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Hipertireodismo e hiperparatireoidismo

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1 Amaríntia Rezende- Doenças de clínica médica de pequenos 
HIPERTIREODISMO 
 Excessiva produção e secreção de tiroxina (T4) e 
triiodotironina (T3) pela glândula tireóide. 
 Mais comum em gatos. Meia idade ou idosos 
CAUSA 
 Geralmente disfunção autonômica da tireóide e 
raramente por uma alteração no hipotálamo ou 
na hipófise. 
 Adenoma tireóideo ou pela hiperplasia 
adenomatosa multinodular. 
 
SINAIS CLÍNICOS 
 A maioria dos sinais clínicos ocorre devido a uma 
taxa metabólica basal acelerada, com aumento 
do consumo de oxigênio pelos tecidos, e elevada 
sensibilidade às catecolaminas pelo aumento do 
número e da afinidade aos receptores beta-
adrenérgicos na superfície celular. 
 Taquicardia, hiperatividade, emaciação 
progressiva. 
 Polifagia, diarréia, êmese. Poliúria e polidipsia 
 O estado hipermetabólico resulta em um 
aumento da contração e do consumo do oxigênio 
pelo miocárdio, do débito cardíaco e do gasto de 
energia, levando a uma hipertrofia cardíaca 
compensatória. 
 
 
 
 
 Na ausculta cardíaca pode-se evidenciar 
taquicardia, ritmo de galope, sopro sistólico e 
arritmia. 
 O aumento da freqüência de defecação e a 
diarréia são secundários à hipermotilidade 
intestinal, à polifagia e à má absorção, sendo 
geralmente acompanhados de esteatorréia. 
 O hipertireoidismo aumenta a taxa de filtração 
glomerular, podendo ocorrer poliúria e polidipsia 
que mascararam uma insuficiência renal crônica 
(IRC) concomitante 
 Problemas dermatológicos ocorrem em 40% dos 
gatos, podendo apresentar alopecia pelo excesso 
de lambedura e/ou à avulsão pilar, devido à 
intolerância ao calor. 
 A astenia muscular, que ocorre em menos de 
15% dos casos, pode ocorrer devido à 
hipocalemia e/ou à deficiência de tiamina 
(vitamina B1) que são induzidas pela 
tireotoxicose 
 A hipocalemia, presente em 32% dos gatos 
hipertireóideos, ocorre devido à elevação dos 
hormônios da tireóide e à liberação de 
catecolaminas, estimulando o movimento do 
potássio do espaço extracelular para o 
intracelular. 
 
ALTERAÇÕES LABORATORIAIS 
 Eritrocitose, ocorrendo em 47% dos gatos 
hipertireóideos. Ocasionada pelo elevado 
consumo de oxigênio e pelo estímulo ß-
adrenérgico sobre a medula óssea, elevando a 
eritropoese. 
 
 
 
 
2 Amaríntia Rezende- Doenças de clínica médica de pequenos 
 O aumento das enzimas hepáticas (ALT, FA e 
GGT) ocorre em 90% dos casos. Decorrente da 
má nutrição, da insuficiência cardíaca congestiva, 
da anóxia hepática e do efeito tóxico direto dos 
hormônios tireoidianos no fígado 
 Freqüentemente, evidencia-se azotemia e 
hiperfosfatemia nesses pacientes. 
DIAGNÓSTICO 
 O diagnóstico de hipertireoidismo é 
normalmente realizado usando-se a combinação 
de sinais clínicos, palpação da tireóide, testes 
laboratoriais ou de imagem. 
 A mensuração de T4 total é comumente a mais 
utilizada para confirmar o diagnóstico de 
hipertireoidismo. 
 Um resultado dentro da normalidade não 
permitirá que se descarte o hipertireoidismo, 
uma vez que podem ocorrer flutuações 
circadianas dos valores séricos de T3 e T4 ou 
diminuição nas concentrações de T4 total no 
soro. 
TRATAMENTO 
 Os fármacos antitireoidianos disponíveis: 
 Propiltiouracil (muito efeito colateral) 
 Metimazol (mais usado) 
 Carbimazole 
 Pertencem à classe das tionamidas: a síntese do 
hormônio da tireóide. 
 Metimazol: Este deve ser iniciado em doses 
baixas, de 1,25 a 2,5mg duas vezes ao dia, para 
verificar se a concentração de T4 poderá ser 
seguramente normalizada sem causar 
descompensação renal. Após, pode-se aumentar 
a dose para 5mg duas a três vezes ao dia, 
dependendo da severidade da tireotoxicose. 
 Avaliações mensais devem ser realizadas durante 
os três primeiros meses, pois esse é o período em 
que os efeitos colaterais normalmente ocorrem. 
 Tireoidectomia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
HIPERPARATIREOIDISMO 
 Glândulas paratireoides estão hiperativas, os 
níveis de PTH tornam-se muito altos, e os níveis 
de cálcio no sangue também aumentam demais - 
uma condição conhecida como hipercalcemia. 
PARATORMÔNIO (PTH) 
 O PTH apresenta efeitos diretos sobre o 
metabolismo do cálcio nos ossos e nos rins e 
efeitos indiretos no metabolismo do cálcio do 
sistema digestório. 
 O efeito inicial do PTH sobre o osso é promover a 
transferência de cálcio pela membrana de 
osteoblastos-osteócitos. 
 O PTH age nos túbulos contornados distais dos 
rins para aumentar a absorção de cálcio e 
diminuir a reabsorção renal de fósforo. O PTH 
também está envolvido na ativação da vitamina 
D do rim. O hormônio ainda medeia a absorção 
de cálcio pelo intestino, indiretamente, por seu 
efeito sobre a vitamina. 
 O PTH promove a desmineralização óssea e a 
calcificação de tecidos moles, incluindo 
deposição de cálcio no parênquima renal. 
CAUSAS 
 Hiperparatireoidismo primário: causado por um 
tumor na glândula paratireoide. Aumento 
excessivo e descontrolado da secreção do 
Paratormônio por uma ou ambas glândulas 
paratireoides. 
 Hiperparatireoidismo secundário: causado por 
desnutrição ou doença renal. Resulta de uma 
resposta fisiológica à diminuição da concentração 
sérica de cálcio ionizado (renal, nutricional e 
adrenal) 
 Hiperparatireoidismo terciário: quando ele 
mesmo começa a produzir sua própria secreção. 
 
