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SUMÁRIO 1. Bulbo (ou medula oblonga) .................................... 3 2. Ponte .............................................................................13 3. Mesencéfalo ...............................................................21 4. Lesões do tronco encefálico ................................28 Referências bibliográficas .........................................29 3TRONCO ENCEFÁLICO O tronco encefálico é a parte mais caudal do encéfalo. É composto pelo mesencéfalo, pela ponte e pelo bul- bo. Interpõe-se entre a medula e o diencéfalo e localiza-se ventralmente ao cerebelo. A importância do tronco encefálico repousa em várias de suas características, que, em conjunto, dão a ele a definição informal de centro de sobrevivência. Está associado a diver- sas funções vitais, como o ciclo sono- -vigília, consciência e controle respi- ratório e cardíaco, abrange a maioria dos núcleos dos nervos cranianos e facilita a comunicação entre cérebro, medula espinal e cerebelo. Na sua constituição, entram corpos de neurônios que se agrupam em núcle- os e fibras nervosas que, por sua vez, se agrupam em feixes denominados tratos, fascículos e lemniscos. Muitos desses núcleos recebem ou emitem fibras nervosas que entram na cons- tituição dos nervos cranianos. Dos 12 pares de nervos cranianos, 10 fazem conexão no tronco encefálico. Figura 1: Tronco encefálico Disponível em: https://abc- damedicina.com.br/tronco-encefalico-anatomia-nucle- os-e-cortes-estrutura-e-funcao.html 1. BULBO (OU MEDULA OBLONGA) É a porção mais inferior do tronco ce- rebral, tem a forma de um tronco de cone e é contínua com a medula espi- nal abaixo e com a ponte acima. Limites • INFERIOR: Não existe uma linha de demarcação exata entre a me- dula e o bulbo, mas considera-se o limite inferior uma linha imaginária horizontal logo acima do filamento radicular mais cranial do primeiro nervo cervical da medula, na altura do forame magno. • SUPERIOR: Sulco bulbo-ponti- no (visível no contorno ventral do tronco encefálico) A superfície do bulbo é percorrida por diversos sulcos contínuos com os da medula espinal: • Fissura mediana anterior - é in- terrompida inferiormente pela de- cussação das pirâmides e termina superiormente em uma pequena depressão no sulco bulbopontino, o forame cego. • Sulcos laterais anteriores – de onde emergem os filamentos radiculares do nervo hipoglosso (NC XII). • Sulcos laterais posteriores – de onde emergem os filamentos radi- 4TRONCO ENCEFÁLICO culares dos nervos glossofaríngeo (NC IX), vago (NC X) e acessório (NC XI). • Sulco intermédio posterior. • Sulco mediano posterior – termina na metade do bulbo, no obéx, onde seus lábios se abrem para formar os limites laterais do IV ventrículo. Esses sulcos delimitam estruturas no bulbo contínuas com os funículos medulares que caracterizam as áreas anterior, lateral e posterior do bulbo. Figura 2: A decussação das pirâmides Fonte: Gray’s, Anatomia / Susan Standring ; [tradução Denise Costa Rodrigues... et al.]. - Rio de Janeiro: Elsevier, 2010 Na região anterior, ao lado da fissu- ra mediana anterior, encontramos as pirâmides, feixes compactos de fibras nervosas descendentes derivadas do hemisfério ipsilateral do córtex cere- bral que ligam as áreas motoras do cérebros aos neurônios motores da medula – trato corticoespinhal. A de- cussação das pirâmides consiste em uma estrutura na região caudal onde as fibras do trato corticoespinhal cru- zam obliquamente o plano mediano, para continuar como trato corticoes- pinhal lateral. (Imagem 2) A oliva é uma eminência presente na lateral do bulbo, entre os sulcos late- rais anterior e posterior, onde se en- contra o núcleo olivar inferior. (Ima- gem 3) Na área posterior do bulbo, há a con- tinuação dos fascículos grácil e cunei- forme da medula, constituídos de fibras nervosas ascendentes, que terminam nos núcleos grácil e cunei- forme, respectivamente, situados na parte mais cranial desses fascículos. Eles determinam o aparecimento de duas eminências, o tubérculo do nú- cleo grácil, medialmente, e do núcleo cuneiforme, lateralmente. (Imagem 2). Esses tubérculos se afastam late- ralmente como um V e gradualmente continuam com o pedúnculo cerebral inferior, grosso feixe de fibras que fletem dorsalmente para penetrar no cerebelo. 