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DIREITO PENAL
PROF: LEONARDO BARRETO
PRINCÍPIOS
PRINCÍPIO DA INTERVENÇÃO MÍNIMA
Base de uma visão do DP: DP mínimo, que se desdobra em:
(1) FRAGMENTARIEDADE. Somente os bens jurídicos mais importantes devem ser protegidos. Só os ataques mais intoleráveis devem ser incriminados. 
(i) Quando o ataque for insignificante, nós aplicamos o PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA ou DA BAGATELA. HC 84.412, no qual o STF decidiu que esse princípio AFASTA A TIPICIDADE.
(ii) PRINCÍPIO DA ADEQUAÇÃO SOCIAL: aquilo que todo mundo aceita está fora do DP. Exemplo: furar orelha da criança. Alguma mãe já foi processada por furar a orelha da filha? Não, socialmente aceitável. 
(2) SUBSIDIARIEDADE. DP é o último instrumento que deve ser utilizado para proteger bens jurídicos, ultima ratio. Não preciso incriminar danos culposos.
Não confundir MINIMALISMO com GARANTISMO, sendo dois movimentos complementares, mas distintos. Garantismo é o movimento que na atualidade é sustentado por Ferrajoli, “Direito e Razão”, donde derivam dez axiomas:
(i) Não há pena sem crime.
(ii) Não há crime sem lei.
(iii) Não há lei penal sem necessidade.
(iv) Não há necessidade sem ofensa ao bem jurídico.
(v) Não há ofensa ao bem jurídico sem conduta.
(vi) Não há conduta sem culpabilidade.
(vii) Não há culpabilidade sem processo penal.
(viii) Não existe processo sem acusação.
(ix) Não há acusação sem provas.
(x) Não há provas sem defesa.
PRINCÍPIO DA RESPONSABILIDADE PESSOAL. 
Exige ser humano de carne e osso. Não existe responsabilidade coletiva no DP. Tampouco responsabilidade penal societária. Dentro de uma sociedade, só responde pelo crime o responsável pelo fato. Também não há responsabilidade familiar. Apesar disso, ainda há problemas.
HC 18.206, caso do juiz Nicolau. Esposa do juiz denunciada como co-autora. STJ entendeu que não se pode processar a esposa pelo simples fato de ser esposa e saber de tudo.
E responsabilidade penal da PJ? A CF prevê duas hipóteses: (i) econômico e (ii) ambiental; por ora, só regulamentado por lei ambiental. É realmente PENAL? O DP foi estruturado para incidir sobre pessoa física. Problemas. Doutrina majoritária diz que não se trata de DP mas sancionadora ou administrativa. STJ, REsp 564.960 disse que é, no entanto, responsabilidade penal.
TEORIA DA DUPLA IMPUTAÇÃO. Necessário processar criminalmente a PF que praticou o crime ambiental e, quando couber, a PJ. Essa doutrina foi aceita pelo STJ. 
CUIDADO!!!!!! A TEORIA DA DUPLA IMPUTAÇÃO NA VERDADE MENCIONA QUE A PESSOA JURÍDICA PODE SER RESPONSABILIZADA, PORÉM PREDOMINA NA DOUTRINA O ENTENDIMENTO QUE NÃO PODE PRATICAR CRIME, POIS NÃO POSSUI CONDUTA FERINDO DESSA FORMA OS PRINCÍPIOS ACIMA MENCIONADOS.
OBS: PORÉM A BANCA CESPE, BEM COMO AS OUTRAS BANCAS COMO ESAF, FCC E ETC ABORDAM A QUESTÃO MENCIONANDO QUE A PESSOA JURÍDICA PRATICA CRIME E A RESPONSABILIDADE É DE ACORDO COM A TEROIA DA DUPLA IMPUTAÇÃO, ENTÃO O CUIDADO ACIMA MENCIONADO SERVE PRA PROVAS DISCURSSIVAS. 
RESPONSABILIDADE POR RICOCHETE ou DE EMPRÉSTIMO.
Pode haver responsabilização penal de pessoa jurídica de direito público? Doutrina: lei não distingue, logo é possível. STJ sinalizou no REsp 564.960 que não é possível.
OBS: VALE A PENA LEMBRAR QUE TAL ASSUNTO É EXTREMAMENTE CONTROVERTIDO, POIS É DIFÍCIL VISUALIZAR QUAL TIPO DE MEDIDA DE PUNIÇÃO SERÁ FEITA, COM ISSO SERIA O ESTADO PUNINDO O PRÓPRIO ESTADO COMO POR EXEMPLO: O ESTADO PAGANDO UMA MULTA PARA SI PRÓPRIO, PAGANDO PENAS ALTERNATIVAS E POR ÚLTIMO DEIXANDO, DE CONTRATAR COM O PRÓPRIO SERVIÇO PÚBLICO, GERANDO DESSA FORMA UM RETROCESSO PARA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.
PRINCÍPIO DA RESPONSABILIDADE SUBJETIVA. 
Em DP só se pune o agente que agiu com dolo ou culpa. Não existe a responsabilidade objetiva. Quem se envolve num fato, sem dolo ou culpa, não pode ser responsabilizado. Exemplo: motorista, dirigindo carro novo que tem barra de direção quebrada, causa acidente. Não há culpa, nenhum dever foi descumprido, nem dolo CONSTITUINDO UM ACIDENTE.
PRINCÍPIO DA CULPABILIDADE.
 O agente do fato só pode ser reprovado (culpado) penalmente quando (i) tinha capacidade de se motivar de acordo com a norma e (ii) podia agir de maneira diversa e não agiu. Uma criança com quatro anos de idade entende o que está fazendo? Mas policial prendeu menininha em flagrante por infração!
PRINCÍPIO DA IGUALDADE
(i) TEORIA PARITÁRIA. Lei não pode distinguir pessoas em situações em abstrato. Foi a primeira teoria, Revolução Francesa.
(ii) TEORIA VALORATIVA. Lei pode fazer distinções desde que justificadas. Quando não justificadas, discriminação. Exemplo: mãe tem direito a 120 dias de licença maternidade enquanto pai, apenas cinco. Mas diferença justifica-se. Ex.: questão da altura em edital para policiais. STF já se manifestou, dizendo que quando a natureza da função exige porte físico, trata-se de uma distinção razoável. Exemplo: lei dos juizados federais apreciava casos de ofensas de menor potencial ofensivo de até dois anos, mas juizados estaduais exigiam um ano; não havia razão para a discriminação e STJ decidiu nesse sentido.
PRINCÍPIOS RELACIONADOS À PENA
PRINCÍPIO DA PROIBIÇÃO DA PENA INDIGNA. 
CF proíbe uma série de penas. Exemplo: juíza que condenou advogado a trabalhar como lixeiro. LEP exige que pena respeite formação do condenado. STJ cassou.
PRINCÍPIO DA HUMANIDADE DAS PENAS.
 Beccaria foi o grande defensor.
PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE. 
Cinco corolários:
(1) NECESSIDADE DA PENA. Entendimento encampado pelo CP: 59. Doutrina: Roxin, para quem a pena tem dois fundamentos: (a) culpabilidade e (b) necessidade concreta da pena. Quando a pena for desnecessária, o juiz não deve impô-la. Exemplo: perdão judicial de pai que mata filho em acidente de trânsito, porque já foi punido, houve pena natural. IRRELEVÂNCIA PENAL DO FATO. Aqui, o fato é importante inicialmente, mas depois se torna irrelevante. TRF4, descaminho e sonegação de imposto de R$1.000,00. Como limite da insignificância para o TRF4 era R$100,00, não podia aplicar esse princípio; adotou então esse outro princípio.
(2) PRINCÍPIO DA INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA. Três momentos:
(a) COMINAÇÃO. Individualizada pelo legislador.
(b) APLICAÇÃO. Individualizada pelo juiz.
(c) EXECUÇÃO. Individualizada pelo juiz da execução e pelos agentes penitenciários. 
HC 82.959, STF reconheceu inconstitucionalidade da lei dos crimes hediondos no tocante à proibição do progresso do regime de cumprimento. Voto de Gilmar Mendes: decisivo. Lei nova, 11.464.
(3) PRINCÍPIO DA PERSONALIDADE DA PENA. Pena não pode passar pessoa do apenado. Com aplicação de pena, efetivamente várias pessoas sofrem; o que se quer dizer é que, pai culpado, pai paga, não filho. Com a morte do pai, impossibilidade de aplicação de pena. Quando pai sofre pena, herdeiros sofrem (i) PERDIMENTO DE BENS e (ii) INDENIZAÇÃO CIVIL, nos limites da herança. Pena de multa passa para herdeiros? NÃO, porque a própria CF só excepciona esses dois casos mencionados, legalidade.
Princípio da Intranscedência – Menciona que a pena não passará da pessoa do apenado / condenado, salvo a reparação do dano que não excederá o limite do patrimônio herdado. É um princípio constitucional previsto no artigo 5º, XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido; 
(4) PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE EM SENTIDO ESTRITO. Proporcionalidade entre pena e crime. Crime culposo com dobro de pena do doloso. Exemplo: beijo lascivo (com sentido sexual, contra a vontade), pena de reclusão de 6 anos. Igual homicídio!, PENA DO CRIME DE DISPARO ILEGAL DE ARMA DE FOGO DE 2 A 4 ANOS E A LESÃO CORPORAL LEVE DE 6 MESES A 1 ANO, DESSA FORMA É MELHOR ATINGIR ALGUÉM DO QUE DISPARA PARA O ALTO.
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
Desse princípio, retiramos quatro princípios: (i) não há crime sem lei, (ii) não há pena sem crime; (iii) legalidade de processo (processo deve estar previsto por lei); (iv)legalidade execucional.
LEGALIDADE PENAL E CRIMINAL
Quem historicamente sustentou a legalidade penal e criminal? Os iluministas, dos quais Beccaria (“Dos Delitos e das Penas”, 1764) e Feuerbach (código da Baviera em 1813), a quem se deve o “nullum crimen, nullum poena sine legem”.
Constitucionalização do princípio: CF: 5º, XXXIX (“não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal”). Cláusula pétrea. 
