceió, provocou a intoxicação de pelo menos 30 pessoas que moram nas proximidades, na tarde deste sábado (21). Segundo o Corpo de Bombeiros, a nuvem do produto químico passou por cima da favela "Sururu de Capote", o que deixou algumas pessoas com olhos e gargantas irritados. Vigilância em saúde do trabalhador: Vigilância em saúde do trabalhador: visa a promoção da saúde e redução da morbi-mortalidade da população trabalhadora, por meio da integração de ações que intervenham nos agravos e seus determinantes decorrentes dos modelos de desenvolvimento e processos produtivos; Vigilância em saúde do trabalhador Saúde do trabalhador: �Área da Saúde Pública que tem como objeto de estudo e intervenção nas relações entre o trabalho e a saúde. �Tem como objetivos a promoção e a proteção da saúde do trabalhador, por meio do desenvolvimento de ações de vigilância dos riscos presentes nos ambientes e condições de trabalho, dos agravos à saúde do trabalhador e a organização e prestação da assistência aos trabalhadores, compreendendo procedimentos de diagnóstico, tratamento e reabilitação de forma integrada, no SUS (MS 1998). Vigilância em saúde do trabalhador �A Vigilância em Saúde do Trabalhador deve estar estruturada de forma a permitir a integração das áreas de Informação e Intervenção, através de ações programadas, na perspectiva da proteção e promoção da saúde dos Trabalhadores. �A partir das notificações de acidentes e doenças do trabalho inseridas no SINAN (Sistema de Notificação dos Agravos de Notificação de Acidentes de Trabalho), devem ser realizadas inspeções aos ambientes de trabalho para avaliação das condições e a organização do trabalho. 9 Vigilância em saúde do trabalhador Principais doenças relacionadas ao trabalho: �Asma Ocupacional �Dermatoses Ocupacionais �LER (Lesões por Esforços Repetitivos)/DORT (Distúrbio Osteomuscular Relacionadas com o Trabalho) �PAIR - Perda Auditiva Induzida pelo Ruído �Pneumoconioses: Silicose e Abestose �Saúde Mental Vigilância em saúde do trabalhador Acidentes graves: Os acidentes de trabalho que resultem em morte, politraumatismos, amputações, esmagamentos, traumatismos crânio- encefálico, fratura de coluna, lesão de medula espinhal, trauma com lesões viscerais, eletrocução, asfixia, queimaduras que resultem na internação do trabalhador, e, todo tipo de acidente que tenha acontecido com trabalhadores menores de dezoito anos. 5 - Faz três meses que uma trabalhadora do comércio de colchões está com depressão. Ela tem alguns problemas em casa, mas são corriqueiros e procura não dar importância a eles, porém, no trabalho há uma disputa acirrada por clientes, pois ganham por comissão das vendas. Ao entregar ao seu chefe um atestado de licença médica pela depressão, ouviu deste: “Isto é problema de mulher! Você está com a vida atrapalhada e quer dizer que a culpa é do trabalho! Isto é preguiça! Falta do que fazer!” Vigilância Sanitária Vigilância sanitária: Conjunto de ações capazes de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes da produção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesses da saúde. Estão incluídos nestas ações o controle de bens de consumo, direta ou indiretamente relacionados com a saúde - bem como todas as etapas e processos, que vão da produção ao consumo - e o controle da prestação de serviços que se relacionam direta ou indiretamente com a saúde. Vigilância Sanitária O Sistema Nacional de Vigilância Sanitária – SNVS (Lei Federal 9782/99) é executado por instituições públicas da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, que exerçam atividades de regulação, normatização, controle e fiscalização na área de vigilância sanitária. No âmbito da União, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA coordena o SNVS, fomenta a realização de estudos e pesquisas no âmbito de suas atribuições e elabora resoluções de proteção à saúde com validade para todo o território nacional. Vigilância Sanitária No âmbito estadual, o Centro de Vigilância Sanitária de São Paulo - CVS-SP/SES regula e executa as ações conforme as necessidades e realidade do Estado de São Paulo. No âmbito municipal, caso o município possua um órgão de vigilância sanitária, este regula e executa as ações de acordo com as peculiaridades do referido município. 