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Antineoplásicos

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1 
4º SEMESTRE 2021 – UNIFTC FARMACOLOGIA 
JULIANA OLIVEIRA 
ANTINEOPLÁSICOS 
Podem ser chamados de antitumorais, quimioterápicos, etc. 
São medicamentos que são usados para o tratamento 
farmacológico do câncer. 
Quando se fala dos antineoplásicos refere-se a fármacos 
que atuam diretamente nas células tumorais. 
➔ Ordem de incidência de câncer no Brasil: 
HOMENS x MULHERES 
 
FÁRMACOS ANTINEOPLÁSICOS 
São fármacos empregados no tratamento do câncer e que 
interferem nos mecanismos de sobrevivência, proliferação e 
migração celular. 
Pensando em uma célula tumoral, qual seu maior 
problema? 
O principal problema é que ela se prolifera muito 
rapidamente, não é que produz substâncias que são tóxicas, 
mas sim a disfunção do tecido onde se está acontecendo o 
crescimento exagerado, logo, o crescimento demasiado 
compromete a função daquele tecido. 
Logo, os fármacos que conseguem reduzir a progressão 
celular ou matar as células tendem a ter uma 
aplicabilidade como antineoplásico. 
O tratamento do câncer envolve várias terapias como a 
remoção cirúrgica, radioterapia e quimioterapia. 
CÉLULAS NORMAIS X NEOPLÁSICAS 
As células normais remetem a células que geralmente 
tem estrutura e morfologia conhecidas. Sabe-se quais 
características esperar de determinadas células à nível 
fenotípico, a nível genotípico elas possuem uma rara 
expressão de oncogene, fator de secreção ordenado e a 
presença do gene supressor de tumor, principalmente p53. 
 
Já as células neoplásicas possuem uma estrutura 
completamente desorganizada, as células que eram para 
estar no formato das células normais, são encontradas em 
um aspecto totalmente diferente, sendo marcadas por 
mitoses frequentes e novos vasos, em relação ao seu 
fenótipo, em relação ao seu genótipo, perdem a inibição 
por contato, possuem um aumento do fator de secreção, 
da expressão de oncogenes e diminuição do gene supressor 
tumoral. 
PROGRESSÃO TUMORAL 
Nesse caso iniciou-se o processo de progressão com a 
exposição ao carcinógeno o qual induz uma 
transformação celular que pode ou não ser suficiente 
para que uma determinada célula se transforme em uma 
célula neoplásica. 
Caso essa célula consiga escapar dos mecanismos de 
controle, ela vai começar a se dividir com o potencial de 
divisão de uma célula neoplásica, gerando 
neovascularização, de modo que esse crescimento pode 
provocar a liberação de células na corrente sanguínea que 
vão levar as células tumorais do tumor primário para 
outros órgãos, causando a metástase. 
 
CICLO CELULAR 
Existem antitumorais que atuam em regiões específicas do 
ciclo, logo, depende de em qual região do ciclo a célula vai 
estar naquele momento para o antitumoral agir. 
 
2 
4º SEMESTRE 2021 – UNIFTC FARMACOLOGIA 
JULIANA OLIVEIRA 
P.ex. os alcalóides da vinca eles atuam na formação dos 
microtúbulos, impedindo essa informação, logo, atuam 
quando a célula estiver em divisão, nas fases inicias da 
mitose, que é quando ocorre a formação do fuso mitótico, 
no entanto, existem antitumorais que agem 
independentemente da fase. 
➔ Ponto de restrição é dependente de: 
▪ Fatores de crescimento: Facilitam a replicação do 
material genético e a divisão celular. 
▪ Genes supressores tumorais p.ex. gene p53, principal 
gene responsável pelo início do processo apoptótico, 
são induzidos mediante impedimento no processo de 
divisão celular. 
▪ Lesão do DNA. 
▪ Depleção dos nucleotídeos celulares → menos DNA 
→ se divide menos. 
▪ Mal funcionamento do aparelho mitótico. P.ex. 
alcalóides da vinca. 
 
