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SUMÁRIO
1. Bulbo (ou medula oblonga) .................................... 3
2. Ponte .............................................................................13
3. Mesencéfalo ...............................................................21
4. Lesões do tronco encefálico ................................28
Referências bibliográficas .........................................29
3TRONCO ENCEFÁLICO
O tronco encefálico é a parte mais 
caudal do encéfalo. É composto pelo 
mesencéfalo, pela ponte e pelo bul-
bo. Interpõe-se entre a medula e o 
diencéfalo e localiza-se ventralmente 
ao cerebelo. A importância do tronco 
encefálico repousa em várias de suas 
características, que, em conjunto, dão 
a ele a definição informal de centro de 
sobrevivência. Está associado a diver-
sas funções vitais, como o ciclo sono-
-vigília, consciência e controle respi-
ratório e cardíaco, abrange a maioria 
dos núcleos dos nervos cranianos e 
facilita a comunicação entre cérebro, 
medula espinal e cerebelo. 
Na sua constituição, entram corpos de 
neurônios que se agrupam em núcle-
os e fibras nervosas que, por sua vez, 
se agrupam em feixes denominados 
tratos, fascículos e lemniscos. Muitos 
desses núcleos recebem ou emitem 
fibras nervosas que entram na cons-
tituição dos nervos cranianos. Dos 12 
pares de nervos cranianos, 10 fazem 
conexão no tronco encefálico. 
Figura 1: Tronco encefálico Disponível em: https://abc-
damedicina.com.br/tronco-encefalico-anatomia-nucle-
os-e-cortes-estrutura-e-funcao.html
1. BULBO (OU MEDULA 
OBLONGA)
É a porção mais inferior do tronco ce-
rebral, tem a forma de um tronco de 
cone e é contínua com a medula espi-
nal abaixo e com a ponte acima. 
Limites 
• INFERIOR: Não existe uma linha 
de demarcação exata entre a me-
dula e o bulbo, mas considera-se o 
limite inferior uma linha imaginária 
horizontal logo acima do filamento 
radicular mais cranial do primeiro 
nervo cervical da medula, na altura 
do forame magno.
• SUPERIOR: Sulco bulbo-ponti-
no (visível no contorno ventral do 
tronco encefálico)
A superfície do bulbo é percorrida por 
diversos sulcos contínuos com os da 
medula espinal:
• Fissura mediana anterior - é in-
terrompida inferiormente pela de-
cussação das pirâmides e termina 
superiormente em uma pequena 
depressão no sulco bulbopontino, 
o forame cego.
• Sulcos laterais anteriores – de onde 
emergem os filamentos radiculares 
do nervo hipoglosso (NC XII).
• Sulcos laterais posteriores – de 
onde emergem os filamentos radi-
4TRONCO ENCEFÁLICO
culares dos nervos glossofaríngeo 
(NC IX), vago (NC X) e acessório 
(NC XI). 
• Sulco intermédio posterior.
• Sulco mediano posterior – termina 
na metade do bulbo, no obéx, onde 
seus lábios se abrem para formar 
os limites laterais do IV ventrículo.
Esses sulcos delimitam estruturas 
no bulbo contínuas com os funículos 
medulares que caracterizam as áreas 
anterior, lateral e posterior do bulbo. 
Figura 2: A decussação das pirâmides Fonte: Gray’s, 
Anatomia / Susan Standring ; [tradução Denise Costa 
Rodrigues... et al.]. - Rio de Janeiro: Elsevier, 2010
Na região anterior, ao lado da fissu-
ra mediana anterior, encontramos as 
pirâmides, feixes compactos de fibras 
nervosas descendentes derivadas do 
hemisfério ipsilateral do córtex cere-
bral que ligam as áreas motoras do 
cérebros aos neurônios motores da 
medula – trato corticoespinhal. A de-
cussação das pirâmides consiste em 
uma estrutura na região caudal onde 
as fibras do trato corticoespinhal cru-
zam obliquamente o plano mediano, 
para continuar como trato corticoes-
pinhal lateral. (Imagem 2)
A oliva é uma eminência presente na 
lateral do bulbo, entre os sulcos late-
rais anterior e posterior, onde se en-
contra o núcleo olivar inferior. (Ima-
gem 3)
Na área posterior do bulbo, há a con-
tinuação dos fascículos grácil e cunei-
forme da medula, constituídos de 
fibras nervosas ascendentes, que 
terminam nos núcleos grácil e cunei-
forme, respectivamente, situados na 
parte mais cranial desses fascículos. 
Eles determinam o aparecimento de 
duas eminências, o tubérculo do nú-
cleo grácil, medialmente, e do núcleo 
cuneiforme, lateralmente. (Imagem 
2). Esses tubérculos se afastam late-
ralmente como um V e gradualmente 
continuam com o pedúnculo cerebral 
inferior, grosso feixe de fibras que 
fletem dorsalmente para penetrar no 
cerebelo. 
