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Infecções Odontogênicas Possíveis infecções: de origem óssea, de tecidos moles, glândulas salivares, no seio maxilar, da cavidade nasal. São aquelas de origem dentária, ou seja, em virtude do dente. Oito passos do tratamento das infecções odontogênicas são: 1. Diagnóstico e ATB corretos. Determinar a gravidade da infecção. 2. Avaliar as defesas do hospedeiro (diabético, aidético, reumático, que faz uso a longo prazo de corticoides e antibióticos) 3. Decidir os cuidados. 4. Tratar cirurgicamente. 5. Oferecer suporte clínico. 6. Escolher e prescrever terapia antibiótica. 7. Administrar corretamente o antibiótico. 8. Avaliar frequentemente o paciente. Um histórico cuidadoso e um exame físico devem possibilitar ao cirurgião determinar a localização anatômica, o nível de progressão e o potencial de comprometimento das vias respiratórias pela infecção. GRAVIDADE ________________________________________________ Baixa gravidade: infecções não ameaçam as vias respiratórias ou estruturas vitais. Espaços bucal, infraorbital vestibular e subperiosteal. Moderada gravidade: infecções de espaços anatômicos que podem atrapalhar o acesso às vias respiratórias, por inchaço ou trismo. Espaços sub massetérico, pterigomandibular, temporal superficial e profundo, submandibular, submental, e sublingual. Alta gravidade: o inchaço pode diretamente obstruir ou desviar as vias respiratórias ou ameaçar estruturas vitais. Espaços faríngeo lateral e o retrofaríngeo, o espaço perigoso e o mediastino. ORIGEM _____________________________________________________ Bactérias da placa bacteriana, superfície mucosa e sulco gengival, ou seja, microbiota nativa do hospedeiro infecções endógenas: cocos aeróbios gram positivos, cocos anaeróbios gram positivos e bastonetes anaeróbios gram negativos. Provenientes de infecções: ______________________________________ Dentoalveolares: resultado da necrose pulpar e invasão bacteriana subsequente do tecido periapical (mais comum) e progride para infecção de tecido ósseo e moles. Abscesso dento-alveolar necessariamente tem necrose pulpar, pois evoluiu de uma cárie que progrediu para a câmara pulpar ou de necroses avasculares que depois progridem, por história de trauma, calcificação pulpar, reabsorção interna ou externa. O tecido pulpar está contaminado que evolui para o tecido periodontal, com espessamento do ligamento periodontal e posterior destruição óssea. Exame clínico e radiográfico mais difícil. A necrose da polpa dental como resultado da cárie profunda cria uma via para as bactérias penetrarem nos tecidos periapicais. Uma vez que o tecido torna-se inoculado pela bactéria e uma infecção ativa é estabelecida, esta se dissemina igualmente em todas as direções, mas preferencialmente ao longo das linhas de menor resistência. Periodontal: não necessariamente tem necrose pulpar, mas iniciam o desenvolvimento através do periodonto, sendo resultado da bolsa periodontal profunda com o foco de m-o localizado no sulco gengival, que possibilita a inoculação da bactéria nos tecidos moles subjacentes e a progressão gera uma infecção periodontal/abscesso. A maioria das polpas têm vitalidade. Manifestações mais brandas por envolver tecidos superficiais. Na maioria das vezes por ela começar no ligamento periodontal, não acumula tanta secreção, a complicação ocorre por comprometimentos sistêmicos do paciente. Abscesso periodontal o quadro clínico já é mais nítido, com aumento de volume próximo ao dente aumentado, hiperemia, sangramento, acúmulo de sangramento, sondagem positiva. O exame clínico é mais facilitado. Pericoronarites: ligada a 3°MI semi erupcionados (área de difícil higiene) e infecção no capuz pericoronário. A infecção da pericoronarite atinge o m. masseter causando o trismo, dificultando o diagnóstico e a abordagem. Local de bloqueio do n. AI. A extração do dente não é prioridade, mas sim a da pericoronarite. Fisioterapia, ATB, relaxante muscular e higiene bucal -> após retornar com a abertura bucal -> remover a causa (capuz pericoronário). DESENVOLVIMENTO DA INFECÇÃO ______________________________ Celulite: infecção em estágio