 
 
 
3 Amaríntia Rezende- Doenças de clínica médica de pequenos 
 
HIPERPARATIREOIDISMO PRIMÁRIO 
 No hiperparatireoidismo primário, ocorre 
aumento da secreção autônoma do PTH ou 
alteração na taxa de secreção sem 
retroalimentação negativa. 
 O HPP é uma doença de cães de meia-idade a 
idosos, variando de 4 a 17 anos (média de 11), 
não castrados e sem predisposição sexual. 
 Gatos-8 a 20 anos. 
 Raça Keeshond – autossomo dominante 
 Raça Pastor-alemão – HPP neonatal 
HIPERPARATIREOIDISMO SECUNDÁRIO 
 O hiperparatireoidismo secundário renal é uma 
síndrome que envolve a perda na capacidade de 
os rins excretarem o fósforo. A retenção do 
fósforo reduz o cálcio extracelular para que o 
equilíbrio seja mantido. 
 O desequilíbrio do metabolismo de cálcio e de 
fósforo ocorre como consequência da gradativa 
perda da capacidade funcional dos rins, o que 
promove estímulo da paratireoide e aumento da 
secreção de paratormônio (PTH), na tentativa de 
manutenção da homeostase do cálcio. 
SINAIS CLÍNICOS 
 A hipercalcemia também interfere nos 
mecanismos renais de reabsorção de sódio e 
água, levando ao aparecimento da poliúria. 
 A polidipsia compensatória é frequente em cães 
com hipercalcemia. 
 
 
 
 
 
 A hipercalciúria contribui com o desenvolvimento 
de infecção do trato urinário (ITU) e urolitíase. 
 Aproximadamente 50% dos cães com HPP 
apresentam apatia, depressão, fraqueza, perda 
de massa muscular e intolerância ao exercício. 
 A grave perda de massa óssea cortical pode 
causar claudicação ou fraturas de corpo 
vertebral e, consequentemente, disfunção de 
neurônios motores. 
DIAGNÓSTICO 
 USS- Paratireoides aumentadas, presença de 
tumores. 
 Mensuração de PTH e de cálcio sérico. 
TRATAMENTO 
 Hiperparatireoidismo Primário 
• Ablação química com etanol ou calor 
• Manejo 
• Remoção cirúrgica 
• Manejos pré cirúrgicos e pôs cirúrgicos 
 Hiperparatireoidismo Secundário 
• • Sempre levar em consideração o 
estágio da doença renal crônica 
• Particularidades de cada paciente • 
Monitoração 
• Observação de pacientes com 
hiperfosfatemia, hipocalcemia, 
magros, hipertensos, anêmicos entre 
outros. 
 
 
 
 
 
 
 
Aumento da 
secreção de PHT
Nos ossos
Aumento da 
reabsorção óssea 
(osteoclastos)
Nos rins
Aumento da 
absorção de 
cálcio

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