Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Direito do Trabalho: salário e remuneração 1. conceito: artigos 457 a 467/CLT a) salário (artigo 457, §1º/CLT): importância paga pelo empregador • valor fixo • comissões • gratificações legais » artigo 457, §2º/CLT (pós reforma trabalhista) versa a respeito das importâncias que não integram a remuneração do empregado, não se incorporam ao contrato de trabalho e não constituem base de incidência de qualquer encargo trabalhista e previdenciário • participação nos lucros e resultados: CRFB afirma que a PLR é desvinculada de natureza remuneratória • diárias para viagens • ajuda de custo • auxílio alimentação • prêmios • abonos b) remuneração (artigo 457, caput/CLT): soma do salário acrescido das gorjetas EXEMPLO: salário: R$1.500 + média de gorjetas: R$2.000 = remuneração: R$3.500 - férias e 13º salário incidem sobre o valor da remuneração - todas as verbas incidem sobre a remuneração? não, porque, de acordo com a súmula 354/TST as gorjetas, apesar de integrarem a remuneração do empregado, não servem de base de cálculo para parcelas de aviso prévio, adicional noturno, hora extra e repouso semanal remunerado, apenas levando-se em consideração em tais casos o valor do salário 2. gorjetas (artigo 457, §3º/CLT) : valores pagos por terceiros • dado de forma espontânea • cobradas pela empresa como valor adicional a qualquer título • destinado a distribuição entre os empregados 3. salário complessivo: quando o empregador fornece ao empregado valor fixo e único sem discriminar ao empregado como aquele valor foi atingido → em regra, não é admitido pelo ordenamento jurídico, pois pode ser prejudicial ao empregado • súmula 91/TST afirma que o salário complessivo não pode nem ser fixado por acordo coletivo ou convenção coletiva • com a reforma trabalhista, o artigo 59-A, § único/CLT se tornou uma possibilidade de salário complessivo 4. salário in natura (artigo 458/CLT): • pagamento do salário: 30% em espécie e o restante em utilidades (salário in natura) ▪ legislador veda o pagamento tão somente em utilidades ▪ prestação de natureza salarial paga ao empregado que não seja em espécie, pode ser vestuário, alimentação e habitação → parcelas excluídas por lei (artigo 458, §2º/CLT): previdência privada, assistência médica (plano de saúde), seguro de vida, transporte (≠ veículo para trabalho e para uso particular: súmula 367/TST afirma que quando o veículo for fornecido para o trabalho e também para fins particulares, o veículo não terá natureza salarial), educação (para empregado ou filhos), vestuário fornecido a título de uniforme e vale cultura - toda e qualquer espécie de vestuário, alimentação e habitação é considerada como utilidade e detém natureza salarial? não, devem ser observados os seguintes requisitos: habitualidade, pelo trabalho e gratuidade » pelo trabalho: com natureza salarial e em razão dos serviços prestados para o empregador » para o trabalho: sem natureza salarial e como instrumento para execução dos serviços 5. adicionais - integração x incorporação a) adicional de transferência: • só é caracterizada quando importar em mudança de domicílio • traz o direito a um adicional de, no mínimo, 25% e só é devido na transferência considerada provisória, porém, se a transferência for permanente não faz jus ao adicional • como a transferência importa em alteração no contrato de trabalho vai depender, em regra, da anuência do empregado → se o empregado for transferido sem sua anuência, a transferência será considerada abusiva (súmula 43/TST), salvo em casos de: (artigo 469, §§1º e 2º/CLT c/c OJ 113 SDI-1) - cargos de confiança quando decorrer de real necessidade de serviço - condição implícita no contrato de trabalho quando decorrer de real necessidade de serviço - condição explícita no contrato de trabalho quando decorrer de real necessidade de serviço - extinção do estabelecimento de emprego • artigo 470/CLT: despesas decorrentes da transferência serão por conta do empregador b) adicional de quebra de caixa: • percentual pago ao empregado que trabalha diretamente com valores a fim de compensar eventuais descontos que o empregado possa sofrer • previsto em acordo coletivo, convenção coletiva ou regulamento de empresa • enquanto pago, integra para todos os fins o salário do empregado • súmula 247/TST: parcela paga aos bancários a título de adicional de quebra de caixa possui natureza salarial, integrando o salário do empregado, para todos os efeitos legais c) gratificação de função de confiança: • salário efetivo acrescido de gratificação de confiança • súmula 372/TST: gratificação de confiança paga a empregado por, pelo menos, 10 anos incorpora o salário e em caso de retorno ao cargo anterior, esta gratificação deve permanecer sendo paga ao empregado → com a reforma trabalhista, o artigo 468, §2º/CLT foi alterado e versa a respeito da retirada do adicional de gratificação de função de confiança independentemente do tempo de exercício na respectiva função de confiança d) adicional de horas extras: • pago na ordem de, no mínimo, 50% • limitado a 2 horas extras diárias • súmula 291/TST: supressão parcial ou total de horas extras prestadas com habitualidade por, pelo menos, 1 ano assegura ao empregado o direito à indenização correspondente ao valor de 1 mês das horas suprimidas total ou parcialmente, para cada ano ou fração igual ou superior a 6 meses de prestação de serviço acima da jornada normal e) adicional noturno: • devido, em regra, ao empregado que trabalha de 22 às 05 da manhã com direito a adicional de, no mínimo, 20% • mudança do horário noturno para o horário diurno → jus variandi: poder que o empregador detém de realizar pequenas alterações no contrato de trabalho, desde que não causem prejuízo ao empregado • mudança do horário diurno para o horário noturno: não pode