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ALÍCIA ROCHA SIQUEIRA BARROSO GEÓRGIA FREITAS CAFÉ RESUMO Certamente há um interesse em aprimorar os conhecimentos sobre a importância da atuação odontológica no diagnóstico, planejamento de tratamento e evolução de cada paciente, assim como, esclarecer como deve ser conduzido e executado os procedimentos a serem realizados durante o acompanhamento dos casos clínicos. Nesse contexto, objetivou-se construir algumas considerações acerca do diagnóstico, planejamento estratégico, tratamento e evolução em Odontologia. Para tanto, optou- se por realizar um trabalho descritivo de casos clínicos executados no decorrer da clínica integrada II, de acordo com os conhecimentos obtidos no através das disciplinas base (periodontia, dentística, endodontia e prótese dentária). Verificou-se então que, de fato, durante os atendimentos em clínica integrada II houve suporte profissional, dos docentes cirurgiões-dentistas, como também, pode-se contar com o auxílio de um suporte tecnológico avançado e que apesar dos avanços científicos e tecnológicos, o desenvolvimento das relações interpessoais é fundamental para que se estabeleça um adequado, diagnóstico, plano de tratamento e um melhor entendimento entre a pessoa assistida e o profissional. Diante do exposto, conclui-se que há muito mais a ser relatado e discutido sobre odontologia em seu âmbito de diagnóstico, planejamento, tratamento, evolução, bem como inovação tecnológica. SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 3 2. OBJETIVOS ............................................................................................................ 5 2.1. OBJETIVO GERAL ............................................................................................ 5 2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................. 5 3. METODOLOGIA ..................................................................................................... 6 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO .............................................................................. 7 4.1. DENTÍSTICA: RELATO DE CASO CLÍNICO REAL N° 1 .................................. 7 4.1.1. DIAGNÓSTICO E PLANO DE TRATAMENTO .............................................. 8 4.1.2. TRATAMENTO .............................................................................................. 8 4.2. ENDODONTIA: RELATO DE CASO CLÍNICO REAL N° 2 ............................. 10 4.2.1. DIAGNÓSTICO E PLANO DE TRATAMENTO ............................................ 10 4.2.2. TRATAMENTO ............................................................................................ 10 4.2.3. EVOLUÇÃO ................................................................................................. 19 4.3. PERIODONTIA: RELATO DE CASO CLÍNICO REAL N°3 .............................. 20 4.3.1. DIAGNÓSTICO E PLANO DE TRATAMENTO ............................................ 21 4.3.2. TRATAMENTO ............................................................................................ 21 4.3.3. EVOLUÇÃO ................................................................................................. 25 4.4. PRÓTESE FIXA: RELATO DE CASO CLÍNICO REAL N° 4 ........................... 26 4.4.1. DIAGNÓSTICO E PLANO DE TRATAMENTO ............................................ 26 4.4.2. TRATAMENTO ............................................................................................ 26 4.4.3. EVOLUÇÃO ................................................................................................. 39 5. QUESTÃO DE INOVAÇÃO TECNOLÓGICA ........................................................ 40 6. CONCLUSÃO ....................................................................................................... 