Não há apenas as quatro garantias clássicas decorrentes da legalidade, mesmas desde von Lizt (lex scripta, lex certa, lex stricta, lex praevia). 
LEX SCRIPTA. Lei escrita e regularmente publicada no Diário Oficial.
(1) LEX POPULI. Lei deve ser aprovada pelo Parlamento. Já houve 9.639/98, art. 11, par. único. O caput deu anistia para crimes previdenciários por autoridades municipais. O parágrafo único estendia a anistia a todos cidadãos restantes, a despeito de inexistir aprovação pelo Parlamento. Mas como lei benéf.ica, mesmo que por um único dia, juízes federais foram extinguindo ações, e demorou dois anos para o STF tomar posição (HC 77.724 do STF).
(2) LEX CERTA ou princípio da certeza. Proibidas leis vagas.
(3) LEX CLARA. Lei inteligível, compreensível.
(4) LEX DETERMINATA. A lei deve descrever fatos passíveis de comprovação.
(5) LEX RATIONABILIS. Lei razoável. Punir beijo lascivo com pena de até seis anos: não é razoável.
(6) LEX STRICTA. Não cabe analogia contra o réu em direito penal. Favorável pode. Exemplo: cola eletrônica. Inicialmente, denunciado como estelionato, mas não coube no tipo. Não havendo tipificação, não poderia ser apenado.
(7) LEX PRAEVIA. Princípio da anterioridade. 
Um nono princípio vale para o CRIME: NULLA LEX SINE INIURIA, “não há lei sem ofensa”, a regra incriminadora deve conter verbo que indique comportamento ofensivo. “Crime de manipulação de remédio”: absurdo!
1) Princípio da Legalidade – É um princípio constitucional e está previsto no artigo 1º do Código Penal, bem côo no artigo 5º, xxxix, mencionando que não existe crime sem lei anterior que o defina nem pena sem prévia cominação legal.
* Este princípio menciona que somente algumas leis poderão tratar matéria de direito penal. 
Ex.: Princípio da Reserva legal - Leis Ordinárias e Leis Complementares, uma vez que essas leis sofrem aprovação rígida pelo Congresso Nacional, sendo assim não poderão tratar de matéria penal as leis delegadas, resoluções, decretos legislativos e medida provisória.
Legalidade X Norma Penal em Branco
a) Própria Anvisa (Poder Executivo) Drogas
b) Imprópria 
 
Induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento
Código Penal – Art. 236 - Contrair casamento, induzindo em erro essencial o outro contraente, ou ocultando-lhe impedimento que não seja casamento anterior:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
Parágrafo único - A ação penal depende de queixa do contraente enganado e não pode ser intentada senão depois de transitar em julgado a sentença que, por motivo de erro ou impedimento, anule o casamento.
Funcionário público
Código Penal - Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.
1.Princípio da Insignificância - estabelece que o Direito Penal somente se preocupa com os bens jurídicos relevantes ou significantes dessa forma quando se tratar de bens jurídicos insignificantes estaremos diante de um fato atípico, tal princípio é decorrente da tipicidade material oriunda da tipicidade penal conglobante.
Garantismo Penal – O Direito Penal deve ser interpretado à luz da Constituição Federal, na qual todos os direitos e garantias inerentes ao cidadão trazidos pela Norma Suprema devem ser respeitados e garantidos ao se interpretar o Direito Penal. 
Não se admite reincidência (condenação transitada em julgada) no Princípio da Insignificância.
Obs1.: Não se admite o Princípio da Insignificância no Tráfico de Drogas.
Obs2.: Não se admite o Princípio da Insignificância em crimes com violência ou grave a ameaça.
Obs3.: Não se admite o Princípio da Insignificância em crimes contra a fé pública.
Obs4.: Admite-se o Princípio da Insignificância no crime de usuários de drogas.
Obs5.: Admite-se o Princípio da Insignificância nos crimes ambientais.
2.Princípio da Irretroatividade da Lei Penal – 
Constituição Federal – art. 5º, XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;
A lei penal retroagirá apenas em favor do réu, In bonan Partem.
Extra-atividade – gênero
Retroatividade – A lei somente será retroativa quando for em favor do réu. Quando a lei posterior for mais benéfica em favor do réu, ela retroagirá.
Ultra-atividade – Ocorre quando a lei mesmo revogada mantém os seus efeitos há sua época. Quando a lei posterior for mais gravosa do que a antiga que já está revogada, ocorre a ultra-atividade da lei penal.
Lei 8.072/90 - Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e o terrorismo são insuscetíveis de:
§ 1º A pena por crime previsto neste artigo será cumprida integralmente em regime fechado.
Lei 11.464 /07 - § 1o  A pena por crime previsto neste artigo será cumprida inicialmente em regime fechado. 
A lei 11.464/07 permitiu a progressão de regime com o valor da progressão genérica do Código Penal de 1/6 para a progressão para os réus presos a época da lei.
Obs.: Leis Temporárias ou Excepcionais - são aquelas leis que possuem a sua eficácia naquele determinado tempo pré-estabelecido ou durante a condição excepcional.
Lei penal no tempo
Código Penal - Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
ATENÇÃO!!!
Abolitio Criminis x Continuidade Normativa Típica
Abolitio Criminis é a Exclusão do tipo penal formal e material
Formal retira o conceito da lei, através de uma revogação.
Material retira o conteúdo da lei.
Continuidade Normativa Típica retira apenas o conceito formal do crime, o conceito material permanece, porém em outro tipo penal.
O legislador revogou o artigo sobre atentado violento ao Pudor, porém inclui-lo na conduta de estupro.
Estupro 
Código Penal - Art. 213.  Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso: 
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos. 
Lei excepcional ou temporária (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
CP - Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
	
A lei temporária será aplicada mesmo que a condenação seja após o momento de sua vigência, mas é necessário que o crime tenha sido praticado no momento da vigência da lei, pois isso é o que caracterizará a aplicação da lei temporal. 
Obs1.: De acordo com a doutrina majoritária as leis temporárias são constitucionais devendo ser aplicadas durante o crime cometido no seu tempo pré-estabelecido ou durante a condição excepcional.
Obs2.: Doutrina Minoritária adotada por Nilo Baptista e Raul Zafarone entende que a lei é inconstitucional tendo em vista que afronta o Princípio da Retroativa da lei Penal para beneficiar o Réu, conceito esse constitucional, dessa forma o art. 3º do CP não foi recepcionado pela Constituição Federal de 1988.
IMPORTANTE!!!
Prova Polícia Federal – deverá ser adotada:
Obs1.:Uma vez que se trata de conceito Constitucional visto como exceção ao princípio da Retroatividade de Lei Benéfica.
Tempo do Crime
Código Penal - Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momentoda ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
Considera-se praticado o crime no momento da ação e da omissão ainda que outro seja o momento do resultado.
Teoria da Atividade – momento da ação ou omissão ainda que outro seja o momento do resultado.
Obs.: Maior / Menor de idade
Exceção: Crimes Permanentes ou crimes continuados (o flagrante se prolonga no tempo)
IMPORTANTE!!!
Durante os crimes permanentes não se aplica absolutamente a regra do artigo 4º do Código Penal, trata-se de exceção a regra. Uma vez que se o menos completar a maioridade durante o tempo do crime permanente ele responderá pelo crime.
Obs.: Nos crimes permanentes o momento do flagrante se prolonga no tempo.
IMPORTANTE!!!
Súmula 711 do STF – A LEI PENAL MAIS GRAVE APLICA-SE AO CRIME CONTINUADO OU AO CRIME PERMANENTE, SE A SUA VIGÊNCIA É ANTERIOR À CESSAÇÃO DA CONTINUIDADE OU DA PERMANÊNCIA.
Nos crimes continuados ou permanentes enquanto existir a permanência e a continuidade do crime poderá ser aplicada a lei do momento da prisão ainda que essa lei seja mais grave.
Lugar do crime (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
 
Lugar do crime (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
Código Penal - Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
Considera-se praticado o crime no momento da ação ou da omissão bem como onde se produziu ou se deveria produzir o resultado.
Teoria da Ubiquidade Ambos são competentes para o julgamento do crime, tanto o lugar da ação ou omissão quanto o lugar do resultado.
PRINCÍPIO DA TERRITORIALIDADE
CP: 5º, “Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional”: tal princípio da territorialidade, de acordo com o qual todo crime ocorrido no território brasileiro é regido pela lei brasileira.
ABRANGÊNCIA DO PRINCÍPIO DA TERRITORIALIDADE.
 Esse princípio é absoluto? Não, o próprio artigo indica-o, por abrir exceção às regras do DI: fenômeno da INTRATERRITORIALIDADE (crime ocorre no Brasil, mas não incide lei brasileira). Quais crimes excepcionalmente não se regem pela lei brasileira?
(1) IMUNIDADE DIPLOMÁTICA.
(2) TPI, se crime for para o TPI, não se aplica a lei brasileira, mas o tratado de Roma. Lembrar que competência subsidiária. 
“TERRITÓRIO NACIONAL” abarca quatro coisas: (i) solo; (ii) águas internas; (iii) mar (12 milhas marítimas ou 22 km); e (iv) ar. O que é ZONA CONTÍGUA? São as outras doze milhas, que podem ser exploradas para fins comerciais, mas já é alto-mar. O que COLUNA ATMOSFÉRICA? Espaço aéreo sobre o qual o Brasil exerce sua soberania. Onde acaba? Espaço cósmico, onde nenhuma soberania é exercida.
§ 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
§ 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em vôo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
Os parágrafos do art. 5º estendem o território brasileiro para EMBARCAÇÕES e AERONAVES:
(1) Brasileiras a serviço do governo ou de natureza pública; OU
(2) Brasileiras privadas, no espaço aéreo brasileiro ou no alto-mar (princípio da BANDEIRA). Se embarcação em mar territorial estrangeiro, o outro país rege a relação.
PRINCÍPIO DA REPRESENTAÇÃO: se país local dos fatos não se interessar pelo processamento do fato, Brasil pode representar o país.