10 Vigilância Sanitária LEGISLAÇÃO ESTADUAL Lei Estadual n° 10.083, de 23 de setembro de 1998 Dispõe sobre o Código Sanitário do Estado � Os municípios podem criar seus próprios códigos sanitários. Quando não o possuem devem criar instrumentos legais para utilizar o Código Sanitário Estadual. Vigilância Sanitária Áreas de Abrangência da Vigilância Sanitária: � Alimentos � Medicamentos, drogas, insumos farmacêuticos e correlatos � Produtos para saúde � Serviços de saúde Vigilância Sanitária - Alimentos A cadeia de alimentos envolve uma série de etapas: produção, beneficiamento, armazenamento, transporte, industrialização, embalagem, fracionamento, reembalagem, rotulagem, distribuição, comercialização e consumo. Em alguns casos, há ainda a etapa de registro. (CONASS, 2011) Vigilância Sanitária - Alimentos � Importante: Para os serviços de alimentação, o Regulamento Técnico sobre Boas Práticas para Serviços de Alimentação (Resolução RDC/Anvisa n. 216, de 15 de setembro de 2004) impõe exigências rígidas, visando garantir as boas práticas de manipulação e prevenir a ocorrência de surtos (CONASS, 2011). Vigilância Sanitária - Alimentos�Obs: A sanidade dos produtos de origem animal (carne,leite, mel, ovo etc.) é da égide da Secretaria de Agricultura. Visando produzir resultados eficientes para a proteção da saúde da população, deve haver um trabalho integrado com a Vigilância Sanitária. Vigilância Sanitária- Medicamentos Medicamentos, drogas, insumos farmacêuticos e correlatos � Este conjunto abrange um grande número de produtos; sua composição é extremamente diversificada em termos de materiais, substâncias ativas, processos e tecnologias. � Estão submetidos à vigilância sanitária: medicamentos, drogas, insumos farmacêuticos, soros, vacinas, sangue e hemoderivados e correlatos. Equipamentos e artigos médico- odontológicos e hospitalares destinados à atenção à saúde. 11 Vigilância Sanitária- Medicamentos Medicamentos, drogas, insumos farmacêuticos e correlatos � Também fazem parte desse universo os cosméticos, os produtos de higiene e perfumes e os saneantes domissanitários, as embalagens e a rotulagem. � Todos os estabelecimentos produtores e de comercialização e armazenamento, os meios de transporte e a propaganda estão sujeitos à vigilância sanitária. � Enfim, todo o ciclo de vida desses produtos, desde antes da sua produção até o seu consumo e efeitos, é objeto da atuação da vigilância sanitária (CONASS, 2011). Vigilância Sanitária- Medicamentos Medicamentos, drogas, insumos farmacêuticos e correlatos CORRELATOS: De acordo com a Lei n. 5.991/73, são equipamentos e materiais de saúde os aparelhos, materiais ou acessórios cujo uso ou aplicação estejam ligados à defesa e à proteção da saúde individual ou coletiva, a fins diagnósticos e analíticos, os cosméticos e perfumes e, ainda, os produtos dietéticos, ópticos, de acústica médica, odontológicos e veterinários (CONASS, 2011). Vigilância Sanitária- Farmacovigilância Cabe à farmacovigilância identificar, avaliar e monitorar a ocorrência dos eventos adversos relacionados ao uso dos medicamentos comercializados no mercado brasileiro, com o objetivo de garantir que os benefícios relacionados ao uso desses produtos sejam maiores que os riscos por eles causados. Além das reações adversas a medicamentos, são questões relevantes para a farmacovigilância: eventos adversos causados por desvios da qualidade de medicamentos, inefetividade terapêutica, erros de medicação, uso de medicamentos para indicações não aprovadas no registro, uso abusivo, intoxicações e interações medicamentosas. (ANVISA, 2017) Os serviços usuários alimentam o sistema da Farmacovigilância. Os dados alimentados no sistema irão gerar informações para intervenção no problema. Vigilância Sanitária – Serviços de Saúde Serviços de saúde e serviços de interesse da saúde A vigilância sanitária de serviços de saúde e de interesse da saúde tem como objetivos verificar e promover a adesão às normas e aos regulamentos técnicos vigentes, avaliar as condições de funcionamento e identificar os riscos e os danos à saúde dos pacientes, dos trabalhadores e ao meio ambiente. Sua ação deve ser capaz de impedir a transmissão de doenças, reduzir a ocorrência de danos e a morbimortalidade institucional (CONASS, 2011). Vigilância Sanitária – Serviços de Saúde Serviços de saúde e serviços de interesse da saúde � São serviços de saúde desde hospitais até clínicas de tratamento estético com presença de médico. �Já os serviços de interesse da saúde são: creches, funerárias, salões de beleza, hotéis/motéis, saunas etc.. 6 - Foi identificado que determinado anticoncepcional não foi eficaz e 9 mulheres que faziam uso do mesmo engravidaram. 