P7 - AÇÃO DE INQUÉRITO PARA APURAÇÃO DE FALTA GRAVE - 08042021 - 9° SEMESTRE - QUINTA FEIRA - MANHÃ

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UNIVERSIDADE IBIRAPUERA
PROF. ÉFREN
PRÁTICA JURÍDICA TRABALHISTA N° 7
AÇÃO DE INQUÉRITO PARA APURAÇÃO DE FALTA GRAVE
WELLINGTON DOS SANTOS XIMENES
RA: 52276244
ANO: 2021
	
SEMESTRE: 9º MATUTINO
Data: 08/04/2021
EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DO TRABALHO DA xx VARA DA CIDADE DO ESTADO DE xxx.
METALÚRGICA COMERCIAL LTDA, pessoa jurídica de direito privado, sob CNPJ de n° xxx, Endereço xxx, por seu advogado que esta subscreve propor 
INQUÉRITO PARA APURAÇÃO DE FALTA GRAVE 
em face de TÍCIO, nacionalidade xxx, estado civil xxx, profissão xxx, ID xxx, CPF xxx, PIS xxx, CTPS xxx, residente e domiciliado xxx, cidade xxx, estado xxx, CEP xxx, e MÉVIO, nacionalidade xxx, estado civil xxx, profissão xxx, ID xxx, CEP xxx, com fulcro nos artigos 494 combinados com os 853 a 855 da CLT, de acordo com as razões de fato e de direito a seguir aduzidas.
I – DOS FATOS:
Os requeridos, empregados da requerente foram eleitos, dirigente sindical do sindicato dos metalúrgicos da categoria e Mévio, ora também requerido, representante da CIPA, foram descobertos de um plano de venda de segredo industrial da requerente para um concorrente, antes da venda, no dia 30/03/2016 e suspensos de suas funções no dia 05/04/2016.
Assim, pretende a requerente dispensá-los por falta grave, conforme situação reconhecida em dispositivo legal. E é isto que esta vem demonstrar nos termos abaixo.
II – DOS FUNDAMENTOS:
A) DA PROPOSITURA E TEMPESTIVIDADE DA AÇÃO:
Preliminarmente, antes de adentrar no mérito quanto à estabilidade e da falta grave cometida por ambos os empregados. Vale ressaltar que, embora existam outras previsões de estabilidades na legislação trabalhista, importante lembrar que o ajuizamento de inquérito judicial para apuração de falta grave é cabível e obrigatório nessas duas hipóteses.
Nesse caso, não se dispensa o integrante da CIPA, representante dos empregados, detentor de estabilidade, o ajuizamento de inquérito judicial, desde que exista motivo disciplinar, técnico, econômico ou financeiro conforme preleciona o artigo 165 da CLT. 
Quanto à propositura dessa pretensa ação e seu prazo, objetivando a rescisão do contrato de trabalho, é de 30 dias, petição por escrito, a contar da data da suspensão para apuração da falta grave, perdurando até a resolução do processo, respeitando para tanto o inquérito judicial, assim estabelece os artigos 494 e 853 da CLT, súmulas 197 e 403 do STF e 379 TST. Assim prelecionam:
Art. 494 - O empregado acusado de falta grave poderá ser suspenso de suas funções, mas a sua despedida só se tornará efetiva após o inquérito e que se verifique a procedência da acusação. Parágrafo único - A suspensão, no caso deste artigo, perdurará até a decisão final do processo.
Artigo 853 “ Para a instauração do inquérito para apuração de falta grave contra empregado garantido com estabilidade, o empregador apresentará reclamação por escrito à Junta ou Juízo de Direito, dentro de 30 (trinta) dias, contados da data da suspensão do empregado”.
Súmula 197 STF: “O empregado com representação sindical só pode ser despedido mediante inquérito em que se apure falta grave”.
Súmula 403 do STF: “É de decadência de 30 (trinta) dias o prazo para instauração de inquérito judicial, a contar da suspensão, por falta grave, de empregado estável”.
