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Direito Processual Civil II - Planos de Aula 7 e 8

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Direito Processual Civil II - Plano de Aula 7 e 8
Plano de Aula 7
Questão Discursiva
Raphael consulta Arthur (seu advogado de confiança) a respeito de uma questão jurídica envolvendo a compra de um veículo Zero Quilômetro que realizou recentemente, a menos de 3 (três) meses. O veículo apresenta defeitos que intermitentes, aparentemente relacionados à parte elétrica ou eletrônica do veículo. Rafael informa ao seu advogado que já tentou por todos os meios convencer os responsáveis da concessionária onde foi adquirido, assim como o próprio fabricante do problema. O máximo que conseguiu foi a marcação de mais uma visita e vistoria técnica do veículo e os resultados foram um gentil café em sala de espera refrigerada e a posição de que ele (Raphael) é quem deveria provar que o veículo está com problemas, pois, na vistoria, nada foi detectado. Assim, Raphael pergunta ao advogado se é possível levar o caso ao Poder Judiciário, já que ele não tem como provar tecnicamente o defeito, pois é mero consumidor e não conhece de componentes técnicos do veículo. Raphael também informa que pesquisou e encontrou outros casos similares, onde pessoas naturais e jurídicas conseguiram provar o mesmo problema em seus veículos de mesma marca e modelo. Arthur tranquiliza Raphael e informa que irá requerer em Juízo as medidas processuais necessárias para a melhor e mais rápida defesa de seus interesses.
Releia e interprete o texto acima para responder aos seguintes questionamentos:
A) A quem incumbe, ordinariamente, o ônus da prova em juízo no processo civil brasileiro?
R: ORDINARIAMENTE NA FORMA DO ART. 373, I E II DO CPC.
B). É possível alguma inversão no caso concreto?
R: CABE INVERSÃO NA FORMA DO PARÁGRAFO 1º DO CPC, DE FORMA FUNDAMENTADA, ONDE O MAGISTRADO TERÁ QUE DAR OPORTUNIDADE A OUTRA PARTE DE SE DESINCUMBIR DO ÔNUS.
Questões Objetivas
1ª Questão
O princípio do livre convencimento motivado traduz a ideia de que:
A) o juiz tem liberdade para apreciar e decidir a causa, mas deve fundamentar apenas as sentenças que resolvem o mérito.
B) a motivação interna de convencimento do magistrado legitima sua decisão, não havendo necessidade de externar nas decisões judiciais fundamentação específica da fonte jurídica para o julgamento.
C) as partes têm total liberdade para convencer o juiz dos fatos jurídicos materiais e processuais.
D) se houver súmula vinculante, não haverá necessidade de interpretação e decisão fundamentada do caso.
R: (A) Art. 93, IX da CRFB de 1988. É um dever do juiz e um direito de todo jurisdicionado. Art. 371 do NCPC - O juiz apreciará a prova constante dos autos, independentemente do sujeito que a tiver promovido, e indicará na decisão as razões da formação de seu convencimento.
2ª Questão.
Marque a opção correta:
A) A parte que alegar direito municipal em juízo poderá ter que provar o teor e vigência, se assim determinar o juiz.
B) O juiz não pode dispensar a prova, mesmo em fatos notórios.
C). Após recente decisão do STF, agora é possível a produção forçada de provas, desde seja o último recurso ou expediente para se chegar à sentença demérito.
D) A prova documental pode ser arguida como falsa a todo e qualquer tempo, não havendo preclusão a respeito de documentos que já poderiam ter sido juntado aos autos.
R: (A) Art. 376 do CPC - A parte que alegar direito municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinário provar-lhe-á o teor e a vigência, se assim o juiz determinar.
Plano de Aula 8
Questão Discursiva
Carla está desesperada e conversa com Dra. Suzana (sua advogada) que a principal testemunha de seu caso e que deverá comparecer em audiência de instrução futura (mês seguinte) foi hospitalizada para passar por procedimento cirúrgico de alto risco em no máximo 3 (três) dias, conforme atestou o médico em documento próprio. Existe sério risco de morte, ou mesmo de vida com sequelas cerebrais diversas. O tempo de espera é apenas para os trâmites técnicos e administrativos para a cirurgia, pois trata se de evento futuro e certo. Dra. Suzana lamenta o ocorrido com Carla, mas informa que nada pode fazer, pois o NCPC não prevê mais a medida cautelar existente no CPC/73, talvez no máximo peticionar nos autos informando do ocorrido e requerendo o adiamento da audiência para aguardar a melhor recuperação da testemunha enferma, ou mesmo conseguirem uma testemunha substituta. 
Releia e interprete o texto acima para responder aos seguintes questionamentos:
A). Está correta a informação jurídica prestada pela Dra. Suzana?
R: Não. O NCPC não suprimiu a possiblidade de produção de prova antecipada, tampouco deixou de realçar sua característica de cautela, de urgência instrumental. Os Artigos 381 a 383 respondem satisfatoriamente ao questionamento. É importante salientar que o NCPC deu um novo tratamento às tutelas de urgência, na verdade, agora denominadas de tutela provisória e que podem ter natureza de evidência ou urgência. Dentro da tutela de urgência, encontramos medidas satisfativas e medidas cautelares. Ver arts. 294 a 311 do NCPC.
B). É possível que Atas Notariais possam atestar ou documentar a existência de fatos jurídicos materiais e servirem de meio probatório em Juízo?
R: Sim. É perfeitamente possível e sua tipificação legal está no art. 384 do NCPC, que deve ser combinado com a LRP (Lei de Registros Públicos Lei n° 6015/73) e com Lei
8953/94)
Questões Objetivas
1ª Questão
Com o NCPC é correto afirmar que:
a) no âmbito dos juizados especiais cíveis estaduais será agora possível provas mais complexas, além de documental, depoimento pessoal e testemunhal.
b) no âmbito do procedimento comum e de acordo com o princípio da concentração dos atos processuais, em regra as provas devem ser requeridas e produzidas em momentos pontuais, sob pena de preclusão, salvo casos especificados em lei.
c) as provas documentais somente podem ser juntadas na audiência de instrução e julgamento.
d) a ata notarial está formalizada como meio probatório, mas não houve previsão de prova emprestada.
R: (B) Princípio da concentração dos atos processuais. Petição inicial, réplicas, contestação, dentre outros momentos mais específicos, incluso por ordem judicial.
2ª Questão.
A prova realizada através de exame de DNA:
a) é obrigatória para a parte contrária, pois trata-se de dignidade na pessoa humana.
b) não é obrigatória, mas pode gerar consequências para quem não se submete ao mesmo.
c) não pode mais ser determinada pelos juízes, sob pena de violação de direito constitucional.
d) deve obrigatoriamente ser seguida pelo juiz.
R: (B) Artigos 231 e 232 do Código Civil c/c art. 379 do NCPC.

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