EXTRATERRITORIALIDADE. Se houver um crime numa embarcação ou aeronave estrangeira privada passando pelo Brasil, caberá ao Brasil processá-lo. Exemplo do barco abortador holandês (na Holanda, aborto é permitido) que ancorou no alto-mar, a 22 km da costa brasileira.
CONSIDERAÇÕES:
Código Penal - Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
§ 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
§ 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em vôo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
Embarcações
· Públicas ou a Serviço Público
Aeronaves
· Em alto mar;
· Em solo brasileiro;
· Ancorada em espaço estrangeiro.
A lei a ser aplicada é a brasileira. É o Princípio da Bandeira
Embarcações
· Privada
Aeronaves
· Em alto mar;
· Em solo brasileiro;
· A lei a ser aplicada é a brasileira. 
· Ancorada em espaço estrangeiro.
· A lei a ser aplicada é a estrangeira
Imunidades Absolutas
Ex.: Diplomatas ou Chefes de Estado e sua família
Obs.: Lei do país
Cônsul (Imunidade Relativa)
Obs.: Somente nos crimes em razão da função
A teoria adotada no Brasil é a territorialidade Temperada.
TPI Tribunal Penal Internacional
Imunidades
Questão de prova
1) Crime Praticado no Brasil
Lei brasileira art. 5º CP
2) Crime praticado no estrangeiro
Lei estrangeira – art. 7º CP
3) Crime Praticado no Brasil
Lei Estrangeira – Princípio da Intraterritorialidade
Ex.: Diplomatas
EXCEÇÕES AO PRINCÍPIO DA TERRITORIALIDADE:
(1) PRINCÍPIO DA LIVRE PASSAGEM: princípio do direito internacional marítimo, segundo o qual a embarcação ou aeronave estrangeira privada não precisa de autorização para passagem pelo Brasil; se durante essa ocorrer algum crime dentro da embarcação ou aeronave e tal crime, não afeta interesses nacionais, o Brasil pode deixar de punir.
(2) Embarcações e aeronaves públicas e estrangeiras: não incide a lei brasileira. 
(3) Embaixadas estrangeiras no Brasil: para fins penais, território da embaixada é Brasil e se aplica lei brasileira, salvo se autor do crime goza de imunidade diplomática. Para fins processuais, precisa de carta rogatória. Lembre-se que embaixada brasileira no estrangeiro é território estrangeiro.
CRIME À DISTÂNCIA: é o crime que envolve apenas DOIS países.[Quando crime envolve duas comarcas, CRIME PLURILOCAL.
PRINCÍPIO DA EXTRATERRITORIALIDADE, opõe-se ao da intraterritorialidade (direito brasileiro não se aplica em seu próprio território). 
Extraterritorialidade (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
Código Penal - Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
I - os crimes: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
Ex.: Homicídio, seqüestro.
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
c) contraa administração pública, por quem está a seu serviço; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
Ex.: O genocídio que é um crime contra a Humanidade, considerado hediondo e possui a competência da Justiça Federal.
Aplica-se ao genocídio o Princípio Universal TPI.
II - os crimes:  (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
b) praticados por brasileiro; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
Estrangeiro
c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
§ 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro.(Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
§ 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes condições: (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
Essas são as condições cumulativas.
Importante: O parágrafo segundo menciona que os crimes previstos no inciso segundo estarão sujeitos a condições cumulativas.
a) entrar o agente no território nacional; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
§ 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no parágrafo anterior: (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
a) não foi pedida ou foi negada a extradição; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
b) houve requisição do Ministro da Justiça. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
Será ainda paliçada a lei brasileira nos crimes praticados por estrangeiros contra brasileiro desde que sejam aplicadas as condições do parágrafo segundo.
CONSIDERAÇÕES: A EXTRATERRITORIALIDADE PENAL PODE SER:
(1) INCONDICIONADA: caracterizada pela aplicação independentemente de qualquer outra circunstância. Exemplo: atentado contra o Lula. Nos casos dos incisos I, “a”, “b” e “c” (“Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: I - os crimes: a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público; c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço;”), aplica-se o princípio da DEFESA ou REAL ou DE PROTEÇÃO.
CP: 7º, I, “d” (“de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil”), trata do princípio da JUSTIÇA UNIVERSAL, bem como o CP: 7º, II, “a” (“que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir”).
(2) CONDICIONADA. “Condicionada” porque precisa cumprir com cinco condições: “a) entrar o agente no território nacional; b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição; d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena; e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável”.
NE BIS IN IDEM: (i) ninguém pode ser processado duas vezes pelo mesmo crime; (ii) condenado duas vezes; (iii) executados duas vezes. O CP: 8º traz uma exceção importante: EXTRATERRITORIALIDADE. 
Art. 8º - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas.  (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
PENAS HOMOGÊNEAS: cinco anos cumpridos em um país leva a desconto da pena em outro. PENAS HETEROGÊNEAS: multa e prisão, como faz? Aplico equidade. DESSA FORMA, VALE A PENA LEMBRAR;
Filme “Risco Duplo”: esposa condenada pelo assassinato do marido, que na verdade vivo; como não poderá ser condenada duas vezes pelo mesmo crime, ela assassina o marido. O que fazer? Prisão injusta dá crédito para o futuro? Existe crédito de pena no Brasil? NÃO. Mas para crimes pretéritos, pena cumprida pode valer, porque não estimula novos crimes. Contra erro judicial, necessária REVISÃO, podendo o Réu ou mesmo o MP fazê-lo. Anulado o primeiro julgamento, a pessoa pode ser processada pela segunda vez, pelo homicídio efetivo. Desta vez, o tempo de prisão será cumprido totalmente. Pelos anos de prisão, cabe indenização do Estado.
SENTENÇA PENAL ESTRANGEIRA pode ser executada no Brasil? SIM, mediante homologação, desde que trate de (i) indenização civil ou (ii) medida de segurança, nos termos do CP:9º.
Art. 9º - A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira produz na espécie as mesmas conseqüências, pode ser homologada no Brasil para: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        I - obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e a outros efeitos civis;   (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        II - sujeitá-lo a medida de segurança.(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
EXECUÇÃO NO ESTRANGEIRO. A execução de pena em outro país pode ser feita, a partir de acordos bilaterais do Brasil com outros Estados, que prevêem a troca de presos. 
EXTRADIÇÃO: entrega de uma pessoa a outro país, a pedido desse país; envolve dois países soberanos.
ENTREGA E EXTRADIÇÃO. Quais as diferenças entre extradição e entrega?
(1) A entrega, regulamentada pelo Tratado de Roma, consiste na entrega do criminoso pelo Brasil a órgão internacional, não a Estado soberano, como extradição.
(2) Brasileiro pode ser entregue ao TPI, mas brasileiro não pode ser extraditado, com exceção de naturalizado que cometeu crime antes da naturalização ou que cometeu crime de tráfico de drogas. EUA vêm pedindo extradição de Fernandinho Beira-Mar: impossível, porque brasileiro nato. Estrangeiro pode ser extraditado, salvo se por crime de opinião (crimes em que há abuso da liberdade de expressão) ou político.
Parágrafo único - A homologação depende: (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
a) para os efeitos previstos no inciso I, de pedido da parte interessada; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
b) para os outros efeitos, da existência de tratado de extradição com o país de cuja autoridade judiciária emanou a sentença, ou, na falta de tratado, de requisição do Ministro da Justiça. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
ESTRANGEIRO COM FILHO BRASILEIRO pode ser extraditado? Estrangeiro com mulher brasileira pode? Súmula 1 do STF, “é vedada a expulsão de estrangeiro casado com brasileira, ou que tenha filho brasileiro, dependente de economia paterna”; mas súmula 421, “não impede a extradição a circunstância de ser o extraditando casado com brasileira ou ter filho brasileiro”. Assim, vale a segunda súmula.[footnoteRef:1] [1: .] 
REEXTRADIÇÃO: terceiro país pede extradição de pessoa já extraditada. Exemplo: sujeito extraditado pelo Brasil a pedido dos EUA; Itália, por sua vez, pede extradição aos EUA. 
DEPORTAÇÃO: indivíduo ingressa no país irregularmente.
EXPULSÃO diferente também: estrangeiro que atenta contra a ordem pública. Normalmente, estrangeiro expulso logo após cumprimento da pena.
PRINCÍPIO DA COMUTAÇÃO. O Brasil pode autorizar extradição condicionada: não pode ser condenado à prisão perpétua ou pena de morte. Se Estado não cumpre condição, rompe-se tratado e cabe denúncia aos órgãos internacionais.
CONSIDERAÇÕES QUANTO ÁS IMUNIDADESLEI PENAL EM RELAÇÃO ÀS PESSOAS
PRERROGATIVAS, funcionais ou profissionais, diferente de PRIVILÉGIOS, pessoais.
4.1. IMUNIDADE DIPLOMÁTICA: prerrogativa de só responder pelo crime no seu país de origem, de acordo com leis do país de origem. Se fato não for processado ou punido no país de origem, impune. Exemplo: embaixador holandês fuma maconha; fato atípico no país de origem, resta impune. Cabe PRISÃO? Não, pode-se simplesmente CAPTURAR o embaixador se pego em flagrante. Não se lavra auto de flagrante delito, mas pode haver IP, para mandar para país de origem e ali ser processado. QUEM? Membros do governo, de OI’s (OEA, ONU etc.). E o cônsul? Depende de cada acordo bilateral. Com os EUA, há. Mesmo quando há imunidade para cônsules, vale apenas para crimes funcionais. Natureza jurídica dessa imunidade diplomática? Afasta a punibilidade da infração no Brasil.
4.2. PRESIDENTE DA REPÚBLICA. 1ª condição: só pode ser processado se 2/3 da Câmara der licença. É condição de procedibilidade. No caso do impeachment do Collor, foi necessário licença da Câmara. Como conseqüência, assim que recebida a acusação pelo Congresso, o presidente fica suspenso de suas funções. 
Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente da República, por dois terços da Câmara dos Deputados, será ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal, nas infrações penais comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de responsabilidade.