41 7. REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 42 3 1. INTRODUÇÃO Decerto, a saúde se caracteriza por um funcionamento adequado do conjunto de sistemas que se complementam e agem mutuamente na constituição do indivíduo, devendo dessa forma ser observados os aspectos orgânicos, mentais, orais e demais, que participam do sistema interdependente. Sob este viés, o primeiro passo para iniciar um tratamento envolve uma minuciosa anamnese e exame físico criterioso e para isso, é necessário que o profissional de odontologia assuma um compromisso em buscar informações úteis para o correto planejamento do tratamento do paciente. No que se refere ao plano de tratamento a ser executado em cada caso individualmente, é sabido que, a prestação de orientações aos pacientes e encaminhamento adequado aos demais profissionais de saúde interferem positivamente no aspecto evolutivo de qualquer enfermidade do indivíduo, incluindo as de origem bucal. Por esse motivo, o trabalho em equipe multidisciplinar é de suma importância, o qual consiste numa forma especial de organização, que tem por objetivo, principalmente, a ajuda mútua entre profissionais de uma mesma área. De modo específico, o trabalho em equipe multidisciplinar é caracterizado como um conjunto ou grupo de pessoas que se dedicam a realizar uma tarefa ou um determinado trabalho, visando um objetivo comum, neste caso é a pessoa atendida. Este, além de possibilitar a troca de conhecimento é determinante nas relações humanas, pois motiva o grupo a buscar de forma específicas os objetivos traçados. Tendo em vista essa perspectiva quando se fala em trabalhar em equipe, fala-se em maior volume de atividades, maior responsabilidade, comprometimento, flexibilidade, colaboração e esforço pessoal, particularidades que são aprimoradas a cada novo dia de trabalho. Assim, o estudo e análise de cada caso, bem como o trabalho em equipe, deve fazer parte fundamental da rotina dos consultórios odontológicos. Nessa conjuntura, o presente estudo justifica-se em razão do interesse em aprimorar os conhecimentos sobre a importância da atuação odontológica no diagnóstico, planejamento de tratamento e evolução de cada paciente, assim como, esclarecer como deve ser conduzido e executado os procedimentos a serem realizados durante o acompanhamento dos casos clínicos, seguindo uma lógica 4 adequada, posto que ainda há paradigmas a serem superados até que se alcance uma assistência eficaz e humanizada. Por fim, o trabalho sobre o devido assunto introduzido torna-se relevante uma vez que vem a contribuir para o âmbito assistencial e científico como fonte de estudo e conhecimento sobre a temática, ademais, destaca-se ainda como relevante, a possibilidade de despertar no leitor uma reflexão a respeito dos diferentes processos de planejamento estratégico em odontologia, bem como o cuidado multiprofissional, ético e humanizado. 5 2. OBJETIVOS 2.1. OBJETIVO GERAL O presente trabalho tem por objetivo construir algumas considerações acerca do diagnóstico, planejamento estratégico, tratamento e evolução em Odontologia. 2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS Realizar a descrição criteriosa de casos clínicos reais executados no decorrer da disciplina de Clínica Integrada II Destacar os aspectos relacionados as diferentes especialidades odontológicas. Descrever as inovações tecnológicas utilizadas no decorrer da disciplina de Clínica Integrada II, como auxiliares no desenvolvimento dos procedimentos propostos. 6 3. METODOLOGIA Trata-se de um trabalho descritivo de casos clínicos executados no decorrer da clínica integrada II, de acordo com os conhecimentos obtidos no através das disciplinas base (periodontia, dentística, endodontia e prótese dentária). Esse tipo deestudo, bastante conhecido e utilizado no meio acadêmico, busca de maneira sistemática realizar uma análise ampla dos conhecimentos do acadêmico, contribuindo para esclarecimento e discussões sobre cada especialidade abordada. Ademais, esse método de atividade prática supervisionada (APS) possibilita ao acadêmico aprimorar seus conhecimentos, a síntese do estudo, encontrar respostas para seus questionamentos, bem como despertar novas reflexões para pesquisas futuras. Assim, para construção dessa APS, foram utilizadas imagens dos casos clínicos obtidas durante atendimento, após consentimento do paciente em questão. 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1. DENTÍSTICA: RELATO DE CASO CLÍNICO REAL N° 1 Paciente E.B.O. do sexo femino, 61 anos, melanoderma, sem histórico de patologias de base, normossistêmica. Procurou o complexo odontológico da UNIFAMETRO para uma avaliação de rotina. Procedeu-se à anamnese, com levantamento da história médica pregressa do paciente, arguindo-o também a respeito do seu histórico odontológico, hábitos de vida, medicações de uso, bem como a realização de aferição dos sinais vitais, os mesmos apresentando-se normais ao momento da consulta. Ao exame clínico extra-oral nenhuma alteração foi detectada e ao exame clínico intra-oral, constatou-se presença de restauração mal adaptada, infiltrada e fraturada no primeiro molar inferior esquerdo, 36 (Figura 1). Após realização de radiografia periapical, evidenciou-se que não havia comprometimento da câmara pulpar, dessa maneira não havendo necessidade de procedimento endodontico. Figura 1. Aspecto inicial da restauração fraturada. Fonte: Acervo pessoal. 