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1 Karoline Barros Doença inflamatória crônica, caracterizada por períodos de remissão e exacerbação dos sintomas. Marco da doença: Acometimento da membrana sinovial Potencial para destruição cartilaginosa EPIDEMIOLOGIA Brasil-2 milhões de pessoas 35-55 anos 3mulheres:1 homem Componentegenético (53-65%)-parentes 1º grau ,5 vezes maior HLA-DR470% Aumento da incidência em fumantes ETIOLOGIA DESCONHECIDA Causa infecciosa : Antígenos bacterianos e virais na mem. Sinovial (ex: vírus da chikungunya) Endógeno: - proteína citrulada (na artrite reumatoide pode ter anti- CCP,até mesmo, 10 anos antes do aparecimento da doença) -Gp39 -Glicose6-fosfoisomerase (G6PI) FATORES HORMONAIS Estrógeno é age como imunoestimulante Na gravidez há queda de estrógeno e aumento da progesterona, o que funciona como fator de melhora da doença. Já na amamentação o estrógeno volta a subir, então piora o quadro da doença. Pílula anticoncepcional com mais componente de progesterona é fator protetor na doença. FATORES AMBIENTAIS Tabagismo : piora de prognóstico INFLUÊNCIA GENÉTICA: HLA-DR4 na imagem, as células apresentadoras de antígeno, apresentando o antígeno às células T. Através da MHC classe II nos pacientes com HLA-DR4 presente. INFLUÊNCIA AUTO-IMUNE Influência de autoanticorpos, os principais, anti-CCP e FR+ no soro antes da artrite (anos). ARTRITE REUMATÓIDE 2 Karoline Barros IGM-FR: sensibilidade de 60-70% Especificidade de 80-90% *pode ser encontrado em outras doenças Anti-CCP: sensibilidade de 41-80% Especificidade de 98% INFLAMAÇÃO CRÔNICA (fisiopatologia) A membrana sinovial quando inflamada(sinovite) ela prolifera até atingir estruturas periarticulares, como cartilagem articular, o osso subcondral, tendões e ligamentos. * Pannus articular: Exsudato inflamatório produzido pela membrana sinovial no interior de uma cápsula articular, que ocorre normalmente na segunda fase da artrite reumatoide ou por reumatismo articular. Na imagem temos o macrófago ( célula apresentadora de antígeno) quando entra em contato com o antígeno, tornam-se ativas e produzem várias citocinas (que as principais são IL1, TNF, IL-6,G-CSF, GM-CSF),essas interleucinas vão ativar as células T, que também vão produzir citocinas (IL-1,IL6, IL- 12,IL18, TNF,etc) e essas interleucinas vão ativar os OSTEOCLASTOS que vão provocar erosão na matriz ósseas, essas células T ativadas ativam também os sinoviócitos, que produzem proteínas que são as metaloproteinases( essas vão degradar a cartilagem articular), assim como a célula T pode ,também, ativar células B-plasmócito ( que são responsáveis pela produção de anticorpos- que na artrite vão ser os autoanticorpos: o anti-CCP e FR). Essa é a cascata auto-imune inflamatória que acontece na artrite reumatoide). PATOGÊNESE Sinovite auto-sustentável Erosão da cartilagem articular e osso subcondral Predisposição genética Agente ambiental (gatilho)-Ag infeccioso Linfócitos CD4+- ativação dos macrófagos e linf.B-prod. e liberação de TNF-a e quemoquinas. FORMAÇÃO DO PANNUS Exsudação, congestão e edema na superfície interna da membrana sinovial com derrame articular Infiltração de LT CD4 auxiliares Fase crônica com tecido granuloso que recobre a articulação e osso subcondral Rica neoformação vascular e manutenção do processo inflamatório Metaplasia do tecido e finalmente anquilose fibrosa. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Poliartrite periférica( há acometimento de 3 ou mais articulações), simétrica Acomete grandes e pequenas articulações em associação com manifestações sistêmicas como rigidez matinal (sintoma comum), fadiga e perda de peso. *rigidez dura, geralmente, mais de 30 min. Envolve outros órgãos, podendo diminuir a expectativa em cinco a dez anos. Instalação insidiosa(70%) Dor articular e rigidez Fadiga/mal- estar/anorexia/desconforto muscular Forma clássica-artrite simétrica das pequenas articulações de mãos e punhos Instalação aguda- febre/adinamia/mal- estar/esplenomegalia/linfadenopatia- 10% (mais rara) 3 Karoline Barros Artrite simétrica (articulações diartrodial): mãos, punhos, pés, joelhos, cotovelos, ombros, articulações esterno-claviculares, tornozelos, ATM, cricoaritenóides(raro), coluna vertebral-cervicais superiores. MANIFESTAÇÕES ARTICULARES Rigidez matinal (mais de 1h) Calor-joelho Eritema-raro Articulações em flexão sinovite e artrite reumatóide desvio ulnar (acontece pela inflamação periarticular que deixa o tendão “frouxo”) mãos em dorso de camelo-sinovite no punho,nos metacarposfalangianos e atrofia da musculatura interóssea-, tumefação, inchaço, sinovite no punho e nas mãos. dedos em pescoço de cisne. Quais são as deformidades ósseas que podemos encontrar artrite reumatoide? *quanto mais anti-CCP e FR, mais grave é a artrite, pior prognóstico. MÃOS Poupa as IPD (interfalangianas distais):Osteoartrose/APso X AR *acometimento de interfalangianas distais encontramos na osteoartrite, na artrite psoriásica. Pescoço de cisne: hiperextensão da proximal e uma hiperflexão da distal. “abotuadura” ou “Boutonierre” : acontece um hiperflexão da interfalangiana proximal e uma hiperextensão da distal. Tem destruição completa dessa articulação, destruição de tendão, forma anquilose (“osso no osso”). PUNHO Prejuízo ou diminuição de flexão ou extensão do punho ( isso acontece por causa do desgaste articular, causando anquilose) 4 Karoline Barros “punhos em dorso de camelo” Síndrome do túnel do carpo: é uma doença causada pela compressão do nervo mediano, responsável pela inervação da região externa da mão. *algumas doenças que podem acarretar esa síndrome além da artrite: LER (lesão por esforço repetitivo), hipotireoidismo (pode ter retenção de líquido no carpo), grávida (retenção de líquido), acromegalia. Como diagnosticar a síndrome do carpo? -manobra de tinel: punho-percussão no paciente, se o nervo mediano estiver inflamado o paciente vai se queixar de dor e formigamento na ponta dos dedos). -manobra de Phaien (30-60s): fazer dorsoflexão durante 1 minuto. JOELHOS Derrame articulares: sinal da tecla Cisto de Baker-simula TVP ressonância mostrando o cisto no joelho. Derrame acima dos gastrocnêmicos . PÉS Tornozelos podem estar inchados, hiperemia, pode acometer metatarsos falangianas, 5 Karoline Barros subluxar-“sair do lugar”. Na primeira imagem, à esquerda, pode ver a subluxação do segundo metatarso para baixo (plantar) e no e os três da direita subluxou para cima(dorsal). As erosões mostradas acontecem pelo contato do calçado com a cabeça do metatarso. Na mesma imagem da erosão é possível ver a deformidade em valgo no Hálux. COLUNA CERVICAL 70% dos pcts com AR Subluxação atlanto-axial (30%) -espaço entre odontíde e arco de atlas>3mm Compressão medular (emergência)-raro COTOVELOS Contraturas em flexão Encarceramento N.ulnar ou N. radial Pode ter anquilose que provoca a diminuição da amplitude do movimento. OMBRO Fases tardias da doença Dor + limitação do movimento Cistos sinoviais *por ser uma articulação maior a gente não vê os sinais de inflamação como no punho, nos cotovelos. CRICOARITENÓIDES Incomum -Rouquidão -disfagia, dor na região do pescoço Emergência – estridor+ dispnéia súbitas -corticóide intra-articular e/ou parenteral -traqueostomia SACROÍLIACAS Erosões Osteopenia Espondilite anquilosante +AR-homens *1/3 inferior das sacroíliacas podem ser acometidas, pois tem membrana sinovial. ATM Comum Limitaçãodolorosa da abertura da boca -distúrbios do ouvido médio (confusão diagnóstica) ACOMETIMENTOS OU MANIFESTAÇÕES EXTRA-ARTICULARES Cutâneas o Nódulos subcutâneos 20% FR+/casos graves Regiões extensoras cotovelos/mãos /pés/calcâneo/joelho Indolor Sinal de gravidade