inicial, com predominância de cocos aeróbios. Não apresenta mobilidade dentária, higiene bucal boa, na RG não tem lesão intraóssea, espessamento de ligamento periodontal -> pensar em CELULITE -> infecção de tecido mole, sem relação com dentes. Principalmente em crianças. Não tende a drenar por não ter coleção purulenta organizada, precede o abscesso, não tem correlação com o dente. Abscessos: Infecções em estágio avançado, com predominância de cocos anaeróbios e coleção purulenta formada. Antes de formar o abscesso tem-se um quadro de celulite, mas posteriormente tem o acúmulo de secreções em uma cavidade e aí tem o abscesso. FASE I: OSTEÍTE PERIAPICAL Características: ocorre devido ao edema no ligamento periodontal. Infecção ainda confinada no osso, restrito a região periapical do tecido ósseo. Um sinal é o espessamento do ligamento periodontal devido a pericementite (mas não é tão nítido, o que dificulta o diagnóstico). Sensação de extrusão dentária pois tem um toque prematuro, pelo processo inflamatório fazer uma pressão no dente e sensibilidade. Mais frequente em dentes unirradiculares por ter uma fixação menor (podem extruir) Dor à percussão ou a mastigação. O paciente relata dor constante, latejante e aumenta ao morder ou ao realizar a percussão vertical, pois já tem inflamação e espessamento do ligamento periodontal. Conduta após acertar o dente acometido pelo processo infeccioso e se certificar do abscesso na fase inicial: - Amenizar a dor com analgésicos e diminuir os toques prematuros que tornam o dente sensível. Ao usar o anti-inflamatório deve associá-lo com antibióticos porque os anti-inflamatórios diminuem a resposta inflamatória. - O quadro infeccioso deve ser tratado com antibióticos - Remover a causa: a tendência do processo infeccioso é continuar progredindo, vale a pena preservar o dente ou extrair? - Avaliar a condição dentária, condição de tratamento (endodôntico difícil), dificuldade na abordagem, paciente com comorbidades -> pode complicar o quadro ou estender o sofrimento do paciente. - Antibióticos, sozinhos, apenas irão paralisar, mas não curar a infecção, pois provavelmente vai recidivar quando a terapia antibiótica tiver terminado. O tratamento primário da infecção pulpar é a terapia endodôntica ou a extração dentária, em vez dos antibióticos, ou seja, é REMOVER A CAUSA. FASE II: CELULITE OU FLEGMÃO Resposta inflamatória reacional mais visível, com aumento do volume inflamatório intenso, difuso e generalizado, bem como edema generalizado. Ainda não formou a cavidade do abscesso organizado, mas tem formação de pus, porém a secreção pode estar subperiostal ou no trabeculado ósseo. A infecção tende a caminhar para áreas de menor resistência e depois invadir tecidos moles. Ou seja, não está restrito a tecido ósseo e região periapical, já está caminhando para os tecidos, que podem ser intra ou extrabucal, cavidade nasal, seio maxilar, palato. Isso depende do tecido de menor resistência, espessura óssea, inserções musculares, localização e inclinação do ápice. Ou seja, as características anatômicas dos dentes e tecidos vizinhos vão decidir para onde a infecção irá caminhar. Quanto mais espessa for a tábua óssea maior o sofrimento do paciente. Condutas: - Amenizar a dor com analgésicos e diminuir os toques prematuros que tornam o dente sensível - O quadro infeccioso deve ser tratado com antibióticos - Remover a causa: a tendência do processo infeccioso é continuar progredindo, vale a pena preservar o dente ou extrair? Nessa fase pode ter um agravamento da decisão, então a balança para a extração dentária pesa mais para ter certeza de removeu a causa. A terapia ATB é mais forte para abranger uma flora bacteriana maior. Pensar se precisa fazer alguma drenagem, pois pontos de drenagem podem evitar que a secreção se acumule. FASE III:ABSCESSO Estágio de cronificação da infecção, com secreção purulenta organizada e superficializada caracterizando um abscesso. Redução da dor, pois houve organização da secreção purulenta e a superficializar. A maior dor é na fase I, seguido da fase II. Infecção extravasada pelos tecidos adjacentes. Apresenta um ponto de flutuação pela