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Intoxicação por Praguicidas Considerações Iniciais O termo praguicida refere-se a substância química, natural ou sintética, empregada para matar, repelir ou mitigar as pragas. Os praguicidas podem ser divididos em: Organofosforados → Ex: Tiguvon e Neguvon Carbamatos → Apresentam ampla utilização na agricultura. Ex: Propoxur, inseticida usado como raticida, e Temik, popularmente conhecido como chumbinho. Piretroides OMS e MS → São responsáveis pela aprovação dos praguicidas. ANVISA e MAPA → São responsáveis pela fiscalização, distribuição e comercialização dos praguicidas. Os praguicidas apresentam ampla utilização na agricultura e na indústria doméstica, fato esse que favorece ao elevado número de intoxicações. Toxicocinética São rapidamente absorvidos pela pele (principalmente lesada e em temperatura ambiente alta), pelo trato respiratório e gastrintestinal. Distribuem-se por todos os órgãos e tecidos, sendo que alguns deles podem atravessar a barreira hematoencefálica e placentária. A biotransformação é hepática por meio de diferentes reações, envolvendo, por exemplo, o citocromo P450. São eliminados principalmente pelas vias urinária e fecal. Alguns desses praguicidas também podem ser eliminados pelo leite. Não existem evidências de bioacumulação. Toxicodinâmica Carbamilação e Fosforilação Na primeira imagem, com carbamato, a ligação é reversível. Já na segunda., com organofosforado, a ligação apresentada é irreversível. Ou seja, em uma situação de intoxicação com os dois praguicidas, faz-se necessário um primeiro tratamento da intoxicação por organofosforado e só após isso o tratamento da intoxicação por carbamatos. Mecanismo de Ação dos Organofosforados e dos Carbamatos Tanto os carbamatos como os organofosforados exercem sua toxicidade principal por meio da inibição da atividade da acetilcolinesterase presente nas sinapses colinérgicas, resultando no acúmulo do neurotransmissor acetilcolina e, consequentemente, na estimulação excessiva dos receptores nicotínicos e muscarínicos. Os receptores colinérgicos nicotínicos estão presentes nos gânglios do sistema nervoso autônomo simpático e parassimpático, na adrenal, na junção neuromuscular e no sistema nervoso central. Já os receptores colinérgicos muscarínicos estão presente junto aos órgãos efetores do sistema nervoso autônomo parassimpático e no sistema nervoso central. Sinais Clínicos da Intoxicação A sintomatologia compreende os sinais clínicos resultantes da estimulação excessiva dos receptores muscarínicos do sistema nervoso autônomo parassimpático (broncoconstrição, miose, sialorréia, náuseas, vômito, expectoração, sudorese, incontinência urinária, cólicas abdominais, diarreia, bradicardia); os resultantes da estimulação e do subsequente bloqueio dos receptores nicotínicos (taquicardia, hipertensão, fasciculação, tremores, fraqueza muscular e/ou paralisia flácida) e os resultantes dos efeitos no sistema nervoso central (ansiedade, agitação, tontura, ataxia, prostração, confusão mental, fraqueza generalizada, depressão do centro respiratório, cianose, convulsões e coma), além de manifestações cardíacas (arritmias, defeitos de condução e alterações da pressão arterial) e hipotermia ligeira a moderada. Em casos graves, a morte pode ocorrer em decorrência da parada respiratória. Colheita de Amostras para Exame Toxicológico 1. Conteúdo estomacal – 50g 2. Sangue – 100 mL (no máximo 48hrs de refrigeração com heparina) 3. Urina – 50 mL 4. Alimento – 50g 5. Cérebro e fígado – 50g Medicação A atropina é utilizada nesses casos, no entanto, não é o medicamento ideal – que no caso é a pralidoxina.
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