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Domesticação do Cavalo

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Universidade Estadual do Ceará – UECE
Faculdade de veterinária - Favet
Zootecnia Geral
Do Cavalo Selvagem ao Cavalo Doméstico
Discentes: Hiago Araújo Viana e Wesley Araripe.
Fortaleza – CE
2020
Introdução
O cavalo foi um animal primitivo que passou por evoluções para chegar ao cavalo moderno. Por ser um dos animais mais importantes na história das civilizações, o cavalo foi um dos animais mais estudado e atualmente tem-se um grande conhecimento acerca origem e evolução, como também, acerca das contribuições na evolução do Homem e das civilizações. O primeiro fóssil do primeiro ancestral dos equinos foi encontrado em 1841, na América do Norte, de um animal que surgiu há cerca de 60 milhões de anos e foi denominado de Hyracotherium. A partir disso foram encontrados outros ancestrais, provenientes de evoluções, assim permitindo notar as diferenças morfológicas, devido a adaptações as adversidades da época.
Em relação ao cavalo moderno, anteriormente era utilizado apenas como caça, entretanto, o Homem notou que a utilidade do animal seria maior com a domesticação, então, a partir daí mudava a história de muitas civilizações, pois o cavalo facilitava várias atividades desenvolvidas pelas pessoas daquelas épocas. Em relação ao cavalo, a domesticação também trouxe uma série de mudanças, como nutrição, ambientação, atividades etc. Tais mudanças bastantes responsáveis por patologias que acometem os equinos.
 Atualmente, os equinos têm como principais funções o desenvolvimento de esportes, reprodução, lazer etc. Tais atividades de extrema importância no ensino da medicina veterinária e, também, no desenvolvimento da economia de diversos países.
O Cavalo – Origem e Evolução
O primeiro fóssil foi encontrado pelo palentologista Sir Richard Owen, em 1841, que pensou tratar-se de um hyrax (rato primitivo), por causa de sua dentição. Mas como o esqueleto não estava completo, ele chamou o animal Hyracontherium.
Trinta e cinco anos mais tarde, em 1876, Othniel C. March localizou um esqueleto completo, também nos EUA, e o denominou Eohippus (cavalo da madrugada ou cavalo do amanhecer). Em contato com a pesquisa de Sir Richard, ele constatou que se tratava do mesmo animal e o nome Hyracotherium passou a ser oficial e Eohippus um sinônimo.
Figura 1: Imagem do Hyracotherium. Fonte:https://www.google.com.br/search?q=first+horse+on+earth&hl=pt-BR&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwiaipSHwc_oAhUoIbkGHXSyBaEQ_AUoAXoECAwQAw&biw=1366&bih=576#imgrc=OGc5fouPCDmDrM
Com a mudança gradual do clima, a terra tornou-se mais seca e os pântanos foram se transformando em planícies gramadas. Seguindo a marcha da evolução, o Hyracotherium evolui para o Mesohippus (do grego meso = “meio”, e hippus = “cavalo”). Uma espécie maior e mais musculosa. Existiu há 40 milhões de anos, no período Oligoceno, também na América do Norte. Ele tinha pernas mais longas e somente três dedos. O dedo do meio sustentava o peso do animal. A sua cara era mais larga e longa do que a do seu antecessor, com uma ligeira fossa nasal. Os olhos eram mais arredondados e afastados um do outro. Alimentava-se de frutas e grama. Tinha seis dentes largos. Mais adequados para puxar a grama do que para pastar nos arbustos e musgos dos pântanos. O seu hemisfério cerebral era bem maior do que o do seu antecessor, e já era do tamanho do cérebro do atual cavalo.