 Gênese de uma célula neoplásica: 
- Inativação de genes supressores tumorais. 
- Ativação de oncogenes. 
 
O que é um “ponto de restrição” de um ciclo celular? 
É o local de identificação de algum erro, assim, nesses 
pontos ocorrem uma restrição do ciclo, esse ciclo vai 
continuar ou não, essas células vão continuar se dividindo 
ou não. 
APOPTOSE 
Também conhecida como morte celular programada, 
consiste em uma morte limpa, de dentro para fora. A célula 
vai se organizando e fazendo mudanças em sua morfologia, 
destruindo suas estruturas até formarem os corpos 
apoptóticos e posteriormente sofrem fagocitose pelas 
células vizinhas. Esse processo mantêm o local isento da 
produção de substâncias inflamatórias, diferentemente da 
necrose. 
A eficácia da maioria dos antineoplásicos depende da 
ativação dos processos de apoptose celular. 
ESPECIFIC IADADE DOS AGENTES ANTINEOPLÁSICOS 
Os alcalóides da vinca estão no grupo dos “fármacos 
específicos da fase M”, são identificados como a 
vincristina ou vimblastina e atuam na formação do fuso. 
Já o paclitaxel atua na despolimerização dos microtúbulos, 
se isso não ocorrer nas fases finais da mitose a célula 
também não vai se dividir, logo, tem fármacos que atuam na 
formação, outros na despolimerização. 
Os “fármacos inespecíficos” atuam independentemente da 
fase do ciclo celular em que a célula está iniciando o 
processo de morte. 
Os fármacos específicos da fase S, onde adentra os 
antimetabólitos, pois é a fase de síntese, onde se está 
precisando produzir e duplicar o DNA, produzir proteínas 
e os autolimitantes. 
 
➔ Classificação das drogas antineoplásicas: 
▪ Ciclo-inespecíficos: Aqueles que atuam nas células 
que estão ou não no ciclo proliferativo, como 
p.ex. a mostarda nitrogenada são agentes alquilantes ao 
DNA. 
▪ Ciclo específicos: Atuam somente nas células que 
se encontram em proliferação, como é o caso da 
ciclofosfamida. 
▪ Fase-específicos: Aqueles que atuam em determinadas 
fases do ciclo celular, só agem na fase M. 
TRATAMENTO DAS NEOPLASIAS 
Quando se fala das células tumorais, as quais são nossos 
alvos, tem-se a ideia de que são mais suscetíveis ao 
tratamento antitumoral quando se encontram em alguma 
fase do ciclo celular não seja G0, no entanto, isso depende 
do tipo de antineoplásico, pois, tem antineoplásico que essa 
frase não é verdadeira. 
Mas qual o problema de um antitumoral agir 
independentemente da fase em que se encontra? 
O problema é que há uma grande chance de que esses 
fármacos passem a agir nas células normais que, em sua 
maioria, não se dividem muito, assim, ao longo dos anos, a 
fim de melhorar o tratamento antineoplásico tentaram 
descobrir fármacos que agem enquanto as células estão se 
dividindo, já que as células sadias se dividem pouco em 
relação as tumorais. 
 
Algumas células tumorais se localizam em órgãos que 
atingem baixas concentrações de fármacos antineoplásicos 
(SNC, testículos). Esse é um grande ponto que justifica o 
porquê de alguns tipos de tumores serem tão difíceis de 
serem tratados. 
 
3 
4º SEMESTRE 2021 – UNIFTC FARMACOLOGIA 
JULIANA OLIVEIRA 
O uso da poliquimioterapia, com diferentes mecanismos de 
ação, é comum no tratamento de neoplasias. 
 
➔ Tipos e finalidades da quimioterapia: 
▪ Curativa: 
Quando é usada com o objetivo de se conseguir o controle 
completo do tumor e sua remissão. 
 
▪ Adjuvante: 
Quando se segue à cirurgia curativa, ou seja, foi utilizado a 
cirurgia para tirar o tumor e o quimioterápico como um 
adjuvante para esterilizar as células residuais locais ou as 
possíveis células circulantes, diminuindo a incidência de 
metástases à distância. 
 