5TRONCO ENCEFÁLICO
Figura 3: Tronco encefálico (vista posterior) Disponível em: https://www.auladeanatomia.com/novosite/
pt/sistemas/sistema-nervoso/tronco-encefalico/
Figura 4: Tronco encefálico (vista anterior. )Disponível em: https://www.auladeanatomia.com/novosite/pt/
sistemas/sistema-nervoso/tronco-encefalico/
6TRONCO ENCEFÁLICO
O bulbo é dividido em: 
• Porção fechada – Apresenta um 
canal central contínuo com o da 
medula que se abre para formar o 
IV ventrículo
• Porção aberta – Contribui com a 
metade inferior do assoalho do IV 
ventrículo 
Além das citadas, outra estrutura im-
portante que caracteriza a morfologia 
interna o bulbo é a decussação dos 
lemniscos (ou sensitiva). A partir dos 
núcleos grácil e cuneiforme, emergem 
as fibras arqueadas internas, que se 
curvam anterolateralmente, cruzam 
o plano mediano na área ventral, for-
mando a decussação dos lemniscos 
e flete-se cranialmente para constituir 
de cada lado, o lemnisco medial. Essa 
estrutura conduz ao tálamo os impul-
sos que ascenderam pelos fascículos 
grácil e cuneiforme contralaterais. 
SE LIGA! Os fascículos grácil e cunei-
forme conduzem pelo SNC impulsos re-
lacionados a tato epicrítico, propriocep-
ção consciente, sensibilidade vibratória 
e estereognosia.
 
SE LIGA! Apesar de terem diversos ele-
mentos contínuos, a medula espinhal e o 
tronco encefálico apresentam diferenças 
significativas entre suas estruturas. No 
tronco encefálico, a substância cinzen-
ta é fragmentada em núcleos, forman-
do os núcleos dos nervos cranianos, 
que constituem a substância cinzenta 
homóloga à da medula. Além destes, 
existem muitos núcleos que não têm 
correspondência com nenhuma área da 
medula e constituem a substância cin-
zenta própria do tronco encefálico.
Lemnisco medial
Núcleo 
grácil
Fásciculo 
grácil
Fibra 
arqueada
interna
7TRONCO ENCEFÁLICO
Substância Cinzenta do Bulbo 
Substância Cinzenta Homóloga à 
da Medula 
NÚCLEOS DE NERVOS CRANIANOS
Núcleo do hipoglosso
Motor
Motricidade da língua
Trígono do hipoglosso 
(assoalho do IV ventrí-
culo)
Núcleo do trato espi-
nhal do nervo trigêmeo
Sensitivo
Fibras dos nervos trigê-
meo, facial, glossofarín-
geo e vago
Fibras aferentes somá-
ticas gerais de quase 
toda a cabeça
Núcleo do trato solitário
Sensitivo
Gustação
Fibras dos nervos facial, 
glossofaríngeo e vago
Núcleo salivatório inferior
Inervação da parótida
Fibras pré – gangliona-
res do nervo glossofa-
ríngeo
Núcleo ambíguo
Motor
Fibras dos nervos 
glossofaríngeo, vago e 
acessório
Musculatura da faringe 
e laringe
Núcleo dorsal do vago
Motor parassimpático
Trígono do vago (assoa-
lho do IV ventrículo)
Núcleos vestibulares 
(inferior e medial)
Sensitivos
Área vestibular (assoa-
lho do IV ventrículo)
 Fibras do nervo vesti-
bulococlear
SE LIGA! Para memorizar com mais fa-
cilidade o nome e a função dos núcleos 
dos nervos cranianos, podemos usar um 
esquema baseado no ato de tomar um 
sorvete. 
Colocar a língua para fora para lamber o 
sorvete – Núcleo do hipoglosso
Verificar se é realmente um sorvete pela 
temperatura – Núcleo do trato espinhal 
do trigêmeo
Verificar o gosto do sorvete – Núcleo do 
trato solitário
O indivíduo já está com “água na boca” 
pelo sorvete – Núcleo salivatório inferior
Engolir o sorvete – Núcleo ambíguo
O sorvete é digerido no estômago – Nú-
cleo dorsal do vago
Para completar esta ação, o indivíduo 
deve se manter em pé, em equilíbrio – 
Núcleos vestibulares.
Substância Cinzenta 
Própria do Bulbo
• Núcleo grácil e cuneiforme → Fi-
bras arqueadas internas → Lem-
nisco medial
• Núcleo olivar inferior
◊ recebe fibras do córtex ce-
rebral,da medula (trato es-
pinocerebelar posterior) e do 
núcleo rubro e liga-se ao ce-
rebelo através das fibras oli-
vocerebelares que cruzam o 
plano mediano e penetram no 
córtex cerebelar pelo pedún-
culo cerebelar inferior. 
8TRONCO ENCEFÁLICO
◊ Principal função: Aprendiza-
gem motora.
◊ Aparece, em cortes, como uma 
lâmina pregueada e encurva-
da de substância cinzenta, de 
fácil identificação.
• Núcleos olivares acessórios medial 
e dorsal: Têm basicamente a mes-
ma estrutura, conexão e função do 
núcleo olivar inferior, com o qual 
formam o complexo olivar inferior. 
Figura 6: Corte transversal do bulbo na extremidade inferior do IV ventrículoFonte: Gray’s, Anatomia / Susan 
Standring ; [tradução Denise Costa Rodrigues... et al.]. - Rio de Janeiro: Elsevier, 2010
Figura 7: Secção transversal esquemática da porção fechada do bulbo ao nível da decussação do lemnisco me-
dial. Fonte: Neuroanatomia funcional/ Angelo B. M. Machado, Lucia Machado Haertel: 3º ed; São Paulo: Editora 
Atheneu, 2014
9TRONCO ENCEFÁLICO
Substância Branca do Bulbo
Fibras Transversais
• Fibras arqueadas internas: Algu-
mas apresentam os axônios dos 
núcleos grácil, enquanto outras 
são formadas pelas fibras olivoce-
rebelares.