Figura 2: Imagem do Mesohippus. Fonte: encurtador.com.br/bgwHW
No início do período Mioceno, também na América do Norte, surgiu o Merychippus ou Meryohippus, sucessor do Mesohippus. Ele ainda tinha três dedos em cada pé. Mas o dedo do meio era bem maior e tocava o solo quando ele corria. Os laterais eram usados somente em terrenos molhados e pantanosos. A cabeça dele era mais flexível na base, e mais longa do que a do seu antecessor. Seu tamanho era o de um cão grande e seus dentes mais apropriados para triturar e mastigar. Embora o seu nome significasse "cavalo ruminante", estudos atuais não confirmam que ele ruminava.
Figura 3Imagem do Merychippus. Fonte:https://www.google.com/search?q=merychippus&tbm=isch&rlz=1C1NDCM_pt-brBR793BR793&hl=pt-BR&ved=2ahUKEwiKz5uOyM_oAhVnFLkGHYVlAEcQrNwCKAB6BAgBEFY&biw=1349&bih=576#imgrc=yfuh5OFWJrGu-M
Em meados do Mioceno, há cerca de 12 milhões, surgiu o Pliohippus (do grego plio=maior, hippus=cavalo) o primeiro cavalo de um dedo só. Era um animal de pernas longas e finas, adaptadas para correr em descampados e pradarias, e evitar a captura. A pata dianteira assemelhava-se à dos cavalos de hoje, com apenas um casco, porém ainda não era tão adaptado. Média cerca de 1,2m de altura e 1,5m de comprimento. Sobreviveu durante 10 milhões de anos e foi o primeiro ancestral do cavalo, com dentes iguais ao cavalo moderno.
Figura 4: Imagem do Pliohippus. Fonte:https://www.google.com/search?q=pliohippus&rlz=1C1NDCM_pt-brBR793BR793&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwj_hYWLyc_oAhVEGbkGHYRfDgkQ_AUoAXoECBYQAw&biw=1366&bih=576#imgrc=leBAlzMyr4tIzM
A partir do Pliohippus várias linhagens de espécies de cavalos foram surgindo quase que ao mesmo tempo. Dentre essas linhagens o Equus, o cavalo moderno, gênese de todos os equinos modernos. Ele surgiu há um milhão de anos. Sua estrutura de pata era formada pelos ossos do dedo central, cuja unha alargou-se enormemente, formando o casco. Sua coluna era rígida, pescoço longo, pernas compridas e alguns ossos dos membros fundidos, sem rotação. Era um animal com uma única unha (casco). Os primeiros animais eram pequenos, mediam cerca de 90cm a 1m. Porém, o corpo de cavalo já estava bem definido. Apesar de pequeno era robusto, fértil e capaz de suportar os mais rudes climas.
Apesar de sua grande resistência, as agressivas intempéries do período do Pleistoceno, na época da glaciação (Era do Gelo), provocaram a extinção do Equus no seu habitat natural, a América do Norte e outras duas espécies que chegaram até a América do Sul. Porém, algumas espécies descendentes, na tentativa de sobreviver às profundas mudanças climáticas e topográficas que ocorriam na época, migraram lentamente, em busca de climas mais estáveis e amenos, conseguindo chegar à Ásia, através de um istmo de terra que ligava a América do Norte à Ásia, que hoje está inundado e é chamado de Estreito de Bering.Figura 5: Imagem da Evolução do Cavalo. Fonte: http://comprecavalos.comunidades.net/evolucao-dos-cavalos
Num mundo em intensa transformação geológica e biológica, a Ásia Central transformou-se numa gigantesca fortaleza natural, com uma planície elevada rodeada por desertos e com a mais alta barreira montanhosa que existe até hoje, que forma o Himalaia. Ali, os descendentes dos cavalos primitivos (Equus) prosseguiram evoluindo lentamente, sofrendo sucessivas transformações, crescendo em tamanho e modificando as suas estruturas e gerando novas espécies.
