Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
SISTEMA NASOLACRIMAL O sistema nasolacrimal é dividido em algumas porções: Porção secretória – glândulas lacrimais Glândula lacrimal Glândula da terceira pálpebra → base Glândulas de Meibomio Células conjuntivais de Goblet Drenagem lacrimal Ducto nasolacrimal GLÂNDULA LACRIMAL Túbulo alveolar localizado dorso-lateral ao globo ocular Drenagem da lágrima → óstios lacrimais (canto medial e ostios lacrimais superior e inferior Lágrima drenada é captada pelos óstios e encaminhada para os canalículos superior e inferior (dois trajetos responsáveis por conduzir a lágrima captada) Saco lacrimal: saco de fundo cego Ducto nasolacrimal: drenada em direção a cavidade nasal Trajeto do ducto nasolacrimal Uma porção passa dentro do seio nasal e uma porção dentro da cavidade nasal OBSTRUÇÕES DO DUCTO Afecções associadas à obstrução do ducto Sinal clínico → epífora (lacrimejamento) Epífora + face úmida → infecções TESTES DIAGNÓSTICO Verificação da patência do ducto nasolacrimal Teste 1 → fluoresceína no saco conjuntival (ducto patente – fluoresceína no óstio nasal) Teste 2 → canulação e irrigação do ducto com solução NaCl 0,9% a partir do óstio nasal (mais comum), não necessita sedação (sonda uretral n°4 ou n°6) Canular via óstio nasal – identificar o óstio nasal do ducto e introduzir uma sonda Com o polegar comprimir a sonda no interior do óstio para evitar que reflua solução fisiológica Injetar solução fisiológica lentamente Ducto patente → solução fisiológica sai vias óstios lacrimais Teste 3 → a partir dos óstios lacrimais Necessita sedação forte (Detomidina) + bloqueio dos 4 pontos, bloqueio do nervo aurículo palpebral + colírio anestésico Sonda uretral n°4 Canulação e irrigação do ducto com solução NaCl 0,9% Teste 4 → exame radiográfico Dacriocistorrinografia Dácrio = lágrima Cisto = cavidade que contém líquido (ducto) Rino = nariz Grafia = estudo radiográfico Verifica obstruções ao longo do trajeto do ducto Obrigatoriamente sob anestesia geral Canulação do ducto via óstio lacrimal inferior Injeção de 2 a 5mL de contraste radiopaco RX posições lateral, dorsoventral e oblíqua Irrigar com solução fisiológica ao se remover a sonda Teste 5 → endoscopia do ducto nasolacrimal Verifica causa exata da obstrução Necessita de sedação forte (detomidina) + bloqueio dos 4 pontos + colírio anestésico Introdução do endoscópio via nasal Fibroscópio de 3mm de diâmetro OBSTRUÇÕES DO DUCTO Ducto pode estar obstruído por inúmeros fatores: Anormalidades congênitas Atresia dos óstios Anormalidades adquiridas Corpos estranhos → obstrução mais comum Dacriocistite → inflamação e infecção do ducto → pode evoluir para conjuntivite Enfermidades dentárias → sinusite maxilar (seio fica repleto de secreção purulenta e essa secreção tem a capacidade de comprimir o ducto e uma parte dele passa dentro do seio maxilar sendo capaz de causar uma constrição extraluminal) Constrição extraluminal por exostose Processos neoplásicos → raros DACRIOCISTITE + OBSTRUÇÃO Inflamação do ducto nasolacrimal Não ocorre com frequência em equinos Etiologia: corpos estranhos no interior do ducto nasolacrimal que podem obstru[i-lo Pode causar conjuntivite secundária Tratamento: irrigação do ducto com NaCl 0,9% e colírio com antibiótico (tobramicina) ATB sistêmico após cultura e antibiograma (se necessário) ATRESIA DO ÓSTIO NASAL OU ÓSTIOS LACRIMAIS Congênita, epífora persistente, secreção mucopurulenta Sinais observados desde o nascimento Alguns animais não apresentam sinais severos até 1 a 2 anos de idade Maioria dos