• Fibras arqueadas externas: Ori-
ginam-se no núcleo cuneiforme 
acessório e dirigem-se ao cerebelo 
pelo pedúnculo cerebelar inferior.
Fibras 
transversais
Fibras arqueadas 
internas
Fibras arqueadas 
externas
Origem: Núcleo 
cuneiforme acessório
Destino: cerebelo (pedúnculo 
cerebelar inferior)
Axônios dos neurônios dos 
núcleos grácil e cuneiforme
Fibras olivocerebelares
Fibras Longitudinais
Vias ascendentes
• Fascículos grácil e cuneiforme
• Lemnisco medial
• Tratos espinotalâmico (anterior e 
lateral)
• Tratos espinocerebelares (anterior 
e posterior) 
• Pedúnculo cerebelar inferior
SE LIGA! As fibras que constituem o 
pedúnculo cerebelar inferior são: fibras 
olivocerebelares, fibras do trato espino-
cerebelar posterior e as fibras arquea-
das externas. As fibras do trato espino-
cerebelar anterior continuam na ponte e 
entram no cerebelo pelo pedúnculo ce-
rebelar superior.
Vias descendentes
• Tratos do sistema lateral da medu-
la: corticoespinhal e rubroespinhal 
• Tratos do sistema medial da me-
dula: corticoespinhal anterior, teto-
10TRONCO ENCEFÁLICO
espinhal, vestibuloespinhais e reti-
culoespinhais.
• Trato corticonuclear: Fibras origi-
nadas no córtex cerebral e que, 
no bulbo, terminam nos núcleos 
ambíguo e do hipoglosso, partici-
pando do controle voluntário dos 
músculos da laringe, da faringe e 
da língua. 
• Trato espinhal do nervo trigêmeo: 
Fibras sensitivas que penetram na 
ponte pelo nervo trigêmeo e termi-
nam ao longo do núcleo do trato es-
pinhal do nervo trigêmeo no bulbo. 
• Trato solitário: Formado por fibras 
aferentes viscerais que penetram 
no tronco encefálico pelos nervos 
VII, IX e X e terminam ao longo do 
núcleo do trato solitário. 
Via de associação – Fascículo 
longitudinal medial (ou próprio)
Presente em toda a extensão do tron-
co encefálico e nos níveis mais altos 
da medula, liga todos os núcleos 
motores dos nervos cranianos, sen-
do especialmente importantes suas 
conexões com os núcleos dos nervos 
relacionados aos movimentos do bul-
bo ocular e da cabeça. Recebe ainda 
um contingente de fibras dos núcleos 
vestibulares, trazendo informações 
acerca da posição da cabeça. Logo, é 
importante para a realização de refle-
xos que coordenam os movimentos 
da cabeça com os do olho, além de 
vários outros reflexos envolvendo es-
truturas situadas em níveis diferentes 
do tronco encefálico. 
Fibras 
Longitudinais
Vias descendentes Via de associaçãoVias ascendentes
Fascículos grácil e 
cuneiforme
Tratos espinocerebelares
Lemnisco medial
Tratos espinotalâmicos
Pedúnculo cerebelar inferior
Tratos do sistema 
lateral da medula
Tratos do sistema 
medial da medula
Trato corticonuclear
Trato espinhal do 
nervo trigêmeo
Trato solitário
Fascículo longitudinal 
medial
11TRONCO ENCEFÁLICO
• Fascículos grácil e cuneiforme 
→ Tato epicrítico, propriocepção 
consciente, sensibilidade vibrató-
ria e estereognosia 
• T. espinotalâmico anterior → 
Tato protopático e pressão
• T. espinotalâmico lateral → Dor e 
temperatura
• T. espinocerebelar anterior → 
Propriocepção inconsciente e de-
tecção dos níveis de atividade do t. 
corticoespinhal
• T. espinocerebelar posterior → 
Propriocepção inconsciente
• Sistema lateral da medula
◊ Corticoespinhal lateral → Mo-
tricidade voluntária 
◊ Rubroespinhal → Motricidade 
voluntária 
• Sistema medial da medula
◊ Corticoespinhal anterior → 
Motricidade voluntária 
◊ Tetoespinhal → Orientação 
sensorial da cabeça
◊ Reticuloespinhal pontino → 
Motricidade voluntária e ajus-
tes posturais
◊ Reticuloespinhal bulbar → 
Motricidade voluntária e ajus-
tes posturais
◊ Vestibuloespinhal lateral → 
Ajustes posturais
◊ Vestibuloespinhal medial → 
Ajustes posturais ]
Formação reticular do bulbo
Ocupa grande área do bulbo, onde 
preenche todo o espaço não ocupado 
pelos núcleos de tratos mais compac-
tos. Abriga o centro respiratório, o cen-
tro vasomotor e o centro do vômito. 
SE LIGA! A formação reticular consiste 
em uma agregação difusa de neurônios 
de tamanhos e tipos diferentes, separa-
dos por uma rede de fibras nervosas que 
ocupa a parte central do tronco encefá-
lico. Sua constituição não é de substân-
cia branca e nem de substância cinzen-
ta, sendo, de certo modo, intermediária 
entre elas. No tronco encefálico, ocupa 
uma grande área, preenchendo todo o 
espaço que não é preenchido pelos tra-
tos, fascículos e núcleos.
SAIBA MAIS!
Para ampliar o aprendizado, vamos revisar as funções desempenhadas pelos principais tratos 
citados aqui. 