5TRONCO ENCEFÁLICO Figura 3: Tronco encefálico (vista posterior) Disponível em: https://www.auladeanatomia.com/novosite/ pt/sistemas/sistema-nervoso/tronco-encefalico/ Figura 4: Tronco encefálico (vista anterior. )Disponível em: https://www.auladeanatomia.com/novosite/pt/ sistemas/sistema-nervoso/tronco-encefalico/ 6TRONCO ENCEFÁLICO O bulbo é dividido em: • Porção fechada – Apresenta um canal central contínuo com o da medula que se abre para formar o IV ventrículo • Porção aberta – Contribui com a metade inferior do assoalho do IV ventrículo Além das citadas, outra estrutura im- portante que caracteriza a morfologia interna o bulbo é a decussação dos lemniscos (ou sensitiva). A partir dos núcleos grácil e cuneiforme, emergem as fibras arqueadas internas, que se curvam anterolateralmente, cruzam o plano mediano na área ventral, for- mando a decussação dos lemniscos e flete-se cranialmente para constituir de cada lado, o lemnisco medial. Essa estrutura conduz ao tálamo os impul- sos que ascenderam pelos fascículos grácil e cuneiforme contralaterais. SE LIGA! Os fascículos grácil e cunei- forme conduzem pelo SNC impulsos re- lacionados a tato epicrítico, propriocep- ção consciente, sensibilidade vibratória e estereognosia. SE LIGA! Apesar de terem diversos ele- mentos contínuos, a medula espinhal e o tronco encefálico apresentam diferenças significativas entre suas estruturas. No tronco encefálico, a substância cinzen- ta é fragmentada em núcleos, forman- do os núcleos dos nervos cranianos, que constituem a substância cinzenta homóloga à da medula. Além destes, existem muitos núcleos que não têm correspondência com nenhuma área da medula e constituem a substância cin- zenta própria do tronco encefálico. Lemnisco medial Núcleo grácil Fásciculo grácil Fibra arqueada interna 7TRONCO ENCEFÁLICO Substância Cinzenta do Bulbo Substância Cinzenta Homóloga à da Medula NÚCLEOS DE NERVOS CRANIANOS Núcleo do hipoglosso Motor Motricidade da língua Trígono do hipoglosso (assoalho do IV ventrí- culo) Núcleo do trato espi- nhal do nervo trigêmeo Sensitivo Fibras dos nervos trigê- meo, facial, glossofarín- geo e vago Fibras aferentes somá- ticas gerais de quase toda a cabeça Núcleo do trato solitário Sensitivo Gustação Fibras dos nervos facial, glossofaríngeo e vago Núcleo salivatório inferior Inervação da parótida Fibras pré – gangliona- res do nervo glossofa- ríngeo Núcleo ambíguo Motor Fibras dos nervos glossofaríngeo, vago e acessório Musculatura da faringe e laringe Núcleo dorsal do vago Motor parassimpático Trígono do vago (assoa- lho do IV ventrículo) Núcleos vestibulares (inferior e medial) Sensitivos Área vestibular (assoa- lho do IV ventrículo) Fibras do nervo vesti- bulococlear SE LIGA! Para memorizar com mais fa- cilidade o nome e a função dos núcleos dos nervos cranianos, podemos usar um esquema baseado no ato de tomar um sorvete. Colocar a língua para fora para lamber o sorvete – Núcleo do hipoglosso Verificar se é realmente um sorvete pela temperatura – Núcleo do trato espinhal do trigêmeo Verificar o gosto do sorvete – Núcleo do trato solitário O indivíduo já está com “água na boca” pelo sorvete – Núcleo salivatório inferior Engolir o sorvete – Núcleo ambíguo O sorvete é digerido no estômago – Nú- cleo dorsal do vago Para completar esta ação, o indivíduo deve se manter em pé, em equilíbrio – Núcleos vestibulares. Substância Cinzenta Própria do Bulbo • Núcleo grácil e cuneiforme → Fi- bras arqueadas internas → Lem- nisco medial • Núcleo olivar inferior ◊ recebe fibras do córtex ce- rebral,da medula (trato es- pinocerebelar posterior) e do núcleo rubro e liga-se ao ce- rebelo através das fibras oli- vocerebelares que cruzam o plano mediano e penetram no córtex cerebelar pelo pedún- culo cerebelar inferior. 8TRONCO ENCEFÁLICO ◊ Principal função: Aprendiza- gem motora. ◊ Aparece, em cortes, como uma lâmina pregueada e encurva- da de substância cinzenta, de fácil identificação. • Núcleos olivares acessórios medial e dorsal: Têm basicamente a mes- ma estrutura, conexão e função do núcleo olivar inferior, com o qual formam o complexo olivar inferior. Figura 6: Corte transversal do bulbo na extremidade inferior do IV ventrículoFonte: Gray’s, Anatomia / Susan Standring ; [tradução Denise Costa Rodrigues... et al.]