        § 1º - O Presidente ficará suspenso de suas funções:
        I - nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou queixa-crime pelo Supremo Tribunal Federal;
        II - nos crimes de responsabilidade, após a instauração do processo pelo Senado Federal. 
Qual o limite máximo de suspensão? 180 dias, cf. CF: 86, par. 2º:
        § 2º - Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o julgamento não estiver concluído, cessará o afastamento do Presidente, sem prejuízo do regular prosseguimento do processo.
Pela literalidade da CF, não suspende a prescrição, apesar de Sepúlveda Pertence ter incidentalmente dito que suspendia a prescrição.
Segunda prerrogativa: o presidente não pode ser julgado por infrações estranhas à função.        
§ 4º - O Presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções.
Terceira prerrogativa: prisional. Presidente não pode ser preso cautelarmente. Lembrar que flagrante tem quatro etapas e que apenas a primeira, captura, para se impeça de continuar (exemplo: pegam Lula batendo no Zé Dirceu; não vão deixá-lo matar o companheiro) é possível; após isso, se incorreria em prisão processual. Prisão civil? Pode. 
§ 3º - Enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas infrações comuns, o Presidente da República não estará sujeito a prisão.
Quarta prerrogativa: foro especial. Em caso de crime comum, STF; em caso de crime de responsabilidade, Senado presidido pelo presidente do STF; exemplo: caso do impeachment do Collor.
Imunidade civil ou tributária: o presidente não tem nenhuma das duas.
4.3. GOVERNADORES
Exigem licença da Assembléia Legislativa, que é uma condição específica de procedibilidade. Esta e a licença exigida pelo processamento do presidente são as duas únicas no sistema brasileiro.
Governador tem foro especial por foro de função: STJ julga. 
OBS: Crime de responsabilidade: depende de cada constituição estadual. Normalmente, órgão misto.
Imunidade prisional: governador tem? Sim, só pode ser preso em flagrante por crime inafiançável. 
4.4. PREFEITOS. Têm foro especial por prerrogativa de função. Quem julga? TJ. Crime eleitoral: TRE; crime “federal” (não existe “crime federal”, mas crime processável perante justiça federal) é julgado pelo TRF.
Não têm imunidade material, processual ou prisional, respondendo por todos os crimes que cometam, não dependendo de licença de ninguém. 
OBS: NO CRIME DE Desvio de verba pública é julgável por quem? Súmulas 208 (“Compete à justiça federal processar e julgar prefeito municipal por desvio de verba sujeita a prestação de contas perante órgão federal”) e 209 (“Compete à Justiça Estadual processar e julgar prefeito por desvio de verba transferida e incorporada ao patrimônio municipal”) do STJ.
Infrações político-administrativas: julgada pela Câmara Municipal, que pode destituir o prefeito do cargo.
Homicídio doloso: TJ ou júri? Prepondera o foro por prerrogativa de função (TJ). Exceção: súmula 721 do STF (“A competência do tribunal do júri prevalece sobre o foro por prerrogativa de função estabelecido exclusivamente pela constituição estadual”)..
E se prefeito e vereador são co-autores? TJ ou júri? Cada um vai para o seu tribunal competente.
4.5. ADVOGADO. Prerrogativas profissionais (em oposição a funcionais). CF: 133, “O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei”.
Tem imunidade processual? Precisa de licença da OAB? Não.
Tem imunidade prisional? Sim, flagrante apenas se crime inafiançável, i.e. não pode ser preso em flagrante por crime afiançável. Imunidade material ou penal? Sim, cf. Estatuto: 7º, par. 2º, “O advogado tem imunidade profissional, não constituindo injúria, difamação ou desacato puníveis qualquer manifestação de sua parte, no exercício de sua atividade, em juízo ou fora dele, sem prejuízo das sanções disciplinares perante a OAB, pelos excessos que cometer. (Vide ADIN 1127-8)”, nos crimes de injúria e difamação. Calúnia? Não, excluída da imunidade. Desacato? Estatuto previa, mas STF julgou inconstitucional na ADI 1.127. Além disso, lembrar que desacato é crime afiançável e de menor potencial ofensivo, e que, assim, não cabe flagrante.
CP: Art. 142 - Não constituem injúria ou difamação punível:
I - a ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela parte ou por seu procurador;
II - a opinião desfavorável da crítica literária, artística ou científica, salvo quando inequívoca a intenção de injuriar ou difamar;
III - o conceito desfavorável emitido por funcionário público, em apreciação ou informação que preste no cumprimento de dever do ofício.
Parágrafo único - Nos casos dos ns. I e III, responde pela injúria ou pela difamação quem lhe dá publicidade.
Injúria ou difamação incorrida em juízo contra a parte contrária não pode ensejar crime. Tudo isso envolve EXCLUSÃO DE TIPICIDADE, vez que há uma norma que permite.
DIREITO DE RETORSÃO. Advogado ofendido por juiz, que o acusou de analfabeto (“tinha feito Mobral”) e defendeu-se no recurso; STJ entendeu que se tratava de direito de retorsão, legítimo direito de defesa.
4.6. IMUNIDADES PARLAMENTARES.
4.6.1. DEPUTADO FEDERAL E SENADOR[footnoteRef:2] [2: ] 
Primeira imunidade: imunidade penal? Sim, cf. CF: 53, caput, “Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos”. Assim, dupla imunidade, penal e civil. Quais os limites? Nexo funcional; necessário que haja relação com sua função.
OBS: Jurisprudência: não importa onde o parlamentar tenha se expressado, se não guardar relação com sua função, parlamentar responde.
Lembrar que parlamentar licenciado e suplente (fora do cargo) não têm imunidade.
Natureza jurídica: causa de exclusão da tipicidade.
Conseqüência prática da imunidade parlamentar material: não cabe processo contra parlamentar, nem inquérito ou pedido de explicações.
INTERESSANTE!!!!!!!! Legítima defesa: cabe contra ataque de parlamentar? Não! Pode se discutir direito a retorsão; não cabe direito de legítima defesa porque constituição mesma diz que ataque não é injusto.
Co-autor ou partícipe. Se fato é atípico para parlamentar, é para co-autor ou partícipe (muitos servidores escrevem discurso)? Atípico para participante também. Como compatibilizar isso com súmula 245 do STF, “A IMUNIDADE PARLAMENTAR NÃO SE ESTENDE AO CO-RÉU SEM ESSA PRERROGATIVA”? A súmula só vale para imunidade processual, em oposição à material.
Imunidade processual. CF: 53, par. 3º:
Recebida a denúnciacontra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido após a diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de partido político nela representado e pelo voto da maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o andamento da ação.
No que consiste a imunidade processual? Sustação do processo. Antigamente, exigia-se licença da casa. STF recebe denúncia e dá andamento ao processo, abrindo vista ao parlamentar. Casa parlamentar pode sustar o processo, mas essa imunidade processual não vale para co-autor não-parlamentar (súmula 245).
ESSA IMUNIDADE É IMPORTANTE PARA PROVAS OBJETIVAS!!!!!!
Imunidade prisional: CF: 53, par. 2º, “Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão”. Crime afiançável não enseja prisão.
Imunidade parlamentar e tempo do crime:
(4) Crime cometido ANTES do início da função parlamentar (diplomação). Processo já em andamento é remetido ao STF, ou seja, muda-se a competência. Exemplos: Pallocci, Maluf. E se terminar mandato e processo não concluído? Processo volta para a origem.
(5) Crime cometido DURANTE exercício das funções (após diplomação). Nesse caso, cessada a função, cessa o foro. Acabado o mandato, terminada competência do foro. 
IMPORTANTE: Súmula 394, que garantia continuidade da competência, foi cancelada; parlamentares restabeleceram-na com lei 10.628/02, mas STF julgou inconstitucional na ADI 2797.
Crime cometido APÓS exercício das funções. Não há foro por prerrogativa.
Cabe transação penal para casos de menor potencial ofensivo? Sim, perfeitamente, mesmo que caso de foro especial.
6ª prerrogativa: testemunhal ou imunidade probatória. CF: 56, par. 6º: o parlamentar não é obrigado a testemunhar sobre o que soube durante exercício das funções. Oitiva pode ser combinada com o juiz.
Renúncia: pode parlamentar renunciar a imunidade? Não, porque inerente à função, ao Parlamento, não é pessoal.
4.6.2. DEPUTADO ESTADUAL ou DISTRITAL.
Mesmas imunidades que parlamentares, com devidos ajustes “de escala”: TJ foro competente.
4.6.3. VEREADOR. Não precisa de licença da Câmara nem tem foro de prerrogativa, em regra. Exceções: há Estados brasileiros cujas constituições prevêem prerrogativa de foro. Imunidade prisional: vereador não tem. O grande benefício do vereador é a imunidade penal em suas opiniões, palavras e votos. A imunidade do vereador tem três limites:
(i) Nexo funcional.
(ii) Defesa de interesse público municipal.
(iii) Circunscrição do município. Exceção jurisprudencial: vereador que fala em rádio sediado fora do município, mas que atende a todo o município do vereador.
Qual a natureza jurídica: exclusão da tipicidade.
CONCEITOS ANALÍTICOS
ALGUNS CONCEITOS TEÓRICOS:
(1) CONCEITO NATURALISTA ou CAUSALISTA, ligado à teoria causal naturalista, do final do séc. XIX (Beling e von Liszt). Crime deve ser dividido em duas partes: parte objetiva (ação antijurídica) e parte subjetiva (culpabilidade). Este conceito de von Liszt não menciona tipicidade porque se trata de conceito de Beling, criado em 1906. A partir de então, crime estudado em duas dimensões: parte objetiva, composta de ação, antijuridicidade e tipicidade, e parte subjetiva, feito de culpabilidade. Assim, segundo o primeiro princípio analítico, crime é fato antijurídico, típico e culpável. 
OBS: NESSE CONCEITO O DOLO E A CULPA É ESTUDADO NA CULPABILIDADE.
(2) CONCEITO NEOCLÁSSICO. Ligado ao neokantismo, princípio do século XX. Movimento recupera teoria dos valores de Kant, afirmando que direito penal é ciência valorativa; o delito é fenômeno valorativo. Crime é o fato típico, antijurídico e culpável.