12 Programação de Vigilância em Saúde – PAVS A Programação de Vigilância em Saúde (PAVS) é um conjunto de ações que devem subsidiar a programação das SES e SMS para o alcance de metas do Pacto e demais prioridades para o SNVS. Acordadas entre as esferas federal, estadual e municipal, estas ações respeitam a premissa do planejamento ascendente e permitem flexibilidade na definição de parâmetros e metas nos espaços loco-regionais. A SVS realiza o monitoramento das ações da PAVS junto às SES, que monitoram suas respectivas SMS. Os gestores federal, estadual e municipal devem realizar avaliações anuais da execução da PAVS, incluindo- as em seu relatório de gestão. Financiamento da Vigilância em Saúde Os recursos federais, transferidos regular e automaticamente do Fundo Nacional de Saúde para os fundos estaduais e municipais para financiamento da Vigilância em Saúde, estão organizados no Bloco Financeiro de Vigilância em Saúde e são constituídos por dois componentes: (1) componente de vigilância e promoção da saúde e (2) componente da vigilância sanitária. REFERÊNCIAS BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA. Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/farmacovigilancia. Acesso em 09 Set. 2017 _____. PORTARIA No- 204, DE 17 DE FEVEREIRO DE 2016. Disponível em: http://www.brasilsus.com.br/index.php/legislacoes/gabinete-do- ministro/6448-204. Acesso em 09 Set. 2017 _____. DATASUS. SI PNI. Disponível em: http://pni.datasus.gov.br/. Acesso em 09 Set. 2017 ______. Sistema de Informação de Agravos de Notificação – Sinan. Disponível em: http://portalsinan.saude.gov.br/o-sinan. Acesso em 09 Set. 2017 CONASS: Vigilância em Saúde. Parte 2. Livro 5. Coleção para entender a gestão do SUS. 2011. Disponível em: http://www.conass.org.br/bibliotecav3/pdfs/colecao2011/livro_5.pdf. Acesso em 02 Ago. 2017 ______. Vigilância em Saúde. Parte 2. Livro 6. Coleção para entender a gestão do SUS. 2011. Disponível em: http://www.conass.org.br/bibliotecav3/pdfs/colecao2011/livro_6.pdf. Acesso em 02 Ago. 2017 REFERÊNCIAS FIGUEIREDO, Ana. Caminhos da vigilância sanitária brasileira: proteger, vigiar, regular. São Paulo: Hucitec, 2016. GOVERNO DA PREFEITURA DE SÃO PAULO. Coordenadoria de Vigilância à Saúde de São Paulo – COVISA. Disponível em: http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/saude/vigilancia_em_s aude/. Acesso em 02 Ago. 2017 GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO. Coordenadoria de Controle de Doenças do Estado de São Paulo. Disponível em: http://www.saude.sp.gov.br/coordenadoria-de-controle-de-doencas/. Acesso em 09 Set. 2017 GOVERNO DO ESTADO DO PIAUÍ. Laboratório Central de Saúde Pública. LACEN. Disponível em: http://www.lacen.pi.gov.br/site/index.php?option=com_docman&task=cat_ view&gid=47&limit=5&limitstart=5&order=name&dir=ASC&Itemid=74. Acesso em 09 Set. 2017 OLIVEIRA, Cátia Martins; CASANOVA, Ângela Oliveira. Vigilância da saúde no espaço de práticas da atenção básica. Ciênc. saúde coletiva vol.14 no.3 Rio de Janeiro May/June 2009. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413- 81232009000300029. Acesso 7 set. 2017. TRABALHO MENSAL �Utilizar ABNT na formulação do trabalho; �Ter 05 (cinco) laudas, mais capa, folha de rosto e sumário; �Apresentar a seguinte estrutura: Capa; Folha de Rosto; Sumário, Introdução; Desenvolvimento do Texto; Conclusão e Referências Bibliográficas. �O trabalho mensal é produzido em casa pelo aluno (individualmente) e o mesmo terá até o dia 30 do mês seguinte (23/10/2017) para encaminhar o trabalho mensal no e-mail coordenacao@fapss.org. Obs. O artigo “Vigilância da saúde no espaço de práticas da atenção básica” de Cátia Martins Oliveira e Ângela Oliveira Casanova, publicado na revista Ciênc. Saúde coletiva vol.14 nº.3 Rio de Janeiro May/June 2009, está disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413- 81232009000300029