. - Rio de Janeiro: Elsevier, 2010 Figura 7: Secção transversal esquemática da porção fechada do bulbo ao nível da decussação do lemnisco me- dial. Fonte: Neuroanatomia funcional/ Angelo B. M. Machado, Lucia Machado Haertel: 3º ed; São Paulo: Editora Atheneu, 2014 9TRONCO ENCEFÁLICO Substância Branca do Bulbo Fibras Transversais • Fibras arqueadas internas: Algu- mas apresentam os axônios dos núcleos grácil, enquanto outras são formadas pelas fibras olivoce- rebelares. • Fibras arqueadas externas: Ori- ginam-se no núcleo cuneiforme acessório e dirigem-se ao cerebelo pelo pedúnculo cerebelar inferior. Fibras transversais Fibras arqueadas internas Fibras arqueadas externas Origem: Núcleo cuneiforme acessório Destino: cerebelo (pedúnculo cerebelar inferior) Axônios dos neurônios dos núcleos grácil e cuneiforme Fibras olivocerebelares Fibras Longitudinais Vias ascendentes • Fascículos grácil e cuneiforme • Lemnisco medial • Tratos espinotalâmico (anterior e lateral) • Tratos espinocerebelares (anterior e posterior) • Pedúnculo cerebelar inferior SE LIGA! As fibras que constituem o pedúnculo cerebelar inferior são: fibras olivocerebelares, fibras do trato espino- cerebelar posterior e as fibras arquea- das externas. As fibras do trato espino- cerebelar anterior continuam na ponte e entram no cerebelo pelo pedúnculo ce- rebelar superior. Vias descendentes • Tratos do sistema lateral da medu- la: corticoespinhal e rubroespinhal • Tratos do sistema medial da me- dula: corticoespinhal anterior, teto- 10TRONCO ENCEFÁLICO espinhal, vestibuloespinhais e reti- culoespinhais. • Trato corticonuclear: Fibras origi- nadas no córtex cerebral e que, no bulbo, terminam nos núcleos ambíguo e do hipoglosso, partici- pando do controle voluntário dos músculos da laringe, da faringe e da língua. • Trato espinhal do nervo trigêmeo: Fibras sensitivas que penetram na ponte pelo nervo trigêmeo e termi- nam ao longo do núcleo do trato es- pinhal do nervo trigêmeo no bulbo. • Trato solitário: Formado por fibras aferentes viscerais que penetram no tronco encefálico pelos nervos VII, IX e X e terminam ao longo do núcleo do trato solitário. Via de associação – Fascículo longitudinal medial (ou próprio) Presente em toda a extensão do tron- co encefálico e nos níveis mais altos da medula, liga todos os núcleos motores dos nervos cranianos, sen- do especialmente importantes suas conexões com os núcleos dos nervos relacionados aos movimentos do bul- bo ocular e da cabeça. Recebe ainda um contingente de fibras dos núcleos vestibulares, trazendo informações acerca da posição da cabeça. Logo, é importante para a realização de refle- xos que coordenam os movimentos da cabeça com os do olho, além de vários outros reflexos envolvendo es- truturas situadas em níveis diferentes do tronco encefálico. Fibras Longitudinais Vias descendentes Via de associaçãoVias ascendentes Fascículos grácil e cuneiforme Tratos espinocerebelares Lemnisco medial Tratos espinotalâmicos Pedúnculo cerebelar inferior Tratos do sistema lateral da medula Tratos do sistema medial da medula Trato corticonuclear Trato espinhal do nervo trigêmeo Trato solitário Fascículo longitudinal medial 11TRONCO ENCEFÁLICO • Fascículos grácil e cuneiforme → Tato epicrítico, propriocepção consciente, sensibilidade vibrató- ria e estereognosia • T. espinotalâmico anterior → Tato protopático e pressão • T. espinotalâmico lateral → Dor e temperatura • T. espinocerebelar anterior → Propriocepção inconsciente e de- tecção dos níveis de atividade do t. corticoespinhal • T. espinocerebelar posterior → Propriocepção inconsciente • Sistema lateral da medula ◊ Corticoespinhal lateral → Mo- tricidade voluntária ◊ Rubroespinhal → Motricidade voluntária • Sistema medial da medula ◊ Corticoespinhal anterior → Motricidade voluntária ◊ Tetoespinhal → Orientação sensorial da cabeça ◊ Reticuloespinhal pontino → Motricidade voluntária e ajus- tes posturais ◊ Reticuloespinhal bulbar → Motricidade voluntária e ajus- tes posturais ◊ Vestibuloespinhal lateral → Ajustes posturais ◊ Vestibuloespinhal medial → Ajustes posturais ] Formação reticular do bulbo Ocupa grande área do bulbo, onde preenche todo o espaço não ocupado pelos núcleos de tratos mais compac- tos. Abriga o centro respiratório, o cen- tro vasomotor e o centro do vômito. SE LIGA! A formação reticular consiste em uma agregação difusa de neurônios de tamanhos e tipos diferentes, separa- dos por uma rede de fibras nervosas que ocupa a parte central do tronco encefá- lico. Sua constituição não é de substân- cia branca e nem de substância cinzen- ta, sendo, de certo modo, intermediária entre elas. No tronco encefálico, ocupa uma grande área, preenchendo todo o espaço que não é preenchido pelos tra- tos, fascículos e núcleos. SAIBA MAIS! Para ampliar o aprendizado, vamos revisar as funções desempenhadas pelos principais tratos citados aqui. 12TRONCO ENCEFÁLICO BULBO Pirâmides Decussação das pirâmides Oliva Núcleo grácil Núcleo cuneiforme