OBS: NESTA TEORIA O DOLO E ACULPA CONTINUA SENDO ESTUDADA NA CULPABILIDADE, POREM POSSUEM UM ELEMENTO NORMATIVO.
(3) FINALISMO de Welzel. Crime permanece com mesma descrição (“fato antijurídico, típico e culpável”), mas significado atribuído a cada elemento é diferente. A tipicidade tem duas partes: objetiva (conduta, resultado naturalístico, nexo de causalidade e adequação ao tipo) – antes também assim conhecida – e subjetiva, que pode ser dolo ou culpa. 
OBS: A MAIOR NOVIDADE DESSE CONCEITO PASSOU A SER O dolo ou culpa como parte subjetiva da tipicidade e dessa forma é a grande novidade de Welzel, tal conceito é adotado até hoje pelo BRASIL E PARA PROVA.
(4) TEORIA SOCIAL DA AÇÃO. Conduta é o comportamento humano socialmente relevante. Teoria não prosperou devido à dificuldade em verificar o que seja “socialmente relevante”.
(5) FINALISMO DISSIDENTE BRASILEIRO adotou Welzel, mas crime tem apenas dois requisitos: fato típico e antijurídico (em oposição a três das teorias anteriores). A culpabilidade não faz parte do conceito de crime. Quem? Dotti, Damásio, Mirabete, Capez. Hoje, o conceito que prevalece (“99%”) é “fato típico, antijurídico e culpável”. Para 1%, fato típico e antijurídico. 
(6) FUNCIONALISMO MODERADO DE ROXIN. Estruturas do crime são tipicidade, antijuridicidade e “responsabilidade”. Conceito de “responsabilidade” não prosperou.
 
(7) TEORIA CONSTITUCIONALISTA DO DELITO. Síntese de Zaffaroni e Roxin. O crime tem dois requisitos: fato formal e materialmente típico, antijurídico. O conceito de crime é inútil sem a ameaça de pena (“punibilidade”). Um crime, sem ameaça de pena é um nada. 
IMPORTANTE: PARA A PROVA SUBJETIVA DEVERÁ SER ADOTADO O CONCEITO FINALISTA DO CRIME
CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES PARA PROVA DE FISCAL, PF, PC ETC..
 DOS CONCEITOS DE CRIME ACIMA MENCIONADOS CRIOU-SE OS CONCEITOS DE CRIME:
1) Formal Ocorre quando o agente afronta uma norma penal incriminadora.
2) Material é aquele em que o direito somente se preocupa com os bens jurídicos relevantes.
3) Conceito Analítico de Crime Para essa doutrina crime será fato típico, ilícito e culpável.
3.1) Conceito Bipartido do Crime para essa doutrina crime será apenas fato típico e ilícito, sendo a culpabilidade um mero pressuposto para aplicação da pena. 
3.2) Conceito Tripartido do Crime para essa doutrina crime será fato típico, ilícito e culpável.
3.3) Conceito Quadripartido do Crime Para essa doutrina crime será fato típico, ilícito, culpável e punível.
	Fato Típico
	Ilícito
	Culpável
	Conduta
	I – Estado de necessidade
	I – Imputabilidade
	Nexo Causal
	II – Legítima Defesa
	II – Potencial Conhecimento da Ilicitude
	Resultado
	III – Estrito Cumprimento do dever legal
	III – Exigibilidade de Conduta Diversa
	Tipicidade
	IV – Exercício regular do Direito
	
	
	
	
O.B.S.: A doutrina majoritária adotou o conceito tripartido do crime e a doutrina minoritária adotou o conceito bipartido do crime.
SUJEITOS DO CRIME
· SUJEITO ATIVO DO CRIME: É aquele que pratica o crime. Quem é que pode ser sujeito ativo do crime?
a) Crime comum: É aquele que é praticado por qualquer pessoa.
b) Crime próprio: É aquele que somente será praticado na qualidade de autor por determinada pessoa específica. Ex. crimes praticados por funcionário público contra a Administração pública. (art. 312 ao 327 do CP)
c) Crimes de mão própria: São aqueles em que somente podem ser autor determinada pessoa. Contudo, não se admite coautoria, diferentemente do crime próprio, no qual será permitida. Ex. auto-aborto. (art. 124 do CP).
Crime próprio ex. funcionário público
Permite :
· Autor
· Coautor
· Participação
Crime de mão própria ex. auto-aborto
Permite:
· Autor
· Participação
· Não permite coautoria
· Pessoa Jurídica pratica crime ?
· 03 Correntes;
1) Não pratica crime, uma vez que ofende os princípios da responsabilidade penal subjetiva, da culpabilidade e da intranscendência, tendo em vista que para ocorrer o crime deverá existir a conduta, dolo ou culpa, bem como o potencial conhecimento da ilicitude, devendo dessa forma, a responsabilidade penal recair na pessoa.
2) A Pessoa Jurídica pratica crime em razão de expressa previsão na Constituição Federalnos arts. 225 § 3o e 173 § 5o. Contudo, remete à lei específica para que seja apurada e aplicada a responsabilidade penal e dessa forma, somente a Lei Ambiental (Lei 9605/98) prevê essa possibilidade de responsabilidade.
3) Esta corrente é adotada pelo STJ e pelo STF, bem como caiu na prova de 2009 da PF e menciona o princípio da dupla imputação. Este princípio estabelece que a Pessoa Jurídica pratica crime, porém, nada impede a sua responsabilidade no que diz respeito aos Crimes Ambientais. Dessa forma, será obrigatória quando for aplicada a responsabilidade penal da Pessoa Jurídica ser também aplicada a responsabilidade penal da pessoa física na medida de seus diretores ou sócios, conforme art. 3o da Lei do Meio Ambiente. (Lei 9605/98).
· Lei 9605/98 - Art. 3º As pessoas jurídicas serão responsabilizadas administrativa, civil e penalmente conforme o disposto nesta Lei, nos casos em que a infração seja cometida por decisão de seu representante legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado, no interesse ou benefício da sua entidade.
· SUJEITO PASSIVO DO CRIME: É aquele que sofre o crime.
O.B.S. Pessoa jurídica pode ser sujeito passivo de crime. Ex. crimes contra a honra, contra o patrimônio.
 INTRODUÇÃO AO TIPO
TIPO é a descrição abstrata de um crime.
TIPO + PRINCÍPIO DA LEGALIDADE. A lei descreve o crime, por força do princípio da legalidade (não há crime sem lei). O fato descrito como crime é um tipo penal. Assim, o conceito de tipo é dogmático, é da ciência penal. Leigo vê apenas o artigo 121; o jurista vê o tipo do homicídio.
TIPO LEGAL, TIPO PENAL – diferença: tipo legal quando descrito na lei; tipo penal é o conjunto de todas as exigências do crime. O tipo penal abarca o tipo legal; o que pertence ao tipo penal e não vem descrito no tipo legal? No art. 121, o dolo não vem descrito no tipo penal, mas implicado; da mesma forma, a imputação objetiva, requisito indiscutível desde Roxin.
RELAÇÃO DE TIPICIDADE: é a adequação do fato ao tipo. 
CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO TIPO PENAL:
(1) TIPO INCRIMINADOR. O mais comum, é o que descreve o crime. O CP: 121 é tipo penal incriminador? Sim, tipo do homicídio. 
(2) TIPO NÃO-INCRIMINADOR. Espécie possível apenas na medida em que “tipo” em sentido amplo. O tipo não-incriminador seria melhor denominado “norma não-incriminadora”. Exemplos: normas justificantes NÃO incriminam, ao contrário, são normas excludentes de antijuridicidade, como o CP: 24, estado de necessidade. O CP: 24 não incrimina nada. Além desse exemplo: normas permissivas, como no caso de aborto em caso de estupro. Qual a diferença entre norma justificadora e permissiva? aborto em caso de estupro. 
(3) TIPO FUNDAMENTAL. É o que descreve os requisitos essenciais do crime (“elementares”).
 
(4) TIPO DERIVADO tem conexão com o fundamento, emana dele, mas contempla outra forma de ofensa ao bem jurídico. O crime derivado é o tipo derivado. Enquanto o homicídio é o tipo básico, homicídio qualificado é o tipo derivado.
(5) TIPO AUTÔNOMO. Há certo vínculo entre tipo autônomo e fundamental, mas legislador descreve tudo autonomamente. Exemplo: infanticídio. O crime autônomo vive por si só, em oposição ao tipo derivado, que sempre depende do principal.
(6) TIPO FECHADO. É o que não exige nenhum juízo de valor. Por exemplo: 121, caput.
 
(7) TIPO ABERTO é o que exige juízo de valor, porque contém requisito normativo. Exemplo: ato obsceno.
(8) TIPO NORMAL é o que não contém nenhum requisito subjetivo nem normativo. Exemplo CP: 121.
.
(9) TIPO ANORMAL é o que contém ou requisito subjetivo ou normativo. Exemplos: furto, 155.
 
(10) TIPO SIMPLES é o que descreve um só verbo.
(11) TIPO COMPOSTO contém vários verbos. Maior tipo composto é o art. 33 da lei de drogas, com 18 verbos.
(12) TIPO PROIBITIVO.
(13) TIPO MANDAMENTAL.
(14) TIPO COMPLEXO.
REQUISITOS ESTRUTURAIS DO TIPO são:
(1) OBJETIVOS. Podem ser:
(A) DESCRITIVOS, que não exigem nenhum juízo de valor. Ex. 121.
(B) NORMATIVOS, que exigem juízo de valor.
(2) SUBJETIVOS. Bipartem-se em:
(A) DOLO.
(B) INTENÇÕES DO AGENTE. DEVE SER LEVADA EM CONTA PARA A ANÁLISE POR EX: HOMICÍDIO QUALIFICADO PLE TORTURA E TORTURA QUALIFICADA PELO HOMICÍDIO. ABORTO QUALIFICADO PELA LESÃO GRAVÍSSIMA E LESÃO CORPORAL GRAVE QUALIFICADA PELO ABORTO.