8 4.1.1. DIAGNÓSTICO E PLANO DE TRATAMENTO Visto isso, optou-se por fazer uma radiografia periapical do elemento dentário 36, (como exame complementar), o resultado por sua vez sugeriu que não haviam alterações que comprometessem a câmara pulpar. O plano de tratamento foi restaurar com resina composta. 4.1.2. TRATAMENTO RESTAURAÇÃO CLASSE II São restaurações localizadas nas faces oclusal e proximal de dentes posteriores, o caso em questão se trata de uma restauração de um primeiro molar inferior esquerdo, acometido por má adaptação, infiltração e fratura de restauração anterior, por isso se trata de uma restauração classe II. Primeiramente, foi feito anestesia do dente 36 (na região de fundo de sulco vestibular), utilizando 1 tubete anestésico (articaína 4% com epinefrina 1:1000). Então, executamos o isolamento absoluto do campo operatório, um mecanismo utilizado para promover um campo ideal para remoção de tecido carioso e restauração. Dessa forma, partimos para a remoção da restauração defeituosa com auxílio de caneta de alta rotação e ponta diamantada. Em seguida aplicamos o sistema adesivo. Fizemos condicionamento ácido, lavamos, aplicamos a primer, volatilizamos o solvente e foi posto o adesivo e posteriormente fotopolimerizamos. A resina (A3E/ A3D) foi inserida por incrementos, considerando o fator C e realizamos a polimerização, acabamento e polimento (Figura 2). 9 Figura 2. Restauração definitiva com resina composta A3E/ A3D. Fonte: Acervo pessoal. Observação: todas as fotos foram autorizadas pela paciente onde a mesma assinou um termo de consentimento, este que fica fixado ao prontuário. 10 4.2. ENDODONTIA: RELATO DE CASO CLÍNICO REAL N° 2 Paciente P.F.L.R. de 30 anos, melanodermo, gênero masculino, sem histórico de patologias de base, ou seja, normossistêmico. Procurou o complexo odontológico da UNIFAMETRO para dar continuidade ao tratamento endodôntico do elemento dentário 26. Durante anamnese paciente referiu que sentia dores a pelo menos 15 dias, foi realizado seguidamente o levantamento da história médica e odontológica pregressa do paciente e aferição de sinais vitais, verificou-se que se encontravam dentro dos padrões de normalidade. Uma vez realizado o exame clínico extra-oral, nenhuma alteração significativa foi detectada. 4.2.1. DIAGNÓSTICO E PLANO DE TRATAMENTO Visto isso, optou-se por fazer uma radiografia periapical do elemento dentário 26 (Figura), como exame complementar, o resultado por sua vez sugeriu que não haviam alterações na lâmina dura da região apical. O plano de tratamento foi dar continuidade a terapia endodôntica. 4.2.2. TRATAMENTO PASSO A PASSO Radiografia inicial Utilizando a radiografia periapical, para analisar as condições da coroa, raíz e periodonto. Figura. Radiografia inicial foi perdida durante manipulação do prontuário, pelas atendentes da recepção. Exame radiográfico periapical do elemento dentário 26, evidenciou imagem sugerindo a presença de 3 canais radiculares (vestibular e palatino), sem evidencia de lesão periapical. No entanto, após acesso coronário e exploração verificou-se a presença de 4 canais radiculares (mésiovestibular, distovestibular, médiomesial e palatino, sendo este último o canal mais robusto) 11 Foi removido restauração provisória Figura 3. Aspecto do elemento dentário 26 após remoção de restauração provisória. Fonte: Acervo pessoal. Realizado anestesia do elemento dentário. Anestesia infiltrativa no fundo de sulco referente ao elemento 26. Com auxílio do anestésico tópico, seringa carpule, agulha e utilizando1 tubete de lidocaína 2% + epinefrina 1:100000. Figura. Tubete de anestésico e anestésico tópico utilizado. Realizado isolamento absoluto. (grampo 205) Realizado odontometria. Foi feito exploração inicial do canal mais ou menos até o terço médio, logo após realizou-se o acesso usando irrigação com hipoclorito de sódio a 1% (para neutralizar 12 conteúdo tóxico), e utilizando as limas 10 ou 15, incialmente. Só então foi realizado a patência. Figura 4. Imagem demonstrando a presença dos 4 canais radiculares (mésiovestibular, distovestibular, médiomesial e palatino). Fonte: Acervo pessoal. Através do localizador apical (figura 5 e 6) foi realizado odontometria (eletrônica), utilizando localizador e alça. Mensurar o CAD, CRD de todos os canais presentes e (mésiovestibular: 18, distovestibular: 18, médiomesial: 16 e palatino: 21) e o CT (mésiovestibular: 17, distovestibular: 17, médiomesial: 15 e palatino: 20). 