12TRONCO ENCEFÁLICO
BULBO
Pirâmides Decussação das pirâmides Oliva Núcleo grácil
Núcleo 
cuneiforme
Assoalho do 
IV ventrículo 
Substância 
cinzenta do 
bulbo
Substância 
branca do 
bulbo
Trato 
corticoespinhal
Núcleo olivar 
inferior
Tubérculo do 
núcleo grácil
Tubérculo 
do núcleo 
cuneiforme
Porção aberta 
do bulbo
Núcleos 
de nervos 
cranianos
Núcleos grácil 
e cuneiforme
Núcleo olivar 
inferior
Núcleos 
olivares 
acessórios
Fibras 
transversais
Fibras 
longitudinais
Fibras 
arqueadas 
internas
Fibras 
arqueadas 
externas
Decussação 
dos 
lemniscos
Lemnisco 
medial
Vias 
ascendentes
Vias 
descendentes
Via de 
associação
13TRONCO ENCEFÁLICO
2. PONTE
Localizada entre o bulbo e o mesen-
céfalo, a ponte situa-se ventralmente 
ao cerebelo e repousa sobre a parte 
basilar do osso occipital e o dorso da 
sela túrcica do osso esfenoide. Na 
superfície anterior, a transição entre o 
bulbo e a ponte é demarcada pelo sul-
co bulbo-pontino, enquanto na parte 
dorsal, não há demarcação clara, pois 
ambas as estruturas constituem o as-
soalho do IV ventrículo. 
Figura 8: Ponte. Disponível em: https://www.kenhub.
com/pt/library/anatomia/cerebelo-e-tronco-cerebral
SE LIGA! Os nervos facial, vestibulo-
coclear e glossofaríngeo emergem nas 
laterais do sulco bulbo-pontino, local co-
nhecido como ângulo ponto-cerebelar. 
A presença de tantas raízes de nervos 
cranianos em uma área relativamente 
pequena explica a riqueza de sintomas 
observados nos casos de tumores que 
acometem esta área, levando à com-
pressão dessas raízes e causando a 
chamada síndrome do ângulo ponto-ce-
rebelar.
Estriações transversais percorrem a 
base ventral da ponte e convergem 
de cada lado para formar o pedúnculo 
cerebelar médio. A superfície da base 
tem um raso sulco mediano, o sulco 
basilar da ponte, que aloja a artéria 
basilar e é delimitado bilateralmen-
te por proeminências formadas par-
cialmente por fibras corticoespinhais 
subjacentes à medida que elas des-
cem através da ponte. 
SE LIGA! No limite entre a ponte e o 
pedúnculo cerebelar médio, emergem 
as duas raízes do nervo trigêmeo, uma 
raiz maior, a sensitiva e uma raiz menor, 
a motora.
SAIBA MAIS!
Lesões no bulbo apresentam como característicasmais comuns a disfagia (dificuldade de de-
glutição) e as alterações de fonação por lesão do núcleo ambíguo, assim como alterações do 
movimento da língua por lesão do núcleo hipoglosso. Além disso, podem ocorrer paralisias e 
perdas de sensibilidade nos troncos e nos membros por lesão nas diversas vias ascendentes 
e descendentes ali presentes.
PONTE
14TRONCO ENCEFÁLICO
Base da ponte (Parte ventral) 
É uma área própria da ponte, sem correspondente em outros níveis do tronco 
encefálico. 
Figura 9:Vista ventral da ponte. Fonte: Neuroanatomia funcional/ Angelo B. M. Machado, Lucia Machado Haertel: 3º 
ed; São Paulo: Editora Atheneu, 2014
Estrutura Interna da Ponte
Figura 10: Corte transversal do terço médio da ponteDisponível em: http://anatpat.unicamp.br/bineucerebelotronco.html
15TRONCO ENCEFÁLICO
Fibras longitudinais
Essas fibras descem do mesencéfalo 
para a ponte de forma compacta e se 
dispersam em fascículos, os quais es-
tão separados pelos núcleos pontinos 
e pelas fibras pontinas transversais.
• Trato corticoespinhal: Forma vários 
feixes dissociados, não tendo a es-
trutura compacta que apresenta 
nas pirâmides do bulbo.
• Trato corticonuclear: As fibras des-
tacam-se do trato à medida que se 
aproximam de cada núcleo motor, 
podendo terminar em núcleos do 
mesmo lado ou do lado oposto. No 
caso da ponte, nos núcleos dos ner-
vos facial, trigêmeo e abducente. 
• Trato corticopontino: As fibras cor-
ticopontinas, derivadas das áreas 
frontal, temporal, parietal e occipi-
tal do córtex cerebral, terminam em 
neurônios nos núcleos pontinos. 
Fibras transversais (ou pontinas ou 
pontocerebelares)
Essas fibras são caracterizadas pe-
los axônios dos neurônios de núcleos 
pontinos, cruzam o plano mediano e 
penetram no cerebelo pelo pedúncu-
lo cerebelar médio ou braço da pon-
te. Assim, forma-se a importante via 
córtico-ponto-cerebelar. 
Núcleos pontinos
São pequenos aglomerados de 
neurônios dispersos em toda a base 
da ponte. A maioria projeta para o 
córtex cerebelar contralateral.
Base da 
Ponte Fibras transversais
Fibras longitudinais
Núcleos pontinos
Trato corticonuclear
Trato corticoespinal
Trato corticopontino
16TRONCO ENCEFÁLICO
Tegmento da Ponte (Parte dorsal)
Assemelha-se estruturalmente e é con-
tínuo com o tegmento do mesencéfalo. 