FORMAS DE ADEQUAÇÃO TÍPICA
(A) Adequação típica de SUBORDINAÇÃO DIRETA ou IMEDIATA. Dá-se quando necessitamos de um só dispositivo legal para a adequação. EX: HOMICÍDIO CONSUMADO. 
(B) Adequação típica de SUBORDINAÇÃO INDIRETA ou MEDIATA. Ocorre quando necessitamos de dois ou mais dispositivos legais para a adequação, EX: QUALQUR CRIME TENTADO, TETATIVA DE HOMICÍDIO, NESSA HIPÓTESE O TIPO PENAL DE HOMICÍDIO NESSECITA DE OUTRO COMPLEMENTO PENAL PREVISTO NO ARTIGO 14, II DO CP, TENDO EM VISTA QUE A TENTATIVA NÃO ESTÁ PREVISTA NO ART, 121 DO CO.
Fato típico É a conduta tipificada na lei. Ex. Homicídio, roubo, furto.
O.B.S.: Adequação típica de subordinação imediata Ocorre quando existe a perfeita adequação entre a conduta e o resultado.
OBS: O crime já se consumou.
Adequação típica de subordinação mediata ou indireta Ocorre quando não existe a perfeita adequação entre a conduta e o resultado consumado. Sendo assim, este conceito se refere à tentativa.
OBS: O crime não se consumou.
AGORA, APÓS O ESTUDO DO FATO TÍPICO, VAMOS ANALISAR A CONDUTA.
A CONDUTA é elemento do fato típico, no conceito analítico. “O que é conduta, do ponto de vista material?” Isto sim é questão de concurso, JÁ CAIU EM CONCURSOS DE ANALISTA DE TRIBUNAIS, BANCA FCC, CESPE E ESAF..
SEGUNDO A TEORIA CAUSALISTA. Conduta, para o causalismo, é movimento corporal, voluntário, que causa modificação no mundo exterior. É objetiva, desprovida de dolo e culpa, não admitindo valoração. Já o crime é tipicidade + ilicitude + culpabilidade. CP: 121 é o tipo penal perfeito para esta teoria. “Matar alguém” só traz elementos objetivos.
(1) Conduta é movimento corporal, então não consegue explicar os crimes omissivos. Aquele que nada faz não realizaria conduta. 
(2) Outra crítica que se faz a esta teoria é que a conduta seria objetiva, mas tem requisitos subjetivos do crime, do tipo, que não podem ser desconsiderados, como, por exemplo, no art. 319, que traz o crime de prevaricação “para satisfazer interesse pessoal”, SENDO ASSIM PARA A NÁLISE DESSES REQUISITOS SERIA NECESSÁRIO O DOLO E A CULPA, PORÉM ESSES SSÃO ANALISADOS NA CULPABILIDADE PARA ESSA TEORIA. 
(3) Também, alguns tipos têm elementos normativos que devem ser valorados, e o causalismo diz que conduta não admite valoração. Ex: CP: 154, em que “sem justa causa” é um elemento normativo QUE TAMBÉM DEPENDE DO DOLO E DA CULPA.
SEGUNDO A TEORIA NEOKANTISTA. Crime é fato típico + ilicitude + culpabilidade. Conduta é ação ou omissão, não mais neutra, expressando uma valoração negativa da lei. Não deixa de ser um movimento voluntário. É uma evolução do causalismo, tenta preencher as lacunas antes criticadas. Dolo e culpa continuam na culpabilidade.
 CRÍTICA: ao adotar premissas do causalismo, ficou contraditório ao reconhecer elementos normativos e subjetivos do tipo, SEM COLOCAR O DOLO E A CULPA NO FATO TÍPICO, POIS CONTINUA TRATANDO-OS NA CULPABILIDADE.
SEGUNDO A TEORIA FINALISTA. Crime é fato típico + ilicitude + culpabilidade. Conduta é movimento humano, voluntário, não mais meramente causal, dirigido a um fim, atividade vidente (que visa algo). Dolo e culpa migram da culpabilidade para o fato típico. CRÍTICAS:
(1) A finalidade não explica os crimes culposos (que não tem finalidade), sendo frágil também em relação aos crimes omissivos.
(2) Concentram o desvalor na conduta, ignorando o desvalor do resultado.
SEGUNDO A TEORIA SOCIAL DA AÇÃO. Crime é fato típico + ilicitude + culpabilidade. Conduta é movimento humano voluntário, psiquicamente dirigido a um fim e socialmente reprovado. Dolo e culpa estão no fato típico, mas são novamente analisados na culpabilidade. Art. 59, CP – é a base para que alguns afirmem que o CP brasileiro adotou esta teoria. ‘Atendendo à culpabilidade’ é o juiz analisarnovamente dolo e culpa na fixação da pena. 
CRÍTICAS: Não há clareza no que significa conduta socialmente reprovável.
SEGUNDO A TEORIA FUNCIONALISTA TELEOLÓGICA. É a teoria de Claus Roxin. Crime é fato típico + ilicitude + reprovabilidade. A culpabilidade é medida da pena. Tirou a culpabilidade do substrato do crime. A reprovabilidade é constituída pela capacidade do agente, potencial consciência do que faz, ser dele exigida conduta diversa e haver necessidade da pena (é a novidade). Se a pena não for necessária, o fato não será reprovável. Orientada pelo princípio da intervenção mínima, a conduta consiste num comportamento humano voluntário, causador de relevante e intolerável lesão a bem jurídico tutelado.
Sendo assim tem como principal valoração e criação o princípio da insignificância e o Dolo e culpa está no fato típico.
 CRÍTICA: A invenção da ‘reprovabilidade’ integrante do crime retirando o termo culpabilidade. Este conceito é mais forte e contundente e consegue abordar de forma mais abrangente os elementos do fato típico.
SEGUNDO A TEORIA FUNCIONALISTA DE JAKOBS. Crime é fato típico + ilicitude + culpabilidade. Conduta é o movimento humano voluntário, causador de um resultado evitável, violador do sistema frustrando as expectativas normativas. Não admite princípios que não estejam positivados em lei. Chamado de “direito penal do inimigo” porque quem viola a lei é o inimigo. O dolo e a culpa estão no fato típico. 
CRÍTICA: A teoria serve a estados totalitários. O estado pode criar um crime absurdo e as pessoas terão que respeitar, pois não trabalha com princípios gerais, essa teoria inovou e trouxe o DIREITO PENAL DO INIMIGO, elaborando de forma contrária Da teoria acima que trás o DIREITO PENAL GARNATISTA.
Para a maioria, o Código Penal Brasileiro adotou a Teoria Finalista, ou seja, no Código Penal o dolo e a culpa estão no fato típico.
CRIME
COMO FICA O FATO TÍPICO E A CONDUTA PARA O FINALISMO PENAL QUE SE TRATA DA TEORIA MAIOS ADOTADA.
	Fato Típico
	Ilícito
	Culpável
	· Conduta
· Dolosa
· Culposa
· Omissiva
· Ausência de Conduta
	
	
Teorias sobre Conduta
1. Teoria Causalista não é adotada.
2. Teoria Neokantista não é adotada.
3. Teoria Finalista É A MAIS ADOTADA.
4. Teoria do Finalismo Dissidente É MINORIA, ESSA TEORIA MENCIOAN QUE CRIME É TODO FATO TÍPICO ILÍCITO, SENDO A CULPABILIDADE MERO PRESSUPOSTO DE APLICAÇÃO DA PENA.
Roxin
5. Teoria do Funcionalismo Teleológico Garantismo Total
Gunther Jacobs
6. Teoria do Funcionalismo Radical ou Sistêmico (Direito Penal do Inimigo)
CAUSAS DE EXCLUSÃO DA CONDUTA
São comuns a todas as teorias:
(1) Caso fortuito ou força maior – excluem volutariedade do movimento.
(2) Atos reflexos – existe movimento humano, mas não é voluntário.Obs.: cuidado com o ato reflexo provocado, proposital, pois este configura a conduta. A pessoa propositadamente se coloca em condições para o ato reflexo.
(3) Coação física irresistível – não tem movimento humano, o ser humano é movimentado. Crime é fato típico + ilicitude + culpabilidade (exigibilidade de onduta diversa). A coação física exclui conduta e fato típico; a coação moral exclui a exigibilidade de conduta diversa, mas permanece o injusto penal.
(4) Estados de inconsciência – sonambulismo, hipnose, pois o movimento é humano, mas não é voluntário.
 ESPÉCIES DE CONDUTA
Pode ser dolosa ou culposa (voluntariedade); pode ser ação ou omissão.
 DOLO
CRIME DOLOSO. A previsão legal para o crime doloso está no art. 18, inc. I, do CP. Dolo é a vontade livre e consciente, dirigida a realizar ou aceitar realizar a conduta prevista no tipo penal incriminador.
ELEMENTOS DO DOLO:
(1) Elemento intelectivo – consciência. 
(2) Elemento volitivo – vontade. 
TEORIAS DO DOLO
Código Penal - Art. 18 - Diz-se o crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Crime doloso (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Teorias:
a) Teoria da Vontade: Ocorre quando o agente deseja praticar o resultado de forma direta, constitui o DOLO DIRETO.
b) Teoria da representação: não é aceita
c) Teoria do Assentimento: é aquela em que o agente prevê a ocorrência do resultado, continua praticando a conduta e assume o risco pela produção ou ocorrência do resultado. (Dolo Eventual).
MODALIDADE DE DOLO
1) Dolo Direto Ocorre quando o agente deseja o resultado de forma direta pode ser.
a) Dolo Direto em 1º Grau: é aquele que ocorre com relação aos meios escolhidos e ao fim proposto.
b) Dolo Direto em 2º Grau: é aquele que ocorrer em relação aos efeitos obtidos como necessários.
2-DOLO INDIRETO ou INDETERMINADO. O agente, com sua conduta, não busca realizar resultado determinado. Possui duas espécies:
Dolo Indireto o resultado é incerto.
a) Dolo Alternativo: é aquele em que o agente pratica uma condita querendo tanto um resultado quanto outro. Uma conduta mais de um resultado.
b) Dolo eventual: é aquele em que o agente mesmo não querendo o resultado de forma direta, não se importa com a sua ocorrência e assume o risco pela produção ou ocorrência do resultado.