13 Determinar o instrumento anatômico (a lima que prende no forame apical), para todos os canais o instrumento de patência foi a lima #10. Figura 5 e 6. Localizador apical utilizado para realizar odontometria eletrônica. Fonte: Acervo pessoal. 14 Realizado o preparo químico-mecânico. Limpeza e modelagem através de substancias químicas e instrumentos endodônticos. Sempre com irrigação constante, nunca instrumentar com canal seco. Promover ampliação e modelagem, sempre conferindo um formato cônico afunilado ao conduto, mantendo forma original do canal e o menor diâmetro apical possível. Instrumentação com limas Easy Prodesign Manual. Instrumentação com limas Easy Prodesign Manual (figura 7) para dentes com forame de menor calibre: (kit de vermelhas e cinza, numeração de 25.06, 25.05 e 15.05) Figura 7. Imagem das limas utilizadas para instrumentação, limas Easy Prodesign Manual. (kit de vermelhas e cinza, numeração de 25/06, 25/05 e 15/05). Fonte: Acervo pessoal. PASSO A PASSO 1º Passo: passar Lima K #.10 e 15 – Exploração do terço médio cervical (direção do canal). 15 2º Passo: passa Lima Easy #15/05 (cinza) – até 1mm após o forame. Lima Easy #.25/06 (vermelha) – Pré alargamento do terço médio cervical, com movimento rotatório (girando sentido horário). 3º Passo: Lima Easy #.25/01 (vermelha) – Até atingir a patência (CDR+1mm), com movimento rotatório. Caso a lima#.25/01 (vermelha) não atinja a patência, utilizar a lima #.10. 5º Passo: Lima Easy #.25/06 (vermelha) – Até atingir a patência. Sempre irrigando entre cada troca de lima (figura 8, 9 e 10), para irrigação utilizamos uma solução irrigante auxiliar no preparo do canal radicular, dotada de ação lubrificante, bactericida e capaz de atuar sobre matéria orgânica, dissolvendo restos pulpares. A solução que melhor atende a estes quesitos é o hipoclorito de sódio em, possibilitando ser usada em quantidades generosas e dispensada no interior do canal radicular com o auxílio de uma agulha fina. Figura 8, 9 e 10. Sequência de instrumentação com Limas limas Easy Prodesign Manual (25/06), (25/01) e (15/05). 16 Fonte: Acervo pessoal. Figura 11. Aspecto final dos canais mésiovestibular, distovestibular, médiomesial e palatino instrumentados. Fonte: Acervo pessoal. Realizado em seguida, obturação endodôntica. Preenchendo o máximo possível o canal radicular e câmara pulpar. Utilizando guta percha M e endofill. Escolher qual cone utilizar de acordo com o instrumento de memória, neste caso foi usado o cone M e foi realizado a radiografia de prova do cone (que deve estar 1mm aquém do ápice). 17 Figura 12. Radiografia de prova do cone. Fonte: Acervo pessoal. Secar bem o conduto. Inserir o cone com e cimento endodôntico (figura 13), até preencher por completo. Fazer radiografia de controle de qualidade (para detectar presença de bolhas e certificar-se que o contudo está completamente preenchido). Figura 13. Aspecto do elemento dentário 26 com os cones M e endofil nos 4 canais radiculares. Fonte: Acervo pessoal. 18 Figura 14. Radiografia de controle de qualidade Fonte: Acervo pessoal. Cortar o cone na embocadura do canal e iniciar condensação vertical com auxílio da mcspaden e calcadores (do menor para o maior calibre). Limpar excesso de cimento da câmara pulpar com bolinhas de algodão, embebidas de álcool e gates em baixa rotação. Realizar selamento final, colocar uma bolinha de algodão estéril na entrada do canal, preencher com ionômero de vidro, selando toda a câmara pulpar. Remover o isolamento absoluto e verificar oclusão. Realizar radiografia final. Para irrigação utilizamos uma solução irrigante auxiliar no preparo do canal radicular, dotada de ação lubrificante, bactericida e capaz de atuar sobre matéria orgânica, dissolvendo restos pulpares. A solução que melhor atende a estes quesitos é o hipoclorito de sódio em, possibilitando ser usada em quantidades generosas e dispensada no interior do canal radicular com o auxílio de uma agulha fina. Figura. Radiografia final. Radiografia final também foi perdida durante manipulação do prontuário, pelas atendentes da recepção. 