Núcleos dos nervos cranianos
Núcleos do nervo vestibulococlear
• Núcleos cocleares
As fibras da divisão coclear do nervo 
vestibulococlear envolvem parcialmen-
te o pedúnculo cerebelar inferior lateral-
mente e terminam nos núcleos cocleares 
ventral e dorsal. Essas fibras correspon-
dem aos prolongamentos centrais dos 
neurônios sensitivos do gânglio espiral 
situado na cóclea. A maioria das fibras 
originadas nos núcleos cruza para o lado 
oposto, formando o corpo trapezoide. A 
seguir, contornam o núcleo olivar superior 
e dirigem-se cranialmente para formar o 
lemnisco lateral, terminando no colícu-
lo inferior (presente no mesencéfalo), de 
onde os impulsos nervosos seguem para 
o corpo geniculado medial (estrutura talâ-
mica). No entanto, muitas fibras dos nú-
cleos cocleares terminam no núcleo olivar 
superior, contra ou ipsilateral, de onde os 
impulsos seguem pelo lemnisco lateral. 
Todas essas informações transmitidas 
aos núcleos cocleares são parte da via 
da audição e são levadas ao córtex ce-
rebral para sua interpretação. 
SE LIGA! Como as fibras cocleares po-
dem ser encaminhadas ao lemnisco la-
teral contra ou ipsilateral, a via auditiva 
apresenta componentes cruzados e não 
cruzados, ou seja, o hemifério cerebral 
de um lado recebe informações auditi-
vas provenientes dos dois ouvidos.
Figura 11: Corte transversal do terço médio da ponte. Disponível em: http://anatpat.unicamp.br/bineucerebelotronco.html
17TRONCO ENCEFÁLICO
• Núcleos vestibulares
O complexo vestibular consiste nos 
núcleos vestibulares medial, lateral, su-
perior e inferior e localiza-se na área 
vestibular, no assoalho do IV ventrícu-
lo. Através de suas conexões, o siste-
ma vestibular influencia os movimentos 
dos olhos e da cabeça, e dos múscu-
los do tronco e dos membros, a fim de 
manter o equilíbrio. 
Recebem fibras derivadas da parte 
vestibular do nervo vestibulococlear, 
do cerebelo, da formação reticular e 
da medula espinal e enviam axônios 
para o cerebelo, para o fascículo lon-
gitudinal medial, para a medula espi-
nal e para o lemnisco lateral. 
As fibras eferentes dos núcleos vesti-
bulares formam ou entram na compo-
sição dos seguintes tratos e fascículos:
• Fascículo vestibulocerebelar
• Fascículo longitudinal medial
• Trato vestibuloespinhal
• Fibras vestibulotalâmicas
Núcleos do nervo facial e abducente
As fibras que emergem do núcleo do 
nervo facial têm inicialmente direção 
posteromedial, formando um feixe 
compacto que, logo abaixo do IV ven-
trículo, se encurva em direção cra-
nial. Após percorrerem certa distân-
cia medialmente ao núcleo do nervo 
abducente, essas fibras encurvam-se 
lateralmente sobre a superfície dorsal 
deste núcleo, constituindo o joelho in-
terno do nervo facial. Esse trajeto pro-
voca uma elevação do assoalho do IV 
ventrículo, denominada colículo facial 
(Imagem 3). Após contornar o núcleo 
do abducente, as fibras do nervo fa-
cial tomam direção ventrolateral e li-
geiramente caudal, para emergir no 
sulco bulbo-pontino.
Figura 12: Ponte (Nível Inferior. Disponível em: http://anatpat.unicamp.br/bineucerebelotronco.html
18TRONCO ENCEFÁLICO
Núcleos do nervo trigêmeo 
Na ponte, o nervo trigêmeo possui o 
núcleo sensitivo principal, o núcleo do 
trato mesencefálico e o núcleo mo-
tor. O núcleo motor recebe aferências 
derivadas dos núcleos sensitivos do 
nervo trigêmeo e emite fibras para 
os músculos mastigadores, sendo 
frequentemente denominado núcleo 
mastigador. Os demais núcleos re-
cebem impulsos recebem impulsos 
relacionados com a sensibilidade so-
mática geral de grande parte da ca-
beça. Deles saem fibras ascendentes, 
que constituem o lemnisco trigeminal 
que termina no tálamo.
SE LIGA! O nervo trigêmeo é o único 
nervo a apresentar origem aparente na 
ponte, situada na face anterolateral, entre 
a ponte e o pedúnculo cerebelar médio.
SAIBA MAIS!
O reflexo corneano caracteriza o fechamento de ambos os olhos rapidamente ao haver um 
toque na córnea ou a incidência de uma luz brilhante no olho. Para tal, impulsos aferentes 
entram no sistema nervoso central e ativam neurônios no núcleo do nervo facial na ponte. Os 
impulsos eferentes seguem no nervo facial para ativar a parte palpebral do músculo orbicular 
do olho, o qual se contrai, produzindo um piscar.
SAIBA MAIS!
O nervo trigêmeo é responsável pelo reflexo de abertura da mandíbula e quaisquer alterações 
na avaliação clínica desse reflexo pode indicar lesão em seus núcleos. A rápida distensão dos 
músculos que fecham a mandíbula (masseter, temporal, pterigoide medial) ativa aferências que 
seguem pela divisão mandibular do nervo trigêmeo até seu núcleo mesencefálico. Esses im-
pulsos são projetados por meio de fibras colaterais para o núcleo motor, a partir do qual, partem 
axônios motores do nervo mandibular que inervam os músculos que fecham a mandíbula.
