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Infecções odontogênicas

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Infecções Odontogênicas
Possíveis infecções: de origem óssea, de tecidos moles, glândulas salivares,
no seio maxilar, da cavidade nasal.
São aquelas de origem dentária, ou seja, em virtude do dente.
Oito passos do tratamento das infecções odontogênicas são:
1. Diagnóstico e ATB corretos. Determinar a gravidade da infecção.
2. Avaliar as defesas do hospedeiro (diabético, aidético, reumático, que
faz uso a longo prazo de corticoides e antibióticos)
3. Decidir os cuidados.
4. Tratar cirurgicamente.
5. Oferecer suporte clínico.
6. Escolher e prescrever terapia antibiótica.
7. Administrar corretamente o antibiótico.
8. Avaliar frequentemente o paciente.
Um histórico cuidadoso e um exame físico devem possibilitar ao cirurgião
determinar a localização anatômica, o nível de progressão e o potencial de
comprometimento das vias respiratórias pela infecção.
GRAVIDADE ________________________________________________
Baixa gravidade: infecções não ameaçam as vias respiratórias ou estruturas
vitais. Espaços bucal, infraorbital vestibular e subperiosteal.
Moderada gravidade: infecções de espaços anatômicos que podem
atrapalhar o acesso às vias respiratórias, por inchaço ou trismo. Espaços sub
massetérico, pterigomandibular, temporal superficial e profundo,
submandibular, submental, e sublingual.
Alta gravidade: o inchaço pode diretamente obstruir ou desviar as vias
respiratórias ou ameaçar estruturas vitais. Espaços faríngeo lateral e o
retrofaríngeo, o espaço perigoso e o mediastino.
ORIGEM _____________________________________________________
Bactérias da placa bacteriana, superfície mucosa e sulco gengival, ou seja,
microbiota nativa do hospedeiro
infecções endógenas: cocos aeróbios gram positivos, cocos anaeróbios gram
positivos e bastonetes anaeróbios gram negativos.
Provenientes de infecções: ______________________________________
Dentoalveolares: resultado da necrose pulpar e invasão bacteriana
subsequente do tecido periapical (mais comum) e progride para infecção de
tecido ósseo e moles.
Abscesso dento-alveolar necessariamente tem necrose pulpar, pois evoluiu
de uma cárie que progrediu para a câmara pulpar ou de necroses
avasculares que depois progridem, por história de trauma, calcificação pulpar,
reabsorção interna ou externa. O tecido pulpar está contaminado que evolui
para o tecido periodontal, com espessamento do ligamento periodontal e
posterior destruição óssea. Exame clínico e radiográfico mais difícil.
A necrose da polpa dental como resultado da cárie profunda cria uma via
para as bactérias penetrarem nos tecidos periapicais. Uma vez que o tecido
torna-se inoculado pela bactéria e uma infecção ativa é estabelecida, esta se
dissemina igualmente em todas as direções, mas preferencialmente ao longo
das linhas de menor resistência.
Periodontal: não necessariamente tem necrose pulpar, mas iniciam o
desenvolvimento através do periodonto, sendo resultado da bolsa periodontal
profunda com o foco de m-o localizado no sulco gengival, que possibilita a
inoculação da bactéria nos tecidos moles subjacentes e a progressão gera
uma infecção periodontal/abscesso. A maioria das polpas têm vitalidade.
Manifestações mais brandas por envolver tecidos superficiais.
Na maioria das vezes por ela começar no ligamento periodontal, não acumula
tanta secreção, a complicação ocorre por comprometimentos sistêmicos do
paciente.
Abscesso periodontal o quadro clínico já é mais nítido, com aumento de
volume próximo ao dente aumentado, hiperemia, sangramento, acúmulo de
sangramento, sondagem positiva. O exame clínico é mais facilitado.
Pericoronarites: ligada a 3°MI semi erupcionados (área de difícil higiene) e
infecção no capuz pericoronário.
A infecção da pericoronarite atinge o m. masseter causando o trismo,
dificultando o diagnóstico e a abordagem. Local de bloqueio do n. AI.
A extração do dente não é prioridade, mas sim a da pericoronarite.
Fisioterapia, ATB, relaxante muscular e higiene bucal -> após retornar com a
abertura bucal -> remover a causa (capuz pericoronário).