19 Observação: todas as fotos foram autorizadas pela paciente onde o mesmo assinou um termo de consentimento, este que fica fixado ao prontuário. 4.2.3. EVOLUÇÃO Fonte: Acervo pessoal. 20 4.3. PERIODONTIA: RELATO DE CASO CLÍNICO REAL N°3 Paciente E.V.S. de 20 anos, melanoderma, gênero feminino, sem histórico de patologias de base, ou seja, normossistêmica. Procurou o complexo odontológico da UNIFAMETRO queixando-se de dor espontânea no dente 24. Durante anamnese paciente referiu que sentia dores a pelo menos 1 mês, foi realizado seguidamente o levantamento da história médica e odontológica pregressa do paciente e aferição de sinais vitais, verificou-se que se encontravam dentro dos padrões de normalidade. Uma vez realizado o exame clínico extra-oral, nenhuma alteração significativa foi detectada, ao exame clínico intra-oral, constatou-se a necessidade um aumento de coroa clinica para proceder tratamento endodôntico no elemento 24 (Figura 15). Figura 15. Aspecto inicial do elemento 24 e contorno gengival distal e palatino. Fonte: Acervo pessoal. 21 4.3.1. DIAGNÓSTICO E PLANO DE TRATAMENTO Visto isso, notou-se a necessidade primeiramente de realizar o aumento de coroa clinica do elemento dentário 24, para posteriormente dar continuidade ao procedimento endodôntico. Aumento de coroa clínica (elemento 24) A técnica facilita o acesso ao defeito ósseo e permite preservação suficiente da gengiva e mucosa, possibilitando o recobrimento com o tecido mole. O objetivo é devolver o espaço biológico. 4.3.2. TRATAMENTO PASSO A PASSO 1. O primeiro passo do procedimento foi marcar com sonda OMS o local a ser incisionado, fazendo pontos na gengiva. Figura 16. Marcação da gengiva com sonda OMS. Fonte: Acervo pessoal. 22 2. O segundo passo foi realização de incisões pela área demarcada cerca de 2 mm a 3 mm da margem gengival, circundante ao elemento 24 (com lâmina de bisturi). Figura 17. Incisões na área demarcada. Fonte: Acervo pessoal. 3. Após foi feito a separação das paredes distal e palatina. Posteriormente, ocorreu a remoção do tecido gengival que sobra e a raspagem da superfície radicular, visando alisá-las (utilizando cureta periodontal). 4. E o último passo foi a sutura dos retalhos manipulados (com auxílio do porta agulha, pinça Dietrich e afastador). 23 Figura 18 e 19. Realização da sutura dos retalhos manipulados. Fonte: Acervo pessoal. 24 Por último, foi realizado restauração provisória com ionômero de vidro modificado por resina, e ajuste oclusal. Figura 20. Aspecto inicial do elemento 24 e contorno gengival distal e palatino. Fonte: Acervo pessoal. Observação: todas as fotos foram autorizadas pela paciente onde a mesma assinou um termo de consentimento, este que fica fixado ao prontuário. PÓS-OPERATÓRIO Foi prescrito Dipirona 500mg, 1 comprimido de 6 em 6 horas durante o primeiro dia, no segundo dia em caso de dor. Foi também realizado orientações para paciente, onde a mesma deveria ingerir somente alimentos frios ou gelados, em consistência líquida, evitando esforços físicos, exposição ao sol e por último, paciente foi orientada a retornar com sete dia dias para remoção da sutura e acompanhamento. 25 4.3.3. EVOLUÇÃO Fonte: Acervo pessoal. 26 4.4. PRÓTESE FIXA: RELATO DE CASO CLÍNICO REAL N° 4 Paciente M.P.P. de 60 anos, melanoderma, gênero feminino, sem histórico de patologias de base, ou seja, normossistêmica. Procurou o complexo odontológico da UNIFAMETRO referindo necessidade de uma prótese fixa do elemento dentário 24 a 26. Durante anamnese paciente não referiu sentir dor, foi realizado seguidamente o levantamento da história médica e odontológica pregressa do paciente e aferição de sinais vitais, verificou-se que se encontravam dentro dos padrões de normalidade. Uma vez realizado o exame clínico extra-oral, nenhuma alteração significativa foi detectada. 4.4.1. DIAGNÓSTICO E PLANO DE TRATAMENTO Optou-se por fazer uma radiografia periapical do elemento dentário 24 e 26 (Figura), como exame complementar, o resultado por sua vez sugeriu que não haviam alterações na lâmina dura da região apical. Diagnosticou-se que havia necessidade de repor os elementos dentários outrora perdidos e o plano de tratamento foi dar início a produção de uma prótese fixa se 3 elementos dentários (ponte fixa). 4.4.2. TRATAMENTO O tratamento proposto foi executado em algumas sessões clínicas. SESSÃO 1: 12/09/2019 PROCEDIMENTO: Preparo do elemento dentário 26 para núcleo metálico fundido + confecção de provisório. Preparo para coroa metalocerâmica, elemento dentário 26 (figura 21). Com broca 1014, realizar sulco marginal cervical, em face vestibular e palatina. Profundidade: 0,7 mm (1⁄2 broca), inclinação: 45° e com afunção de estabelecer, no início, um término cervical de orientação para o desgaste. 27 Com broca 3216, confeccionar sulco de orientação vertical, em face vestibular e palatina, e confeccionar sulco de orientação oclusal. Com a função de evitar desgastes desnecessários ou insuficientes (risco a integridade pulpar) e; obter espaço suficiente para efeitos estéticos da porcelana. Com broca 3203, realizar desgaste interproximal para remover ponto de contato com dente vizinho. Profundidade: Suficiente para tirar a convexidade natural do dente, inclinação: Paralelo ao longo eixo do dente. Deve-se ter atenção para não desgastar os dentes vizinhos (proteção com matriz) e a fim de preservar a área do col. Novamente, com a broca 3216, juntar sulcos de orientação (vestibular, palatina e oclusal). Realizar preparo do término cervical. Inclinação: segue-se a anatomia da área e a função é ter desgaste suficiente para acomodar a restauração na área. Realizar preparo do término cervical com broca 3216. Profundidade: 0,5mm intra-sulcular, inclinação de 2 a 5o em direção a incisal e com a função de criar espaço para encobrir a cinta metálica sem invadir as distâncias biológicas. Por último, fazer acabamento das bordas com broca 4138. Profundidade: Suficiente para acentuar o desgaste, inclinação: Sempre seguindo a inclinação do preparo e com função de alisamento do preparo, arredondamento das arestas e ampliação do chanfrado. 28 Figura 21. Aspecto final do elemento dentário 26, após o preparo para receber coroa metalocerâmica. Fonte: Acervo pessoal. Confecção de provisório do elemento 26. Utilizando resina acrílica. Com realização da técnica direta – escultura manual (técnica da bolinha) PASSO A PASSO Vaselina o preparo Manipula resina acrílica, ao chegar na fase plástica coloca sobre o dente a “bolinha”, então se o paciente tem antagonista pede para ele morder. Nesse momento já vai ser formado mais ou menos os contatos e dará uma leve anatomia oclusal. Remover a resina acrílica, marcar o término do preparo e retirar os excessos de resina acrílica. Fazer escultura 29 Fazer ajuste oclusal e estético Realizar o polimento e cimentação Figura 22. Aspecto final do elemento dentário 26, cimentação da coroa provisória com pasta de hidróxido de cálcio. Fonte: Acervo pessoal. SESSÃO 2: 19/09/2019 PROCEDIMENTO: Preparo para núcleo metálico fundido do elemento 26 + Modelagem do conduto para confecção do núcleo metálico. Preparo para núcleo metálico fundido do elemento 26 Fazer radiografia inicial Verificar morfologia do conduto Qualidade do tratamento endodôntico Estado periodontal - Nível da crista óssea 30 Determinação da profundidade de remoção da guta-percha (2/3 do comprimento da raiz, deixando pelo menos um selamento apical de 3,0 a 5,0mm) Isolamento relativo. Remoção material obturador Com broca largo Preparo do conduto radicular De acordo com os princípios de que o Comprimento do Pino deve ser de 2/3 do comprimento da raiz e 1/2 da implantação óssea; comprimento do pino maior que a altura da coroa; selamento apical de 3,0mm a 5mm; espessura dentinária de 1/5 em toda a periferia do conduto. Figura 23. Aspecto final do elemento dentário 26 após preparo dos condutos radiculares (palatino e distovestibular). Fonte: Acervo pessoal. 