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DOENÇA DE CHAGAS: TRYPANOSOMA CRUZI TAYANE SANSCHRI A doença de Chagas tem esse nome em virtude do médico brasileiro Carlos Chagas, especialista em malária, que descreveu casos dessa parasitose, no norte de Minas Gerais, na cidade de Lassances que ocorreu muitos casos dessa doença. Devido a construção de uma estrada de ferro do Brasil Central que iria unir o norte e o sul do Brasil que favorecia um desmatamento severo nessa região, o que contribuiu no aumento de casos da malária humana nessa região, Então Carlos Chagas foi para essa região estudar clinicamente a malária. Com isso investigou os insetos hematófagos que de acordo com relatos dos moradores locais haviam esses insetos que sugavam sangue dos moradores, de crianças, defecavam, e então, ocorria o agravo de saúde; inclusive ele investigou o caso de uma menina que apresentava febre. Carlos Chagas percebeu que o protozoário que vivia nessa menina existia nesses insetos vetores, denominado por Carlos Chagas de barbeiros; com isso, ele descreveu 3 aspectos da doença: o protozoário, ou seja, o agente etiológico causador da doença – o trypanosoma cruzi -, os vetores (transmissores da doença) e descreveu clinicamente a moléstia. Por conta disso a doença recebeu o seu nome. O vetor é o barbeiro, da espécie triatoma infestans, da família Reduvidaiie, que transmite a doença de Chagas. O barbeiro se alimenta de sangue de vários animais, inclusive do homem, e ele precisa de 2 hospedeiros: 1 definitivo e outro intermediário. O hospedeiro definitivo são os seres humanos e o intermediário é o barbeiro. Esse inseto apresenta diversas formas evolutivas: 1ª fase evolutiva: os ovos que a fêmea coloca após copular com os machos, depois os ovos eclodem em insetos bem pequenos, sem asas e sem sistema reprodutor desenvolvido que são chamados de ninfas. Contudo, os barbeiros passam por 5 estágios ninfais, sendo que todos eles se alimentam DOENÇA DE CHAGAS: TRYPANOSOMA CRUZI TAYANE SANSCHRI de sangue, tanto de pessoas como de animais, como tatu, morcego e gambá. É importante salientar que quando os ovos eclodem para ninfas eles são negativos para doença de Chagas. Assim, os barbeiros só irão transmitir a doenças de Chagas se os barbeiros se alimentam de um hospedeiro positivo para o trypanosoma cruzi, seja uma pessoa ou animal infectado. Então, o protozoário pode ser transmitido para os próximos que o barbeiro picar, através das fezes e urina. TRANSMISSÃO DO TRYPANOSOMA CRUZI A transmissão ocorre de algumas formas, pela transmissão vetorial, que é a forma clássica de importância clínica e médica, pelas fezes e urina do barbeiro; Além disso, ele pode ser transmitido por via oral, que é a transmissão mais notificada no Brasil atualmente, que pode ocorrer pela ingestão de alimentos contaminados, dentre eles o açaí e caldo de cana. A transmissão nessa forma acontece quando esses alimentos são preparados sem os devidos cuidados, apresentando resquícios das fezes do barbeiro, ou então, quando eles acabam sendo triturados, moídos juntos aos alimentos. Há, também, a possibilidade de transmissão congênita, que ocorre através da via transplacentária, da mãe, com doença de Chagas, para o filho, durante a gestação. Além disso, a mãe com doença de Chagas deve ter cuidado com os mamilos, pois se eles apresentarem fissuras, não deve ser ofertada a amamentação, pois a criança pode sugar um pouco de sangue, se contaminar e, assim, adquirir a doença. Já a transmissão acidental ocorre mais comumente em laboratórios ou entre coletadores, quando esses entram em contatos com protozoários contidos em fezes de barbeiros infectados, ou então, com sangue de pessoas infectadas ou quando esses profissionais não DOENÇA DE CHAGAS: TRYPANOSOMA CRUZI TAYANE SANSCHRI utilizam os equipamentos de proteção adequadamente. A transmissão através do sangue, entretanto, hoje em dia, é rara, tendo em vista que os bancos de sangue oferecem uma triagem sorológica aos doadores, identificando as bolsas positivas e evitando que essas bolsas cheguem até os pacientes. É importante frisar que o consumo de carnes de caças como lebres, tatus e roedores, mal cozidas ou cruas podem transmitir a doença de Chagas a quem ingeri- las. MORFOLOGIA DO TRYPANOSOMA CRUZI Há 3 formas em que o parasita se apresenta no decorrer do seu