Núcleo salivatório superior e núcleo 
lacrimal
Pertencentes à parte craniano do sis-
tema nervoso parassimpática, dão 
origem a fibras pré- ganglionares que 
conduzem impulsos para a inervação 
das glândulas submandibular, sublin-
gual e lacrimal por meio do nervo in-
termédio (raiz sensitiva e visceral do 
nervo facial)
19TRONCO ENCEFÁLICO
Fibras longitudinais 
As fibras longitudinais originadas no 
tegmento da ponte são os lemniscos 
lateral e trigeminal. Percorrem tam-
bém o tegmento feixes de fibras as-
cendentes com diversas origens:
• Lemnisco medial – Suas fibras cru-
zem perpendicularmente as fibras 
do corpo trapezoide, sobem e ter-
minam no tálamo
• Lemnisco espinhal – Formado pela 
união dos tratos espinotalâmico la-
teral e anterior
• Pedúnculo cerebelar superior – 
Constitui a parede dorsolateral 
da metade cranial do IV ventrícu-lo, aprofunda-se no tegmento da 
ponte e já no limite com o mesen-
céfalo suas fibras cruzam-se com 
as do lado oposto, dando início a 
decussação dos pedúnculos cere-
belares superiores.
Formação reticular da ponte
Apresenta o locus ceruleus, consti-
tuindo de neurônios ricos em nora-
drenalina, e os núcleos da rafe, ven-
tralmente localizados na linha média 
e contendo neurônios ricos em sero-
tonina.
Figura 13: Corte transversal da ponte. Disponível em: Neuroanatomia aplicada/ Murilo S. Meneses. - 3.ed. - [Reimpr.]. - 
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2015.
20TRONCO ENCEFÁLICO
PONTE
Base Tegmento
Fibras 
longitudinais
Fibras 
transversais
Núcleos 
pontinos
Trato 
corticoespinhal
Trato 
corticonuclear
Trato 
corticopontino
Núcleos 
do nervo 
vestibulococlear
Núcleos dos 
nervos facial 
e abducente
Núcleos 
do nervo 
trigêmeo
Núcleo 
salivatório 
superior
Núcleo 
lacrimal
Fibras 
longitudinais
Núcleos 
cocleares
Núcleos 
vestibulares
Corpo 
trapezoide
Lemnisco 
lateral
Colículo facial
Lemniscos 
(medial, 
espinhal, lateral 
e trigeminal)
Pedúnculo 
cerebelar 
superior
21TRONCO ENCEFÁLICO
3. MESENCÉFALO
Figura 14: Mesencéfalo. Disponível em: https://www.
kenhub.com/pt/library/anatomia/cerebelo-e-tronco-ce-
rebral
O mesencéfalo é o segmento mais 
curto do tronco encefálico, interpõe – 
se entre a ponte e o diencéfalo e sua 
maior parte se encontra na face pos-
terior do crânio. Seu limite superior, 
que o separa do cérebro, é um plano 
horizontal entre os corpos mamilares, 
pertencentes ao diencéfalo.
O mesencéfalo pode ser dividido pos-
teriormente em teto e anteriormen-
te em pedúnculos cerebrais direito e 
esquerdo, cada um dos quais sendo 
subdivididos em tegmento e base por 
uma lâmina pigmentada, a substân-
cia negra. 
SAIBA MAIS!
 Lesões na ponte costumam ser caracterizas pela oftalmoplegia (lesão do nervo abducente), 
perda de sensibilidade facial e fraqueza dos músculos da mastigação (lesão do nervo trigê-
meo), fraqueza dos músculos da face (lesão do nervo facial), surdez e vertigem (lesão do nervo 
vestibulococlear). A estes sinais podem associar-se paralisias ou perdas de sensibilidade no 
tronco e membros por lesão das vias ascendentes e descendentes que transitam pela ponte.
CORPOS
MAMILARES
MESENCÉFALO
TETO
PEDÚNCULO 
CEREBRAL
SULCO MEDIAL 
DO PEDÚNCULO 
CEREBRAL
AQUEDUTO 
CEREBRAL
SULCO LATERAL DO 
MESENCÉFALO
SUBSTÂNCIA 
NEGRA
NERVO 
OCULOMOTOR
Figura 15: Corte transversal do mesencéfalo. Fonte: Neuroanatomia funcional/ Angelo B. M. Machado, Lucia Machado 
Haertel: 3º ed; São Paulo: Editora Atheneu, 2014.
22TRONCO ENCEFÁLICO
É atravessado por um estreito canal 
que une o III ao IV ventrículo chamado 
de aqueduto cerebral, circundado por 
uma espessa camada de substância 
cinzenta que apresenta papel impor-
tante na regulação da dor – substân-
cia cinzenta central ou periaquedutal. 
Com base na posição da substância 
negra, a superfície do mesencéfalo é 
caracterizada pela presença de dois 
sulcos longitudinais: um lateral, sulco 
lateral do mesencéfalo, e outro medial, 
sulco medial do pedúnculo cerebral.
SE LIGA! A substância negra constitui 
um núcleo compacto de neurônios do-
paminérgicos que contém melanina. 
Do ponto de vista funcional, suas cone-
xões mais importantes são com o cor-
po estriado, pertencente ao diencéfalo. 
Degenerações desses neurônios cau-
sam diminuição de dopamina no corpo 
estriado, provocando as perturbações 
motoras características da Doença de 
Parkinson.
SE LIGA! O nervo oculomotor, III par 
craniano, emerge do sulco medial do pe-
dúnculo cerebral.
Teto do mesencéfalo
Encontra-se posterior ao aqueduto do 
mesencéfalo e consiste na área pré – 
tetal e nos pares de colículos superio-
res e inferiores. 
A área pré–tetal, situada na extremi-
dade cranial dos colículos superiores, 
no limite do mesencéfalo com o dien-
céfalo, relaciona-se com o controle 
reflexo das pupilas.
Os colículos constituem quatro emi-
nências arredondadas que se ligam 
a pequenos corpos ovais do diencé-
falo, os corpos geniculados, através 
de estruturas alongadas que são fei-
xes de fibras nervosas denominados 
braços dos colículos. O colículo in-
ferior é constituído por uma massa 
de substância cinzenta, o núcleo do 
colículo inferior, se liga ao corpo geni-
culado medial, recebe fibras auditivas 
do lemnisco lateral e faz parte da via 
auditiva. Algumas fibras cruzam de 
um colículo para o outro constituin-
do a comissura do colículo inferior. 
Enquanto isso, o colículo superior é 
formado por uma série de camadas 
superpostas e alternadas entre subs-
tância branca e cinzenta. Ele se liga 
ao corpo geniculado lateral, recebe 
fibras oriundas da retina, do córtex 
occipital e do trato tetoespinhal e faz 
parte da via óptica. O braço do colí-
culo superior tem parte de seu trajeto 
escondido entre o pulvinar do tála-
mo e o corpo geniculado medial e faz 
parte da via auditiva. 
SE LIGA! Para regular o movimento dos 
olhos, há fibras do colículo superior que 
se ligam ao núcleo do nervo oculomotor. 
Com isso, lesões desse colículos podem 
causar perda da capacidade de mover 
os olhos no sentido vertical, voluntária 
ou reflexivamente.
23TRONCO ENCEFÁLICO
SE LIGA! O nervo troclear é o único do 
pares cranianos que emerge dorsalmen-
te. Desse modo, emerge caudalmente a 
cada colículo inferior, contorna o mesen-
céfalo e surge ventralmente entre a pon-
te e o mesencéfalo.
Pedúnculos cerebrais
Em uma vista anterior, os pedúnculos 
cerebrais aparecem como 2 grandes 
feixes de fibras que surgem na borda 
superior da ponte e divergem cranial-
mente para penetrar profundamente no 
cérebro. São estruturas por onde transi-
tam informações que chegam e saem 
do cerebelo. Delimitam uma profunda 
depressão triangular na linha média, a 
fossa interpeduncular, formando a par-
te mais ventral do mesencéfalo. Ela é 
limitada anteriormente pelos corpos 
mamilares, eminências pertencentes 
ao diencéfalo e seu fundo apresenta 
pequenos orifícios para a passagem de 
vasos-substância perfurada posterior.
Figura 16: Vista dorsal do mesencéfalo. Disponível em: Neuroanatomia aplicada/ Murilo S. Meneses. - 3.ed. - [Reimpr.]. - 
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2015. 
Figura 17:Vista ventral do mesencéfalo. Disponível em: Disponível em: https://www.auladeanatomia.com/novosite/pt/
sistemas/sistema-nervoso/tronco-
24TRONCO ENCEFÁLICO
 
Base 
É formada pelas fibras descendentes 
dos tratos corticoespinhal, corticonu-
clear e corticopontino, que formam 
um conjunto compacto. Desse modo, 
lesões nesse local causam paralisias 
do lado oposto ao da lesão. 
Tegmento 
É contínuo com o tegmento ponti-
no. Ao nível dos colículos inferiores, 
a substância cinzenta está restrita a 
coleções espalhadas de neurônios na 
formação reticular e a região peria-
quedutal. No tegmento mesencefáli-
co, estão os núcleos dos nervos ocu-
lomotor, troclear e trigêmeo (deste 
último, apenas o núcleo do trato me-
sencefálico que se estende da ponte e 
recebe informações proprioceptivas).
A substância branca do tegmento 
mesencefálico contém a maioria dos 
tratos presentes no tegmento pon-
tino. Numerosas fibras ascendentes 
(os quatro lemniscos e o pedúnculo 
cerebelar superior) entram no teg-
mento do mesencéfalo a partir do 
cerebelo e seguem para decussar na 
linha mediana. Consequentemente, 
essas fibras penetram no núcleo ru-
bro, no qual algumas terminam. No 
entanto, a maioria das fibras ascende 
para terminar no tálamo. 
Ao nível do colículo inferior, os qua-
tro lemniscos aparecem agrupados 
Figura 18: Mesencéfalo. Disponível em: http://anatpat.unicamp.br/bineucerebelotronco.html
25TRONCO ENCEFÁLICO
em uma só faixa, na região lateral, 
onde, em sequência mediolateral, se 
dispões os lemniscos medial, espi-
nhal, trigeminal e lateral. Este último 
termina no núcleo do colículo inferior, 
enquanto os demais sobrem para o 
colículo superior.
Figura 19: Corte transversal do mesencéfalo ao nível dos colículos inferiores. Obs.: Pilar do cérebro= Pedúnculo cerebral
Fonte: Gray’s, Anatomia / Susan Standring ; [tradução Denise Costa Rodrigues... et al.]. - Rio de Janeiro: Elsevier, 2010
Núcleo do nervo troclear 
Suas fibras saem de sua face dor-
sal, contornam a substância cinzenta 
central, cruzam com a do lado oposto 
e emergem do véu medular superior, 
caudalmente ao colículo inferior. Além 
de ser o único nervo que emerge da 
região dorsal, suas fibras são as úni-
cas que decussam antes de emergir 
do sistema nervoso central. 