Assoalho do IV ventrículo Substância cinzenta do bulbo Substância branca do bulbo Trato corticoespinhal Núcleo olivar inferior Tubérculo do núcleo grácil Tubérculo do núcleo cuneiforme Porção aberta do bulbo Núcleos de nervos cranianos Núcleos grácil e cuneiforme Núcleo olivar inferior Núcleos olivares acessórios Fibras transversais Fibras longitudinais Fibras arqueadas internas Fibras arqueadas externas Decussação dos lemniscos Lemnisco medial Vias ascendentes Vias descendentes Via de associação 13TRONCO ENCEFÁLICO 2. PONTE Localizada entre o bulbo e o mesen- céfalo, a ponte situa-se ventralmente ao cerebelo e repousa sobre a parte basilar do osso occipital e o dorso da sela túrcica do osso esfenoide. Na superfície anterior, a transição entre o bulbo e a ponte é demarcada pelo sul- co bulbo-pontino, enquanto na parte dorsal, não há demarcação clara, pois ambas as estruturas constituem o as- soalho do IV ventrículo. Figura 8: Ponte. Disponível em: https://www.kenhub. com/pt/library/anatomia/cerebelo-e-tronco-cerebral SE LIGA! Os nervos facial, vestibulo- coclear e glossofaríngeo emergem nas laterais do sulco bulbo-pontino, local co- nhecido como ângulo ponto-cerebelar. A presença de tantas raízes de nervos cranianos em uma área relativamente pequena explica a riqueza de sintomas observados nos casos de tumores que acometem esta área, levando à com- pressão dessas raízes e causando a chamada síndrome do ângulo ponto-ce- rebelar. Estriações transversais percorrem a base ventral da ponte e convergem de cada lado para formar o pedúnculo cerebelar médio. A superfície da base tem um raso sulco mediano, o sulco basilar da ponte, que aloja a artéria basilar e é delimitado bilateralmen- te por proeminências formadas par- cialmente por fibras corticoespinhais subjacentes à medida que elas des- cem através da ponte. SE LIGA! No limite entre a ponte e o pedúnculo cerebelar médio, emergem as duas raízes do nervo trigêmeo, uma raiz maior, a sensitiva e uma raiz menor, a motora. SAIBA MAIS! Lesões no bulbo apresentam como característicasmais comuns a disfagia (dificuldade de de- glutição) e as alterações de fonação por lesão do núcleo ambíguo, assim como alterações do movimento da língua por lesão do núcleo hipoglosso. Além disso, podem ocorrer paralisias e perdas de sensibilidade nos troncos e nos membros por lesão nas diversas vias ascendentes e descendentes ali presentes. PONTE 14TRONCO ENCEFÁLICO Base da ponte (Parte ventral) É uma área própria da ponte, sem correspondente em outros níveis do tronco encefálico. Figura 9:Vista ventral da ponte. Fonte: Neuroanatomia funcional/ Angelo B. M. Machado, Lucia Machado Haertel: 3º ed; São Paulo: Editora Atheneu, 2014 Estrutura Interna da Ponte Figura 10: Corte transversal do terço médio da ponteDisponível em: http://anatpat.unicamp.br/bineucerebelotronco.html 15TRONCO ENCEFÁLICO Fibras longitudinais Essas fibras descem do mesencéfalo para a ponte de forma compacta e se dispersam em fascículos, os quais es- tão separados pelos núcleos pontinos e pelas fibras pontinas transversais. • Trato corticoespinhal: Forma vários feixes dissociados, não tendo a es- trutura compacta que apresenta nas pirâmides do bulbo. • Trato corticonuclear: As fibras des- tacam-se do trato à medida que se aproximam de cada núcleo motor, podendo terminar em núcleos do mesmo lado ou do lado oposto. No caso da ponte, nos núcleos dos ner- vos facial, trigêmeo e abducente. • Trato corticopontino: As fibras cor- ticopontinas, derivadas das áreas frontal, temporal, parietal e occipi- tal do córtex cerebral, terminam em neurônios nos núcleos pontinos. Fibras transversais (ou pontinas ou pontocerebelares) Essas fibras são caracterizadas pe- los axônios dos neurônios de núcleos pontinos, cruzam o plano mediano e penetram no cerebelo pelo pedúncu- lo cerebelar médio ou braço da pon- te. Assim, forma-se a importante via córtico-ponto-cerebelar. Núcleos pontinos São pequenos aglomerados de neurônios dispersos em toda a base da ponte. A maioria projeta para o córtex cerebelar contralateral. Base da Ponte Fibras transversais Fibras longitudinais Núcleos pontinos Trato corticonuclear Trato corticoespinal Trato corticopontino 16TRONCO ENCEFÁLICO Tegmento da Ponte (Parte dorsal) Assemelha-se estruturalmente e é con- tínuo com o tegmento do mesencéfalo. Núcleos dos nervos cranianos Núcleos do nervo vestibulococlear • Núcleos cocleares As fibras da divisão coclear do nervo vestibulococlear envolvem parcialmen- te o pedúnculo cerebelar inferior lateral- mente e