ciclo: - amastigota – é a forma reprodutiva no ser humano. Ele possui um flagelo intracelular, interno. - epimastigota – forma reprodutiva no inseto vetor, o barbeiro. Nessa forma possui um flagelo anterior ao núcleo e segue para a locomoção do parasita. - tripomastigota – forma contaminante, tanto para o ser humano, quanto para o barbeiro. Nessa forma possui um flagelo na extremidade posterior, fazendo uma bainha, ou seja uma membrana ondulante para locomoção do parasita. N Imagem: Google Imagens CICLO BIOLÓGICO DO TRIPANOSOMA CRUZI DOENÇA DE CHAGAS: TRYPANOSOMA CRUZI TAYANE SANSCHRI No ser humano o ciclo ocorre da seguinte forma: o barbeiro se alimenta do sangue do indivíduo e, quanto isso acontece, um novo ciclo se inicia dentro do barbeiro, ele depositando na pele fezes e urinas, na forma tripomastigota que penetra no local da picada, quando o sujeito coça. Ao invadir esse local da picada, os macrófagos vai tentar combater os tripomastigotas fagocitando-os. Contudo, o macrófago por uma adaptação parasitária cria um vacúolo, os tripomastigotas se transformam em amastigotas (forma reprodutiva no ser humano) e isso inicia um processo de divisão binária longitudinal, ou seja, divisão assexuada, que ocorre a cada 12h, e então, elas se multiplicam dentro do macrófago, e então, as amastigotas voltam a ser tripomastigotas que rompem o macrófago e vai pra corrente sanguínea que podem migrar para os órgãos, para novo macrófago iniciando um novo ciclo ou permanece na corrente sanguínea, favorecendo a contaminação de outro barbeiro, ao picar indivíduo contaminando. No barbeiro o ciclo ocorre quando o inseto se contamina ao ingerir, no momento de repasto sanguíneo, do sangue do vertebrado (homem ou outro animal) com a forma tripomastigota, ele acaba essa forma que passa pelo tubo digestório do inseto que acaba alcançando o intestino médio do barbeiro, onde se transformam em epimastigota, que fazem o processo de divisão binária, e se multiplicam, e então são eliminadas nas fezes ou urina do barbeiro e ao picar a pele do indivíduo e este ao coçar acaba se contaminando. DOENÇA DE CHAGAS: TRYPANOSOMA CRUZI TAYANE SANSCHRI LEMBRETE No Brasil, aproximadamente 1. 500.000 possuem a doença de Chagas, que é caracterizada por 2 fases: - fase aguda: o paciente pode ser assintomático, que é o que ocorre com a maioria deles, ou pode apresentar sintomas inespecíficos, por exemplo: febre. Que não é um sintoma específico da doença de Chagas, pois ocorre em inúmeras outras patologias. Outros sinais mais característicos são: sinal de romaña, que se trata de um edema bipalpebral unilateral (edema no olho) ou o chagoma de inoculação, quetrata-se de uma mancha avermelhada ou violácea em decorrência da penetração do protozoário pelas fezes do barbeiro (comum no dorso da mão ou na face). Sinal de Romaña Chagoma de inoculação Como 80% dos pacientes não irão apresentar sintomas, ele irá evoluir para a fase crônica. Contudo, a fase aguda é a única que possui medicamento específico antiprotozoário é justamente na fase aguda, que é o benzonidazol. - fase crônica: possui 2 características, ou seja, subdivide- se em fase crônica assintomática, onde o paciente não apresentará sintoma nenhum pelo resto da sua vida, nem alteração no coração ou sistema digestivo. E a fase crônica sintomática determinada, onde cerca de 40% dos pacientes evoluem para essa fase, e tende a DOENÇA DE CHAGAS: TRYPANOSOMA CRUZI TAYANE SANSCHRI ser grave, pois o tecido cardíaco é afetado, o coração tende a aumentar de tamanho; as células musculares e nervosas sofrem com o parasito ali presente, favorecendo o surgimento de células fibróticas, sem a capacidade contrátil natural do coração. Imagem: google Imagens Neste sentido, o coração chagásico, com essa condição cardíaca chega a bater 29 a 35 vezes, que é a insuficiente cardíaca, que difere de um coração normal bate 70 a 100 vezes por minuto. Além disso, o paciente pode evoluir para uma fase crônica determinada no sistema digestivo, que atinge o esôfago promovendo o seu aumento: mega esôfago. Imagens do Google Imagens Além de favorecer o aumento do cólon (intestino, propiciando um mega colón, e ambos ocasionam na dificuldade da deglutição do paciente e do peristaltismo, dificultando, também, a evacuação. Imagem: Google Imagens
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