DIFERENÇAS:
ALTERNATIVO: o agente prevê pluralidade de resultados, dirigindo sua conduta na busca de um ou outro. Previu homicídio ou lesão corporal, dirige sua conduta para realizar um ou outro com a mesma intensidade, quer um ou outro.
EVENTUAL: o agente prevê pluralidade de resultados, porém dirige sua conduta na busca de apenas um, assumindo o risco dos demais. Previu homicídio ou lesão corporal, quer apenas o menos grave, a lesão corporal, mas assume o risco do mais grave, do homicídio.
· 3-Dolo Geral ocorre quando o agente acredita ter praticado o crime em uma 1º conduta, porém o resultado morte somente ocorrer em razão de uma segunda conduta praticada pelo agente com a finalidade de garantir a sua impunidade.
· 
· Pratica duas condutas, mas apenas a segunda é a que causa o resultado morte.
4-DOLO CUMULATIVO. O agente pretende alcançar dois ou mais resultados típicos, em seqüência. É uma típica hipótese de progressão criminosa. Quer ferir e depois matar, por exemplo. Não quer um ou outro resultado, quer um E outro.
5-DOLO DE DANO. À vontade do agente é causar efetiva lesão ao bem jurídico tutelado. A intenção no homicídio é matar, lesão efetivamente o bem jurídico protegido.
6-DOLO DE PERIGO. O agente atua com intenção de expor ao risco o bem jurídico tutelado. A intenção é expor a vida a perigo, por exemplo, no art. 132.
7-DOLO NORMATIVO. É o dolo adotado pela teoria psicológica normativa da culpabilidade (neokantista). É elemento da culpabilidade e tem como requisitos a consciência, à vontade e a consciência atual da ilicitude (elemento normativo).
8-DOLO NATURAL é o dolo para os finalistas. Adotado pela teoria normativa pura ou extremada da culpabilidade (finalista). Integra o fato típico com dois requisitos: consciência e vontade (o elemento normativo é transformado de atual para potencial consciência da ilicitude, integrando a própria culpabilidade). 
CONDUTA CULPOSA
Previsão legal: CP: 18, II, “culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia”.
Conceito doutrinário: “Consiste numa conduta voluntária, que realiza um fato ilícito não querido pelo agente, mas que foi por ele previsto (culpa consciente) ou lhe era previsível (culpa inconsciente), e que podia ser evitado se o agente atuasse com o devido cuidado”
Requisitos
a) Previsão em lei: TODO O CRIME CULPOSO DEVE ESTAR PREVISTA EM LEI, SALVO:
Receptação
Código Penal - Art. 180 - Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em proveito próprio ou alheio, coisa que sabe ser produto de crime, ou influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou oculte: (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996)
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996) 3º Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou pela desproporção entre o valor e o preço, ou pela condição de quem a oferece, devepresumir-se obtida por meio criminoso:Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa, ou ambas as penas.
Omissão de cautela
Lei 10. 826/03 - Art. 13. Deixar de observar as cautelas necessárias para impedir que menor de 18 (dezoito) anos ou pessoa portadora de deficiência mental se apodere de arma de fogo que esteja sob sua posse ou que seja de sua propriedade:
Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa.
a) Previsão / Previsibilidade do Resultado
b) Negligência, Imperícia, Imprudência
 Deixa de observar os cuidados necessários – inobservância de um dever de cuidado.
Imperícia – Falta de técnica, ausência de habilitação técnica.
Imprudência – Ultrapassar os limites propostos.
Resultado: Todo crime culposo necessita de um resultado naturalístico.
QUESTÕES DE PROVA:
Crime Material São aqueles que para ocorrer a consumação será necessário um resultado.
Ex.: homícidio. Art. 121 CP
Crime Formal É aquele em que a conduta inicial gerar a consumação do crime independentemente da ocorrência de resultado.
Ex.: Concussão
Corrupção Passiva / Ativa
Crime de Mera Conduta É aquele que o resultado já ocorre com a simples conduta inicial.
Ex.: Omissão de Socorro.
IMPORTANTE: DESSA FORMA TODO CRIME CULPOSO É NECESSARIAMENTE MATERIAL SALVO:
(1) PRESCREVER DROGA. Lei de drogas: 38, “Prescrever ou ministrar, culposamente, drogas, sem que delas necessite o paciente, ou fazê-lo em doses excessivas ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar”. Não é necessário que paciente compre a droga, bastando a entrega da receita.
(2) DEIXAR ARMA AO ALCANCE DE CRIANÇA. Estatuto do desarmamento: 13. Trata-se de deixar arma negligentemente, de modo a não impedir que criança a pegue. A posse mesma da arma configura crime. Sobre essa hipótese, há alguma divergência, vez que há quem diga que criança pegar arma é o resultado naturalístico.
Crime Preterdoloso Dolo no antecedente e culpa no resultado, com previsão no art, 19 do CP.
Ex.: Lesão Corporal seguida de morte.
MODADALIDADES DE CULPA
1) Culpa Consciente ocorre quando o agente prevê o resultado, porém continua praticando a conduta, contudo acredita sinceramente que o resultado não acontecerá em razão de suas habilidades específicas.
	CULPA CONSCIENTE
	DOLO EVENTUAL
	Previsão do Resultado
Conduta
Acredita que não ocorrerá
Negligência, Imperícia ou Imprudência
Não assume o Risco
	Previsão do Resultado
Aceita o resultado
Assume o risco de produzir resultado
O resultado é indiferente.
2) Culpa Inconsciente é aquela em que o resultado embora previsível não foi prevista pelo agente. Não há previsibilidade do resultado.
Teoria da Probabilidade diz-se da teoria da probabilidade quando existe um risco grande provável de acontecer.
3) Culpa Imprópria discriminante putativa. Ocorre quando o agente tem uma falsa interpretação da lei ou uma falsa interpretação da realidade.
Ex.: Legitima defesa
Estado de Necessidade
Estrito Cumprimento do Dever Legal
.	É aquela em que o agente, por erro, imagina certa situação de fato, supondo estar acobertado por uma excludente da ilicitude (caso de descriminante putativa). Em razão disso, provoca intencionalmente um resultado ilícito. Apesar de ser ação dolosa, o agente responde por culpa por razões de política.
Ex: UM AGENTE VENDO UM INIMIGO ACREDITA SICERAMENTE QUE ESTE IRÁ LHE ROUBAR E ACABA BALEANDO, CONTUDO ESSA SITUAÇÃO SOMENTE ACONTECIA NA CABEÇA DO AGENTE.
ERRO
1) Erro de Tipo Essencial Falsa interpretação da realidade.
			Retira Dolo e a culpa
Invencível Escusável O Fato é ATÍPICO
Vencível Inescusável
			 Responderá por CULPA (se o crime admitir a forma culposa)
2) Erro Acidental
2.1) Erro no Objeto – ocorre quando o agente acredita estar furtando um relógio de ouro, porém se trata de bijuteria.
			O agente responderá pelo resultado normalmente.
Obs.: De acordo com a doutrina de Zaffaroni que menciona que na dúvida quanto ao objeto a pena será determinada em relação ao objeto subtraído, dessa forma não será levado em conta objeto que o agente achava que era de ouro.
3-SOBRE A PESSOA. Aqui, há previsão legal: CP: 20, par. 3º, “O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de pena. Não se consideram, neste caso, as condições ou qualidades da vítima, senão as da pessoa contra quem o agente queria praticar o crime”. Conceito: representação equivocada do objeto material (pessoa) visado pelo agente. “Pessoa” é objeto material? Sim, objeto material é a pessoa ou coisa sobre a qual recai a conduta criminosa. Exemplo: quero matar meu pai, porém, representando equivocadamente a pessoa que entra em casa, mato o meu tio. Conseqüência: RSPONDO COMO SE TIVESSE MATADO MEU PAI, OU SEJA, RECEBEREI AS CAUSAS DE AGRAVANTE DA PENA, POSSÍVEIS QUALIFICADORAS DO MOTIVO FÚTIL, DENTRE OUTRAS.
MUITO IMPORTANTE PARA PROVA: Imagine-se que quero atingir policial federal, mas atinjo policial civil. No âmbito do direito penal, responde-se pelas qualidades virtuais do policial federal; no âmbito do direito processual penal, o erro de pessoa não altera a competência, que, no caso, cabe à justiça estadual.
4 ERRO NA EXECUÇÃO (aberratio ictus). Aqui, também há previsão legal: CP: 73, “Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execução, o agente, ao invés de atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa diversa, responde como se tivesse praticado o crime contra aquela, atendendo-se ao disposto no § 3º do art. 20 deste Código. No caso de ser também atingida a pessoa que o agente pretendia ofender, aplica-se a regra do art. 70 deste Código”. 
Conceito: o agente, por acidente ou erro no uso dos meios de execução, atinge pessoa diversa da pretendida. Ex.: O AGNETE MIRA A EX- MULHER, porém, quando dispara, erra a execução, atingindo o tio que estava ao lado. Aqui, ele representa a vítima corretamente. Aqui, representa-se bem e executa-se mal. Conseqüência: não exclui dolo, nem culpa, tampouco isenta o agente de pena. Consideram-se as qualidades da vítima virtual.
E se o acusado acerta tanto a vítima visada como a vítima ao lado, não querida? Responde por concurso formal dos delitos, na forma do art, 70 do CP, OU SEJA, PELOS DOIS CRIMES, PORÉM NÃO SE APLICA O OSMATÓRIO DAS PENAS.
ESPÉCIES DE ABERRATIO ICTUS. A doutrina diferencia duas espécies de aberratio ictus, previstas no artigo 73
ERRO NA EXECUÇÃO EM SENTIDO ESTRITO. Aqui, a pessoa visada está no local, e erro a pessoa.
ERRO NA EXECUÇÃO POR ACIDENTE. Aqui, a pessoa visada pode ou não estar no local. Exemplo: deixo bomba no carro da pessoa visada, mas outro entra no veículo.