▪ Neoadjuvante ou prévia: 
É indicada para se obter a redução parcial do tumor 
visando permitir uma complementação terapêutica com a 
cirurgia ou radioterapia.▪ Paliativa: 
Não tem finalidade curativa, é utilizada apenas com a 
finalidade de melhorar a qualidade da sobrevida do 
paciente. 
 
➔ Classes de fármacos antineoplásicos: 
 
➔ Locais de ação dos antineoplásicos: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Os antimetabólitos vão interferir na síntese do DNA. Os 
agentes alquilantes vão se ligar no DNA. Os agentes 
intercalantes vão interferir na transcrição e na duplicação 
do DNA. Os inibidores mitóticos vão interferir na 
mitose. 
AGENTES ALQUILANTES E COMPOSTOS 
RELACIONADOS 
Os agentes alquilantes se ligam ao material genético e como 
consequência disso causam danos ao DNA, impedindo-o de 
ser lido, induz a ruptura do material genético e dá início à 
cascata apoptótica. 
➔ Os agentes alquilantes podem ser classificados em: 
▪ Mostardas nitrogenadas e nitrosouréia: 
São chamados de mostardas nitrogenadas devido à sua 
estrutura química, sendo chamada assim, pois, a primeira 
estrutura semelhante à essa foi de uma mostarda. 
 
Possui uma característica química muito particular que é 
além de possuir o nitrogênio, possui dois cloros nas 
cadeias, o qual puxa muito elétron para si, essa “puxada” de 
elétrons faz com que a mostarda nitrogenada crie um 
dipolo intramolecular, de modo que esses cloros ficam com 
carga negativa e o CH2 com carga positiva. Acontece que 
esse dipolo positivo ou falta de elétron é a causa pelo qual 
o CH2 reage com o nitrogênio da mostarda, ocorrendo 
uma reação intramolecular. 
 
O nitrogênio, nesse caso, possui um par de elétron 
disponível para se ligar a outras moléculas, acontece que a 
própria molécula da mostarda possui um CH2 que está na 
espera de elétrons, assim, o CH2 começa a querer o 
elétron desse nitrogênio de modo a se ligar a ele, gerando 
uma determinada estrutura. No entanto, quando isso 
acontece o nitrogênio fica com carga positiva, pois, ele era 
neutro, logo, ele tinha os dois elétrons para si, agora ele 
precisa dividir os elétrons com o CH2, então possui 
carga positiva. E daí? E daí que esse cátion (N+) é altamente 
reativo, ou seja, tem a capacidade de interagir com 
substâncias orgânicas p.ex. guanina → DNA. Desse modo, 
as mostardas nitrogenadas alquilam ou formam uma ligação 
alquil com o nitrogênio da guanina e a partir dessa ligação 
 
4 
4º SEMESTRE 2021 – UNIFTC FARMACOLOGIA 
JULIANA OLIVEIRA 
que é irreversível tem-se lesão do DNA, interrupção da 
leitura do material genético, interrupção do crescimento da 
cadeia e é por isso que independe do estágio do ciclo 
celular. 
▪ Essa mostarda reativa se liga além da guanina a 
grupamentos sulfidrila de proteínas 
▪ Formam ligações covalentes com guaninas do DNA o 
que impede a sua replicação. 
Ex: mecloretamina, clorambucil, ciclofosfamida, ifosfamida, 
carmustina, estramustina, dacarbazina. 
 
▪ Ativação dos agentes alquilantes: 
A ciclofosfamida tem uma diferença em relação as demais 
visto que é um pró-fármaco, pois, precisa sofrer uma 
reação enzimática nas CYPs hepáticas para romper a ligação 
covalente e ser convertida nas aldofosfamida, a 
aldofosfamida que vai dar origem a mostarda de 
fosforamida que possui o efeito citotóxico para o DNA. 
 
