Prévia do material em texto
Gabriela Arcuri *Atenção básica e Atenção Primária à Saúde são termos equivalentes São ações individuais e coletivas que abrangem a promoção e a proteção da saúde (através da prevenção de agravos, diagnósticos, tratamentos e da manutenção da saúde dos pacientes). Sua finalidade é desenvolver uma ação integral (multiprofissional) que seja capaz de impactar e dar a assistência necessária à vida das pessoas. São práticas de cuidado e gestão democráticas e participativas. É responsabilidade sanitária. Auxilia nas demandas e necessidades de saúde de maior frequência em seu território (Observa fatores de risco, vulnerabilidade, acolhe e acompanha) É uma rede descentralizada, que deve atuar unida e interligada, o mais próximo possível da vida da comunidade local É a porta de entrada e o centro de comunicação da Rede de Atenção à Saúde. É o primeiro nível de contato dos indivíduos, da família e da comunidade com o sistema nacional de saúde. Política Nacional de Atenção Básica Um dos princípios e diretrizes gerais da atenção básica O que é atenção básica? Gabriela Arcuri Seus princípios são: Universalidade, acessibilidade, vínculo, continuidade do cuidado, humanização, equidade e participação social. A atenção básica considera o paciente em sua singularidade e inserção sociocultural. É acolhedora: a unidade de saúde deva receber e ouvir todas as pessoas que procuram os seus serviços, de modo universal e sem diferenciações excludentes Deve ser criado um vínculo permanente entre profissionais, pacientes e suas famílias, de modo a gerar confiança entre os envolvidos e obter aprofundamento no processo de garantia de saúde, além de diminuir os riscos de iatrogenia decorrentes do desconhecimento das histórias de vida e da coordenação do cuidado. Devolver a autonomia do indivíduo deve ser a prioridade e a lógica do cuidado deve ser centrada no paciente e no exercício do controle social. ESF (Estratégia Saúde da Família) é uma estratégia de organização da Atenção Básica. (A Política Nacional de Atenção Básica tem na Saúde da Família sua estratégia prioritária para expansão e consolidação da atenção básica. A qualificação da Estratégia Saúde da Família e de outras estratégias de organização da atenção básica deverá seguir as diretrizes da atenção básica e do SUS, configurando um processo progressivo e singular que considera e inclui as especificidades locorregionais) APS (Atenção Primária à Saúde) ESF (Estratégia Saúde da Família) PSF (Programa Saúde da Família) MFC (Medicina de Família e Comunidade) 27 e 28 de dezembro de 1993: produzido o documento “Saúde Dentro de Casa” (embrião do PSF). Conferência de Alma Ata: ratificou o ano de 2000 como meta para que todas as pessoas atingissem um nível de saúde que permitisse uma vida produtiva – Encontro intitulado “Saúde para todos no ano 2000” Hoje, a definição mais aceita de APS foi publicada por Scheffler, em 1978. “Cuidado acessível, abrangente, coordenado e contínuo realizado por profissionais comprometidos” Conceitos básicos e algumas siglas: Gabriela Arcuri Scheffler descrevia 5 atributos: - Acesso - Coordenação - Cuidado abrangente (integralidade) - Continuidade - Responsabilização *São essas características e a integração dos serviços que formam a base da APS Bárbara Starfield - Quatro atributos nucleares da APS: - Acesso - Coordenação - Integralidade - Longitudinalidade (termo utilizado por ela para substituir “continuidade”) *Acrescentou ainda três atributos derivados: - Foco na família - Orientação comunitária - Competência cultural *No Brasil, muitas vezes, dá-se maior importância aos atributos derivados. Vulnerabilidade Social: APS não se restringe a países ou locais com vulnerabilidade social, os países mais desenvolvidos e ricos, exceto os EUA, são os que mais têm APS forte e estruturada. Pacientes crônicos: APS deve ser a porta de entrada tanto para problemas agudos (Exceto emergências) quanto crônicos. Prevenção: Deve ser realizada a prevenção primária, secundária (pacientes sem sintomas), terciária e quaternária (pacientes com sintomas). *A APS lida com problemas frequentes, indiferenciados e incertos. Três conceitos que têm relação com APS, embora não a definam: Gabriela Arcuri APS como uma cesta de serviços: - Educação em saúde - Suprimento