superficialização da secreção purulenta e pode ocorrer em vários pontos do complexo maxilomandibular, ficando mais palpável e visualizável. Não deve-se drenar apenas com pontos de flutuação, pois muitas vezes está em tecidos profundos. Formação de fístula. Sinais e Sintomas: dor, tumor calor, rubor, perda de função (trismo, disfagia, dispneia) e mal-estar geral. Define se a abordagem será mais branda ou agressiva. Conduta: - Amenizar a dor com analgésicos e diminuir os toques prematuros que tornam o dente sensível - O quadro infeccioso deve ser tratado com antibióticos - Corticóides para reduzir as consequências do edema. - Remover a causa: a tendência do processo infeccioso é continuar progredindo, vale a pena preservar o dente ou extrair? - Drenagem: a partir do momento que a secreção purulenta se organizou caracterizando o abscesso restrito a uma loja a drenagem deve ser feita, sendo intra ou extrabucal (de acordo com a anatomia do local) - Lançar mão de técnicas anestésicas para que não haja sofrimento do paciente, mesmo que seja mais difícil a anestesia pelo limiar de dor, pH e processo inflamatório alterados, o que dificulta mas não impede a anestesia do paciente. Não pode postergar a remoção da causa. - Drenar via canal ou na região periapical (trepanação), sendo a periapical não necessária se tratou bem o paciente com ATB e remoção da causa. E o uso de antiinflamatórios? A inflamação é um mecanismo de defesa, não deve ser feito sem ter uma boa cobertura ATB. DRENAGEM ___________________________________________________ Intrabucal 1) Anestesia local. 2) Incisão: uma lâmina de bisturi é introduzida sob leve pressão e com pouca profundidade na região de maior flutuação/superficial da mucosa bucal. 3) Divulsão: realizamos a separação e a divisão dos tecidos com o uso de uma tesoura de ponta romba ou pinça mosquito. A mesma entra fechada na área provocada pela incisão e, quando estiver no centro da infecção, deve ser aberta, permitindo que os tecidos sejam separados e, assim, a secreção poderá ser liberada mais facilmente. 4) Colocação de dreno: que deverá estar estéril. Deve-se realizar pequenos cortes transversais oblíquos incompletos, convergindo todos para um mesmo extremo, criando pequenas “asas” de cada lado do dreno. Estas reentrâncias podem ser realizadas em um dreno de Penrose ou em um dedo de luva estéril. O mesmo deverá ser apreendido e conduzido com uma pinça mosquito no sentido convergente dos cortes até a profundidade permitida. Depois de inserido dentro da cavidade criada, o mesmo deverá ser levemente girado para permitir a retenção do dreno. 5) Sutura: o dreno deve ser fixado à mucosa adjacente com pontos de sutura. A remoção do dreno deverá ser realizada em uma média de 5 dias pós-operatórios. Entretanto, se aos 5 dias, ainda for observada a presença de drenagem, este deverá ser mantido por mais dias. Extrabucal 1) Anestesia local ou geral: dependendo da gravidade do processo infeccioso. 2) Incisão: pode ser feita com lâmina 11 ou 15. Se possível, realizar paralelamente às linhas de tensão da face (Linhas de Langer), isto facilitará o processo cicatricial, pois seguiremos a orientação natural das fibras de colágeno da derme. A remoção do dreno deverá ser realizada em uma média de 5 dias pós-operatórios. Entretanto, se aos 5 dias, ainda for observada a presença de drenagem, este deverá ser mantido por mais dias. 3) Divulsão: deverá se aprofundar e dirigir-se em vários sentidos até atingir a cavidade resultante da presença do acúmulo de pus. 4) Colocação do dreno: deve ser colocado na maior profundidade possível. Após terminada a colocação do dreno, o mesmo deverá ser suturado à pele com uso de fio mononylon 4-0 ou 5-0 e protegido por curativo com gaze, que deverão ser trocados uma a duas vezes por dia ou conforme necessidade (de acordo com o volume de drenagem). 