DESENVOLVIMENTO DA INFECÇÃO ______________________________
Celulite:
infecção em estágio inicial, com predominância de cocos aeróbios. Não
apresenta mobilidade dentária, higiene bucal boa, na RG não tem lesão
intraóssea, espessamento de ligamento periodontal -> pensar em CELULITE
-> infecção de tecido mole, sem relação com dentes.
Principalmente em crianças. Não tende a drenar por não ter coleção
purulenta organizada, precede o abscesso, não tem correlação com o dente.
Abscessos:
Infecções em estágio avançado, com predominância de cocos anaeróbios e
coleção purulenta formada. Antes de formar o abscesso tem-se um quadro de
celulite, mas posteriormente tem o acúmulo de secreções em uma cavidade e
aí tem o abscesso.
FASE I: OSTEÍTE PERIAPICAL
Características: ocorre devido ao edema no ligamento periodontal.
Infecção ainda confinada no osso, restrito a região periapical do tecido ósseo.
Um sinal é o espessamento do ligamento periodontal devido a pericementite
(mas não é tão nítido, o que dificulta o diagnóstico).
Sensação de extrusão dentária pois tem um toque prematuro, pelo processo
inflamatório fazer uma pressão no dente e sensibilidade. Mais frequente em
dentes unirradiculares por ter uma fixação menor (podem extruir)
Dor à percussão ou a mastigação. O paciente relata dor constante, latejante e
aumenta ao morder ou ao realizar a percussão vertical, pois já tem
inflamação e espessamento do ligamento periodontal.
Conduta após acertar o dente acometido pelo processo infeccioso e se
certificar do abscesso na fase inicial:
- Amenizar a dor com analgésicos e diminuir os toques prematuros que
tornam o dente sensível. Ao usar o anti-inflamatório deve associá-lo com
antibióticos porque os anti-inflamatórios diminuem a resposta inflamatória.
- O quadro infeccioso deve ser tratado com antibióticos
- Remover a causa: a tendência do processo infeccioso é continuar
progredindo, vale a pena preservar o dente ou extrair?
- Avaliar a condição dentária, condição de tratamento (endodôntico
difícil), dificuldade na abordagem, paciente com comorbidades -> pode
complicar o quadro ou estender o sofrimento do paciente.
- Antibióticos, sozinhos, apenas irão paralisar, mas não curar a
infecção, pois provavelmente vai recidivar quando a terapia antibiótica tiver
terminado. O tratamento primário da infecção pulpar é a terapia endodôntica
ou a extração dentária, em vez dos antibióticos, ou seja, é REMOVER A
CAUSA.
FASE II: CELULITE OU FLEGMÃO
Resposta inflamatória reacional mais visível, com aumento do volume
inflamatório intenso, difuso e generalizado, bem como edema generalizado.
Ainda não formou a cavidade do abscesso organizado, mas tem formação de
pus, porém a secreção pode estar subperiostal ou no trabeculado ósseo.
A infecção tende a caminhar para áreas de menor resistência e depois invadir
tecidos moles. Ou seja, não está restrito a tecido ósseo e região periapical, já
está caminhando para os tecidos, que podem ser intra ou extrabucal,
cavidade nasal, seio maxilar, palato. Isso depende do tecido de menor
resistência, espessura óssea, inserções musculares, localização e inclinação
do ápice. Ou seja, as características anatômicas dos dentes e tecidos
vizinhos vão decidir para onde a infecção irá caminhar. Quanto mais espessa
for a tábua óssea maior o sofrimento do paciente.
Condutas:
- Amenizar a dor com analgésicos e diminuir os toques prematuros que
tornam o dente sensível
- O quadro infeccioso deve ser tratado com antibióticos
- Remover a causa: a tendência do processo infeccioso é continuar
progredindo, vale a pena preservar o dente ou extrair?
Nessa fase pode ter um agravamento da decisão, então a balança para a
extração dentária pesa mais para ter certeza de removeu a causa. A terapia
ATB é mais forte para abranger uma flora bacteriana maior.
Pensar se precisa fazer alguma drenagem, pois pontos de drenagem podem
evitar que a secreção se acumule.
FASE III:ABSCESSO
Estágio de cronificação da infecção, com secreção purulenta organizada e
superficializada caracterizando um abscesso.
Redução da dor, pois houve organização da secreção purulenta e a
superficializar. A maior dor é na fase I, seguido da fase II.
Infecção extravasada pelos tecidos adjacentes.