31 Radiografia de profundidade do preparo Verificar se houve a remoção completa do material obturador nas paredes do conduto radicular Confirmação do comprimento ideal Adaptação do pino no conduto Modelagem e confecção do núcleo metálico fundido. Moldadem do núcleo (técnica direta) Utilizar Resina acrílica de rápida polimerização (Duralay) e pinjet Vaselinar os condutos e dente em questão com auxílio de uma lima Manipular a resina duralay Quando estiver na fase plástica, embeber a embocadura dos canais e pinjet com duralay Colocar o pinjet nos canais, e até o material tomar presa tirar e colocar novamente o pino Reembasamento do pino, caso necessário Fazer anatomia do núcleo Cortar altura que ficará o núcleo com broca 4138 Preparo da anatomia e térmico cervical para coroa metalocerâmica com broca 3216 -- Enviar para fundição – Fase laboratorial – SESSÃO 3: 10/10/2019 PROCEDIMENTO: Cimentação do núcleo metálico fundido do elemento 26 + Remoção da coroa fixa do elemento 24 + Preparo para coroa metalocerâmica + Confecção de provisório do mesmo + Moldagem dos preparos em fase de núcleo. Cimentação do núcleo metálico fundido do elemento 26. 32 Deve-se selecionar o agente de cimentação que tenha alta resistência mecânica, pequena espessura de película, adesão às estruturas de contato, baixa solubilidade, fácil manipulação e selamento marginal. O agente de cimentação selecionado foi o cimento de fosfato de zinco. Figura 24. Cimento de fosfato de zinco utilizado. Fonte: Acervo pessoal. Figura 25. Núcleo metálico fundido do elemento dentário 26. Fonte: Acervo pessoal. 33 Figura 26. Aspecto final do núcleo metálico fundido cimentado. Fonte: Acervo pessoal. Remoção da coroa fixa do elemento 24 Com utilização de saca prótese. Figura 27. Saca prótese utilizado. Fonte: Acervo pessoal. 34 Preparo para coroa metalocerâmica, elemento dentário 24. Realizou-se refinamento do preparo já feito anteriormente, com broca 3216. Observação: No caso desse elemento dentário 24, optou-se por reaproveitar seu núcleo metálico fundido. Confecção de provisório do elemento 24. Utilizando resina acrílica. Com realização da técnica direta – escultura manual (técnica da bolinha) PASSO A PASSO Vaselina o preparo Manipula resina acrílica, ao chegar na fase plástica coloca sobre o dente a “bolinha”, então se o paciente tem antagonista pede para ele morder. Nesse momento já vai ser formado mais ou menos os contatos e dará uma leve anatomia oclusal. Remover a resina acrílica, marcar o término do preparo e retirar os excessos de resina acrílica. Fazer escultura Fazer ajuste oclusal e estético Realizar o polimento e cimentação Moldagem dos preparos em fase de núcleo. Utilizando silicona de condensação pesada e leve, foi feito a moldagem do preparo para envio ao laboratório e obtenção do coping metálico e posteriormente sua prova. SESSÃO 4: 31/10/2019 PROCEDIMENTO: Prova do coping metálico (Figura 28 e 29). 35 Figura 28 e 29. Coping metálico do elemento 24 ao 26. Fonte: Acervo pessoal. 36 No momento da prova de coping verificou-se a oclusão da paciente e foi feito o desgaste da estrutura metálica que não estava da altura ideal. Realizado a moldagem de transferência, com registro de mordida, com auxílio de renina duraley (Figura) e alginato hydrogum. Foi feito também moldagem da arcada antogonista com alginato hydrogum e vazado os registros com gesso especial. Após isso selecionamos a cor da cerâmica das coroas fixas, junto com a paciente, deixando a mesma também opinar pela cor desejada, e entramos em um consenso que a cor ideal seria a A3 de acordo com a escala Vita. Por último foram enviados os modelos para o laboratório com o intuito de obter a estrutura cerâmica. Figura 30. Registro de mordida, com auxílio de renina duraley. Fonte: Acervo pessoal. Figura 31. Escala vita utilizada para selecionar a cor, com destaque a respectiva cor selecionada. Fonte: Acervo pessoal. 37 SESSÃO 5: 14/11/2019 PROCEDIMENTO: Cimentação da ponte fixa de 3 elementos (24, 25 e 26). Cimentação da ponte fixa de 3 elementos (24, 25 e 26). Dando continuidade ao tratamento, foi realizado a cimentação definitiva da coroado elemento dentário 24, 25 e 26, utilizando para tal o cimento de fosfato de zinco. Realizado, posteriormente, ajuste oclusal e foi repassado orientações a respeito dos cuidados com a prótese fixa, quanto a alimentação durante as horas posteriores ao procedimento, como também em relação a higienização da mesma. Figura 32. Prótese fixa metalocerâmica do elemento 24 ao 26. Fonte: Acervo pessoal. 38 Figura 33. Cimento de fosfato de zinco utilizado para cimentação. Figura 34, 35 e 36. Aspecto final da prótese fixa de três elementos, após cimentação. Fonte: Acervo pessoal. 39 4.4.3. EVOLUÇÃO Fonte: Acervo pessoal. 