alimentar e nutrição - Água tratada e saneamento básico - Cuidado materno-infantil - Imunização - Prevenção e controle de endemias - Tratamento básico de problemas de saúde - Fornecimento de medicamentos essenciais APS como nível de atenção APS como estratégia de organização dos serviços de saúde: (APS como coordenadora do sistema) APS como uma filosofia caracterizada por justiça social e igualdade: - Autorresponsabilidade - Solidariedade internacional - Aceitação de um conceito amplo de saúde *Vuori coloca a APS Filosofia como a imagem-objetivo. Logo, há uma hierarquia, sendo a Cesta de Serviços como a mais inadequada. *Provavelmente, o Brasil encontra-se na Segunda Etapa, enquanto países mais desenvolvidos, como Inglaterra, Holanda e Dinamarca já estejam na Terceira. *A crítica que o autor faz ao segundo nível cabe bem ao que se vivencia no sistema privado brasileiro, onde não há filtro: Se APS é um nível de atenção, os ambulatórios de especialidades são considerados APS? O autor conclui que este segundo nível pode ser desastroso ao ser atingido com facilidade, independentemente de toda estratégia e filosofia que deveriam nortear a APS. Atenção ao primeiro contato/acesso: Quatro maneiras como o conceito de APS pode ser interpretado, segundo Vuori: Explicando os atributos nucleares da APS: Gabriela Arcuri -Acolhimento, primeiro contato do paciente com o sistema. - Depende da acessibilidade dos serviços e da estrutura - O acesso pode ser dividido em: Aspecto geográfico (Exemplo: distância do centro de saúde ou incapacidade de locomoção) e fator sócio-organizacional (Exemplo: falta de organização de agendas, quadros de avisos, preconceito e a não flexibilização da equipe para atender populações vulneráveis). Coordenação: -Envolve a continuidade de informação dentro do sistema, seja pela continuidade do profissional, seja via prontuário médico *Ela é importante dentro do centro de saúde, quando o paciente é visto por diferentes profissionais, e fora dele, quando tiver contato com outros especialistas. *Avaliação desse serviço: Taxa de referenciamento. Longitudinalidade: - Seria a existência de uma forma regular de atenção e seu uso ao decorrer do tempo. -É voltada à atenção às pessoas, independentemente do problema. -Depende de um aspecto organizacional: O cadastro da pessoa por meio de inscrição ou contrato com profissionais ou com o local de atenção. Cuidado abrangente/Integralidade: -Se refere à necessidade de haver ampla oferta de serviços *Mattos descreve três sentidos para integralidade: 1.Boa medicina, menos fragmentada e reducionista. 2.Integração da organização das práticas, superando os programas verticais apenas (Como programas de tuberculose e hanseníase) 3.Integração de assistência e prevenção no âmbito das políticas especiais (considerando aspectos antropológicos e culturais). *A integralidade que se quer medir é o cuidado abrangente. Gabriela Arcuri Para o historiador de saúde pública, George Rosen, é preciso conhecer as condições políticas, econômicas e sociais de cada época para solucionar problemas de saúde. Nos primórdios da história brasileira, ocorreramdois desastres sanitários: 1.Doenças trazidas pelos europeus (febre amarela, malária e ancilostomíase): dizimou 90% da população indígena. 2.Escravidão: Péssimas condições sanitárias em navios negreiros, além de, ao longo dos anos, submeter o povo negro à extrema condição de miséria, fato este que contribuiu para a proliferação de doenças como a filariose, tracoma, dengue, desnutrição e muitas outras ligadas a este estilo de vida tão indigno. O Sistema de Saúde no Brasil Aspectos histórico-conceituais: Retomada histórica: Gabriela Arcuri *O que há de comum nesses dois fatos? A ausência de interesse institucional pelo destino trágico dessas pessoas. O interesse era seletivo. A primeira Santa Casa aberta em Santos, em 1543, não atendia negros, somente brancos e índios catequizados. E mesmo para estes, fornecia atendimento precário. A chegada de Dom João VI inaugura a política de formação médica e a criação das Juntas de Higiene Pública (Medidas pouco eficazes para enfrentar grandes epidemias de febre amarela e cólera, mas obtiveram sucesso com a de varíola graças à vacinação). Com a República, os problemas ainda eram os mesmos, mas houve