casos → abertura coberta apenas por camada fina de mucosa Diagnóstico realizado por meio de sedação Canulação e irrigação do ducto via contrária ao ponto de suspeita da atresia Observação de bolha de solução no óstio com atresia Diagnóstico pode ser realizado somente com a sonda sem irrigar → mais invasivo Tratamento: sedação + bloqueio dos 4 pontos + colírio anestésico Incisão com bisturi ou agulha (40x12) sobre a bolha ou ponta da sonda observada no óstio com atresia Após a incisão, progredir a sonda Fixação da sonda por pelo menos 15 dias Movimentar sonda para evitar aderência, irrigar olho com NaCl e aplicar pomada oftálmica (Epitezan®) BID LACERAÇÕES PALPEBRAIS DO CANTO MEDIAL DO OLHO Podem envolver ducto nasolacrimal Acidentais ou devido a ressecção de tumores como sarcóides e carcinomas Ducto lacerado pode cicatrizar fechado Indicação cirúrgica Reparo do ducto nasolacrimal evitando-se o desenvolvimento de epífora crônica e suas consequências Blefaroplastia sob anestesia geral Blefaroplastia nylon n°6-0 Tubo de silicone no interior do ducto nasolacrimal → via distal (pelo óstio nasal) e via proximal (pelo óstio lacrimal), fios servirão como guia Reconstrução da pálpebra e manter o tubo de silicone por algumas semanas OBSTRUÇÕES ADQUIRIDAS NO TRAJETO DO DUCTO NASOLACRIMAL Trauma, estenose do ducto por rinites, exostose por sinusites, granulomas, neoplasias palpebrais e nasais Indicação → canaliculorrinostomia → criação de uma fístula linear de membrana mucosa até o seio maxilar Agulha 18G → introduzida pelo óstio lacrimal inferior → perfura seio maxilar 50cm de fio nylon n°3 deve ser passado pela agulha, a agulha deve ser retirada e o fio mantido no interior do seio, suturar a porção externa do fio à pele e manter por 1 mês Irrigação ocular com NaCl 0,9% + Tobrex® por 10 dias a cada 8 horas, Epitezan® por 1 mês e sulfa+trimetropin oral (30mg/kg) a cada 12 horas por 5 dias BOLSA GUTURAL ESTRUTURA E FUNÇÃO Trompa de eustáquio ou tuba auditiva: Comunica ouvido médio com faringe equalizando a pressão no tímpano Bolsa gutural: Divertículo da trompa de Eustáquio Direita e esquerda apresentam compartimentos lateral e medial – separados pelo osso estiloide Os compartimentos mediais encontram-se em aposição parcial e não se comunicam Capacidade média de aproximadamente 470mL Relação intima com estruturas importantes como a artéria carótida interna, veia cava cerebral e ramificações do SNA simpático e parassimpático FUNÇÕES Equalizar a pressão no ouvido – tuba auditiva Resfriar sangue arterial que chega ao cérebro Aquecer o ar inspirado Câmara de ressonância na vocalização ENFERMIDADES Timpanismo (acúmulo de ar) Empiema (acúmulo de secreção purulenta) Condroide (solidificação do pus) Micose Osteoartropatia temporoioídea Sinais clínicos → relacionados à injúria de estruturas específicas em contato com o divertículo → nervos, artérias, veias e sistema acústico EXAME DA BOLSA GUTURAL Palpação externa – identifica a distensão Exame radiográfico Projeção lateral → nível de fluidos, fraturas e exostoses do osso estiloide, corpos estranhos radiopacos e massas tumorais Exame endoscópio – melhor método para determinação do diagnóstico Verificar presença de secreções na abertura da bolsa gutural na faringe Entrar com endoscópio na bolsa TIMPANISMO DA BOLSA GUTURAL Distensão da bolsa gutural por ar sob pressão Observado em potros de até 1 ano de idade Normalmente unilateral, mas pode ser bilateral Aumento de volume é elástico e indolor Etiologia Congênita → extensão de mucosa no óstio faríngeo → válvula de uma via Adquirida → inflamação regional, tosse persistente e disfunção muscular Patogenia Acúmulo de ar → complicações associadas à proliferação de Streptococcus equi zooepidemicus Bactérias saprófitas se tornam patogênicas Fluidos se acumulam junto com o ar Se houver queda de resistência associada Risco de pneumonia Observar tosse e febre Tratamento→ CISTOGUTUROTOMIA Fenestração do septo medial criando uma comunicação entre as bolsas direita e esquerda Anestesia geral inalatória e decúbito lateral Excisão do septo medial de aproximadamente 2cm² Realizar sutura dos tecidos moles Acesso pelo triangulo de Viborg: Veia linguofacial (ventral) Tendão do músculo esternocefálico (dorsal) Ramo vertical da mandíbula (cranial) EMPIEMA Acúmulo de secreção purulenta na bolsa gutural Pode ser uni ou bilateral Empiema pode evoluir para condroides – concreções arredondadas (aspecto de pedregulho) Etiologia Infecção do trato respiratório superior por Streptococcus equi equi (garrotilho) – linfonodos retrofaríngeos podem se romper para dentro da bolsa Estenose do óstio faríngeo → timpanismo (bactérias saprófitas da região se proliferam) Traumas – fratura do osso estiloide, perfuração por sonda nasogástrica e infusão de fármacos irritantes Sinais clínicos Aumento de volume doloroso na região da bolsa gutural Secreção nasal purulenta Ruído respiratório Disfagia → tosse Pneumonia aspirativa → dispneia Diagnóstico Exame radiográfico evidencia nível de fluido acumulado na bolsa Exame endoscópico evidencia secreção purulenta a partir do óstio faríngeo e acúmulo de secreção no interior da bolsa Tratamento Acesso pelo triangulo de Viborg Drenagem do conteúdo purulento e condroides Implantação de cateter de Foley e irrigação da bolsa com soluções de antisséptico Iodo povidine 0,05% Deixar cicatrizar por segunda intenção Antibioticoterapia sistêmica Penicilina + gentamicina ou ceftiofur MICOSE Infecção fúngica da parede da bolsa gutural Normalmente unilateral Lesão = membrana diftérica → tecido necrótico, debris celulares, fungos (Aspergillus) e bactérias Epistaxe é o sinal clínico mais comum Causada pela erosão da parede da bolsa e ruptura da artéria carótida interna (maioria dos casos), artéria carótida externa ou artérias maxilares Outros sinais clínicos: Disfagia → causada pela lesão dos ramos faríngeos do nervo vago e glossofaríngeo (responsáveis pela deglutição) Pneumonia aspirativa Ruído respiratório Hemiplegia laringiana (mau funcionamento das cartilagens aritenoides da laringe) Síndrome de Horner (ptose palpebral, miose, paralisia da região da face, prolapso da terceira pálpebra Diagnóstico: sinais clínicos + endoscopia Tratamento Prevenção de hemorragia da carótida interna Ligadura da carótida comum do lado acometido Embolização com mola – fluoroscopia Irrigação da bolsa com antissépticos (iodo povidine 0,05%) e antifúngicos (anfotericina B) até combater a infecção Pode acessar a bolsa (triangulo de Viborg), destacar placa diftérica e irrigar diretamente a bolsa → risco de ruptura da carótida OSTEOARTROPATIA TEMPOROIOÍDEA Etiologia: secundária à infecção do ouvido médio Patogenia: otite leva à osteíte das estruturas adjacentes à articulação temporoióidea → estiloide Sinais clínicos Associados à lesão dos nervos facial (VII) e Vestibulococlear (VIII) VII → orelhas sem movimento, ptose palpebral, ptose labial e paralisia facial do lado acometido VIII → ataxia, inclinação da cabeça, déficit de audição e nistagmo horizontal Diagnóstico: raio X e endoscopia → deformações Tratamento: ATB e AINE’s Recuperação parcial ou completa
Compartilhar