40 5. QUESTÃO DE INOVAÇÃO TECNOLÓGICA De fato, durante os atendimentos em clínica integrada II houve suporte profissional, dos docentes cirurgiões-dentistas, como também, pode-se contar com o auxílio de um suporte tecnológico avançado, como por exemplo o localizador apical para realizar odontometria durante tratamento endodôntico, e demais subsídios tecnológicos que otimizaram atendimento clínico, proporcionaram maior bem-estar ao paciente, qualidade no procedimento executado e sobretudo possibilitou uma assistência resolutiva. Apesar dos avanços científicos e tecnológicos, a perspectiva de um tratamento odontológico ainda pode gerar um quadro de ansiedade, apreensão, desconforto e expectativa negativa em muitos pacientes. Consequentemente, o desenvolvimento das relações interpessoais é fundamental para que se estabeleça um adequado, diagnóstico, plano de tratamento e um melhor entendimento entre a pessoa assistida e o profissional. Nessa conjuntura é importante lembrar que, a ordem exata de cada procedimento pode ser alterada conforme a tomada de decisão clínica e se baseia em componentes que influenciarão o planejamento em odontologia, como por exemplo o aspecto da evidência científica, experiência e julgamento do profissional, circunstâncias clínicas individuais do paciente, valores e preferências de cada um. Em vista disso, o sucesso de um tratamento odontológico integrado relaciona- se diretamente com a realização de um perfeito exame do paciente, um diagnóstico preciso, um bom planejamento para estabelecer o plano de tratamento e um suporte tecnológico eficaz pode favorecer a assistência nesse sentido. Assim, a avaliação do paciente deverá também ser cuidadosa, criteriosa e minuciosa, nesta etapa do atendimento do paciente, ou seja, na avaliação, encontra-se a maior importância do clínico geral. 41 6. CONCLUSÃO Conclui-se, que a assistência em odontologia pode ser entendida como uma equipe, formada por pessoas servindo outra pessoa em situação de vulnerabilidade e fragilidade. Dessa forma, para que a equipe odontológica entenda a importância da humanização do atendimento ao paciente é necessário um relacionamento interno de confiança entre o cirurgião-dentista, auxiliares, técnicos e, no caso de atendimento público, gestores, assim o cotidiano odontológico deve considerar diferentes aspectos, dentre eles os afetivos, cognitivos e psicomotores de cada paciente. O trabalho multiprofissional significa compartilhar em uma direção comum todo atendimento ao paciente em suas etapas de planejamento até execução do tratamento, seguindo os critérios de urgência, e o auxílio tecnológico no que diz respeito aos aparelhos facilitadores de alguns procedimentos, junto as atividades desenvolvidas em conjunto podem encorajar o grupo, o que aumenta o desempenho na hora de realizar os procedimentos, transmitindo autoconfiança, habilidade e união, características primordiais para o sucesso dos casos. Desse modo, faz-se evidente que há muito mais a ser relatado e discutido sobre odontologia em seu âmbito de diagnóstico, planejamento, tratamento, evolução, bem como inovação tecnológica, entretanto o objetivo aqui foi dar uma pincelada nos principais componentes constituintes de uma boa e eficaz assistência encontrada na pratica odontológica, a fim de individualizar o tratamento de cada paciente. 42 7. REFERÊNCIAS BOTTAN, Eisabete Rabaldo et al. Educação em saúde: concepções e práticas de cirurgiões-dentistas da estratégia de saúde da família. Unimontes Científica, v. 18, n. 2, p. 24-35, 2017. FERNANDES, Eduarda Gaspar Sabatini; MASIERO, Anelise Viapiana; KUHNEN, Mirian. Percepção de cirurgiões dentistas inseridos na estratégia de saúde da família sobre o trabalho multiprofissional. Revista GepesVida, v. 1, n. 2, 2015. GUERRA, Camila Tuanny et al. Reflexões sobre o conceito de atendimento humanizado em Odontologia. Archives of Health Investigation, v. 3, n. 6, 2015. HARGREAVES, Kenneth M.; BERMAN, Louis H. Cohen Caminhos da polpa. Elsevier Brasil, 2017. MONDELLI, José et al. Fundamentos de dentística operatória. 2008. NACIONAIS, Diretrizes Curriculares. Planejamento do curso de graduação de Odontologia. Indução para Aperfeiçoamentos, v. 1, n. 1, p. 7-13, 2001. NEWMAN, Michael G. et al. Carranza periodontia clínica. Elsevier Brasil, 2016. PEGORARO, Luiz Fernando et al. Prótese Fixa: bases para o planejamento em reabilitação oral. Artes Médicas Editora, 2013.
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