Núcleo do nervo oculomotor
Localiza-se ao nível do colículo superior 
e está intimamente relacionado com o 
fascículo longitudinal medial. Funcio-
nalmente, pode ser dividido em uma 
parte somática – contendo neurônios 
motores responsáveis pela inervação 
dos músculos reto superior, reto infe-
rior, reto medial e levantador da pál-
pebra – e uma parte visceral – contém 
neurônios pré-ganglionares que fazem 
sinapse no gânglio ciliar para a inerva-
ção do músculo ciliar e do esfíncter da 
pupila, importantes para o controle re-
flexo do diâmetro da pupila diante de 
diferentes intensidades de luz. 
Núcleo rubro (ou núcleo vermelho)
Caracteriza-se por sua coloração ró-
seo-amarelada, em sua posição cen-
26TRONCO ENCEFÁLICO
tral, e por sua “cápsula envoltória” 
formada pelas fibras do pedúnculo 
cerebelar superior. As principais co-
nexões aferentes do núcleo rubro são 
as fibras oriundas de áreas moto-
ras do córtex cerebral e do cerebelo. 
Em seguida, forma-se o trato rubro-
-espinal que termina nos neurônios 
motores da medula e participa do 
controle da motricidade voluntária 
da musculatura distal dos membros. 
Além disso, muitas fibras ligam-se ao 
complexo olivar inferior (fibras rubro-
-olivares), integrando o circuito rubro-
-olivo-cerebelar.
Formação reticular do mesencéfalo
Suas principais estruturas são: a área 
tegmental ventral, contendo neurô-
nios ricos em dopamina, e os núcleos 
da rafe, continuação das estruturas 
de mesmo nome da ponte, contendo 
neurônios ricos em serotonina. 
Figura 20: Corte transversal do mesencéfalo ao nível dos colículos superiores. Obs.: Pilar do cérebro = Pedúnculo cerebral. 
Fonte: Gray’s, Anatomia / Susan Standring ; [tradução Denise Costa Rodrigues... et al.]. - Rio de Janeiro: Elsevier, 2010
SAIBA MAIS!
Lesões no mesencéfalo causam oftalmoplegia, dilatação pupilar e ptose (paralisia do nervo 
oculomotor), além de paralisias e perdas de sensibilidade de tronco e membro haja vista que 
todas as vias ascendentes que vão ao diencéfalo e cinco trato descendentes atrelados a mo-
tricidade atravessam o mesencéfalo.
27TRONCO ENCEFÁLICO
MESENCÉFALO
Teto
Área 
pré-tetal
Colículos 
superiores
Colículos 
inferiores
Controle 
reflexo das 
pupilas
Liga-se 
ao corpo 
geniculado 
lateral
Via óptica
Liga-se 
ao corpo 
geniculado 
medial
Via auditiva
Pedúnculos 
cerebrais
Fossa 
interpeduncular Tegmento Base
Substância 
negra
Substância 
perfurada 
posterior
Núcleos 
dos nervos 
oculomotor, 
troclear e 
trigêmeo
Núcleo rubro
Lemniscos 
(medial, lateral, 
trigeminal e 
espinhal)
Pedúnculo 
cerebelar 
superior
Trato 
corticoespinhal
Trato 
corticonuclear
Trato 
corticopontino
Neurônios 
dopaminérgicos 
contendo 
melanina
Aqueduto 
cerebral
Substância 
cinzenta 
periaquedutal
28TRONCO ENCEFÁLICO
4. LESÕES DO 
TRONCO ENCEFÁLICO
As lesões unilaterais podem se ori-
ginar de uma compressão extrínseca 
por tumores que ocupem espaço ou 
por alguma doença intrínseca como 
desmielienização ou AVC. A síndro-
me clínica é determinada pelo local 
neuroanatômico da lesão. Ao nível 
segmentar, ocorre uma paralisia ipsi-
lateral dos nervos cranianos. Abaixo 
do nível da lesão, existe uma perda 
contralateral de força e de sensibili-
dade nos membros (correspondente 
à disfunção das vias corticospinal em 
decussação e das vias sensitivas as-
cendentes), e uma descoordenação 
ipsilateral dos membros (como resul-
tado da interrupção das conexões ce-
rebelares eferentes e aferentes).
As lesões destrutivas bilaterais do 
tronco encefálico são fatais se não 
tratadas, devido ao dano a centros no 
bulbo que controlam a respiração, a 
frequência cardíaca e a pressão san-
guínea. O dano ao sistema reticular 
leva a uma progressiva deterioração 
do estado consciente, seguida de es-
tupor e coma. Neste estado de “morte 
do tronco encefálico”, a vida só pode 
ser sustentada artificialmente. 
29TRONCO ENCEFÁLICO
REFERÊNCIAS 
BIBLIOGRÁFICAS
Gray’s, Anatomia / Susan Standring ; [tradução Denise Costa Rodrigues... et al.]. - Rio de 
Janeiro: Elsevier, 2010
Neuroanatomia aplicada/ Murilo S. Meneses. - 3.ed. - [Reimpr.]. - Rio de Janeiro: Guanabara 
Koogan, 2015.
Neuroanatomia funcional/ Angelo B. M. Machado, Lucia Machado Haertel: 3º ed; São Paulo: 
Editora Atheneu, 2014
https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/cerebelo-e-tronco-cerebral
 
30TRONCO ENCEFÁLICO

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