Apresenta um ponto de flutuação pela superficialização da secreção
purulenta e pode ocorrer em vários pontos do complexo maxilomandibular,
ficando mais palpável e visualizável. Não deve-se drenar apenas com pontos
de flutuação, pois muitas vezes está em tecidos profundos.
Formação de fístula.
Sinais e Sintomas: dor, tumor calor, rubor, perda de função (trismo, disfagia,
dispneia) e mal-estar geral. Define se a abordagem será mais branda ou
agressiva.
Conduta:
- Amenizar a dor com analgésicos e diminuir os toques prematuros que
tornam o dente sensível
- O quadro infeccioso deve ser tratado com antibióticos
- Corticóides para reduzir as consequências do edema.
- Remover a causa: a tendência do processo infeccioso é continuar
progredindo, vale a pena preservar o dente ou extrair?
- Drenagem: a partir do momento que a secreção purulenta se
organizou caracterizando o abscesso restrito a uma loja a drenagem deve ser
feita, sendo intra ou extrabucal (de acordo com a anatomia do local)
- Lançar mão de técnicas anestésicas para que não haja
sofrimento do paciente, mesmo que seja mais difícil a anestesia pelo
limiar de dor, pH e processo inflamatório alterados, o que dificulta mas
não impede a anestesia do paciente. Não pode postergar a remoção da
causa.
- Drenar via canal ou na região periapical (trepanação), sendo a
periapical não necessária se tratou bem o paciente com ATB e remoção
da causa. E o uso de antiinflamatórios? A inflamação é um mecanismo
de defesa, não deve ser feito sem ter uma boa cobertura ATB.
DRENAGEM ___________________________________________________
Intrabucal
1) Anestesia local.
2) Incisão: uma lâmina de bisturi é introduzida sob leve pressão e com pouca
profundidade na região de maior flutuação/superficial da mucosa bucal.
3) Divulsão: realizamos a separação e a divisão dos tecidos com o uso de
uma tesoura de ponta romba ou pinça mosquito. A mesma entra fechada na
área provocada pela incisão e, quando estiver no centro da infecção, deve ser
aberta, permitindo que os tecidos sejam separados e, assim, a secreção
poderá ser liberada mais facilmente.
4) Colocação de dreno: que deverá estar estéril. Deve-se realizar pequenos
cortes transversais oblíquos incompletos, convergindo todos para um mesmo
extremo, criando pequenas “asas” de cada lado do dreno. Estas reentrâncias
podem ser realizadas em um dreno de Penrose ou em um dedo de luva
estéril.
O mesmo deverá ser apreendido e conduzido com uma pinça mosquito no
sentido convergente dos cortes até a profundidade permitida. Depois de
inserido dentro da cavidade criada, o mesmo deverá ser levemente girado
para permitir a retenção do dreno.
5) Sutura: o dreno deve ser fixado à mucosa adjacente com pontos de sutura.
A remoção do dreno deverá ser realizada em uma média de 5 dias
pós-operatórios. Entretanto, se aos 5 dias, ainda for observada a presença de
drenagem, este deverá ser mantido por mais dias.
Extrabucal
1) Anestesia local ou geral: dependendo da gravidade do processo infeccioso.
2) Incisão: pode ser feita com lâmina 11 ou 15. Se possível, realizar
paralelamente às linhas de tensão da face (Linhas de Langer), isto facilitará o
processo cicatricial, pois seguiremos a orientação natural das fibras de
colágeno da derme.
A remoção do dreno deverá ser realizada em uma média de 5 dias
pós-operatórios. Entretanto, se aos 5 dias, ainda for observada a presença de
drenagem, este deverá ser mantido por mais dias.
3) Divulsão: deverá se aprofundar e dirigir-se em vários sentidos até atingir a
cavidade resultante da presença do acúmulo de pus.
4) Colocação do dreno: deve ser colocado na maior profundidade possível.
Após terminada a colocação do dreno, o mesmo deverá ser suturado à pele
com uso de fio mononylon 4-0 ou 5-0 e protegido por curativo com gaze, que
deverão ser trocados uma a duas vezes por dia ou conforme necessidade (de
acordo com o volume de drenagem).
5) Remoção do dreno: diferente dos casos de drenagem intrabucal que tem
seus drenos removidos por inteiro, nestes casos de acesso extrabucal a
remoção deverá ser gradual (alguns milímetros por dia).
