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1 Beatriz Machado de Almeida Neoplasias do TGI - Estômago e Câncer colorretal Neoplasias do TGI - Estômago e Câncer colorretal Quando se fala das neoplasias do trato gastrointestinal, a mais comum é o câncer colorretal e, dentro das gastrointestinais, o câncer de estômago é o mais comum. Câncer de estômago • Quinta causa mais comum de neoplasia maligna; • Adenocarcinoma: 90-95%: Quando se fala em câncer de estômago, praticamente está se referindo a adenocarcinoma. Tema da aula. ❖ Outros: Linfomas, sarcomas, leiomiosarcoma; • Costumava ser a primeira causa de mortalidade por câncer: até 1950-1960. ❖ Incidência e mortalidade em queda; ❖ Entendimento dos fatores de risco (causas); ❖ Variação regional. Incidência de acordo com a idade por 100.00 habitantes: países como o Japão tinham muito câncer de estômago e países como os Estados Unidos e o Brasil não tinham tanto. Depois da 2º guerra, começou a migração do Japão para os EUA e do Japão para o Brasil (Tem uma comunidade japonesa muito forte em São Paulo, por exemplo). A primeira geração dos filhos desses japoneses nos EUA e no Brasil ainda tinha uma incidência de câncer de estômago muito parecida com a incidência dos japoneses vivendo no Japão. Isso porque essa primeira geração ainda vivia e ainda comia como os japoneses. Depois da segunda geração, esses filhos começaram a se ocidentalizar e adquirir um estilo de vida mais parecido com o Ocidental, decaindo muito a incidência de câncer de estômago, sendo muito mais parecida com a incidência do Brasil e dos EUA. Diante disso, passou a se entender alguns dos principais fatores de risco para CA de estômago (abordados no quadro a seguir). Epidemiologia • 50-70 anos; • Mais comum em homens (2H:1M); • Sobrevida em 5 anos <20%. A depender da referência pode chegar até 27%. • Habitualmente é um câncer de diagnóstico tardio, porque não dá muitos sintomas. AMBIENTAIS ❖ H.pylori ainda é um dos principais fatores de risco; ❖ A dieta é fundamental e é aí que entra a questão das variações geográficas. Principalmente em países asiáticos: Excesso de sal (alimentos em conserva – alimentos picles), nitritos e nitratos, alimentos ricos em conservantes – salmoura (vira carcinogênico para a mucosa do estômago), deficiência de frutas frescas, vegetais e vitaminas A e C, falta de refrigeração. ❖ Baixo status socioeconômico; ❖ Cigarro. GENÉTICA ❖ Fatores genéticos: existe um componente genético, que aí é outro tipo de câncer. ❖ Grupo sanguíneo A: provavelmente por uma questão genética; difícil explicar o porquê. CONDIÇÕES PREDISPONENTES Condições que fazem parte do contínuo do desenvolvimento do câncer de estômago. ❖ Gastrite (principalmente a atrófica); ❖ Anemia perniciosa; ❖ Metaplasia gástrica; ❖ Pólipos; 2 Beatriz Machado de Almeida Neoplasias do TGI - Estômago e Câncer colorretal ❖ Displasia; ❖ Úlcera gástrica: Não é que a úlcera benigna vire o câncer, mas pacientes que tem úlcera podem ter os fatores de risco para ter o câncer gástrico. Ex. H. pylori, gastrite atrófica; Divisão histológica – Classificação de Lauren A classificação de Lauren é importante ser mencionada porque existem 2 tipos de câncer de estômago (lembrar que estamos falando do Adenocarcinoma). TIPO INTESTINAL ❖ Fatores de risco ambientais e dietéticos; ❖ Diferenças geográficas; ❖ Pacientes mais velhos; ❖ Inflamação (gastrite), metaplasia, displasia. A inflamação faz com que o epitélio da mucosa do estômago sofra um processo de metaplasia intestinal (por isso o nome). ❖ Declínio na incidência. ❖ É um tipo mais diferenciado. TIPO DIFUSO ❖ Menos frequente; ❖ Igual distribuição geográfica; ❖ Pacientes mais jovens: ❖ Pior prognóstico. ❖ Mais agressivo; menos diferenciado. ❖ Não tem a questão dos fatores de risco. Provavelmente tem um componente genético mais importante. Paralelo: todo mundo sabe que CA de pulmão se relaciona ao uso do cigarro, mas nem todo CA de pulmão é causado pelo cigarro, tendo aquelas raríssimas situações em que é genético. O mesmo ocorre com o CA de estômago, onde o tipo intestinal tem relação com os fatores de risco e o tipo difuso tem um componente genético. Lógica por trás do