A partir do equus quatro tipos principais de cavalos se desenvolveram: Na Ásia surgiram o Tarpan e Cavalo de Przhevalski. Ambos animais fortes e resistentes. Na Europa, o clima mais ameno do que nas planícies frias áridas da Mongólia, propiciou o desenvolvimento do Equus Robustus ou "grande cavalo". Um cavalo grande e forte parecido com os cavalos de tiro de hoje. A mesma raça que os cavaleiros conquistadores das grandes civilizações costumavam andar, vestidos com suas armaduras pesadas. Na África e na Ásia Central desenvolveu-se um cavalo mais rápido em movimento e, por sua agilidade foi chamado Equus agilis. A partir desse tipo vieram as cepas árabes e gregas de cavalos. Este era um cavalo mais leve, mais alto e mais rápido do que o resto.
Nesse processo evolutivo novas espécies foram surgindo, ao mesmo tempo em que se espalhavam para o Velho Mundo (Europa) e para a África, onde deram origem às zebras que conhecemos atualmente. Temos aí o surgimento das primeiras gerações dos chamados Cavalos Selvagens.
Figura 6: Ancestrais dos Cavalos. Fonte: https://www.google.com/search?q=arvore+genealogica+do+cavalo&rlz=1C1NDCM_pt-brBR793BR793&tbm=isch&source=iu&ictx=1&fir=v569Y9aPn-FKkM%253A%252C28cvTJAWcOQVeM%252C_&vet=1&usg=AI4_-kR4qz1sgRBWVOv7B9j-95dQt2M1Ew&sa=X&ved=2ahEvolução dos Dentes dos Cavalos
A dieta do ancestral do cavalo moderno (Equus caballus) chamado Hyracotherium ou Eohippus consistia em uma variedade de plantas e folhagens ricas e suculentas que causavam muito pouco atrito dentário. Contudo, com subsequentes mudanças climáticas e de habitat durante os períodos Oligoceno e Mioceno este pequeno animal do tamanho de um cão, migrou e adaptou-se a novas dietas agora muito abundantes na Terra – pastagens de estepes, pradarias e tundras. Isto significou que o ancestral do cavalo passou a alimentar-se fundamentalmente de fibras de celulose, um composto de difícil mastigação e digestão. 
Para além de outras adaptações do aparelho digestivo, os variados estádios evolutivos do cavalo moderno tiveram de “criar” uma dentição que suportasse a preensão e a mastigação destas fibras muito abrasivas e assim disponibilizá-las para a tão importante digestão microbiana intestinal. Assim, constata-se que a dentição equina evoluiu brilhantemente para incluir inovações que a adaptaram à dieta de fibra grosseira. 
Por volta do ano de 2.000 AC, o cavalo foi domesticado pelo Homem. Com tal acontecimento domesticado sofreu transformações muito significativas a dois níveis. Em primeiro lugar, o Homem iniciou um processo de seleção com vista a criar raças tão variadas em função de parâmetros funcionais como a rapidez, a beleza, a força etc., e nunca em função das suas qualidades dentárias. Apesar de se poder supor que existiria uma influência indireta da qualidade da dentição no desempenho de cada indivíduo, e subsequentemente uma interferência nos processos de seleção, esta não poderá ter sido decisiva. Em segundo lugar, o Homem mudou a dieta do cavalo. Foram introduzidos novos alimentos e alteradas as apresentações dos alimentos até aí conhecidas pelo cavalo, como os métodos de preservação de pastagens.
Nas últimas décadas verificou-se um avanço muito significativo no nosso conhecimento da nutrição equina. Fabricam-se hoje em dia concentrados com valores energéticos e de digestibilidade altíssimos o que para o “cavalo da pradaria” que evoluiu durante milhões de anos para comer pastagens naturais de fraca qualidade constitui uma mudança muito marcada. 
Independentemente dos óbvios benefícios produtivos que advêm de uma dieta muito rica, ao nível dentário vão existir consequências. Quando se introduz um concentrado na dieta, automaticamente o cavalo vai ter necessidade de comer menos fibra o que vai causar uma diminuição drástica do tempo passado a mastigar e uma alteração do padrão mastigatório (de latero-lateral para uma mastigação vertical). O período de mastigação do cavalo domesticado diminuiu ainda mais devido ao acesso condicionado à pastagem e com os fenos de qualidade de hoje em dia, pois a sua necessidade de ingerir fibra é inversamente proporcional à qualidade da fibra que lhe é oferecida. Assim, o cavalo para satisfazer as suas necessidades energéticas passa em média oito a dez horas a comer por dia com picos de atividade coincidentes com as horas da “refeição”, o que comparado com o cavalo da pradaria que passa dezesseis horas diárias a pastar e a deambular é uma diferença significativa.
Todas estas mudanças originam uma menor erosão dentária e um uso mal distribuído da superfície dentária de mastigação. Aliados a esses fatos, os dentes continuam o seu processo normal de erupção e, portanto, vão se criando desigualdades ou mesmo sobre crescimentos pontuais no seu perfil, que podem chegar a causar impossibilidade de mastigação, como também vão acentuando as suas normais arestas cortantes até ao ponto de formarem úlceras dos tecidos moles da boca. Estão também descritos na literatura científica, outras patologias de origem nutricional, entre eles destaca-se as cáries dentárias e a doença periodontal.Figura 7: Imagem da Dentição Equina. Fonte: https://www.google.com/search?q=odontologia+equina&tbm=isch&ved=2ahUKEwjm3fPb3c_oAhX7ALkGHY6_CQsQ2-cCegQIABAA&oq=odont&gs_lcp=CgNpbWcQARgAMgQIABBDMgIIADIECAAQQzIECAAQQzIECAAQQzICCAAyAggAMgIIADICCAAyAggAOgUIABCDAVDT-RRY
Homem e Cavalo – Mudanças de Hábitos
Devido a domesticação do cavalo, o homem causou diversas alterações na rotina desse animal e hoje são criados em diferentes sistemas de criação, sejam eles destinados ao esporte, lazer, trabalho ou reprodução. Porém, independente da finalidade, todo cavalo tem as mesmas necessidades básicas.
O cavalo é por natureza uma presa. Para sobreviver, seu ancestral sofreu alterações adaptativas. Uma das adaptações que o cavalo sofreu, foi ter um sistema digestório composto por um estômago pequeno, que comporta pouca quantidade de alimento e permite ao cavalo realizar fugas imediatas (GOODWIN, 2007). Este pequeno estômago o obrigou a ingerir pouca quantidade de alimento várias vezes ao dia.
A sobrevivência dos ancestrais do cavalo também foi influenciada pela convivência em grupo (GOODWIN, 2007). Animais em grupo obtinham mais sucesso do que animais isolados. Isso porque havia um número maior de animais atentos à presença de predadores (GOODWIN, 1999). Portanto, a interação entre esses animais era bastante significativa. Esses animais também migravam constantemente em busca de um local seguro e com disponibilidade de alimento, portanto passavam bastante tempo se locomovendo constantemente.
Quanto ao cotidiano do cavalo, quando estão livres, eles priorizam se manter em grupo e em um lugar seguro, os cavalos distribuem as horas do dia para realização de diversas atividades, onde passam a maior parte do tempo se alimentando.
Porém, com a domesticação do cavalo, o homem causou grandes alterações na rotina desse animal, entre elas, o fato de agora esses animais passarem a maior parte do dia em baias, principalmente os animais destinados ao esporte.
Esse confinamento trouxe vantagens, como o fato de agora o cavalo não precisar fugir dos predadores e ter uma alimentação completa e balanceada de forma monitorada. Porém manter o animal em baia também trouxe várias desvantagens para o animal, pois reduziu significativamente o tempo que o animal gasta se alimentando, já que antes ele chegava a destinar 16 horas do dia para a alimentação, e agora passa muito tempo em ócio.