Sempre lembrar que o tratamento definitivo para infecções de origem
odontogênicas é o tratamento da causa. Ou seja, após controle da fase
aguda, tratamento endodôntico, tratamento periodontal ou exodontia devem
ser realizados.
PROGRESSÃO DA INFECÇÃO: ___________________________________
O que define é a anatomia da região.
A infecção se dissemina pelo osso esponjoso até encontrar uma lâmina
cortical. Se a lâmina cortical for fina, a infecção perfurará o osso e penetrará
nos tecidos moles circunjacentes.
A localização da infecção oriunda de um dente específico é determinada por
dois fatores principais:
1. Espessura óssea que cobre o ápice do dente
- Dentes com a raiz inclinada para palatino, a infecção tende a drenar
para o palatino.
- ICS: tende a drenar pro lábio superior
Quando a infecção perfura o osso, ela penetra nos tecidos moles através do
osso mais delgado. A: O ápice dentário está próximo à fina cortical óssea
vestibular, de modo que a infecção perfura vestibularmente. B: O ápice direito
está próximo ao aspecto palatino, portanto o osso palatino será perfurado
2. A relação do local da perfuração no osso com as inserções
musculares.
A relação entre o ponto de perfuração óssea e a inserção muscular determina
o envolvimento do espaço fascial. Quando o ápice dentário estiver abaixo da
inserção muscular,resultará em abscesso vestibular .Se o ápice estiver acima
da inserção muscular, o espaço fascial adjacente será envolvido ou
extrabucal.
Conforme a infecção perfura o osso, ela pode se exteriorizar dependendo da
espessura do osso suprajacente e da relação das inserções musculares com
o sítio de perfuração.
A: Quando o ápice dentário estiver abaixo da inserção muscular, resultará em
abscesso vestibular. B: Se o ápice estiver acima da inserção muscular,
manifesta-se como uma infecção no espaço bucal, pois o músculo bucinador
separa os espaços bucal e vestibular.
- MS: Dependem da inserção do m. bucinador, se pegar o plano de
clivagem do m. tende a drenar para a região inferior próximo a
mandíbula.
Dentes superiores:
Infecções oriundas da maioria dos dentes superiores perfuram a lâmina
cortical vestibular, também perfuram através do osso abaixo da inserção dos
músculos que se inserem na maxila, o que significa que a maioria dos
abscessos dos dentes superiores aparece inicialmente como abscessos
vestibulares. Um abscesso palatino surgir do ápice de um incisivo lateral
gravemente inclinado ou da raiz palatina de um primeiro molar ou pré-molar
superior.
Os molares superiores causam infecções que perfuram o osso superior à
inserção do músculo bucinador, o que resulta em infecção do espaço bucal.
Uma raiz longa do canino superior permite que a infecção perfure o osso
superior à inserção do músculo elevador do ângulo da boca e cause infecção
do espaço infraorbitário (canino).
Espaços fasciais: vestibular, bucal (MS) e infraorbitário (Caninos).
Dentes Inferiores:
As infecções dos incisivos, caninos e pré-molares usualmente perfuram o
osso pela lâmina cortical vestibular superior à inserção dos músculos do lábio
inferior, resultando em abscessos vestibulares.
As infecções nos molares inferiores drenam pela cortical lingual com mais
frequência do que os dentes anteriores. As infecções nos primeiros molares
vão drenar pela vestibular ou lingual. Infecções no segundo molar podem
perfurar a cortical vestibular ou lingual (mas usualmente a lingual), e as
infecções no terceiro molar quase sempre perfuram a lâmina cortical lingual. II
para o submentual. O músculo milo-hióideo determina se as infecções que
drenam lingualmentevão se dirigir superiormente a esse músculo para o
espaço sublingual ou abaixo dele para o espaço submandibular.
Para lingual é difícil a abordagem pelas estruturas nobres. como n. lingual,
glândula sublingual, ducto da glândula,
Se atingir plano profundo, a drenagem não deve ser intrabucal, mas sim
extrabucal. Deve dissecar até atingir a loja, sendo uma drenagem mais difícil.
PRINCÍPIOS DE TRATAMENTO ___________________________________
Determinar a gravidade da doença:
Exame físico: verificar sinais vitais como temperatura (infecções graves >
38,3°C), pulso > 100 bpm, PA pouco variável, FR aumentada pela obstrução
das vias aéreas superiores)
Aspecto fadigado, febre e indisposição.
Exame físico intra-oral: causa específica como cárie, DP, fratura dentária ou
de ossos da face, além de inspeção e palpação de abscessos intrabucais e
fístulas.