mudança no enfoque de enfrentamento, graças às novidades científicas vindas da Europa. (O interesse passou a ser melhorar as condições sanitárias das cidades e dos portos de maior importância econômica, sem qualquer atenção ao meio rural, onde vivia a maior parcela populacional). *Como o enfoque das ações sanitárias não era baseado nas necessidades das pessoas, era comum o conflito entre as autoridades de saúde e a população. (Exemplo: Revolta da Vacina) Gabriela Arcuri Em 1923, foi criada a primeira Caixa de Aposentadorias e Pensões (CAP), destinada aos ferroviários de São Paulo, o que mantinha ordem e melhora das condições de saúde das cidades e portos. *A transição para uma economia industrial urbana, provoca a expansão das CAPs para outras categorias de profissionais. Em 1960, todos os Institutos da Aposentadorias e Pensões (IAPs) foram reunidos pela Lei Orgânica da Previdência Social. E em 1966, é criado o Instituto Nacional de Previdência Social. Com o Golpe de 1964, o sistema médico previdenciário foi moldado pela centralização político-administrativa, exclusão da cidadania, acesso não universal e o financiamento privilegiado para a expansão de serviços privados. (Modelo médico-assistencial privatista, que entrou em crise em 1970, juntamente com a crise do estado autoritário) O avanço das lutas democráticas no país teve importantes desdobramentos, como a criação do CEBES, em 1976, e da ABRASCO, em 1979. Houve movimentos populares pela Reforma Sanitária. Em 1980, com a redemocratização e a crise econômica, tornou-se evidente a necessidade crescente de mudanças na área da saúde pública. E ao longo das duas próximas décadas, o que também foi crescente foi a criação de redes de hospitais, clínicas e planos privados de saúde. Gabriela Arcuri Linha do tempo do SUS: 1988: Constituição reconhce direito universal à saúde e aprova o SUS. 1990: Criação do SUS: “Lei Orgânica”, que reafirmava os princípios doutrinários do SUS: - Universalidade (todo indivíduo em solo brasileiro tem acesso ao SUS; - Equidade; - Integralidade (Atender de forma integral, previnindo, curando e reabilitando, de forma a olhar para o paciente de modo amplo e individual, considerando os mais diversos aspectos do seu cotididano). Sistema Único de Saúde Aspectos importantes do SUS: O acesso universal aos serviços de saúde, além de ser uma garantia constitucional, é uma bandeira de luta dos movimentos sociais! Gabriela Arcuri E ainda as diretrizes organizacionais: - Regionalização; - Hierarquização (Rede hierarquizada de serviços); - Descentralização; - Participação social; *Tais modificações na saúde trouxeram benefícios burcráticos e, mais do que isso, consolidaram a ESF como estruturante de todo o sistema de saúde, revertendo a lógica histórica de baixo compromisso com as necessidades da população. O SUS é financiado com recursos das três esferas do governo, mas o percentual dos orçamentos para a saúde vem sendo menor do que o necessário.E sem aumento do financiamento público, o SUS não tem como cumprir o que está previsto em todas as suas diretrizes. Os sistemas secundários e terciários enfrentam as maiores crises. Visão liberal sobre saúde: Tende a ser contrária à ideia de cobertura universal pelo SUS, com o argumento de que o Estado não deve substituir a iniciativa dos individuos que têm algum poder de compra de serviços no mercado. Dessa forma, a saúde é tratada como mercadoria, e o Estado deixa de ser responsavel pela garantia da promoção de saúde. “É direito de todos e dever do Estado” não é algo muito levado à sério. Visão do Movimento Sanitarista sobre saúde: não deve ser um bem comercial regulado pelo mercado, mas um direito de cidadania e uma condição básica de vida. No atual momento da saúde brasileira, só é possível pensar em integralidade nas ações médicas se houver uma complementação do setor privado na prestação de atendimento para o setor público. Os projetos de saúde em disputa no Brasil e no Mundo: O setor privado e sua participação complementar no SUS: Gabriela Arcuri Família biológica: laços sanguíneos. Família sociológica: Família como Instituição social, a qual especifica os papéis sociais e os preceitos para o comportamento dos indivíduos. Família antropológica: universo de símbolos e valores relacionados à socialização