5) Remoção do dreno: diferente dos casos de drenagem intrabucal que tem seus drenos removidos por inteiro, nestes casos de acesso extrabucal a remoção deverá ser gradual (alguns milímetros por dia). Sempre lembrar que o tratamento definitivo para infecções de origem odontogênicas é o tratamento da causa. Ou seja, após controle da fase aguda, tratamento endodôntico, tratamento periodontal ou exodontia devem ser realizados. PROGRESSÃO DA INFECÇÃO: ___________________________________ O que define é a anatomia da região. A infecção se dissemina pelo osso esponjoso até encontrar uma lâmina cortical. Se a lâmina cortical for fina, a infecção perfurará o osso e penetrará nos tecidos moles circunjacentes. A localização da infecção oriunda de um dente específico é determinada por dois fatores principais: 1. Espessura óssea que cobre o ápice do dente - Dentes com a raiz inclinada para palatino, a infecção tende a drenar para o palatino. - ICS: tende a drenar pro lábio superior Quando a infecção perfura o osso, ela penetra nos tecidos moles através do osso mais delgado. A: O ápice dentário está próximo à fina cortical óssea vestibular, de modo que a infecção perfura vestibularmente. B: O ápice direito está próximo ao aspecto palatino, portanto o osso palatino será perfurado 2. A relação do local da perfuração no osso com as inserções musculares. A relação entre o ponto de perfuração óssea e a inserção muscular determina o envolvimento do espaço fascial. Quando o ápice dentário estiver abaixo da inserção muscular,resultará em abscesso vestibular .Se o ápice estiver acima da inserção muscular, o espaço fascial adjacente será envolvido ou extrabucal. Conforme a infecção perfura o osso, ela pode se exteriorizar dependendo da espessura do osso suprajacente e da relação das inserções musculares com o sítio de perfuração. A: Quando o ápice dentário estiver abaixo da inserção muscular, resultará em abscesso vestibular. B: Se o ápice estiver acima da inserção muscular, manifesta-se como uma infecção no espaço bucal, pois o músculo bucinador separa os espaços bucal e vestibular. - MS: Dependem da inserção do m. bucinador, se pegar o plano de clivagem do m. tende a drenar para a região inferior próximo a mandíbula. Dentes superiores: Infecções oriundas da maioria dos dentes superiores perfuram a lâmina cortical vestibular, também perfuram através do osso abaixo da inserção dos músculos que se inserem na maxila, o que significa que a maioria dos abscessos dos dentes superiores aparece inicialmente como abscessos vestibulares. Um abscesso palatino surgir do ápice de um incisivo lateral gravemente inclinado ou da raiz palatina de um primeiro molar ou pré-molar superior. Os molares superiores causam infecções que perfuram o osso superior à inserção do músculo bucinador, o que resulta em infecção do espaço bucal. Uma raiz longa do canino superior permite que a infecção perfure o osso superior à inserção do músculo elevador do ângulo da boca e cause infecção do espaço infraorbitário (canino). Espaços fasciais: vestibular, bucal (MS) e infraorbitário (Caninos). Dentes Inferiores: As infecções dos incisivos, caninos e pré-molares usualmente perfuram o osso pela lâmina cortical vestibular superior à inserção dos músculos do lábio inferior, resultando em abscessos vestibulares. As infecções nos molares inferiores drenam pela cortical lingual com mais frequência do que os dentes anteriores. As infecções nos primeiros molares vão drenar pela vestibular ou lingual. Infecções no segundo molar podem perfurar a cortical vestibular ou lingual (mas usualmente a lingual), e as infecções no terceiro molar quase sempre perfuram a lâmina cortical lingual. II para o submentual. O músculo milo-hióideo determina se as infecções que drenam lingualmentevão se dirigir superiormente a esse músculo para o espaço sublingual ou abaixo dele para o espaço submandibular. Para lingual é difícil a abordagem pelas estruturas nobres. como n. lingual, glândula sublingual, ducto da glândula, Se atingir plano profundo, a drenagem não deve ser intrabucal, mas sim extrabucal. Deve dissecar até atingir a loja, sendo uma drenagem mais difícil. PRINCÍPIOS DE TRATAMENTO ___________________________________ Determinar a gravidade da doença: Exame físico: verificar sinais vitais como temperatura (infecções graves > 38,3°C), pulso > 100 bpm, PA pouco variável, FR aumentada pela obstrução das vias aéreas superiores) Aspecto fadigado, febre e indisposição. Exame