Avaliar o estado da defesa do hospedeiro com condições sistêmicas que
podem afetá-la como doenças metabólicas não controladas que diminuem a
função leucocitária, supressoras do SI e terapias imunossupressoras como
quimioterapia, corticosteróides e transplantes.
Ex: DM não controlada, alcoolismo, desnutrição, HIV, linfoma/leucemia.
Reservas fisiológicas alteradas ou reduzidas: controle da febre, hidratação,
repouso e controle da dor/ansiedade.
Simples: limitada ao osso e vestíbulo, primeira tentativa de tratamento e
pacientes saudáveis.
Complexas: tumefação estendida além do espaço vestibular, falha no
tratamento inicial e pacientes imunocomprometidos.
Critérios para encaminhar para o especialista: dificuldade de respirar ou
deglutir, desidratação, trismo moderado/grave, tumefação além dos
processos alveolares, febre, grave mal estar, baixa imunidade, necessidade
de anestesia geral e falha no tratamento anterior.
Pacientes com necessidade de hospitalização: obstrução das vias aéreas,
progressão rápida, dispneia, disfagia e acessos extrabucais.
Tratamento cirúrgico: drenagem e remoção da causa por endodontia ou
extração.
ANTIBIÓTICOS _________________________________________________
Exame RG: periapicais e panorâmica (em casos de trismo)
Identificar o estágio presente da infecção:
Estágio de inoculação: tumefação amolecida, sensível, edematosa.
Celulite: tumefação endurecida
Abscesso: flutuação central.
ATB: custo benefício, determinar a necessidade, gravidade da infecção,
possibilidade de tratamento cirúrgico e estado de defesa do hospedeiro.
Jovem sem comprometimento sistêmico pode remover a causa sem
necessidade de antibiótico, mas é recomendado. Se for manter o dente, faz
ATB. Com algum comprometimento, faz ATB.
Removeu a causa, paciente clinicamente bem -> deve fazer ATB, mas não é
obrigatório.
Indicações para o Uso Terapêutico dos Antibióticos
• Edema/Tumefação estendendo-se além do processo alveolar
• Celulite
• Trismo
• Linfadenopatia
• Temperatura maior que 38,3 °C
• Pericoronarite grave
• Osteomielite
• Paciente sistemicamente comprometido
Contra-Indicações
• ExigÊncia do paciente
• Dor de dente
• Abscesso periapical
• Alvéolo seco
• Extrusão múltipla em paciente não comprometido
• Pericoronarite moderada
• Abscesso alveolar drenado
O ATB é trabalhado na 1ª fase em dose de ataque (dose maior) para
manipular o paciente e tentar bloquear a progressão da infecção. Depois de
48h, se a conduta foi correta faz-se a dose de manutenção.
Amoxicilina com clavulanato (não fazer amoxicilina pura em processos
infecciosos na cavidade bucal): dose de ataque 1g de 8 em 8 horas e depois
de 48h 500mg de 8 em 8 horas por mais 5 dias (7 dias ao todo). Reavaliar
paciente, se houve melhora clínica e paciente não comprometido
sistemicamente, encerra entre os 7-10 dias. Se estender para dose de reforço
até o 14° dia.
Outras escolhas: clindamicina, azitromicina e metronidazol.
Deve haver o conhecimento da microbiota, pela colheita de material, cultura e
antibiograma. Com uma infecção comunitária pode-se entrar com o antibiótico
mais comum.
O paciente deve ser detalhadamente analisado, entender a história natural da
doença e a progressão da infecção, queixa principal, quanto tempo se iniciou
o problema, intensidade dos sintomas, estado de saúde do paciente, sinais
vitais, inspeção da aparência geral, exame intra-oral e radiografia.
REMOÇÃO DA CAUSA __________________________________________
Abertura do dente e drenagem intracanal - não é muito efetiva.
Extração dentária: pode manipular o paciente se tiver com cobertura ATB,
também pode curetar desde que forma correta para não introduzir material
contaminado no osso. Após extrair o dente, irrigar abundantemente o alvéolo
com soro fisiológico e assim pode entrar com a cureta para remover tecido
granulomatosa.
Incisão e drenagem: remoção de pus para diminuir a qtd de bactérias.
A AL não deve ser feita em cima da secreção purulenta por causa: dor, falta
de efetividade e risco de contaminação. Deve fazer anestesia troncular ou de
recurso.