dos indivíduos. Família psicológica: Unidade emocional, em que o funcionamento de um afeta o conjunto da família. Estruturas familiares: - Família nuclear, conjugal ou elementar: Pai, mãe e filhos do mesmo casamento (tipo mais comum) - Família composta: poligamia - Família extensa: Rede familiar ligando consanguíneos e aliados ao longo de pelo menos 3 gerações. A família, como Instituição social, varia em composição e comportamento, de acordo com a época, espaço, fatores econômicos, políticos e religiosos. *Ela pode ser ou não: -Sexual -Reprodutiva -Econômica (garantia do sustento e proteção da prole por um provedor) -Socializadora/Educativa (Transmissão de um conjunto de hábitos e valores) -Identificação social (confere status) Família deveria ser um lugar de segurança, mas a realidade de muitas pessoas não condiz com tal descrição: mulheres, crianças e idosos são vítimas frequentes de violência doméstica por membros familiares. *Fato este que tem como influência histórica: -Patriarcalismo -Modernização social (urbanização após 1950), com aumento de desigualdades econômicas -Disseminação de valores individualistas típicos da sociedade capitalista. Conceito de família Gabriela Arcuri Marcos importantes na contemporaneidade para a proteção familiar: ECA, Lei Maria da Penha, Estatuto do Idoso. O médico deve considerar o histórico familiar do paciente, a história da comunidade em que atua, a organização social e os movimentos sociais ali existentes, as entidades representativas e lideranças comunitárias, serviços públicos, equipamentos sociais e áreas de risco ou vulnerabilidade. Fluxo de estresses pela família: O Genograma é um diagrama em que está representada a estrutura familiar. (Deve-se indicar pelo menos três gerações). O Genograma apresenta elementos estruturais (informações sobre a composição da família, como data de nascimento, ocupação...) e funcionais (que mostram a dinâmica familiar) Ferramentas de abordagem familiar Genograma GabrielaArcuri Deve-se anotar: informações demográficas (nascimentos e mortes), funcionais, eventos críticos. Sintomas inespecíficos Utilização excessiva dos serviços de saúde Doença crônica Isolamento Problemas emocionais graves Situações de risco familiar Mudanças no ciclo de vida Resistência ao tratamento ou dificuldade em aceitar o diagnóstico Alterações nos papéis familiares, por eventos agudos Quando construir um Genograma? Gabriela Arcuri Gabriela Arcuri Raffestin (1993) entende o território como todo e qualquer espaço caracterizado pela presença de um poder, ou ainda, “um espaço definido e delimitado por e a partir de relações de poder”. E ainda, o poder “surge por ocasião da relação”, e “toda relação é ponto de surgimento do poder”. Quando coexistem em um mesmo espaço várias relações de poder dá-se o nome de ‘territorialidades’, de modo que uma área que abriga várias territorialidades pode ser considerada vários territórios. Com isso, corrobora-se a hipótese de que um elemento indissociável da noção de poder é o território, dado que não há organização sem poder (Nunes, 2006). A constituição dos territórios na contemporaneidade se expressa, segundo Santos (1996), com base em dois movimentos: das horizontalidades e das verticalidades. As horizontalidades serão os domínios de contiguidades, constituídos por uma continuidade territorial, enquanto as verticalidades seriam formadas por pontos distantes uns dos outros, resultado de uma interdependência hierárquica dos territórios, consequente do processo de globalização econômica. Não obstante os avanços na saúde nos últimos 20 anos, alicerçados em bases teóricas sólidas da Reforma Sanitária, o setor padece de problemas organizacionais, gerenciais e operacionais, demandando uma nova reorganização de seu processo de trabalho e de suas estruturas gerenciais nas três esferas de gestão do sistema, de modo a enfrentar as desigualdades e iniquidades sociais em saúde, delineadas pela tríade econômico- política globalização, mundialização e neoliberalismo. Nesse contexto, a territorialização em saúde se coloca como uma metodologia capaz de operar mudanças no modelo assistencial e nas práticas sanitárias vigentes, desenhando novas configurações loco-regional, baseando-se no reconhecimento e esquadrinhamento do território segundo a lógica