 
 
Efeitos tóxicos: 
- Imunossupressão. → A ciclosfosfamida em algumas doses 
é útil como imunossupressor pois tem uma preferência por 
células imunes. 
- Cistite hemorrágica. 
 
Cuidados na administração: 
- Se durante a administração houver o extravasamento de 
uma dessas mostardas no tecido subcutâneo resulta em 
endurecimento hipersensível e necrose. 
Solução: Infiltração imediata de solução isotônico estéril 
de tiossulfato de sódio (possui grupamentos SH, os quais 
são “adorados” pelas mostardas) seguida de compressa de 
gelo. 
 
▪ Compostos de platina: 
São da mesma família dos agentes alquilantes, por isso, 
agem de forma bem parecida, no entanto, são compostos 
de platina, possuem em sua estrutura uma molécula de 
platina. 
A nível de mecanismo formam ligações covalentes com dois 
grupamentos adjacentes no DNA, prevalentemente nas 
posições N-7 e 0-5 da guanina. 
Câncer testicular, pulmonar, de ovário e de bexiga. 
Os compostos de platina possuem algumas características 
interessantes que são: 
- Estrutura química bizarra. 
- Acontece que para essa molécula seja citotóxica e consiga 
se ligar ao DNA, ela precisa sofrer algumas reações 
químicas, assim, a cisplatina atravessa a bicamada lipídica e 
sofre reações de hidratação de forma que o nosso corpo 
troca o cloro → água, agora sim o fármaco tem o potencial 
para se ligar às guaninas do material genético. Contudo, 
podem acontecer modelos de ligações diferentes, visto que 
se pode ter 65% das ligações à guaninas que são vizinhas ao 
DNA, 25% se liga quando se tem G, alguma outra base 
nitrogenada e uma adenina e 3 a 5% se liga na chamada 
“ligação cruzada”, que é quando se tem a ligação de uma 
guanina de uma determinada região da hélice com outra 
guanina de outra região de outra hélice, sendo essas as mais 
prejudiciais ao DNA. 
 
Efeitos tóxicos: 
- Nefrotoxicidade. 
- Neurotoxicidade (perda da audição e parestesias nas 
mãos e pés). Além disso tem-se a dor neuropática, por 
lesão nervosa. 
ANTIMETABÓLITOS 
Tem como função diminuir a oferta de substâncias que são 
essenciais para a divisão celular. 
Ex: Análogo do ac. fólico → Metotrexato 
 Análogos das purinas → Mercaptopurina e 
tioguanina. 
 Análogos das pirimidinas → Fluoruracila, gencitabina 
e citarabina. 
Cada um desses reduzindo a produção ou a oferta de uma 
das respectivas substâncias. No fim das contas, tem-se um 
prejuízo para as células quando estiverem na fase S que é a 
fase de crescimento e duplicação do DNA. 
No geral são análogos, ou seja, são estruturalmente 
similares a compostos utilizados nas células. Atuam na fase 
S do ciclo celular interferindo em diferentes rotas 
metabólicas. 
➔ Antagonista do folato: Metotrexato 
Agem inibindo a síntese de precursores do DNA e do 
RNA. Ex: metotrexato, hidroxiuréia. 
 
5 
4º SEMESTRE 2021 – UNIFTC FARMACOLOGIA 
JULIANA OLIVEIRA 
O ácido fólico é muito requerido na síntese dos 
nucleotídeos, pois, são essenciais à síntese do DNA e à 
divisão celular. Os pesquisadores estão tentando ao 
máximo provocar uma seletividade nesses tumorais para 
fugir dos efeitos tóxicos as células não tumorais uma das 
estratégias é encapsular o antitumoral e colocar na 
superfície das nanopartículas o ácido fólico. 
 
Qual a estratégia ao fazer isso? 
A estratégia se baseia em quais são as células que mais 
querem o ácido fólico que são as tumorais, logo, quais são 
as células que vão ter mais receptores e transportadores 
do ácido fólico? As tumorais também. Logo, quando as 
nanopartículas, que vão estar circulando na corrente 
sanguínea, passarem por células tumorais vão ser captados. 
E dentro da célula ocorre a liberação da “doxo”, enquanto 
que uma célula saudável não vai querer tanto ácido fólico, 
ela usa, mas é importante concentrar mais ác fólico em 
células tumorais do que em células sadias. 
 
 
Esses fármacos que atuam como antagonista do folato ou 
do ac fólico inibem uma enzima chamada de diidrofolato 
redutase, essa enzima tem duas funções: 
(1) Pega o folato e transforma ele em diidrofolato. 
(2) Pega o diidorfolato → tetraidrofolato. 
O metotrexato inibe essa enzima, consequentemente, inibe 
a formação de diidrofolato e tetraidrofolato. Isso 
implica no fato de que o tetraidrofolato ser um substrato 
para uma outra enzima chamada de timidilato sintase, a qual 
pega a dUMP e converte em dTMP, a qual vai ser 
trifosfatada e adicionada ao DNA, portanto, ao inibir 
diidrofolato redutasehá a inibição de FH2 e FH4, ao inibir 
FH4 dentro de uma célula tem-se a inibição da atividade do 
timidilato sintase e consequentemente há uma diminuição 
da oferta intracelular de dTMP (timidina monofosfato), 
logo, há menos material para formar o DNA. Logo, é assim 
que o metotrexato diminui a proliferação celular, portanto, 
é um antitumoral. 
Usos clínicos: METOTREXATO 
- Leucemia linfoblástica aguda. 
- Linfoma NH. 
- CA de mama. 
- CA de pulmão. 
- CA de cabeça e pescoço. 
- Osteosarcoma. 
 
➔ Análogos de bases: 
▪ Análogos das purinas: mercaptopurina e tioguanina. 
▪ Análogos das pirimidinas: fluoruracila, gencitabina e 
citarabina. 
 
São fármacos que são incorporados ao DNA de forma 
errada no lugar das pirimidinas e no lugar das purinas, e isso 
leva à quebra da fita de DNA, interferência no alongamento 
da cadeia, na transcrição do RNA e na síntese de DNA. Ou 
seja, são 4 caminhos que esses fármacos tem para induzir a 
morte celular. 
 
p.ex. 5-fluorouracil (5-FU) tem um mecanismo um pouco 
diferente, pois, além de ser incorporada ao DNA, inibe a 
timidilato sintase, a qual é a enzima que converte dUMP 
→ dTMP, ou seja, inibir essa enzima tem o mesmo 
significado celular de se inibir diidrofolato redutase. 
 
Mas o que a 5-fluorouracil precisa sofrer de transformação 
para conseguir ter efeito sobre a timidilato sintase? 
Administra-se 5-FU → Atravessou a membrana celular e 
chegou ao citoplasma → No citoplasma a 5-FU começa a 
ser confundida com a uracila e sofre a ação da timidina 
fosforilase e kinase para 5-FU ser transformada em 5-Dump 
→ Após isso a 5-FdUMP fica muito parecido com a 
molécula endógena (5-dUMP) para ter afinidade suficiente 
para conseguir inibir a timidilato sintase. 
 
 
 
Efeitos adversos: 
- Mielossupressão. 
- Nefrotoxicidade por precipitação do metotrexato. 
 
Usar folinato de cálcio consegue prevenir a mucosite, 
que é um efeito adverso importante, e tenta diminuir a 
mielossupressão causada também por esse tratamento. 
 
6 
4º SEMESTRE 2021 – UNIFTC FARMACOLOGIA 
JULIANA OLIVEIRA 
PRODUTOS NATURAIS 
São antitumorais que não foram sintetizados 
primariamente, foram primeiro descobertos na natureza. 
➔ Antimitóticos: 
Tem-se os alcaloides da vinca (vincristine, vimblastina, 
vinorelbine e vindesina) e os taxanos (paclitaxel e 
docetaxel) atuam na formação do fuso mitótico. 
 
Qual a diferença entre eles? 
Os alcalóides atuam na inibindo a polimerização dos 
microtúbulos, já os taxanos atuam inibindo a 
despolimerização dos microtúbulos. 
 
Isso faz com que eles atuem em fases diferentes da fase M, 
ambos são inibidores da mitose, no entanto, os alcalóides 
da vinca vão agir nas fases iniciais da mitose. 
 
 
 
Sem formação correta do fuso mitótico, sem divisão 
celular, e é o que mais se quer para conseguir combater as 
células tumorais. 
 
Indicações clínicas: 
- Taxanos: Paclitaxel, docetaxel. São muito úteis em câncer 
pulmonar, ovário e mama. 
- Alcalóides da vinca: Vincristina e vimblastina. São muito 
úteis em câncer testicular metastático e linfoma. 
 
Efeitos adversos: 
- Hipersensibilidade aguda (paclitaxel); 
Retenção hídrica (docetaxel); 
Neuropatia periférica (vincristina e taxanos). 
 
Cuidados na administração: 
- Diluição em SF ou glicosado. 
- Cuidado para que não haja contaminação acidental dos 
olhos, pois, pode causar ulceração da córnea. 
 
➔ Inibidores da topoisomerase: 
A topoisomerase é uma proteína que age diminuindo a 
força tensional do DNA. Desse modo, se a topoisomerase 
não funciona, essa tensão provocada nessas regiões 
provoca a ruptura do DNA devido à alta tensão. 
 
Esses fármacos podem ser divididos em inibidores da 
topoisomerase I (camptotecinas) e topoisomerase II 
(antraciclinas e epipodofilotoxinas). 
 
▪ Inibidores da enzima topoisomerase I: 
- Camptotecinas: 
Se ligam a topoisomerase I impedindo que ocorra esse 
afrouxamento da tensão funcional e a consequência pós 
inibição é a ruptura. p.ex. topotecano e irinotecano. 
 
Efeitos adversos: 
- Diarreia grave. 
- Disfunção hepática. 
 
▪ Inibidores da enzima topoisomerase II: 
- Antraciclinas (doxorrubicina, daunorrubicina): 
A doxorrubicina está entre os antineoplásicos mais 
importantes. 
Atua de duas formas, a primeira é por meio da inibição da 
topoisomerase II, o grande ponto é que ela possui um 
efeito adicional que consiste em aumentar a formação de 
espécies reativas de oxigênio no citoplasma, provocando 
lesão celular. É por isso que os antioxidantes estão tão “na 
moda”. Logo, além de inibir a topoisomerase ela ainda 
aumenta a formação das espécies reativas de oxigênio, 
sendo mais um causador de dano ao DNA. No entanto, 
além dos seus efeitos positivos, possui uma cardiotoxidade 
importante, que é marcada por uma afinidade com os 
cardiomiócitos, desencadeando ICC e disritmias. 
 
- Epipodofilotoxinas: 
Também são inibidores da topoisomerase II, atuam de 
forma parecida com exceção da indução a formação de 
espécies reativas de oxigênio. 
p.ex. etoposida e teniposida. 
 
➔ Bleomicina: Compõe a classe dos agentes alquilantes. 
Age alquilando o material genético, se ligando ao DNA, 
com um mecanismo adicional. 
Se liga ao DNA → alquila o DNA → prejudica a leitura do 
mesmo → quando alquilado ao DNA assume a afinidade 
específica pelo ferro e isso leva a geração de radicais livres 
que vão provocar mais dano ao DNA. 
 
Logo, tem-se a ligação da bleomicina ao DNA como um 
estressor ao material genético e quando ligado, quela o 
ferro e se liga a ele gerando radicais livres que vão 
provocar ainda mais danos ao material genético. 
 
