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14/08/2019 – RITMOS CARDÍACOS Slide: ECG O ritmo é a associação da frequência cardíaca com a origem do batimento *Quem está comandando o coração O que define um ritmo ser fisiológico é a origem do mesmo ser no nó sinusal – exceção: sinus arrest E o que define um ritmo ser patológico é a origem de um batimento partir de qualquer local que não seja o nó sinusal, por conta de uma degeneração nas células, alterando seu funcionamento Portanto, existem 4 possíveis origens e que devem ser identificadas no laudo 1. Sinusal 2. Atrial: parte de qualquer parte do átrio que não seja o nó sinusal 3. Juncional: parte do nó atrioventricular 4. Ventricular: parte de qualquer célula do ventrículo O primeiro passo para se obter o ritmo é avaliando a existência da onda P e como ela se apresenta na maioria dos complexos 1. RITMO SINUSAL E ATRIAL Em ambos os casos a onda P SEMPRE se apresenta positiva, portanto, é importante avaliar demais informações para que se possa diferenciar um ritmo do outro Quando o ritmo iniciar no nó sinusal ele será considerado fisiológico, exceto na condição de sinus arrest Quando o ritmo iniciar no átrio ele será considerado patológico Ritmo sinusal · Ritmo sinusal normal: FC dentro dos padrões de normalidade, podendo apresentar variações <10% · Arritmia sinusal: FC dentro dos padrões de normalidade, porém apresenta variações de 11 a 99% · Sinus arrest: FC dentro dos padrões de normalidade, porém apresenta variações acima de 100% · Único patológico, mas não tem tratamento · Taquicardia sinusal: FC acima dos padrões de normalidade · Bradicardia sinusal: FC abaixo dos padrões de normalidade Ritmo atrial · Flutter atrial: Não apresenta linha de descanso, pois o átrio está sempre batendo – diminui muito o DC · Taquicardia atrial: Visualmente no exame não é possível diferenciar de uma taquicardia sinusal, sendo assim se faz necessário realizar alguns testes, pois quando sinusal o coração diminui a FC em momentos mais calmos, enquanto que a atrial é patológica e não diminui nunca por conta de ser uma degeneração que ativa constantemente as células atriais. Dificilmente taqui atrial é abaixo de 200, mas é melhor avaliar o animal para ter certeza Existem 2 testes relatados *mas não são bons · Fechar o olho do cão e fazer uma leve pressão nos olhos por alguns segundos – Ao realizar essa manobra o parassimpático é estimulado e ativado. Se a FC abaixar se trata de uma traqui sinusal, entretanto se não abaixar a dúvida persiste · Fazer uma leve compressão nas carótidas – Ao realizar essa manobra, cria-se um gargalo de sangue na carótida, distendendo seu endotélio e estimulando os receptores responsáveis por detectar a PA, percebendo esse estímulo como aumento de PA, tendo como resposta compensatória mecanismos de bradicardia. Se a FC abaixar é sinusal, caso contrário é atrial · Outra forma é deixar o animal no colo do dono por uns minutos e medir o pulso (com o dedo) sem que ele perceba. Se sentir o pulso mais baixo é sinusal · Fibrilação atrial: Apresenta-se no eletro como um borrão, pois bate tão rápido (>500bpm) que a máquina não consegue registrar uma onda completa. Nesses casos o DC é muito baixo, o animal apresenta sintomas graves e pode ter uma parada 2. RITMO JUNCIONAL Sempre será juncional quando não apresentar onda P ou quando a mesma estiver negativa O restante das ondas deve estar normal Não existem variações de taquicardia ou bradicardia em animais, mas a FC é sempre baixa 3. RITMO VENTRICULAR Não apresenta onda P e os complexos são bizarros/anômalos O ventrículo geralmente assume o controle do ritmo cardíaco em casos de hipóxia grave, acidose, hipercalemia, átrio deficiente e etc. · Idioventricular: FC abaixo