das relações entre ambiente, condições de vida, situação de saúde e acesso às ações e serviços de saúde. O ato de habitar traz como resultado a corporificação de saberes e práticas. Para habitar um território é necessário explorá-lo, torná-lo seu, ser sensível às suas questões, ser capaz de movimentar-se por ele com alegria e descoberta, detectando as alterações de paisagem e colocando em relação fluxos diversos - não só cognitivos, não só técnicos, não só racionais - mas políticos, comunicativos, afetivos e interativos no sentido concreto, detectável na realidade. Territorialização Gabriela Arcuri Uma proposta transformadora de saberes e práticas locais concebe a territorialização de forma ampla – um processo de habitar e vivenciar um território; uma técnica e um método de obtenção e análise de informações sobre as condições de vida e saúde de populações; um instrumento para se entender os contextos de uso do território em todos os níveis das atividades humanas (econômicos, sociais, culturais, políticos etc.), viabilizando o “território como uma categoria de análise social” (Souza, 2004, p. 70); um caminho metodológico de aproximação e análise sucessivas da realidade para a produção social da saúde. Auxilia a estruturação da vida humana, pois o ato de narrar é, na verdade, um movimento do presente para o passado, no qual a descrição de fatos torna possível refletir sobre si mesmo para se auto compreender e explicar-se. *Exemplos de narrativas na medicina: descrição autobiográficas de pacientes, tranformação desses relatos pelos médicos e o próprio curso da doença, expondo relações entre linguagem, soma, indivíduo e tempo. É muito importante atentar-se às narrativas dos pacientes e observar sinais. Narrativas captam ideias e valores de uma sociedade sobre saúde, doença e medicina. Anamnese resgistradas em prontuários e descrição de casos clínicos englobam reflexão, interpretação e pontos de vistas subjetivos. As narrativas também são importantes na ética médica. As narrativas em medicina Contribuições à prática clínica e ao ensino médico Por que as narrativas são importantes? Gabriela Arcuri Casos construídos com propostas educativas: -PBL: Aprendizado baseado em problemas – Objetivo de substituir aulas expositivas descontextualizadas do mundo real e formar profissionais autônomos. Narrativas de pacientes sobre suas doenças: Forma pela qual os pacientes modelam e dão sentido aos seus sofrimentos. Quem revela sua doença em forma de história transforma fato em experiência. -As narrativas sobre doenças, segundo Bury, enquadram-se em três grupos: 1.Narrativas contingentes: Apresentam créditos sobre as origens da doença, as causas imediatas, e efeitos subsequentes do adoecimento. 2.Narrativas morais: Descrição das mudanças mediadas pela relação indivíduo, doença e identidade social. 3.Narrativas centrais: Conexões entre experiências leigas particulares e níveis mais profundos de significados ligados ao sofrimento e à doença. Narrativas disponíveis em materiais informativos Anamneses sintetizadas em prontuários: Informações de identificação, queixa principal, história da doença atual, história patológica pregressa, revisão dos sistemas, história familiar e história social. Relatos de casos em sessões clínicas/ casos apresentados em revistas científicas Ela é interpretativa e não somente baseada em fatos; a capacidade de identificar-se com algo e intuir pode ser tão importante no diagnóstico e tratamento quanto são os dados científicos e a dedução lógica. As diferentes modalidades narrativas em medicina: Literatura e medicina: Gabriela Arcuri Ao escutar atentamente as histórias de pacientes, os profissionais de saúde ampliam suas perspectivas, organizam e integram situações complexas, o que auxilia na condução dessas situações difíceis. A ênfase da formação médica passou a estar centrada na interpretação de exames cada vez mais complexos e na prescrição de drogas cada vez mais potentes. Entretanto, os pacientes querem além disso, querem entender e dar significado às suas próprias histórias. O médico deve aprender a prestar atenção nas palavras dos pacientes. A busca pela medicina humanizada deve acontecer todos os dias. Papel da narrativa na ética médica: Uma nova formação e uma “velha” nova epistemologia narrativa: