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HPV O papilomavírus humano é um vírus de DNA com tropismo por células epiteliais de pele e mucosa. Apresenta um período de latência entre 2 e 8 meses e cerca de 80% das infecções sofrem o processo de clareamento em até 2 anos após o contato, principalmente nas pacientes mais jovens. Porém, cerca de 20% das infecções tornam-se persistentes, podendo evoluir para o câncer. O HPV se divide em 2 subtipos: oncogênicos (principalmente 16 e 18) e não oncogênicos (principalmente 6 e 11). Os não oncogênicos invadem o queratinócito mas não integram seu DNA ao DNA celular, sendo chamado de forma epsissomal. Os oncogênicos integram seu DNA ao DNA celular e produzem as oncoproteínas E6 e E7 responsáveis por inibir a P53 e pRb, gerando assim a imortalidade celular e favorecendo o surgimento das lesões percursoras de câncer. Nosso organismo reage à infecção viral principalmente com a produção de interforons alfa e ß, porém essas moléculas não conseguem atingir os HPV oncogênicos por conta do mecanismo de adesão do DNA ao DNA celular. As manifestações clínicas variam conforme o tipo do HPV. HPV oncogênicos tendem a formar lesões percursoras e evoluir com câncer cervical (mucosa), espinocelular e basocelular (pele). Já os HPV não oncogênicos tendem a formar verrugas cutâneas e condilomas acuminados (mucosa). As lesões do HPV possuem diversas classificações, dentre elas a NIC e a Bethesda. A NIC leva em consideração a proporção do epitélio acometido por células indiferenciadas, sendo o NIC 1 caracterizado por 1/3 inferior do epitélio acometido, o NIC 2 por 2/3 inferiores do epitélio acometido e o NIC 3 por acometimento total do epitélio. O Bethesda possui uma categoria chamada de células escamosas atípicas, que contém a categoria ASC-US (de significado indeterminado), ASC-H (não pode descartar lesão de alto grau), lesão intraepitelial escamosa de baixo grau (NIC 1), e de alto grau (NIC 2 e 3). A conduta varia de acordo com a classificação de Bethesda: · ASC-US: repetir citologia oncótica em 6 meses: alterada ⇢ colposcopia · ASC-H: fazer colposcopia: alterada ⇢ biópsia · Lesão de baixo grau: fazer colposcopia: alterada ⇢ biópsia · Lesão de alto grau: fazer colposcopia: alterada ⇢ biópsia O tratamento das verrugas pode ser feito com ácido tricloroacético, podofilotoxina, podofilina, imiquimode, eletrocauterização, criocauterização ou exérese cirúrgica. O tratamento das lesões intraepiteliais pode ser feito com conização para lesão de colo uterino. O rastreamento é feito em mulheres entre 25 e 64 anos de forma anual, sendo trienal após 2 exames normais consecutivos. Mulheres < 25 anos não entram no programa de rastreamento pois geralmente apresentam uma infecção transitória que altera a citologia mas que involui posteriormente, evitando assim sobretratamento. A profilaxia consiste no uso de preservativos e na vacinação com a vacina quadrivalente (contra HPV6, 11, 16 e 18). O esquema de vacinação consiste em 2 doses com intervalo de 6 meses entre cada dose, sendo oferecida no SUS para meninas entre 9 e 14 anos e meninos entre 11 e 14 anos.
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