CA de estômago Mucosa gástrica normal entra em contato com o fator de risco (visto anteriormente) → gastrite (inflamação) – primeiro é superficial. Se tratar a H. pylori e melhorar a dieta, pode melhorar e ficar bem, mas se continuar com o fator de risco, a gastrite pode virar uma inflamação crônica. Vira uma inflamação crônica por conta da persistência dos fatores de risco e recrutamento de células inflamatórias (células de medula óssea, por exemplo). Em resumo, cria-se um microambiente inflamatório na mucosa do estômago, que evolui para uma gastrite atrófica (atrofia da mucosa do estômago). Essa gastrite gera muitas vezes uma proliferação/supercrescimento bacteriano, uma flora patológica que é encontrada quando o paciente continua com a dieta de fator de risco. Lembrar que o ácido clorídrico do estômago protege a gente do supercrescimento bacteriano. Na hora que a gente tem uma gastrite atrófica, não há a produção adequada de ácido clorídrico e essa ausência do ácido faz as bactérias crescerem. As bactérias patológicas pegam a dieta de fator de risco (salmoura, sal, nitrito e nitrato) e convertem essa dieta em agentes carcinogênicos, levando a mais inflamação ainda, que vai levar a uma metaplasia (conversão do epitélio saudável em epitélio patológico, ou seja, a mucosa gástrica vira uma mucosa intestinal). Na metaplasia, a célula ainda é saudável (digamos assim), mas está no lugar errado. Para surgir a displasia/mutações é daqui pra ali e, para surgir um carcinoma numa área de displasia, é fácil. É assim que o câncer de estômago na presença do fator de risco surge. Classificação – CA gástrico precoce x avançado O adenocarcinoma gástrico, uma vez que ele já existe, ele tem uma classificação muito importante, porque isso muda completamente o prognóstico desse paciente. 3 Beatriz Machado de Almeida Neoplasias do TGI - Estômago e Câncer colorretal Uma vez que ele vire carcinoma, ele vai crescendo e penetrando nas camadas da parede do estômago. ❖ O câncer gástrico precoce é aquele que só penetrou até a submucosa. O ideal é diagnosticar os pacientes nessa fase, porque eles podem ser tratados até só com endoscopia; é raro o diagnóstico, onde o objetivo é de impedir essa sequência de inflamação. Como a gente já consegue identificar os fatores de risco, é possível agir da dieta, na H. Pylori ... ❖ Passou da submucosa, já recebe o nome de câncer gástrico avançado e tem um prognóstico bem diferente do câncer gástrico precoce. Manifestações clínicas • CA precoce: ❖ Assintomático em 80% dos casos; não costuma dar clínica. Passa despercebido. ❖ Quando sintomático, clínica de DUP. ❖ É daí que vem algumas indicações de endoscopia. • CA avançado (além da submucosa): ❖ Nem sempre tem clínica; ❖ Perda de peso e dor abdominal. Lembrar que perda de peso sempre é um sinal de alarme para paciente com dor. • Outras apresentações: Náuseas, vômitos, anorexia, disfagia, melena, saciedade precoce; quando fala de hemorragia digestiva alta e baixa, câncer é uma das possibilidades, onde é necessário juntar a clínica. • Síndromes paraneoplásicas: são manifestações clínicas que o tumor pode dar e que não são relacionadas diretamente a presença do tumor. No caso do CA gástrico pode fazer manifestações dermatológicas (ex. acantose nigricans, dermatite seborreica), manifestações hematológicas (ex. trombofilia, anemia hemolítica autoimune). São manifestações muitas das vezes inespecíficas. Exame físico • Geralmente sem achados significativos; • Em fases avançadas o paciente pode vim com caquexia (síndromeconsumptiva), sinais de obstrução intestinal; • Massa palpável, ascite, hepatomegalia, edema de MMII; isso por conta da metástase. ❖ Metástases: às vezes podem ser percebidas em EF. ➢ Características marcantes/peculiares em exame físico, que chamam atenção, não apenas em câncer gástrico, mas em câncer do TGI. Fígado e peritônio: questão de drenagem venosa. Linfonodos periumbilicais (Sinal da Irmã Maria José); Linfonodos supraclaviculares esquerdos (Nódulo de Virchow): drenagem para ducto torácico. Fundo de saco de Douglas (Prateleira de Blumer); nodulações no fundo de saco de Douglas ao toque retal. Ovários (Tumor de Krukenberg). Metástase para linfonodos infra-axilares (Sinal de Irish) Sinal Maria José: freira que trabalhava nos primórdios da clínica Maio e era extremamente competente; Ela notou que os pacientes que tinham neoplasia intra- abdominal e que apresentam essa nodulação ao redor do umbigo (imagem 2), quando iam operar tinham um câncer muito avançado e não sobreviviam. Metástases para os linfonodos periumbilicais. Imagem 3: Metástase para linfonodos infra-axilares (Sinal de Irish); Imagem 4: Linfonodo de Virshow. Características dos cânceres intra-abdominais, não apenas o gástrico. 