o Eritema palmar o Vasculites: -infartos acastanhados distais -Vasculite necrosante MANIFESTAÇÕES OFTALMOLÓGICAS Síndromede Sjogren(doença autoimune que acomete as glândulas salivares e as glândulas parótidas). o Mais comum=-30% o Xerostomia/aumento das parótidas (também subsalivares) *essa síndrome não é exclusiva da artrite reumatoide, tem a síndrome primaria que é idiopática. Episclerite o Auto-limitada o “olho vermelho” mais localizado/sem secreção (diferenciar de conjuntivite) Escleromalácea Perfurante o Muito dolorosa/redução da acuidade visual o Adelgaçamento da esclera-azul da coroide subjacente 6 Karoline Barros esclerite anterior necrotizantes com inflamação na primeira imagem. MANIFESTAÇÕES PULMONARES Derrame pleural Pouco volumoso/oligosintomático Exsudato(LDH e proteínas) C3/C4 baixos (soro=NL)/Leu<5000/FR+/Glicose<25 mg% Ragócitos ou células RA-neutrófilos c/inclusões citopl.esféricas Nódulos reumatoides no parênquima FR+ Sinovite generalizada Nódulos em outros locais Assintomáticos Podem : infectar- Cavitação Romper-pneumotórax espontâneo Fibrose intersticial difusa com pneumonite TCAR-30% Masculino/FR+/longa data/nódulos BOOP(Bronquiolite obliterante com organização pneumônica) Responde bem a corticoterapia Mau prognóstico Sd de Caplan Pneumoconiase-carvão e silicose Nódulos na periferia do pulmão MANIFESTAÇÕES EXTRA-ARTICULARES CARDÍACAS Pericardite Mais comum Assintomática FR+/nódulos reumatoides Liq pericárdico-aumenta proteínas e LDH/diminui glicose e C3/C4/FR+ IAM por vasculite Nódulos reumatoides no miocárdio Distúrbios de condução MANIFESTAÇÕES EXTRA-ARTICULARES NEUROLÓGICAS Nódulos reumatoides nas meninges Sd. Túnel do carpo Neuropatia cervical (subluxação C1/C2) Vasculite da vasa nervorum com mononeurite múltipla Vasculite cerebral MANIFESTAÇÕES EXTRA-ARTICULARES RENAIS Nefropatia membranosa associada à AR Nefropatia membranosa associada a medicação para AR D-penicilina Sais de ouro AINes Glomerulonefrite Vasculite Amiloidose DIAGNÓSTICO Critérios para classificação da AR –ACR (1987): 1- Rigidez matinal: pelo menos 1h 2- Artrite de 3 ou mais articulações- simultâneo e observado pelo médico 7 Karoline Barros 3- Artrite de articulações das mãos e punhos-pelo menos 1 área com edema em punho, MCF ou IFP 4- Artrite simétrica-MCF ou IFP não precisa simetria perfeita 5-Nódulos reumatoides subcutâneos- superfícies extensoras e periarticulares observadas pelo médico 6-FR- prova de látex (+sensível):1:20-1: 40.960 Prova de Waaler-Rose (+especifico) :>=1:32 7-alterações radiológicas: radiografias PA de mãos ou punhos *preencher 4 dos 7 critérios ***mais de 6 semanas A seta mostra a erosão do osso, e a seta maior mostra a erosão do processo estiloide do rádio. Em 2010 foram revisados os critérios de diagnóstico de artrite reumatoide. qual a diferença de um para o outo? Quando usa o novo ou o antigo? R: o que mudou de um para o outro, foi pela descoberta dos anticorpos(anti-CCP) e o VHS e o PCR. Usa-se mais o novo critério nas artrites reumatoides iniciais, pq aqui não vai ter alterações radiológicas, os nódulos subcutâneos vão ser raros, FR também pode ser negativo, e essa artrite inicial pode ser insidiosa. OBS: É importante saber os dois tipos de critérios diagnósticos. Não precisa especificamente saber a pontuação do score. OBS2: tanto no primeiro critério, como no segundo a artrite tem que durar mais de 6 semanas(reumatoides). Isso pq outros tipos de doença pode causar artrites, como é o caso da artrite pós-vacina da rubéola (artrite virais e pós-vacinais, geralmente, não ultrapassa 6 semanas). TRATAMENTO Glicocorticóides Baixas doses Prednisona <=7,5mg/dia Dose capaz de retardar a progressão das erosões ósseas. Casos sistêmicos graves-pulso mensal de metilprednisolona (EV) Intra-articular (usa, geralmente, quando tem só uma articulação inflamada. É