físico intra-oral: causa específica como cárie, DP, fratura dentária ou de ossos da face, além de inspeção e palpação de abscessos intrabucais e fístulas. Avaliar o estado da defesa do hospedeiro com condições sistêmicas que podem afetá-la como doenças metabólicas não controladas que diminuem a função leucocitária, supressoras do SI e terapias imunossupressoras como quimioterapia, corticosteróides e transplantes. Ex: DM não controlada, alcoolismo, desnutrição, HIV, linfoma/leucemia. Reservas fisiológicas alteradas ou reduzidas: controle da febre, hidratação, repouso e controle da dor/ansiedade. Simples: limitada ao osso e vestíbulo, primeira tentativa de tratamento e pacientes saudáveis. Complexas: tumefação estendida além do espaço vestibular, falha no tratamento inicial e pacientes imunocomprometidos. Critérios para encaminhar para o especialista: dificuldade de respirar ou deglutir, desidratação, trismo moderado/grave, tumefação além dos processos alveolares, febre, grave mal estar, baixa imunidade, necessidade de anestesia geral e falha no tratamento anterior. Pacientes com necessidade de hospitalização: obstrução das vias aéreas, progressão rápida, dispneia, disfagia e acessos extrabucais. Tratamento cirúrgico: drenagem e remoção da causa por endodontia ou extração. ANTIBIÓTICOS _________________________________________________ Exame RG: periapicais e panorâmica (em casos de trismo) Identificar o estágio presente da infecção: Estágio de inoculação: tumefação amolecida, sensível, edematosa. Celulite: tumefação endurecida Abscesso: flutuação central. ATB: custo benefício, determinar a necessidade, gravidade da infecção, possibilidade de tratamento cirúrgico e estado de defesa do hospedeiro. Jovem sem comprometimento sistêmico pode remover a causa sem necessidade de antibiótico, mas é recomendado. Se for manter o dente, faz ATB. Com algum comprometimento, faz ATB. Removeu a causa, paciente clinicamente bem -> deve fazer ATB, mas não é obrigatório. Indicações para o Uso Terapêutico dos Antibióticos • Edema/Tumefação estendendo-se além do processo alveolar • Celulite • Trismo • Linfadenopatia • Temperatura maior que 38,3 °C • Pericoronarite grave • Osteomielite • Paciente sistemicamente comprometido Contra-Indicações • ExigÊncia do paciente • Dor de dente • Abscesso periapical • Alvéolo seco • Extrusão múltipla em paciente não comprometido • Pericoronarite moderada • Abscesso alveolar drenado O ATB é trabalhado na 1ª fase em dose de ataque (dose maior) para manipular o paciente e tentar bloquear a progressão da infecção. Depois de 48h, se a conduta foi correta faz-se a dose de manutenção. Amoxicilina com clavulanato (não fazer amoxicilina pura em processos infecciosos na cavidade bucal): dose de ataque 1g de 8 em 8 horas e depois de 48h 500mg de 8 em 8 horas por mais 5 dias (7 dias ao todo). Reavaliar paciente, se houve melhora clínica e paciente não comprometido sistemicamente, encerra entre os 7-10 dias. Se estender para dose de reforço até o 14° dia. Outras escolhas: clindamicina, azitromicina e metronidazol. Deve haver o conhecimento da microbiota, pela colheita de material, cultura e antibiograma. Com uma infecção comunitária pode-se entrar com o antibiótico mais comum. O paciente deve ser detalhadamente analisado, entender a história natural da doença e a progressão da infecção, queixa principal, quanto tempo se iniciou o problema, intensidade dos sintomas, estado de saúde do paciente, sinais vitais, inspeção da aparência geral, exame intra-oral e radiografia. REMOÇÃO DA CAUSA __________________________________________ Abertura do dente e drenagem intracanal - não é muito efetiva. Extração dentária: pode manipular o paciente se tiver com cobertura ATB, também pode curetar desde que forma correta para não introduzir material contaminado no osso. Após extrair o dente, irrigar abundantemente o alvéolo com soro fisiológico e assim pode entrar com a cureta para remover tecido granulomatosa. Incisão e drenagem: remoção de pus para diminuir a qtd de bactérias. A AL não deve ser feita em cima da secreção purulenta por causa: dor, falta de efetividade e risco de contaminação. Deve fazer