terminam nos núcleos cocleares ventral e dorsal. Essas fibras correspon- dem aos prolongamentos centrais dos neurônios sensitivos do gânglio espiral situado na cóclea. A maioria das fibras originadas nos núcleos cruza para o lado oposto, formando o corpo trapezoide. A seguir, contornam o núcleo olivar superior e dirigem-se cranialmente para formar o lemnisco lateral, terminando no colícu- lo inferior (presente no mesencéfalo), de onde os impulsos nervosos seguem para o corpo geniculado medial (estrutura talâ- mica). No entanto, muitas fibras dos nú- cleos cocleares terminam no núcleo olivar superior, contra ou ipsilateral, de onde os impulsos seguem pelo lemnisco lateral. Todas essas informações transmitidas aos núcleos cocleares são parte da via da audição e são levadas ao córtex ce- rebral para sua interpretação. SE LIGA! Como as fibras cocleares po- dem ser encaminhadas ao lemnisco la- teral contra ou ipsilateral, a via auditiva apresenta componentes cruzados e não cruzados, ou seja, o hemifério cerebral de um lado recebe informações auditi- vas provenientes dos dois ouvidos. Figura 11: Corte transversal do terço médio da ponte. Disponível em: http://anatpat.unicamp.br/bineucerebelotronco.html 17TRONCO ENCEFÁLICO • Núcleos vestibulares O complexo vestibular consiste nos núcleos vestibulares medial, lateral, su- perior e inferior e localiza-se na área vestibular, no assoalho do IV ventrícu- lo. Através de suas conexões, o siste- ma vestibular influencia os movimentos dos olhos e da cabeça, e dos múscu- los do tronco e dos membros, a fim de manter o equilíbrio. Recebem fibras derivadas da parte vestibular do nervo vestibulococlear, do cerebelo, da formação reticular e da medula espinal e enviam axônios para o cerebelo, para o fascículo lon- gitudinal medial, para a medula espi- nal e para o lemnisco lateral. As fibras eferentes dos núcleos vesti- bulares formam ou entram na compo- sição dos seguintes tratos e fascículos: • Fascículo vestibulocerebelar • Fascículo longitudinal medial • Trato vestibuloespinhal • Fibras vestibulotalâmicas Núcleos do nervo facial e abducente As fibras que emergem do núcleo do nervo facial têm inicialmente direção posteromedial, formando um feixe compacto que, logo abaixo do IV ven- trículo, se encurva em direção cra- nial. Após percorrerem certa distân- cia medialmente ao núcleo do nervo abducente, essas fibras encurvam-se lateralmente sobre a superfície dorsal deste núcleo, constituindo o joelho in- terno do nervo facial. Esse trajeto pro- voca uma elevação do assoalho do IV ventrículo, denominada colículo facial (Imagem 3). Após contornar o núcleo do abducente, as fibras do nervo fa- cial tomam direção ventrolateral e li- geiramente caudal, para emergir no sulco bulbo-pontino. Figura 12: Ponte (Nível Inferior. Disponível em: http://anatpat.unicamp.br/bineucerebelotronco.html 18TRONCO ENCEFÁLICO Núcleos do nervo trigêmeo Na ponte, o nervo trigêmeo possui o núcleo sensitivo principal, o núcleo do trato mesencefálico e o núcleo mo- tor. O núcleo motor recebe aferências derivadas dos núcleos sensitivos do nervo trigêmeo e emite fibras para os músculos mastigadores, sendo frequentemente denominado núcleo mastigador. Os demais núcleos re- cebem impulsos recebem impulsos relacionados com a sensibilidade so- mática geral de grande parte da ca- beça. Deles saem fibras ascendentes, que constituem o lemnisco trigeminal que termina no tálamo. SE LIGA! O nervo trigêmeo é o único nervo a apresentar origem aparente na ponte, situada na face anterolateral, entre a ponte e o pedúnculo cerebelar médio. SAIBA MAIS! O reflexo corneano caracteriza o fechamento de ambos os olhos rapidamente ao haver um toque na córnea ou a incidência de uma luz brilhante no olho. Para tal, impulsos aferentes entram no sistema nervoso central e ativam neurônios no núcleo do nervo facial na ponte. Os impulsos eferentes seguem no nervo facial para ativar a parte palpebral do músculo orbicular do olho, o qual se contrai, produzindo um piscar. SAIBA MAIS! O nervo trigêmeo é responsável pelo reflexo de abertura da mandíbula e quaisquer alterações na avaliação clínica desse reflexo pode indicar lesão em seus núcleos. A rápida distensão dos músculos que fecham a mandíbula (masseter, temporal, pterigoide medial) ativa aferências que seguem pela divisão mandibular do nervo trigêmeo até seu núcleo mesencefálico. Esses im- pulsos são projetados por meio de fibras colaterais para o núcleo motor, a partir do qual, partem axônios motores do nervo mandibular que