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Giovanna Saraiva SEMIOLOGIA DAS CEFALEIAS → Cefaleias ● Definida como uma dor de intensidade variável, localizada ou difusa, em qualquer parte do crânio ● A maioria da população brasileira sofre de cefaleias, impactando na produtividade e qualidade de vida ● Está relacionada com o infecções de vias aéreas e distúrbio da articulação temporomandibular ● Mais frequentes em mulheres ● A falha na identificação de uma cefaleia importante pode acarretar consequências fatais e o diagnóstico etiológico acaba sendo de grande dificuldade *Não existe receptor de dor cerebral, mas sim estruturas trigeminais, responsáveis pela percepção de dor Semiologia ● Importante a análise de nível de dor de 0 a 10 (Sendo 0 nada e 10 muito forte) ● Analisar fotofobia ● Observar o local da dor ● Identificar os fatores de melhora e piora ● Possui uma boa melhora de padrão doloroso classifica-se como: 1. Cefaleia primária ● enxaqueca ● Envolve o sistema trigeminal ● Paciente chega agitado ● Influência genética → genes de forma específica mapeados Pode ser do tipo: Migrânea: ● Crises de cefaleia durando de 4 a 72 horas (não tratada ou tratada sem sucesso) Giovanna Saraiva ● localização unilateral ● Qualidade pulsátil ● Intensidade moderada ou forte que impeça o paciente de realizar as atividades diárias ● Agravada por atividade física de rotina ● Durante a cefaleia, o paciente apresenta náuseas e/ou vômitos ou fotofobia e fonofobia -Migrânea sem aura (5 ataques pregressos, dor unilateral ou pulsátil ou moderada ou severa ou piora com exercícios físicos de rotina, foto ou homofobia e náuseas), -Migrânea com aura (pode ser visual, de sensibilidade, diminuição de força) Tipo tensional: ● Crise de cefaleia durando de 30 minutos a 7 dias ● Localização bilateral ● Qualidade de aperto/pressão (não pulsátil) e/ou intensidade leve a moderada que não impede as atividades diárias ● Não é agravada por atividade física de rotina ● Ausência de náuseas ou vômitos e, na maioria das vezes, ausência de fotofobia e fonofobia Em Salvas (Trigeminal Autonomica): ● Crises intensas de dor unilateral, orbitária, supra orbitária e/ou temporal ● Dura de 15 a 180 minutos se não tratada ● Associada a, pelo menos, um dos seguintes sinais: injeção conjuntival e/ou lacrimejamento ipsilateral, congestão nasal e/ou rinorreia ipsilateral, edema palpebral ipsilateral, sudorese da fronte e da face ipsilateral, miose e/ou ptose ipsilateral, sensação e inquietação ou agitação 2. Cefaleias secundária ● São cefaleias resultantes de outros quadros, como: hemorragia subaracnóidea (HSA), dissecção arterial (causa comum de AVC em jovens), trombose venosa cerebral, síndrome da vasoconstrição cerebral reversível, hipotensão liquórica espontânea e hipertensão intracraniana. ● Caracterizadas por apresentarem início recente, estão relacionadas a sua causa de base e deve haver remissão parcial a total em até três meses do início do quadro ● Comuns em quadros de aneurisma e meningite ● Pode estar relacionada com desordens cervicais, doenças sistêmicas (ex: quadros gripais, sinusite, etc) e quadros infecciosos ● Possui maior grau de internação, se relacionada com a primária Giovanna Saraiva ● Elevado risco: Hipertensão intracraniana, papiledema, alteração de nível de consciência e/ou orientação e sinais neurológicos focais 3. Cefaleias terciárias ● puncao lombar faz só em casos de cefaleias terciárias? *Análise do líquor somente é feito quando se tem suspeita de cefaleia secundária, e não se deve colher em casos de suspeita de hipertensão intracraniana, pois pode causar uma herniação e agravar o quadro *Importante colher líquor quando se tem cefaleia por mais de 12 horas *Tratamento se baseia em mudança de hábitos de vida Giovanna Saraiva Diagnóstico e classificação ● O diagnóstico dos principais tipos de cefaleia é clínico e baseia-se na anamnese e no exame físico ● As principais informações da anamnese e exame físico a serem consideradas são: 1. Localização: ● Definir se a dor é holocraniana, bilateral, unilateral, retro-orbital, occipital, cervical ou localização mais específica ● Avaliar se é sempre no mesmo lugar ou muda conforme a crise 2. Duração: ● Idade de início ou há quanto tempo o paciente apresenta a dor ● Analisar se a dor é contínua ou episódica ● Observar duração de cada episódio, frequência das crises e modo de início (súbito ou insidioso) 3. Características/intensidade da dor: ● Definir como é a dor (em aperto/pressão ou latejante) ● Definir intensidade (leve, dor que não atrapalha as atividades rotineiras; moderada, dor mais intensa, que atrapalha as atividades rotineiras, mas não impede sua realização; forte, dor que impede o indivíduo de prosseguir com atividades rotineiras; muito forte ou excruciante) Giovanna Saraiva 4. Sintomas associados: ● Identificar sintomas prodrômicos, duração e se persistem com a dor ● Avaliar se fatores como luz, barulho ou cheiros pioram ou atrapalham o paciente durante a dor ● Questionar outros sintomas associados, como náusea ou vômito, congestão nasal, lacrimejamento, olho vermelho, diplopia, sintomas visuais, tontura, perda de força, parestesia, febre, tosse, etc 5. Fatores desencadeantes: ● Identificar sintomas desencadeantes, como estresse, privação de sono, jejum prolongado, álcool, cafeína, período menstrual, uso de medicamentos, tipos de alimentos ou outros, fatores agravantes e de alívio 6. Exame físico: ● Avaliar se pressão arterial e/ou temperatura estão elevadas, Oroscopia, otoscopia e avaliação dos seios da face na presença de sintomas associados, palpação cervical e do crânio em busca de hipertonia muscular cervical, pontos dolorosos → Palpação trajeto da artéria temporal superficial pensando em diagnóstico diferencial de arterite temporal em pacientes com mais de 50 anos → Palpação da articulação temporomandibular (ATM) → Exame neurológico na busca de possíveis déficits focais associados. Entende-se por exame neurológico: exame do estado mental, exame dos pares cranianos, exame motor, exame sensorial e reflexos: - Exame do estado mental: nível de consciência normal, deprimida ou hiperalerta - Exame dos pares cranianos: (I) Olfatório, (II) Óptico: acuidade visual e campo visual; (III e IV) reflexo pupilar, (V) Trigêmeo: sensibilidade facial, reflexo corneano, teste motor facial e simetria facial - Exame motor: prova dedo-nariz; Rebote - Exame sensorial: Romberg - Reflexos: Babinski - Sinais de irritação meníngea: a rigidez nucal pode estar associada à meningite ou hemorragia subaracnóidea
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