Súmula 379 TST: “O dirigente sindical somente poderá ser dispensado por falta grave mediante a apuração em inquérito judicial, inteligência dos arts. 494 e 543, §3º, da CLT. (ex-OJ nº 114 da SBDI-1”.
Portanto, dito isso, diante de farto dispositivos infraconstitucionais, requer-se que Vossa Excelência defira a presente ação, no prazo tempestivo, conforme exposto acima.
B) DAS GARANTIAS PROVISÓRIAS DE EMPREGO DOS REQUERIDOS
Os requeridos foram eleitos, dirigente sindical, bem como o representante da comissão interna de prevenção de acidentes (CIPA) por seus pares e detém garantia provisória de emprego para cumprir seus mandatos.
Neste contexto o artigo 8°, VIII da CF e o artigo 543, § 3º, da CLT impõem a garantia provisória do emprego do dirigente sindical eleito. Que veda a sua dispensa desde registro da sua candidatura até 01 (um) ano após o término do seu mandato, salvo cometer falta grave nos termos do artigo 482, da CLT. Assim estabelecem:
Art. 8º - É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte: VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da candidatura a cargo de direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei. 
Art. 543. § 3º - Fica vedada a dispensa do empregado sindicalizado ou associado, a partir do momento do registro de sua candidatura a cargo de direção ou representação de entidade sindical ou de associação profissional, até 01 (um) ano após o final do seu mandato, caso seja eleito inclusive como suplente, salvo se cometer falta grave devidamente apurada nos termos desta Consolidação.
Do mesmo modo, vale ressaltar que o representante da comissão interna da prevenção de acidentes tem garantia de estabilidade estabelecido pelo artigo 10, II, a, do ADCT e 165 da CLT. Então vejamos:
Art. 10. Até que seja promulgada a lei complementar a que se refere o art. 7º, I, da Constituição. II - fica vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa: a) do empregado eleito para cargo de direção de comissões internas de prevenção de acidentes, desde o registro de sua candidatura até um ano após o final de seu mandato.
Nesse sentido, não podendo ser mandado embora o representante da CIPA por arbitrariedade do empregador. E, portanto, há necessidade de inquérito judicial para apuração de falta grave.
Portanto, apesar ter os requeridos, dirigente sindical e o representante da CIPA, garantia no emprego, com o cometimento de falta grave apurada e comprovada, podem ser demitidos por justa causa, conforme se demonstrará logo a seguir.
C) DA FALTA GRAVE COMETIDA PELO REQUERIDO:
Os requeridos foram descobertos do plano de venda de segredo industrial da requerente para o concorrente, antes da venda, no dia 30/03/2016. Por este ato gravemente faltoso fica evidenciada a violação de segredo da empresa.
Nesse caso, o artigo 482, alínea “g”, da CLT deixa claro que a violação de segredo da empresa é falta grave que enseja a demissão por justa causa, mesmo que os requeridos tenham a época de seu cometimento à garantia provisória de emprego. Então vejamos:
Art. 482 - Constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo empregador: g) violação de segredo da empresa. 
Assim sendo, requer que seja reconhecida por este Douto Juízo a falta grave cometida e que o contrato seja rescindido por justa causa, sendo devido somente o saldo de salário aos requeridos.
III – DOS PEDIDOS:
Diante do exposto requer a total procedência da ação, nos seguintes termos:
a) - rescisão do contato de trabalho por justa causa em decorrência de falta grave cometida pelos requeridos.
b) - conseqüentemente pagamento de saldo salário nos valor xxx 
c) - requer ainda que os requeridos sejam notificados para, querendo, apresentem no prazo legal suas alegações, e caso não o façam que seja decretada suas revelias, sob a pena de confissão. 
d) - e que sejam condenados a pagarem às custas processuais.
Alega provar os fatos por todos os meios admitidos em direito, principalmente por meio documental, testemunhal, pericial, por depoimento pessoal das partes e outras mais que Vossa Excelência entender necessárias.
Dá-se o valor da causa xxx
Nestes termos,
Pede deferimento.
Local, data
Advogado
OAB