inervam os músculos que fecham a mandíbula. Núcleo salivatório superior e núcleo lacrimal Pertencentes à parte craniano do sis- tema nervoso parassimpática, dão origem a fibras pré- ganglionares que conduzem impulsos para a inervação das glândulas submandibular, sublin- gual e lacrimal por meio do nervo in- termédio (raiz sensitiva e visceral do nervo facial) 19TRONCO ENCEFÁLICO Fibras longitudinais As fibras longitudinais originadas no tegmento da ponte são os lemniscos lateral e trigeminal. Percorrem tam- bém o tegmento feixes de fibras as- cendentes com diversas origens: • Lemnisco medial – Suas fibras cru- zem perpendicularmente as fibras do corpo trapezoide, sobem e ter- minam no tálamo • Lemnisco espinhal – Formado pela união dos tratos espinotalâmico la- teral e anterior • Pedúnculo cerebelar superior – Constitui a parede dorsolateral da metade cranial do IV ventrícu-lo, aprofunda-se no tegmento da ponte e já no limite com o mesen- céfalo suas fibras cruzam-se com as do lado oposto, dando início a decussação dos pedúnculos cere- belares superiores. Formação reticular da ponte Apresenta o locus ceruleus, consti- tuindo de neurônios ricos em nora- drenalina, e os núcleos da rafe, ven- tralmente localizados na linha média e contendo neurônios ricos em sero- tonina. Figura 13: Corte transversal da ponte. Disponível em: Neuroanatomia aplicada/ Murilo S. Meneses. - 3.ed. - [Reimpr.]. - Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2015. 20TRONCO ENCEFÁLICO PONTE Base Tegmento Fibras longitudinais Fibras transversais Núcleos pontinos Trato corticoespinhal Trato corticonuclear Trato corticopontino Núcleos do nervo vestibulococlear Núcleos dos nervos facial e abducente Núcleos do nervo trigêmeo Núcleo salivatório superior Núcleo lacrimal Fibras longitudinais Núcleos cocleares Núcleos vestibulares Corpo trapezoide Lemnisco lateral Colículo facial Lemniscos (medial, espinhal, lateral e trigeminal) Pedúnculo cerebelar superior 21TRONCO ENCEFÁLICO 3. MESENCÉFALO Figura 14: Mesencéfalo. Disponível em: https://www. kenhub.com/pt/library/anatomia/cerebelo-e-tronco-ce- rebral O mesencéfalo é o segmento mais curto do tronco encefálico, interpõe – se entre a ponte e o diencéfalo e sua maior parte se encontra na face pos- terior do crânio. Seu limite superior, que o separa do cérebro, é um plano horizontal entre os corpos mamilares, pertencentes ao diencéfalo. O mesencéfalo pode ser dividido pos- teriormente em teto e anteriormen- te em pedúnculos cerebrais direito e esquerdo, cada um dos quais sendo subdivididos em tegmento e base por uma lâmina pigmentada, a substân- cia negra. SAIBA MAIS! Lesões na ponte costumam ser caracterizas pela oftalmoplegia (lesão do nervo abducente), perda de sensibilidade facial e fraqueza dos músculos da mastigação (lesão do nervo trigê- meo), fraqueza dos músculos da face (lesão do nervo facial), surdez e vertigem (lesão do nervo vestibulococlear). A estes sinais podem associar-se paralisias ou perdas de sensibilidade no tronco e membros por lesão das vias ascendentes e descendentes que transitam pela ponte. CORPOS MAMILARES MESENCÉFALO TETO PEDÚNCULO CEREBRAL SULCO MEDIAL DO PEDÚNCULO CEREBRAL AQUEDUTO CEREBRAL SULCO LATERAL DO MESENCÉFALO SUBSTÂNCIA NEGRA NERVO OCULOMOTOR Figura 15: Corte transversal do mesencéfalo. Fonte: Neuroanatomia funcional/ Angelo B. M. Machado, Lucia Machado Haertel: 3º ed; São Paulo: Editora Atheneu, 2014. 22TRONCO ENCEFÁLICO É atravessado por um estreito canal que une o III ao IV ventrículo chamado de aqueduto cerebral, circundado por uma espessa camada de substância cinzenta que apresenta papel impor- tante na regulação da dor – substân- cia cinzenta central ou periaquedutal. Com base na posição da substância negra, a superfície do mesencéfalo é caracterizada pela presença de dois sulcos longitudinais: um lateral, sulco lateral do mesencéfalo, e outro medial, sulco medial do pedúnculo cerebral. SE LIGA! A substância negra constitui um núcleo compacto de neurônios do- paminérgicos que contém melanina. Do ponto de vista funcional, suas cone- xões mais importantes são com o cor- po estriado, pertencente ao diencéfalo. Degenerações desses neurônios cau- sam diminuição de dopamina no corpo estriado, provocando as perturbações motoras características da Doença de Parkinson. SE LIGA! O nervo oculomotor, III par craniano, emerge do sulco medial do pe- dúnculo cerebral. Teto do mesencéfalo Encontra-se posterior ao aqueduto do mesencéfalo e consiste na área pré – tetal e nos pares de colículos superio- res