ser feita de forma unilateral f) adicional de insalubridade: artigo 192/CLT c/c artigo 189/CLT • exposição considerada habitual → exposição considerada eventual não garante direito ao adicional ▪ contínua ▪ intermitente: súmula 47/TST • execução de serviços que acarretem risco à saúde por meio de agentes biológicos, químicos ou físicos • pago na ordem de 10%, 20% ou 40%, dependendo do grau de exposição aos agentes ▪ adicional de 10%: exposição em grau mínimo ▪ adicional de 20%: exposição em grau médio ▪ adicional de 30%: exposição em grau máximo • incidência sobre o salário mínimo • súmula 47/TST: trabalho executado em condições insalubres, em caráter intermitente, não afasta a percepção do adicional • súmula 80/TST: eliminação da insalubridade mediante fornecimento de equipamentos de proteção individuais, aprovados pelo Ministério do Trabalho, exclui a percepção do adicional e não obriga ao pagamento do mesmo • súmula 289/TST: simples fornecimento de equipamentos de proteção individuais não é capaz de retirar a obrigação de pagamento do adicional de insalubridade, já que o empregador deve tomar medidas que conduzam à diminuição ou eliminação da nocividade • súmula 248/TST: reclassificação ou descaracterização da insalubridade por autoridade competente repercute na não necessidade de pagamento do mesmo, sem ofensa a direito adquirido e ao princípio da irredutibilidade salarial → insalubridade é considerada salário condição g) adicional de periculosidade: artigo 193/CLT • exposição considerada habitual → exposição considerada eventual não garante direito ao adicional ▪ contínua ▪ intermitente • execução de serviços que acarretem risco à vida por meio de explosivos, inflamáveis, redes de sistemas elétricos, segurança pessoal/patrimonial ou trabalho com motocicleta • pago na ordem de 30% e com incidência sobre o salário do empregado → súmula 191/TST: adicional incide sobre o salário básico e não sobreeste acrescido de outros adicionais ▪ em caso de empregado eletricitário contratado com base na lei 7.369/1085, o adicional incide sobre a totalidade das parcelas de natureza salarial, ou seja, sobre o salário básico acrescido de outros adicionais ▪ a alteração da base de cálculo em caso de empregado eletricitário promovida pela lei 12.740/2012 apenas atinge empregados com contrato de trabalho firmado a partir da vigência desta lei, passando assim, ao cálculo do adicional de periculosidade a ser feito da mesma forma que é feita para todo os demais empregados que fazem jus a este adicional • súmula 39/TST: empregados que operam em bomba de gasolina tem direito ao adicional de periculosidade (lei 2.573/1955) • súmula 191/TST c/c súmula 361/TST • súmula 364/TST: empregado exposto permanentemente ou intermitentemente a condições de risco tem direito ao adicional de periculosidade, porém, empregados expostos eventualmente não fazem jus a este adicional (exposição fortuita), nem aqueles que apesar de expostos habitualmente, são expostos por tempo extremamente reduzido • súmula 132/TST: adicional de periculosidade pago em caráter permanente integra o cálculo de indenização e horas extras EXEMPLO: frentista trabalha de 08 às 15 horas em posto de gasolina: recebe adicional de periculosidade de 30% sobre o salário a partir de 15:01 até 17 horas: permanece de sobreaviso (súmula 428/TST: para que o sobreaviso seja consagrado deve haver caráter de subordinação) - existe adicional de periculosidade neste período de sobreaviso? segundo a súmula 132, II/TST, durante as horas de sobreaviso, como o empregado não se encontra em condição de risco, não é cabível o pagamento de adicional de periculosidade • OJ 259/SDI-1: o adicional de periculosidade deve compor a base de cálculo do adicional noturno » empregador não é obrigado a cumular adicional de insalubridade com adicional de periculosidade, o pagamento de um afasta o pagamento do outro → artigo 193, §2º/CLT versa a respeito do fato de que havendo cumulação dos adicionais, o empregado pode optar por aquele que lhe for mais benéfico • artigo 194/CLT: direito a adicionais de periculosidade ou insalubridade cessará com a eliminação do risco à saúde ou vida do empregado • artigo 195/CLT: em caso de pedido de insalubridade ou periculosidade, juiz determinará realização de perícia realizada por médico ou engenheiro do trabalho ▪ OJ 165/SDI-1: não distinção entre médico e engenheiro do trabalho ▪ OJ 278/SDI-1: a realização de perícia é obrigatória para a verificação de insalubridade e quando não for possível sua realização, como em caso de fechamento da empresa, poderá o julgador valer-se de outros meios de prova (inclusive, pode se valer de prova emprestada) h) adicional de penosidade: artigo 7º, XIII/CRFB • ainda não regulamentado 6. equiparação salarial (artigo 461/CLT): • aquele que requer a equiparação é o equiparando e aquele que é a referência é chamado de paradigma • requisitos: ▪ função idêntica: primazia da realidade ▪ trabalho de igual valor: feito com igual produtividade e com a mesma perfeição técnica ▪ diferença de tempo de serviço não superior a 4 anos ▪ diferença de tempo na função não superior a 2 anos ▪ mesmo empregador ▪ mesmo estabelecimento empresarial • fato impeditivo (artigo 461, §2º/CT): em caso de empresa organizada em quadro de carreiras, não há que se falar em equiparação → após a reforma trabalhista, o quadro de carreiras não precisa ser homologado pelo Ministério do Trabalho • equiparação salarial em cadeia (artigo 461, §5º/CLT): equiparando e paradigma devem exercer a mesma função e ao mesmo tempo, existindo simultaneidade • descriminação (artigo 461, §6º/CLT): ficando comprovada a discriminação, além do pagamento das diferenças salariais devidas, haverá o pagamento de uma multa, em favor do empregado discriminado, no valor de 50% do teto da previdência
Compartilhar