4 Beatriz Machado de Almeida Neoplasias do TGI - Estômago e Câncer colorretal Diagnóstico ENDOSCOPIA DIGESTIVA ALTA • Pacientes acima de 55 anos com dispepsia de início recente; • Pacientes com menos de 55 anos com dispepsia e sinais de alarme; • Pacientes nos quais terapia empírica com IBP (omeprazol) e erradicação de HP (H. Pylori) não melhora sintomas. ❖ Se preencher os critérios acima, pode ser CA. Obs. Aqui no Brasil a gente tem uma tendência a considerar uma idade um pouquinho menor (45 anos). A idade acima é referente a Gringolândia, EUA por exemplo, que tem uma incidência de câncer um pouco menor que a nossa. Existe papel para rastreamento? Ou seja, faz pra todo mundo como se faz no câncer colorretal e no câncer de mama, por exemplo? É uma pergunta difícil de responder. No Japão, pela incidência altíssima, faz a endoscopia pra todo mundo (anual às vezes). No Brasil, não! Porque aqui não tem uma incidência tão grande assim de câncer de estômago. É feita a endoscopia de rastreio quando se tem uma história familiar forte. Então, deve ser considerado individualmente. Depende da incidência populacional. No Brasil, a gente não tem uma incidência tão grande de CA de estômago para justificar isso. É mais uma questão de custo-benefício até. Imagem 1: Úlcera benigna; Imagem 2: Úlcera maligna. Dá pra ver que os aspectos são diferentes. Estadiamento • Sistema TNM: não vai cair na prova. ❖ T: penetração do tumor primário; ❖ N: Número de linfonodos acometidos; ❖ M: Metástases à distância. • Fundamental para decisões terapêuticas e avaliações de prognóstico; • USG endoscópica, RNM, TC. Pelo menos de abdome e pelve e de pulmão, para ver se tem metástases. A USG endoscópica é o melhor método para estadiamento na visualização da penetração do tumor primário através das camadas do órgão. A Ressonância e a Tomografia são utilizadas para ver metástases. A. Tumor em si; B. USG endoscópica mostrando o tumor (indicado pela seta) e as camadas livres do tumor, o que mostra que não há penetração. A sonda vai através da endoscopia e faz a avaliação. Tratamento CIRURGIA • Única opção curativa para carcinoma avançado; • Se o paciente chegar num ponto em que ele não tem mais como fazer a cirurgia, não tem mais como curar esse paciente. • Associar com outras terapias; • É muito comum se ouvir falar em quimioterapia coadjuvante: cirurgia + quimioterapia. Existe também a quimioterapia neoadjuvante: quimioterapia (antes – para reduzir o tamanho do tumor) + cirurgia + quimioterapia depois. Radioterapia. No caso, eles combinam técnicas para melhorar a sobrevida do paciente. RESSECÇÃO ENDOSCÓPICA PARA CA PRECOCE • Se conseguir diagnosticar o paciente na fase do CA precoce. • Só é possível naquelas situações em que foi feita a triagem ou quando o paciente dá sorte mesmo (sintomas semelhantes a DUP → diagnóstico precoce). 5 Beatriz Machado de Almeida Neoplasias do TGI - Estômago e Câncer colorretal Adenocarcinoma Colorretal • Quarta causa mais comum de câncer: é mais comum do que o câncer de estômago. ❖ Terceiro em mortalidade. • Sobrevida em 5 anos de aproximadamente 90%: ❖ Se diagnosticado precocemente; ❖ Menos de 40% de diagnóstico precoce. ❖ O CA colorretal tem triagem universal, o que é muito estranho quando menos de 40% tem esse diagnóstico de forma precoce. Qual será o motivo? A triagem não tá funcionando? • Conhecimento sobre a progressão da fisiopatologia da doença: É um dos poucos cânceres que a gente entende a fisiopatologia. Incidência por 100.000 habitantes: O Brasil está no meio do caminho! Nem tão bom e nem tão ruim. Incidência por idade: é raro