Outras mudanças negativas na rotina do cavalo foi o fato desses animais agora terem pouca interação entre eles, não tendo mais a convivência em grupo que tinham em vida livre, além de praticarem atividade física de forma reduzida, os cavalos costumam realizar atividades físicas espontâneas, entre elas espojar várias vezes ao dia, entretanto, os cavalos espojam somente em locais onde possam se deitar, nos quais se sintam seguros e confortáveis.
O confinamento excessivo com poucas oportunidades de realização de exercícios e pouco contato com outros animais pode resultar em frustração e é causa de muitos problemas físicos, como por exemplo, o mau desenvolvimento ósseo, problemas respiratórios e problemas de comportamento, como a agressividade em garanhões. Todas essas alterações na rotina do cavalo deixou o animal embaiado muito tempo em ócio. 
Situações não habituais na rotina ou que contrariam as características físicas e os comportamentos naturais dos equinos provocam emoções negativas, como tédio ou frustração. Estas emoções negativas acabam sendo manifestadas por meio de comportamentos anormais ou estereotipias, como tentativa de o cavalo adaptar-se ao ambiente inadequado em que ele vive.
São observados em diversos cavalos, alojados em baias, tendência a executarem uma variedade de atividades aparentemente sem função e comportamentos repetitivos. O hábito de roer madeira, aerofagia, movimentos de balanço, dentre outros são exemplos de movimentos sequenciais repetidos. A aerofagia é um vício geralmente adquirido, relativamente comum em equinos, sem distinção de raça e sexo. Na aerofagia, com o tempo, ocorre desgaste excessivo dos dentes incisivos, perda de peso, hipertrofia dos músculos ventrais do pescoço, especialmente do músculo esternocefálico, cólicas por meteorismo ocasionais além de inevitável desvalorizaçãodo animal.
A alimentação do cavalo deve ser controlada pensando em diminuir ao máximo o seu tempo em ócio, portanto, o ideal para cavalos é uma dieta totalmente a base de pasto e feno, ou com no mínimo 70% de volumoso. Ao consumir volumoso, o cavalo passa mais tempo mastigando, o que reduz seu tempo em ócio e promove um desgaste mais adequado dos dentes. Além de que cavalos que recebem uma dieta com maior proporção de volumoso apresentam menor acidez no estômago, reduzindo a incidência de úlceras gástricas, pois os cavalos secretam ácido gástrico continuamente e quando não se alimentam de forma constante, a mucosa do estômago fica exposta a estes ácidos.
No entanto, os cavalos que possuem uma dieta com um baixo índice de volumoso, passam mais tempo em ócio, além de que uma dieta pobre em volumoso está geralmente associada à apresentação de comportamentos anormais e estereotipias, além de outros problemas de saúde, como úlceras gástricas e cólicas por compactação, como no caso de cavalos que ingerem cama. Distúrbios gastrintestinais como cólicas são comuns em cavalos mantidos em baias, principalmente devido ao manejo alimentar, pois os cavalos passam menos de quatro horas por dia se alimentando e com alta proporção de concentrado, pouco feno ou capim picado.
Outro fator que pode ocasionar o surgimento de cólicas nos equinos é o excesso de exercícios físicos. De preferência, um cavalo poderia trabalhar ou treinar apenas uma hora por dia, tempo equivalente às atividades físicas que ele realizaria em vida livre. Cavalos jovens treinados de forma intensiva também podem ter seu desenvolvimento ósseo comprometido. O excesso de exercício também pode ocasionar mielopatia cervical estenótica (MCE), também conhecida como bambeira, que é uma enfermidade resultante da compressão intermitente ou contínua da medula cervical. Além de lesões, como no ligamento suspensório da articulação metacarpo/metatarso falangianas, essas lesões são consideradas como as causas mais frequentes de claudicação em equinos atletas e representam prejuízo econômico expressivo, sendo que o tratamento é demorado e as recidivas são frequentes.
Principais Raças
Quarto de Milha:
Características físicas: Cerca de 1,50m; 500 kgs; Aparência musculosa.
Pelagem: alazã, alazã tostada, baia, baia amarilha, castanha, rosilha, tordilha, lobuna, preta e zaina.