e inferiores. A área pré–tetal, situada na extremi- dade cranial dos colículos superiores, no limite do mesencéfalo com o dien- céfalo, relaciona-se com o controle reflexo das pupilas. Os colículos constituem quatro emi- nências arredondadas que se ligam a pequenos corpos ovais do diencé- falo, os corpos geniculados, através de estruturas alongadas que são fei- xes de fibras nervosas denominados braços dos colículos. O colículo in- ferior é constituído por uma massa de substância cinzenta, o núcleo do colículo inferior, se liga ao corpo geni- culado medial, recebe fibras auditivas do lemnisco lateral e faz parte da via auditiva. Algumas fibras cruzam de um colículo para o outro constituin- do a comissura do colículo inferior. Enquanto isso, o colículo superior é formado por uma série de camadas superpostas e alternadas entre subs- tância branca e cinzenta. Ele se liga ao corpo geniculado lateral, recebe fibras oriundas da retina, do córtex occipital e do trato tetoespinhal e faz parte da via óptica. O braço do colí- culo superior tem parte de seu trajeto escondido entre o pulvinar do tála- mo e o corpo geniculado medial e faz parte da via auditiva. SE LIGA! Para regular o movimento dos olhos, há fibras do colículo superior que se ligam ao núcleo do nervo oculomotor. Com isso, lesões desse colículos podem causar perda da capacidade de mover os olhos no sentido vertical, voluntária ou reflexivamente. 23TRONCO ENCEFÁLICO SE LIGA! O nervo troclear é o único do pares cranianos que emerge dorsalmen- te. Desse modo, emerge caudalmente a cada colículo inferior, contorna o mesen- céfalo e surge ventralmente entre a pon- te e o mesencéfalo. Pedúnculos cerebrais Em uma vista anterior, os pedúnculos cerebrais aparecem como 2 grandes feixes de fibras que surgem na borda superior da ponte e divergem cranial- mente para penetrar profundamente no cérebro. São estruturas por onde transi- tam informações que chegam e saem do cerebelo. Delimitam uma profunda depressão triangular na linha média, a fossa interpeduncular, formando a par- te mais ventral do mesencéfalo. Ela é limitada anteriormente pelos corpos mamilares, eminências pertencentes ao diencéfalo e seu fundo apresenta pequenos orifícios para a passagem de vasos-substância perfurada posterior. Figura 16: Vista dorsal do mesencéfalo. Disponível em: Neuroanatomia aplicada/ Murilo S. Meneses. - 3.ed. - [Reimpr.]. - Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2015. Figura 17:Vista ventral do mesencéfalo. Disponível em: Disponível em: https://www.auladeanatomia.com/novosite/pt/ sistemas/sistema-nervoso/tronco- 24TRONCO ENCEFÁLICO Base É formada pelas fibras descendentes dos tratos corticoespinhal, corticonu- clear e corticopontino, que formam um conjunto compacto. Desse modo, lesões nesse local causam paralisias do lado oposto ao da lesão. Tegmento É contínuo com o tegmento ponti- no. Ao nível dos colículos inferiores, a substância cinzenta está restrita a coleções espalhadas de neurônios na formação reticular e a região peria- quedutal. No tegmento mesencefáli- co, estão os núcleos dos nervos ocu- lomotor, troclear e trigêmeo (deste último, apenas o núcleo do trato me- sencefálico que se estende da ponte e recebe informações proprioceptivas). A substância branca do tegmento mesencefálico contém a maioria dos tratos presentes no tegmento pon- tino. Numerosas fibras ascendentes (os quatro lemniscos e o pedúnculo cerebelar superior) entram no teg- mento do mesencéfalo a partir do cerebelo e seguem para decussar na linha mediana. Consequentemente, essas fibras penetram no núcleo ru- bro, no qual algumas terminam. No entanto, a maioria das fibras ascende para terminar no tálamo. Ao nível do colículo inferior, os qua- tro lemniscos aparecem agrupados Figura 18: Mesencéfalo. Disponível em: http://anatpat.unicamp.br/bineucerebelotronco.html 25TRONCO ENCEFÁLICO em uma só faixa, na região lateral, onde, em sequência mediolateral, se dispões os lemniscos medial, espi- nhal, trigeminal e lateral. Este último termina no núcleo do colículo inferior, enquanto os demais sobrem para o colículo superior. Figura 19: Corte transversal do mesencéfalo ao nível dos colículos inferiores. Obs.: Pilar do cérebro= Pedúnculo cerebral Fonte: Gray’s, Anatomia / Susan Standring ; [tradução Denise Costa Rodrigues... et al.]