mais durante o tratamento, vc usou o corticóide oral e ficou a inflamação só no joelho, por ex, e vc quer tratar , ai entra com esse intra-articular) Atividade monoarticular- excluir artrite séptica . *efeito colateral dos corticóides: síndrome de cushing, imunossupressão, fragilidade óssea, hipertensão e diabetes, catarata, glaucoma. *acima de 6 meses de tratamento com glicocorticoides temos que adm cálcio para o pcnt. DARMDs 8 Karoline Barros Metrotexato (Reutrexato): é um imunossupressor, é a droga de escolha. Efeito mais rápido que outros DARMDs_3-6 semanas x 3-6 meses 7,5mg/semana, VO ou IM Aumentar S/N após 6 semanas-2,5mg em semanas alternadas Dose máxima-25mg/semana Contra-indicado na gravidez – teratogênico, antagonista de ácido fólico) Efeitos colaterais: estomatite/intolerância GI/hepatotoxicidade/penumo nite por hipersensibilidade/mielotoxici dade *quem toma Metrotexato tem que estar fazendo exames laboratoriais (1º indício- aumento de VCM, aumento de TGO /TGP+hipoalbuminemia –bx hepática) e fazer complementação com ácido fólico(1mg/dia). *para engravidar ele tem que parar o metotexato 6 meses antes. HIDROXICLOROQUINA E CLOROQUINA Antimaláricos Mecanismo de ação desconhecida Eficácia menor do que outros DARMDS porém menos efeitos colaterais (usa-se na AR menos graves) Terapêutica inicial Hidroxicloroquina 400mg/d e cloroquina 250mg/d vo Início de ação -3 a 6 meses Efeitos adversos: efeitos GI ,hipersensibilidade cutânea, e a principal,que é : toxicidade retiniana –cloroquina Antes de iniciar a droga-fundoscopia e campimetria3/3 meses(na prática de 6/6m) *na maioria pode combinar os DMARDs (2 OU MAIS ) SULFASALAZINA Efeito rápido, boa resposta Usada em doenças leve a moderada Combinação com outras droga DARMDs Efeitos adversos: cefaleia,hipersensibilidade a sulfa, intolerância GI SAIS DE OURO (não é mais usado no brasil, devido aos efeitos colaterais- nefrotóxico) D-PENICILINA(cuprimine): também não usado no Brasil, devido aos seus efeitos colaterais. LEFLUNOMIDE (ARAVA) 2º mais utilizado depois do metrotexato Usado comnbinado com o MTX Inibidor da dihidrooorotato desidrogenase (DHODH) Ação antiproliferativa Inicio de ação-4 semanas 20mg, VO, 1 x ao dia MTX+ác fólico= leflunomida+ ac fólico Potencial mutagênico semelhante ao MTX Teratogênico Diarreia/alopecia/HAS/perda de 9 Karoline Barros peso/prurido/eritema/leucop enia/hepatotoxidade *após o diagnóstico de AR a gente vai começar com baixas doses de corticoides+ DARMDs (1,2,3 ou mais)- os mais usados são o MTX , leflunomide, cloroquina, hidroxicloroquina, sulfasalazina ,estão disponíveis no SUS. O mais caro é o leflunomide, MTX e cloroquina têm preços acessíveis também. DROGAS IMUNOSUPRESSORAS ( mais potentes) ARrefratária, com acometimento periarticular, sistêmico, etc. ANTI TNF-a Drogas biológicas usadas quando a falha com os DARMDs Infliximab(Remicade):uso EV/ Adalimumab (humira):15/15 dias/golimumabe (30/30d)subcutâneo /Etanercept (enbrel);8/8d. *o papel do TNF na tuberculose? O TNF é a citocina que neutraliza o bacilo de coque, então o TNF forma o granuloma que deixa o bacilo “dormindo”. Então se eu uso um anti-TNf esse bacilo podeacordar. Antes de fazer essa droga para o pcnt tem que pedir raio-x de pulmão e PPD( se + fazer isoniazida) pra depois passar a droga. INIBIDOR DA ATIVAÇÃO DO LT ABATACEPT (CTLA-4Ig) *rituximabe : age nas células B, diminui produção de anticorpos.(esse medicamento se usa mais no LUPUS) * (se houver falha aos anti TNF, entramos com as interleucinas) TRATAMENTO CIRURGICO AR avançada-dor eartrite intratável -deformidades com impotência funcional Sinovectomia e tenosivectomia:punhos, cotovelos e MCf Artrodese: subluxação atlanto-axial grave, punhos, MTF, talocrural e Talo- calcâneo-navicular. Próteses articulares BONS ESTUDOS!
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