Após incisão -> lavar abundantemente para remover secreção -> dreno para
deixar a via aberta para a secreção purulenta não se acumular -> sutura com
2 pontos simples para segurar o dreno por 48h (até a reavaliação).
LOCALIZAÇÃO ________________________________________________
Invasão para os espaços faciais:
Estágio avançado atingindo tecidos profundos, dor, edema, aspecto
amolecido/flutuante (abscessos crônicos), ponto de flutuação, fístula com
drenagem de secreção purulenta, dependente de origem e inserção muscular.
INFRAORBITÁRIO
Entre os mm. elevador do ângulo da boca e elevador do lábio superior.
Envolvido pela infecção dos pré-molares e primeiro molares inferiores.
Dificuldade de mastigar.
SUBLINGUAL
Entre os mucosa oral e m. milo-hióideo
BUCAL
Acima do m. bucinador
É um espaço potencial que pode se tornar envolvido por molares superiores e
inferiores.
INFRATEMPORAL
Entre a lâmina lateral do processo pterigóide e base do crânio.
Conteúdo: a. maxilar e plexo venosos pterigóideo.
SEIO MAXILAR
Algumas vezes de origem dentária (abscesso dentoalveolar que foi pro seio),
derivada de origem endo perio (extração indicada) ou a partir de comunicação
buco sinusal não tratada de forma correta após extração.
Sinusite unilateral: infecção de origem odontogênica.
ORBITÁRIO
Região de órbita, geralmente vem de sinusites etmoidais.
Pode ser oriundo de um primeiro molar infectado
Observa-se: eritema periorbitário, deslocamento lateral da pupila/pálpebra,
opacificação do seio maxilar e etmoidal, espessamento subperiosteal ao
longo das paredes medial e inferior da órbita.
ANGINA DE LUDWIG
Quando os espaços perimandibulares (submandibular, sublingual e
submentoniano) são bilateralmente envolvidos em uma infecção, esta é
conhecida como angina de Ludwig. Essa infecção é uma celulite de evolução
rápida que pode obstruir as vias aéreas e comumente disseminar-se
posteriormente para os espaços fasciais profundos do pescoço.
Há um aumento de volume de grandes proporções, com elevação e
deslocamento da língua, e uma área bilateral endurecida e tensa da região
submandibular, superiormente ao osso hióide, presença de trismo, sialorreia e
dificuldade de deglutição e, algumas vezes, de respiração.
Além disso, frequentemente sente uma ansiedade extrema acerca da
impossibilidade de deglutir como também de respirar. Essa infecção pode
progredir com uma velocidade alarmante e, portanto, produzir a obstrução
das vias aéreas superiores e levar à morte.
INFECÇÃO NO ESPAÇO PTERIGOMANDIBULAR
As infecções desse espaço disseminam-se primariamente do terceiro molar
inferior. Quando somente o espaço pterigomandibular é envolvido, ocorre
pouco ou nenhum aumento de volume facial, mas o paciente quase sempre
apresenta trismo significativo. Assim, o trismo sem aumento de volume tem
importante valor diagnóstico na infecção do espaço pterigomandibular.
Durante o exame físico, com boa iluminação e um abaixador de língua, o
clínico pode observar edema e eritema do pilar tonsilar anterior no lado
afetadoe desvio da úvula para o lado oposto.
No exame de tomografia computadorizada (TC), a coleção de fluido pode ser
detectada entre o músculo pterigóideo medial e a mandíbula, a via aérea é
frequentemente comprimida e desviada pelo edema. Ocasionalmente, essa
apresentação clínica é causada pela infecção do trajeto da agulha durante o
bloqueio mandibular.
Espaços temporais superficiais e profundos
Raramente são infectados e, em geral, isso acontece apenas nas infecções
graves. Quando esses espaços são envolvidos, o aumento de volume que
ocorre é evidente na região temporal, superior ao arco zigomático e posterior
à margem orbitária lateral. A forte inserção da camada anterior da fáscia
cervical profunda do arco zigomático previne o edema nessa região, de modo
que, quando ambos os espaços temporal e sub massetérico estão infectados,
um formato de ampulheta pode ser observado na vista frontal.
TRATAMENTO
Suporte médico para controle das vias aéreas, remoção cirúrgica da fonte de
infecção, drenagem cirúrgica da infecção, adm de ATB e reavaliação
frequente.

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