. - Rio de Janeiro: Elsevier, 2010 Núcleo do nervo troclear Suas fibras saem de sua face dor- sal, contornam a substância cinzenta central, cruzam com a do lado oposto e emergem do véu medular superior, caudalmente ao colículo inferior. Além de ser o único nervo que emerge da região dorsal, suas fibras são as úni- cas que decussam antes de emergir do sistema nervoso central. Núcleo do nervo oculomotor Localiza-se ao nível do colículo superior e está intimamente relacionado com o fascículo longitudinal medial. Funcio- nalmente, pode ser dividido em uma parte somática – contendo neurônios motores responsáveis pela inervação dos músculos reto superior, reto infe- rior, reto medial e levantador da pál- pebra – e uma parte visceral – contém neurônios pré-ganglionares que fazem sinapse no gânglio ciliar para a inerva- ção do músculo ciliar e do esfíncter da pupila, importantes para o controle re- flexo do diâmetro da pupila diante de diferentes intensidades de luz. Núcleo rubro (ou núcleo vermelho) Caracteriza-se por sua coloração ró- seo-amarelada, em sua posição cen- 26TRONCO ENCEFÁLICO tral, e por sua “cápsula envoltória” formada pelas fibras do pedúnculo cerebelar superior. As principais co- nexões aferentes do núcleo rubro são as fibras oriundas de áreas moto- ras do córtex cerebral e do cerebelo. Em seguida, forma-se o trato rubro- -espinal que termina nos neurônios motores da medula e participa do controle da motricidade voluntária da musculatura distal dos membros. Além disso, muitas fibras ligam-se ao complexo olivar inferior (fibras rubro- -olivares), integrando o circuito rubro- -olivo-cerebelar. Formação reticular do mesencéfalo Suas principais estruturas são: a área tegmental ventral, contendo neurô- nios ricos em dopamina, e os núcleos da rafe, continuação das estruturas de mesmo nome da ponte, contendo neurônios ricos em serotonina. Figura 20: Corte transversal do mesencéfalo ao nível dos colículos superiores. Obs.: Pilar do cérebro = Pedúnculo cerebral. Fonte: Gray’s, Anatomia / Susan Standring ; [tradução Denise Costa Rodrigues... et al.]. - Rio de Janeiro: Elsevier, 2010 SAIBA MAIS! Lesões no mesencéfalo causam oftalmoplegia, dilatação pupilar e ptose (paralisia do nervo oculomotor), além de paralisias e perdas de sensibilidade de tronco e membro haja vista que todas as vias ascendentes que vão ao diencéfalo e cinco trato descendentes atrelados a mo- tricidade atravessam o mesencéfalo. 27TRONCO ENCEFÁLICO MESENCÉFALO Teto Área pré-tetal Colículos superiores Colículos inferiores Controle reflexo das pupilas Liga-se ao corpo geniculado lateral Via óptica Liga-se ao corpo geniculado medial Via auditiva Pedúnculos cerebrais Fossa interpeduncular Tegmento Base Substância negra Substância perfurada posterior Núcleos dos nervos oculomotor, troclear e trigêmeo Núcleo rubro Lemniscos (medial, lateral, trigeminal e espinhal) Pedúnculo cerebelar superior Trato corticoespinhal Trato corticonuclear Trato corticopontino Neurônios dopaminérgicos contendo melanina Aqueduto cerebral Substância cinzenta periaquedutal 28TRONCO ENCEFÁLICO 4. LESÕES DO TRONCO ENCEFÁLICO As lesões unilaterais podem se ori- ginar de uma compressão extrínseca por tumores que ocupem espaço ou por alguma doença intrínseca como desmielienização ou AVC. A síndro- me clínica é determinada pelo local neuroanatômico da lesão. Ao nível segmentar, ocorre uma paralisia ipsi- lateral dos nervos cranianos. Abaixo do nível da lesão, existe uma perda contralateral de força e de sensibili- dade nos membros (correspondente à disfunção das vias corticospinal em decussação e das vias sensitivas as- cendentes), e uma descoordenação ipsilateral dos membros (como resul- tado da interrupção das conexões ce- rebelares eferentes e aferentes). As lesões destrutivas bilaterais do tronco encefálico são fatais se não tratadas, devido ao dano a centros no bulbo que controlam a respiração, a frequência cardíaca e a pressão san- guínea. O dano ao sistema reticular leva a uma progressiva deterioração do estado consciente, seguida de es- tupor e coma. Neste estado de “morte do tronco encefálico”, a vida só pode ser sustentada artificialmente. 29TRONCO ENCEFÁLICO REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Gray’s, Anatomia / Susan Standring ; [tradução Denise Costa Rodrigues... et al.]. - Rio de Janeiro: Elsevier, 2010 Neuroanatomia aplicada/ Murilo S. Meneses. - 3.ed. - [Reimpr.]. - Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2015. Neuroanatomia funcional/ Angelo B. M. Machado, Lucia Machado Haertel: 3º ed; São Paulo: Editora Atheneu, 2014 https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/cerebelo-e-tronco-cerebral 30TRONCO ENCEFÁLICO
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