antes dos 40 anos. A incidência vai subindo junto com a idade. Fatores de risco • Sexo e idade: quanto mais velho, maior o risco. Homens tem um pouco mais do que mulheres. • Presença de adenomas: pólipos adenomatosos, tumor benigno. • História familiar; • Doença inflamatória intestinal: Doença de Crohn, Retocolite Ulcerativa. • Dieta: Consumo de carne vermelha (questão de briga – não há consenso. Bife) e consumo de carne vermelha processada (menos polêmico, pois há consenso de que realmente é fator de risco. Salsicha, presunto, bacon). • Álcool e tabaco; • Obesidade e resistência à insulina; • Síndromes genéticas (com ou sem polipose). Ex: Síndrome da polipose familiar (diversos pólipos no intestino), Síndrome de Lynch (o paciente tem uma tendência genética à vários cânceres). Quando o paciente tem essas síndromes, o rastreio tem que começar muito mais cedo. Fisiopatologia • Sequência de eventos nos quais o paciente começa a acumular mutações. • Acúmulo de alterações genéticas; • Alteração da regulação do ciclo de proliferação celular normal: isso gera eventualmente o câncer. • Acúmulo de problemas; É como se fosse uma bola de neve, uma avalanche. Muitas dessas alterações a gente já sabe quais são, assim como as suas consequências. É possível dosar a mutação, ou seja, saber que o indivíduo tem. O paciente sai de um cólon normal e tem algumas dessas mutações (APC, hMSH2, hMLH1) que é a chave. No paciente que tem os fatores de risco, algumas mutações são induzidas por eles. O indivíduo que tem as síndromes genéticas nasce com as mutações. Anos se passam ... e surgem alterações na mucosa. Se o paciente continua com os fatores de risco, ele tem mais mutações, que vão sendo acumuladas, levando ao surgimento de adenomas, pólipos. Então, se continua com os fatores de risco, tem mais mutação, surgindo o câncer. Se continua com os FR, acumula mais mutações e o câncer vai mutando. 6 Beatriz Machado de Almeida Neoplasias do TGI - Estômago e Câncer colorretal Depende de que mutações nós estamos falando. Pra se formar um tumor benigno (Ex. pólipo, adenoma), pra sair de uma mucosa com mutação e surgir um desses, demora décadas. Pra sair de um pólipo para um carcinoma, demora alguns anos. Agora, pro carcinoma ter metástase leva de meses a anos. Ou seja, o paciente leva décadas para uma mucosa com mutação virar um tumor benigno, anos para um tumor benigno virar um câncer, meses a poucos anos para um câncer adquirir metástase. Mesmo um câncer pode ter crescimento lento e levar até 5 anos pra metastatizar. História natural Surgem lesões epiteliais mucosas (glândula ou pólipo adenomatoso) → Invasão muscular da mucosa → Invasão linfática vascular → Metástases. • Longos períodos de crescimento silencioso; • Pode levar anos para uma lesão benigna virar câncer (17 anos); • Um câncerpode levar 2 anos para adquirir capacidade de metastatizar. Tem triagem para o CA Colorretal porque dá tempo fazer alguma coisa a respeito. Manifestações clínicas • Crescimento lento. Presente por anos antes dos sintomas. Não pode esperar manifestação clínica para fazer alguma coisa a respeito. É preciso triar. • Tumores de cólon direito: O cólon direito tem um calibre maior do que o cólon esquerdo e, por isso, os tumores crescem mais. Tem mais espaço pra crescer, antes de obstruir. ❖ Sangue oculto nas fezes; ❖ Síndrome anêmica (fadiga, dispneia, angina); ❖ Hemorragia digestiva baixa; ❖ Desconforto abdominal, massa palpável; ❖ Obstrução – raro em tumores de cólon proximal. • Tumores de cólon esquerdo: ❖ Menor diâmetro – obstrução; ❖ Cólica, mudança do ritmo intestinal; ❖ Hematoquezia; ❖ Tenesmo. ❖ Dão mais sintomas por obstrução e por mudança do aspecto das fezes. A imagem mostra a incidência de acometimento. Metástases • Cerca de 20% tem metástases ao diagnóstico; • Nódulos linfáticos; • Fígado; • Pulmão; • Peritônio, Isso por causa da drenagem venosa íleo-linfática. Fígado e pulmão principalmente. Diagnóstico • Colonoscopia: Melhor acurácia e versatilidade para diagnóstico. • Tumores de cólon direito, tumores síncronos. 