5. RESULTADO DIVERSO DO PRETENDIDO (aberratio criminis).
 Aqui, há previsão legal, CP: 74, “Fora dos casos do artigo anterior, quando, por acidente ou erro na execução do crime, sobrevém resultado diverso do pretendido, o agente responde por culpa, se o fato é previsto como crime culposo; se ocorre também o resultado pretendido, aplica-se a regra do art. 70 deste Código”.
 Conceito: o agente, por acidente ou erro na execução do crime, provoca lesão em bem jurídico diverso do pretendido.
 Exemplo: quero danificar o veículo de certa pessoa, mas, por acidente, acabo por atingir o motorista da pessoa. Tanto no CP: 73 como no CP: 74, há erro na execução; a diferença é que, enquanto no CP: 73 (aberratio ictus) atinge-se o mesmo tipo de bem jurídico (pessoa-pessoa), no CP: 74 (aberratio criminis), atinge-se tipo diferente de bem jurídico (pessoa-coisa; coisa-pessoa).
 Conseqüência: há exclusão do dolo, mas não se exclui culpa, e o agente responde pelo resultado pretendido a título de culpa. Assim, tome-se o exemplo de alguém que queira causar dano a patrimônio, mas atinge pessoa, que morre. Aqui, responde por homicídio culposo e crime de dano fica absorvido.
OBS: se agente deseja danificar o carro de alguém, porém erra e acerta o carro de outrem, neste caso será fato atípico pois, o ERRO OCORREU D COISA PARA COISA, não existindo dano culposo no CP.
6- ERRO SOBRE O NEXO CAUSAL (aberratio causae). NÃO há previsão legal. Espécies:
(1) AC EM SENTIDO ESTRITO. O agente,mediante um só ato, provoca o resultado desejado, porém, com outro nexo de causalidade. Exemplo: jogo pessoa do penhasco para morrer afogada no mar, mas, na queda, vítima bate a cabeça e morre de traumatismo.
(2) DOLO GERAL. O agente, mediante conduta desenvolvida em dois ou mais atos, provoca o resultado desejado, porém, com nexo de causalidade diverso. Observação importante: após o primeiro ato, o agente imagina ter atingido o resultado desejado, que só ocorre com os demais atos. Exemplo: dou um tiro na pessoa; imagino que morreu e atiro-a ao mar, aí morrendo efetivamente a vítima. 
Conseqüência: não exclui dolo, não exclui culpa, não isenta o agente de pena. O agente responde pelo crime do seu desejo. 
7. ERRO DE SUBSUNÇÃO
Uma pessoa falsifica um cheque do BRADESCO. VEJA: CP: 297, “Para os efeitos penais, equiparam-se a documento público o emanado de entidade paraestatal, o título ao portador ou transmissível por endosso, as ações de sociedade comercial, os livros mercantis e o testamento particular”. Mas o falsificador não sabia disso; erro de tipo não pode ser, porque agente sabia o que fazia; erro de proibição tampouco; qual erro? ERRO DE SUBSUNÇÃO.
Conseqüência: Este conceito é meramente acadêmico e sendo assim não existe espaço na prática para esse argumento, porém PODE CAIR NA PROVA, UMA VEZ QUE AS BANCAS POSSUEM O HÁBITO DE COBRAR ESSES CONCEITOS QUE EXISTEM SOMENTE PARA CONFUNDIR O ALUNO., DIANTE DISSO:
Não exclui dolo, culpa nem isenta o agente de pena, podendo, no máximo, significar uma atenuante inominada do CP: 76. 
8. ERRO DETERMINADO POR TERCEIRO
Conceito: no erro de tipo, o agente erra por conta própria (por si só). No erro determinado por terceiro, há uma terceira pessoa que induz o agente a erro.
Conseqüência: quem determina o erro dolosamente, responde por crime doloso; quem determina o erro culposamente, responde por crime culposo.
RESULTADO
Vamos para a análise do resultado do crime
É a modificação do mundo exterior provocada pela conduta do agente. É a conseqüência da conduta humana, ou seja, aquilo produzido por uma ação humana dolosa ou culposa.
	Assim, estão excluídos do conceito de resultado os fenômenos da natureza, as hipóteses de caso fortuito ou força maior, o comportamento de animais irracionais. Esses exemplos constituem o que se chama de eventos (qualquer acontecimento).
	A teoria quanto ao resultado adotado em nosso Código Penal, é a Naturalística, que se baseia que o resultado é a modificação que o crime provoca no mundo exterior, v.g., a redução patrimonial no crime de furto (art. 155). Logo, admite-se que haja crime sem resultado, como por exemplo, nos crimes de mera conduta.
O mais correto, no entanto, é como preconiza o Prof. Rogério Greco, que todo delito possui resultado, quando não um resultado naturalístico (transformação do mundo exterior), ao menos um resultado jurídico. 
O RESULTADO PODE SER TENTADO OU CONSUMADO, DIANTE DISSO ANALISAREMOS:
CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
ITER CRIMINIS: caminho percorrido no desenvolvimento do delito. 
(A) FASE INTERNA
(1) COGITAÇÃO, que não implica necessariamente em premeditação, mas simplesmente na idéia do crime. Como direito penal brasileiro pune o fato, pelo princípio da materialização do fato, esta etapa jamais é punível.
(2) ATOS PREPARATÓRIOS. O agente procura criar condições para a realização da conduta delituosa. São puníveis? Não. Há quem diga que crime de quadrilha ou bando, CP: 228, “Associarem-se mais de três pessoas, em quadrilha ou bando, para o fim de cometer crimes”, seria exceção. No entanto, não é o caso, vez que agentes no caso da quadrilha executaram a conduta, qual seja a própria formação do bando.
(3) FASE EXTERNA QUE SÃO OS ATOS DE EXECUÇÃO
CRIME CONSUMADO
PREVISÃO LEGAL. CP: 14, I, “Diz-se o crime: consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal”.
CONCEITO: considera-se crime consumado a realização do tipo penal por inteiro, nele encerrando o iter criminis.
CRÍTICA À SÚMULA 610 DO STF, “Há crime de latrocínio, quando o homicídio se consuma, ainda que não realize o agente a subtração de bens da vítima”. Como pode não haver latrocínio sem subtração? Ofende o CP: 14.
EXAURIMENTO ≠ CONSUMAÇÃO. Diz-se o crime exaurido (ou esgotado plenamente) os acontecimentos posteriores ao término do iter criminis. Exaurimento deve ser considerado na fixação e individualização da pena, ainda que não considerado na determinação do crime. 
CRIME PERMANENTE: consumação se protrai no tempo. Necessário lembrar três coisas:
a) prescrição começa a correr somente depois de cessada a atividade;
b) (2) admite flagrante a qualquer tempo da permanência, cf. CPP: 302, I; 
c) (3) súmula 711 do STF, “A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência”.
CLASSIFICAÇÃO DO CRIME QUANTO AO MOMENTO CONSUMATIVO:
a) MATERIAL quando o tipo penal descreve uma conduta + resultado naturalístico, sendo o resultado naturalístico necessário para a consumação. Ex. CP: 121.
b) FORMAL. O tipo penal descreve conduta mais resultado naturalístico, mas no crime formal o resultado naturalístico é dispensável. Daí ser o crime também chamado de consumação antecipada.
 Exemplo: extorsão, que se consuma com a mera exigência; o recebimento da vantagem representa exaurimento, porque é posterior à consumação, e é considerado na fixação da pena pelo juiz.
 
c) DE MERA CONDUTA. O tipo penal descreve somente mera conduta, sem necessidade de resultado naturalístico. Exemplo: violação de domicílio.
CONSUMAÇÃO FORMAL ≠ CONSUMAÇÃO MATERIAL. A doutrina moderna divide a consumação em duas espécies:
(1) FORMAL quando ocorre o resultado naturalístico nos crimes materiais ou quando o agente concretiza a conduta descrita no tipo dos crimes formais ou de mera conduta.
(2) MATERIAL quando se dá a relevante e intolerável lesão ou ameaça de lesão ao bem jurídico tutelado.
Tentativa
	Nos termos do art. 14, II, do CP, considera-se tentado o crime quando o agente inicia a execução e não consegue consumá-lo por circunstâncias alheias à sua vontade.
PREVISÃO LEGAL E CONCEITO: CP: 14, II, “Diz-se o crime: tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente”. 
NATUREZA JURÍDICA. A norma trata de extensão temporal. Tome-se o CP: 121, “matar alguém”; mas se fato é “tentativa de matar alguém”, precisa-se recorrer ao CP: 14, II, que é uma norma de extensão temporal, que antecipa a punição à tentativa.
Conseqüência: CP: 14, parágrafo único, “Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços”. A conseqüência é regra, por força do “salvo disposição em contrário”. 
	Logo, entramos na tentativa propriamente dita que se dá entre os atos de execução e a consumação. Para que se possa falar em tentativa, é preciso que:
1. a conduta seja dolosa, não havendo tal instituto para o crime culposo;
1. o agente ingresse na fase de execução;
1. não consiga chegar à consumação do crime, por circunstâncias alheias à sua vontade. Ou seja, quer o resultado, mas não consegue alcançá-lo.
I - Divide-se a tentativa em segundo a utilização do meio empregado em: 
1) Perfeita, Acabada ou Crime Falho: quando o agente entende que exauriu o método ou que não tem mais necessidade de prosseguir, pois acredita já atingiu o seu objetivo: Efetuar todos os disparos disponíveis contra a vítima, sem atingi-la. Ou então efetuar um disparo que atinge a vítima na cabeça e entender que está virá a óbito, não sendo mais necessário prosseguir na execução.
2) Imperfeita, Inacabada ou Tentativa Propriamente Dita: quando o agente não se utilizou inteiramente do meio disponível e entende que seria necessário prosseguir na execução para atingir o resultado pretendido: efetuar um disparo contra a vítima e ser preso logo após, tendo errado ou alvejado a mesma em local não fatal.
QUANTO AO RESULTADO PRODUZIDO NA VÍTIMA:
(A) CRUENTA ou TENTATIVA VERMELHA.

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