Efeitos colaterais: 
Reações mucocutâneas e fibrose pulmonar. 
NOVOS FÁRMACOS 
➔ Anticorpos monoclonais: 
▪ Trastuzumab: 
 
7 
4º SEMESTRE 2021 – UNIFTC FARMACOLOGIA 
JULIANA OLIVEIRA 
Tem como alvo um receptor chamado de HER-2 o qual é 
receptor do fator de crescimento chamado de HER-2. 
Em algumas linhagens de câncer de mama esse receptor é 
super expresso, sendo um receptor que induz o 
crescimento da célula tumoral mamária, não é todo tipo de 
câncer de mama que tem a expressão desse receptor, mas 
os que tem, são tratáveis com esse fármaco. 
Esse receptor quando ativado pelo HER-2 induz processos 
de divisão celular dentro da célula cancerígena, ou seja, 
quando o trastuzumab se liga à esse receptor ele impede a 
ligação do HER-2 diminuindo a sinalização intracelular de 
divisão, além disso, o anticorpo monoclonal quando ele se 
liga ao HER-2 ele induz uma resposta celular efetora imune, 
de modo que as nossas células imune passam a atacar as 
células tumorais. Além disso, o receptor que acoplado ao 
anticorpo tem uma chance maior de ser endocitado, e, 
consequentemente, retirado da superfície. 
 
Logo, tem-se 3 mecanismos pelos quais o trastuzumab 
inativa o receptor HER-2: 
(1) Ocupando seu sítio impossibilitando que o HER-2 se 
ligue. 
(2) Estimulando o sistema imune a atacar a célula tumoral 
que está ligada ao trastuzumab. 
(3) Facilitando a endocitose do receptor da superfície. 
Tudo isso diminui a sinalização provocada pelo receptor 
que é uma sinalização de divisão. 
 
Reações adversas: 
- Hipotensão. 
- Febre 
- Calafrios. 
- Pode exacerbar transtornos cardiovasculares. 
 
Normalmente essa classe possui reações envolvidas com a 
hipersensibilidade e não relacionada a toxicidade. 
 
▪ Cetuximab: 
É mais um anticorpo monoclonal, porém o alvo desse 
receptor é o receptor do fator de crescimento EGF, o 
EGFR. 
 
Seu uso é aplicável à terapia de câncer de intestino (cólon 
ou reto) e câncer de cabeça e pescoço de célula escamosa 
(boca, garganta e laringe).O cetuximab impede a ligação do EGF, estimula a 
endocitose do receptor e estimula a toxicidade mediada 
por células imunes. 
Para o receptor de EGF funcionar ele precisa dimerizar 
(junção de dois receptores similares), no entanto, os 
anticorpos impedem que isso ocorra. Assim, sem o EGF as 
células tumorais perdem o potencial de proliferação, 
metástase, angiogênese e invasão. 
 
 
 
Efeitos colaterais: 
- Exantema cutâneo. 
- Diarréia. 
 
▪ Rituximab: 
Seu mecanismo consiste na citoxidade mediada por células 
imunes e ativação do sistema complemento. 
 
 
 
É indicado para o tratamento em linfomas de células B, pois, 
somente ele produz o antígeno CD20 em sua superfície. 
 
Reações adversas: 
- Broncoespasmo. 
- Hipotensão. 
- Reação anafilática. 
 
 
8 
4º SEMESTRE 2021 – UNIFTC FARMACOLOGIA 
JULIANA OLIVEIRA 
Por que os monoclonais possuem uma certa 
especificidade? 
A classe dos monoclonais são bastante específicos devido 
ao desenvolvimento em cima de alvos, ou seja, tais 
fármacos são construídos com um tropismo para com 
proteínas que são expressas pelas células tumorais e a 
partir disso desenvolver um anticorpo que seja ativo contra 
aquela proteína. 
 
➔ Imatinibe: 
Não é um anticorpo monoclonal é uma micromolécula. 
Ele faz parte da classe dos novos fármacos pois teve como 
avanço o fato de ser uma micromolécula voltada 
exclusivamente para uma enzima que é super expressa em 
um tipo específico de célula tumoral como p.ex. a leucemia 
mieloide crônica, na qual se tem uma super expressão da 
enzima bcr-abl que tem como função ativar substrato domo 
GRB-2, SHC os quais são sinalizadores celulares que 
quando ativados vão estimular a proliferação celular. Logo, 
bcr-abl ativa essas vias por meio da fosforilação, ao usar o 
imatinibe que é um antagonista competitivo do bcr-abl e 
impede a sua fosforilação, tem-se como efeito 
farmacológico uma diminuição da proliferação tumoral. 
 