Histórico: Raça de cavalo que surgiu nos Estados Unidos, a partir do cavalo Mustang.
Principais atividades: Sela, hipismo, corrida plana e salto.
Mangalarga Marchador:
Características físicas: Cerca de 1,52m para machos e 1,46m para fêmeas; 500 kgs; Porte médio, estrutura forte e pele fina e lisa.
Pelagem: alazã, alazã tostada, baia, baia amarilha, castanha, rosilha, tordilha, lobuna, preta e zaina.
Histórico: Raça de cavalo tipicamente brasileira, originou-se na região do Sul Minas Gerais através de cruzamento genético entre os cavalos trazidos para o Brasil na colonização.
Principais atividades: Sela, hipismo, equitação, salto e lida de gado.
Puro Sangue Inglês:
Características físicas: Cerca de 1,65m; 500kgs; focinho musculoso, cauda longa e larga
Pelagem: Castanha, alazã ou tordilha, de preferência uniforme.
Histórico: Raça de cavalo que tem origem na Inglaterra, desenvolvida a partir do cavalo autóctone e árabe.
Principais atividades: Salto, polo, adestramento e equitação.
Árabe:
Características físicas: Cerca de 1,45m; 400 e 500kgs, para o macho e 350 a 450 kgs, para a fêmea. Cabeça delicada e côncava, olhos expressivos, focinho curto, pescoço sinuoso e arqueado.
Pelagem: Alazã, branca, preta e tordilha.
Histórico: A raça de cavalo mais antiga do mundo, existem relatos de já serem domesticados há cerca de 4000 aC, onde hoje se localiza o Iraque. Em 700 a.C. havia uma procura generalizada por ele em todo o Oriente Médio e Norte da África. Guerras eram iniciadas com o único fim de obtê-los em maior número possível.
Principais atividades: Corrida, hipismo, enduro, três tambores e lida de gado.
Considerações Finais
Portanto, com a finalização do trabalho, nota-se a evolução das características do cavalo pré-histórico ao moderno, devido a adaptações ao clima, habitat, alimentação, relevo etc. O cavalo, também, foi responsável por mudanças nas civilizações, por meio da sua domesticação. E, atualmente, bastante utilizado em diversos esportes, assim, gerando empregos e movendo a economia de diversos países.
Referências
BIRD, J. Cuidado Natural del Caballo. Acanto, 2004, 206p.
CINTRA, A. G. DE C. O CAVALO: Características, Manejo e Alimentação. 1ª Edição, ed. Roca, 2010, 364p.
GOODWIN, D. The importance of ethology in understanding the behaviour of the horse. Equine vet. J., v. 28, 15–19. 1999.
GOODWIN, D. Horse Behaviour: Evolution, Domestication and Feralisation. In: WARAN, N. (Ed.). The Welfare of Horses, v. 1, p. 1-18, 2007.
LAMAS, M. Evolução do Cavalo – Perspectiva Dentária. Revista Equitação, 2011. Disponível em: < http://www.clinicadoalmargem.pt/uploads/6/5/4/1/6541571/evolucao_cavalo_-_perpectiva_dentria.pdf>. Acesso em: 4 de março de 2020.
LAMAS, M. Evolução do Cavalo – Perspectiva Gástrica. Revista Equina, 2011. Disponível em: < http://www.clinicadoalmargem.pt/uploads/6/5/4/1/6541571/evoluo_do_cavalo_-_prespectiva_gastrica.pdf>. Acesso em: 4 de março de 2020.
LEME, D. P.; DA SILVA, E. L.; VIERIA, M. C.; BUSS L. P. Manual de Boas Práticas de Manejo em Equideocultura. MAPA, 2017, 50p.
NICOLETTI, J. L. M. et al. Modified Forssell’s myectomy operation in windsucking horses: a retrospective study of 11cases. Ciência Rural, v. 26, n. 3, p. 431-434, 1996.
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