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ANAMNESE TÉCNICAS DE COMUNICAÇÃO Técnicas de uma entrevista bem feita 01 03 02 04 Escuta ativa Questionamentos direcionados Respostas empáticas Comunicação não Verbal 05 Validação 06 Tranquilização Técnicas de uma entrevista bem feita 07 09 08 10 Formação de parceria Transições Formulação de resumos Empoderamento do paciente ● A escuta ativa consiste no processo de ouvir atentamente aquilo que o paciente está comunicando, conscientizando-se do estado emocional dele e empregando habilidades verbais e não verbais para encorajá-lo a continuar falando desses problemas importantes. A escuta ativa possibilita a compreensão do significado desses problemas em múltiplos níveis da experiência do paciente. ESCUTA ATIVA Respostas empáticas Para expressar empatia, é preciso, antes de tudo, aceitar os sentimentos do paciente. Quando são percebidos sentimentos importantes – mas não expressados – a partir da face, da voz, do comportamento ou das palavras, podem ser feitas as seguintes perguntas gentis: “Como você se sente a respeito disso?” ou “Isso parece perturbá-lo; deseja conversar a respeito?”. O médico não deve pressupor que conhece esses sentimentos, a menos que fale de sua preocupação, pois dimensões importantes da experiência do paciente podem não ser abordadas. Após o paciente compartilhar esses sentimentos, responda com aceitação e compreensão. Sua resposta pode ser muito simples: “Isso parece tão perturbador” ou “Você deve estar sentindo-se muito triste”. Para que uma resposta seja empática, é preciso transmitir que você está sentindo o mesmo que o paciente. A empatia também pode ser não verbal – como pousar a mão no braço do paciente ou oferecer-lhe lenços de papel enquanto ele chora. Questionamento direcionado Perguntas direcionadas demonstram interesse continuado nos sentimentos e nas revelações do paciente, pois ajudam a evitar indagações que cortam o fluxo de ideias dele. Uma série de perguntas diretas (do tipo sim ou não) faz o paciente se sentir mais passivo na relação, resultando em perda de detalhes significativos. - Passe de perguntas abertas para questionamentos direcionados - Faça perguntas com respostas quantitativas - Faça várias perguntas, mas uma por vez - Ofereça respostas com múltiplas escolhas - Elucide as declarações do paciente - Encoraje o paciente a falar - Use a técnica de repetição (eco) - Devem ser evitadas perguntas tendenciosas que incluam a resposta na pergunta ou sugiram resposta desejada: “A dor está melhorando?” ou “Você não eliminou sangue nas fezes, eliminou?”. Se perguntar ao paciente: “Sua dor é semelhante a uma pressão?”, e ele concordar, suas palavras podem confundi-lo. Adote uma frase mais neutra, como, por exemplo, “por favor, descreva sua dor”. Tipos de questionamento direcionado Comunicação não verbal É importante atentar para o contato visual, para a expressão facial, para a postura corporal, para a posição da cabeça e movimentos como sacudir a cabeça, para a distância interpessoal e para a posição dos braços e das pernas – cruzados, neutros ou abertos. Não se esqueça de que parte da linguagem não verbal é universal e parte está ligada à cultura. Validação Outra maneira de estimular o paciente consiste na validação ou no reconhecimento da legitimidade da sua experiência emocional. Um paciente que, por exemplo, sofreu acidente automobilístico, mas não apresenta lesões físicas, pode estar passando por um intenso sofrimento emocional. Esse paciente se sente reconfortado com frases como: “Sofrer esse acidente deve ter sido muito assustador. Acidentes automobilísticos sempre são amedrontadores, porque nos lembram da nossa vulnerabilidade e da nossa fragilidade. Isso explicaria por que você se sente tão angustiado”. Quando se age dessa maneira, o profissional ajuda o paciente a sentir que tais emoções são genuínas e compreensíveis. Tranquilização A primeira providência para a tranquilização efetiva consiste simplesmente em identificar e reconhecer os sentimentos do paciente. Isso promove um sentimento de conexão. A tranquilização mais significativa ocorre após a conclusão da entrevista, do exame físico e, talvez, de alguns exames laboratoriais. A essa altura, já é possível dizer ao paciente o que você acredita estar acontecendo e lidar abertamente com a inquietação dele. O efeito tranquilizador provém do ato de torná-lo mais confiante e de que os problemas dele foram plenamente compreendidos e estão sendo solucionados. Formação de parceria Ao estabelecer uma relação com os pacientes, deve-se explicitar o compromisso com essa parceria. Os pacientes precisam sentir que, independentemente de como a doença evoluirá, você assumiu o compromisso de continuar a atendê-los. Formulação de resumos Resumir o relato do paciente durante a realização da entrevista tem várias finalidades. Em primeiro lugar, comunica ao paciente que você está ouvindo atentamente a história dele. Em segundo, identifica o que você sabe e o que você não sabe. “Agora, vejamos se captei toda a história. Você está tossindo há 3 dias, sobretudo à noite, e começou a expectorar escarro amarelo. Você não teve febre nem sentiu falta de ar, mas apresenta congestão nasal e sente dificuldade para respirar pelo nariz.” Após uma pausa ou fazer a perguntar: “Algo mais?”, deixe o paciente acrescentar algum dado novo e corrija quaisquer mal-entendidos. Transições Os pacientes podem ficar apreensivos durante uma consulta médica. Para deixá-los mais à vontade, diga que você sinalizará durante a entrevista quando passar de um tópico para outro. Quando passar de uma parte da anamnese a outra e para o exame físico, avise-o ao paciente, usando frases como: “Agora, farei algumas perguntas sobre as doenças que você já teve.” Sempre torne claro aquilo que o paciente deve esperar ou fazer a seguir. Empoderamento do paciente. Os pacientes que são autoconfiantes e compreendem suas recomendações tendem a obedecer a elas, a fazer modificações do estilo de vida ou a tomar a medicação prescrita. Princípios da partilha do poder - Evoque a percepção do paciente - Mostre interesse também na pessoa, não apenas no problema - Siga a liderança do paciente - Incite e valide o conteúdo emocional - Compartilhe as informações com o paciente, especialmente nos pontos de transição durante a visita - Torne sie raciocínio transparente para o paciente - Revele os limites do seu conhecimento REFERÊNCIA BICKLEY, Lynn S.. Bates, propedêutica médica. 11 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2015.
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