7 Beatriz Machado de Almeida Neoplasias do TGI - Estômago e Câncer colorretal Ao suspeitar de câncer de cólon, o melhor exame é colonoscopia, até porque, para ver tumor de cólon direito precisa-se da colonoscopia. Mesmo que ache o tumor no cólon esquerdo, é interessante completar o exame, pois, o paciente pode ter tumores síncronos, que é quando o paciente tem dois tumores ao mesmo tempo. Então, mesmo que faça uma sigmoidoscopia flexível, que só pega reto e cólon sigmoide, se achar um tumor no sigmoide, não quer dizer que o paciente não tenha tumor também no cólon direito, por isso é importante completar o exame. É importante completar com colono pra chegar até o cólon, até o ceco. Se a suspeita é câncer de cólon → Fazer colonoscopia!!! Nas imagens acima mostra alguns aspectos de um adenocarcinoma de cólon. DIAGNÓSTICO DE CASOS INDIVIDUAIS X TRIAGEM POPULACIONAL ❖ Pacientes sintomáticos X população assintomática: ➢ Suspeita em paciente sintomático → colonoscopia; ➢ População assintomática → definir estratégia para triagem. Para câncer de cólon, a gente faz triagem na população assintomática. Não precisa necessariamente ser a colono. ESTRATÉGIAS PARA TRIAGEM ❖ Determinar o risco individual – Ex: pacientes com síndromes genéticas, história familiar forte (paciente que o pai teve câncer de cólon aos 40 anos). Nessa situação, o paciente é de alto risco e vai começar a triagem muito mais cedo. Pacientes entre 50 e 75 anos: Pessoa da população que tem um risco baixo/médio - Pessoas que não tem risco aumentado de câncer de cólon iniciaram a triagem nessa faixa etária. Acima dessa idade, a escolha é individual (Ex. paciente com 80 anos). ❖ Escolher exame de triagem; ❖ Determinar a frequência. Triagem – opções • Colonoscopia: a cada 10 anos. Se vier normal, repete a cada 10 anos, porque o tempo de crescimento do tumor é lento; • Colonografia (colonoscopia virtual): é uma tomografia que você reconstrói a imagem depois: a cada 5 anos; • Sigmoidoscopia flexível: a cada 5 anos. Se optar por fazer a sigmoidoscopia, avalie associar exame de fezes; • Teste imunoquímico fecal: anualmente; procura sangue nas fezes. • Sangue oculto nas fezes (teste do guaiacol- muda de cor na presença de sangue) – anualmente; • Exame de DNA nas fezes: a cada 3 anos. O médico deve escolher o teste e respeitar a frequência. O importante é fazer a triagem! É OBRIGATÓRIO! Exemplo: se o paciente chega com um pólipo, deve-se fazer a polipectomia e ver qual é o tipo de pólipo. A depender do que vier nesse pólipo, reduz a frequência nos anos da colonoscopia, repete a cada 2-3 anos. Imagem: mostra uma colonoscopia virtual. Na imagem da esquerda circulado em vermelho é fezes. Na imagem da direita a seta aponta para um pólipo. Quanto maior o número de pólipos, maior é o risco para câncer. Tem que reduzir a frequência do exame, podendo necessitar até fazer de ano em ano. 8 Beatriz Machado de Almeida Neoplasias do TGI - Estômago e Câncer colorretal Se achar um pólipo na colonoscopia virtual, precisa fazer uma colonoscopia de verdade. Só se faz a colonoscopia virtual quando o paciente não tem condições de fazer o outro exame. Se achar um câncer, precisa-se fazer o estadiamento. Estadiamento • TNM; • Exame físico detalhado; • TC de abdome e pelve; • TC de tórax. Na imagem acima mostra uma tomografia de abdome de um paciente com várias metástases hepáticas. Provavelmente esse caso não tem opções curativas. Tratamento São tipos de tratamentos que podem ser combinados. • Cirurgia: opção curativa; • Quimioterapia: adjuvante (faz depois da cirurgia) ou neoadjuvante (faz antes da cirurgia) • Ressecção de metástases hepáticas; • Imunoterapia (terapia alvo - vai agir na causa da mutação/tumor); é incrível! • Radioterapia. Metástase hepática e pulmonar nem sempre tem o pior prognóstico (não significa caixão e vela). A depender do número de metástases, é possível fazer ressecções. É claro que não pode ser muita metástase. Obs: Se um paciente é diagnosticado com H. pylori e úlcera benigna, não será essa úlcera que vai virar o câncer. A presença do H. pylori que faz com que a pessoa tenha o risco de desenvolver o câncer. Não é porque ele tem úlcera benigna que tem risco aumentado para câncer, o risco é por ter H. pylori.
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