dos níveis de normalidade · Ritmo ventricular: FC dentro dos níveis de normalidade · Taquicardia ventricular: FC acima dos níveis de normalidade · Fibrilação ventricular: Se apresenta como um borrão. É um tipo de parada cardíaca ARRITMIAS São ritmos cardíacos patológicos graves, mas serão chamados de arritmia para facilitar O que caracteriza uma arritmia é que o ritmo cardíaco se apresenta normal até que de repente ocorre um foco ectópico de um batimento que não saiu do sinusal, podendo ser do átrio, atrioventricular ou ventrículo. Após esse complexo errante ocorre uma pausa um pouco maior que as demais, pois atrapalhou o ritmo, e volta a ficar normal até que outra célula ectópica dispare o impulso · APC: Contração atrial prematura. Quando tem uma onda P diferente, normalmente bem próxima do complexo anterior, seguida de uma pausa maior · JPC: Contração juncional prematura. Quando um batimento não tem onda p ou ela é invertida, e apresenta um intervalo maior para o próximo batimento · VPC: Contração ventricular prematura. Quando não tem onda P e é bizarro, seguido de uma pausa São bem frequentes e no cão a VPC é a mais comum. Quando isolado não precisa de tratamento · Bloqueio átrio ventricular (BAV) de 2º grau: Em alguns momentos a onda P aparece sozinha e com o intervalo PR longo, até que ocorra outra normal · Bloqueio átrio ventricular de 3 grau: O nó atrioventricular não funciona, então nesse caso os disparos são descontrolados. Se apresenta com ondas P em qualquer lugar – antes da onda T, somada a onda R ou T, antes de outra onda P ... EIXO CARDÍACO O eixo cardíaco é a soma de todas as forças elétricas dos ventrículos, que tem como objetivo mostrar qual lado do coração (direita ou esquerda) está fazendo mais força que o outro, indicando necessídade de pesquisar alguma doença cardíaca O eixo é obtido pela soma das derivações precordiais, que são vetores Sempre que uma derivação é feita, os eletros não utilizados são ignorados/desligados pela maquina · D1: Eletrodo da mão direita para a mão esquerda · D2: Eletrodo da mão direita para o pé esquerdo · D3: Eletrodo da mão esquerda para o pé esquerdo Em seguida os eletrodos foram usados para encontrar o centro da força, que foi detectado como o nó atrioventricular, por isso foram denominados de AV · AVR: R vem de “right” - usa o pé direito, pé esquerdo e mão esquerda (o eletrodo da mão direita é usado como “o ponto de vista” por isso é a visão do lado direito do coração) · AVL: L vem de “left” - usa a mão direita, o pé direito e o pé esquerdo (o eletrodo da mão esquerda é o ponto de vista) · AVF: F vem de frontal – usa mão direita, mão esquerda e pé direito Para calcular o eixo manualmente é necessário observar os complexos QRS de todas as derivações e considerar ele positivo quando para cima e negativo quando para baixo. Após fazer essa observação deve-se marcar no gráfico dos eixos todas as variações em seu respectivo lado (positivo ou negativo). Uma dica para ver se está marcando correto – os eixos devem ficar todos próximos Depois de marcar todos, deve-se ignorar os dois últimos de cada ponta, fazendo com que sobre 2 eixos no meio. O resultado do eixo é o intervalo entre essas 2 derivações Valor de normalidade quando calculado em máquina: 40º a 100º Valor de normalidade quando feito no gráfico: 30º a 120º Quando estiver fora do valor de normalidade deve-se escrever na conclusão do laudo Desvio de eixo para esquerda: 30º a -120º (lado esquerdo está fazendo mais força) Desvio de eixo para direita: 90º a -120º (lado direito está fazendo mais força) No laudo Eixo: números Conclusão: Quando normal, não escrever nada. Quando alterado escrever “eixo com desvio para ...”
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