É um fármaco de pequeno peso molecular e uma grande 
vantagem é que por ser uma micromolécula e não uma 
proteína, pode ser administrado por via oral. 
 
Efeitos colaterais: 
Costuma ser bem tolerado. 
Edema. 
Náusea. 
Cãimbra. 
Exantemas. 
Diarreia. 
 
➔ Resistência à quimioterapia: 
Algumas ferramentas que algumas células desenvolvem, 
tornando-as resistentes à quimioterapia, fazendo com que 
alguns quimioterápicos passe a não funcionar em 
determinados tipos de tumores. 
(1) Deleção ou hiperexpressão de uma enzima chave no 
processo. 
P.ex. Imagine que a célula tumoral tá desenvolvendo 
resistência ao metotrexato, o DNA de uma célula 
tumoral é uma bagunça, sendo assim, a coisa mais fácil 
de acontecer de forma espontânea é a mutação de uma 
enzima, assim, as novas células passaram a expressar a 
diidrofolato redutase com uma mutação, mutação essa 
que faz com que o metotrexato diminua ou perca a sua 
afinidade pela diidrofolato redutase. Como o 
metotrexato vai continuar tendo efeito nesse tipo de 
tumor se o seu alvo sofreu mutação? 
(2) Inativação do procesos de apoptose (perda do gene 
p53). Podem ocorrer mutações ao longo das divisões 
das células tumorais que diminuam p.ex. ou promovam 
a perda do gene p53, que é o principal responsável 
pelo processo apoptótico e sem esse apoptose, muitos 
dos antitumorais não funcionam. 
(3) Hiperexpressão de uma bomba de efluxo geral de 
fármacos. (como a glicoproteína P → muito presente 
na barreira hematoencefálica) 
 
Efeitos adversos da quimioterapia: 
Os quimioterápicos não atuam exclusivamente sobre as 
células tumorais, assim, as estruturas normais que se 
renovam constentemente como a medula óssea, pêlos e 
a mucosa do tubo digestivo também são atingidas pela 
ação dos quimioterápicos causando depressão da medula 
óssea (7d pós tratamento, 14d após o tratamento tem-se 
leucopenia e a recuperação em até 21d após o tratamento), 
alopecia, mucosite, diarreia, enjoos, vômitos. 
 
 
Reação de mucosite: 
Desencadeiam queimação local e a formação úlceras. 
Tem-se alguns agentes mais implicados como 
doxorrubicina, 5-fluorouracil, metotrexato, vinblastina. 
 
 
 
Cardiotoxicidade: 
Os antineoplásicos mais implicados são antraciclinas, 
doxorrubicina e daunorrubicina. 
Apresenta anomalias no ECG e hipotensão. 
 
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4º SEMESTRE 2021 – UNIFTC FARMACOLOGIA 
JULIANA OLIVEIRA 
Não deve ser utilizado em paciente com ICC ou com 
redução na fração de ejeção ventricular abaixo de 50%. 
 
Nefrotoxicidade e urotoxicidade: 
Os fármacos mais implicados são: 
- Cisplatina e metotrexato: Túbulos renais. 
- Ciclofosfamina e ifosfamida: Bexiga. 
 
Alopécia: 
Quase todos os antitumorais afetam o crescimento 
capilar e isso ocorre dessa forma, pois, as células do 
folículo piloso estão em constante trabalho na 
formação do pêlo e a interrupção dessa constante 
divisão leva a um enfraquecimento do pêlo, posterior 
queda e atrofia dessa região. 
Fármacos mais implicados: 
- Antraciclinas, bleomicina, ciclosfofamida, 
dactinomicina, docetaxel, paclitaxel, vinblastina, etc. 
 
Potencial mielossupressor dos antineoplásicos: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REVISÃO

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