anestesia troncular ou de recurso. Após incisão -> lavar abundantemente para remover secreção -> dreno para deixar a via aberta para a secreção purulenta não se acumular -> sutura com 2 pontos simples para segurar o dreno por 48h (até a reavaliação). LOCALIZAÇÃO ________________________________________________ Invasão para os espaços faciais: Estágio avançado atingindo tecidos profundos, dor, edema, aspecto amolecido/flutuante (abscessos crônicos), ponto de flutuação, fístula com drenagem de secreção purulenta, dependente de origem e inserção muscular. INFRAORBITÁRIO Entre os mm. elevador do ângulo da boca e elevador do lábio superior. Envolvido pela infecção dos pré-molares e primeiro molares inferiores. Dificuldade de mastigar. SUBLINGUAL Entre os mucosa oral e m. milo-hióideo BUCAL Acima do m. bucinador É um espaço potencial que pode se tornar envolvido por molares superiores e inferiores. INFRATEMPORAL Entre a lâmina lateral do processo pterigóide e base do crânio. Conteúdo: a. maxilar e plexo venosos pterigóideo. SEIO MAXILAR Algumas vezes de origem dentária (abscesso dentoalveolar que foi pro seio), derivada de origem endo perio (extração indicada) ou a partir de comunicação buco sinusal não tratada de forma correta após extração. Sinusite unilateral: infecção de origem odontogênica. ORBITÁRIO Região de órbita, geralmente vem de sinusites etmoidais. Pode ser oriundo de um primeiro molar infectado Observa-se: eritema periorbitário, deslocamento lateral da pupila/pálpebra, opacificação do seio maxilar e etmoidal, espessamento subperiosteal ao longo das paredes medial e inferior da órbita. ANGINA DE LUDWIG Quando os espaços perimandibulares (submandibular, sublingual e submentoniano) são bilateralmente envolvidos em uma infecção, esta é conhecida como angina de Ludwig. Essa infecção é uma celulite de evolução rápida que pode obstruir as vias aéreas e comumente disseminar-se posteriormente para os espaços fasciais profundos do pescoço. Há um aumento de volume de grandes proporções, com elevação e deslocamento da língua, e uma área bilateral endurecida e tensa da região submandibular, superiormente ao osso hióide, presença de trismo, sialorreia e dificuldade de deglutição e, algumas vezes, de respiração. Além disso, frequentemente sente uma ansiedade extrema acerca da impossibilidade de deglutir como também de respirar. Essa infecção pode progredir com uma velocidade alarmante e, portanto, produzir a obstrução das vias aéreas superiores e levar à morte. INFECÇÃO NO ESPAÇO PTERIGOMANDIBULAR As infecções desse espaço disseminam-se primariamente do terceiro molar inferior. Quando somente o espaço pterigomandibular é envolvido, ocorre pouco ou nenhum aumento de volume facial, mas o paciente quase sempre apresenta trismo significativo. Assim, o trismo sem aumento de volume tem importante valor diagnóstico na infecção do espaço pterigomandibular. Durante o exame físico, com boa iluminação e um abaixador de língua, o clínico pode observar edema e eritema do pilar tonsilar anterior no lado afetadoe desvio da úvula para o lado oposto. No exame de tomografia computadorizada (TC), a coleção de fluido pode ser detectada entre o músculo pterigóideo medial e a mandíbula, a via aérea é frequentemente comprimida e desviada pelo edema. Ocasionalmente, essa apresentação clínica é causada pela infecção do trajeto da agulha durante o bloqueio mandibular. Espaços temporais superficiais e profundos Raramente são infectados e, em geral, isso acontece apenas nas infecções graves. Quando esses espaços são envolvidos, o aumento de volume que ocorre é evidente na região temporal, superior ao arco zigomático e posterior à margem orbitária lateral. A forte inserção da camada anterior da fáscia cervical profunda do arco zigomático previne o edema nessa região, de modo que, quando ambos os espaços temporal e sub massetérico estão infectados, um formato de ampulheta pode ser observado na vista frontal. TRATAMENTO Suporte médico para controle das vias aéreas, remoção cirúrgica da fonte de infecção, drenagem cirúrgica da infecção, adm de ATB e reavaliação frequente.
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