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1 HELMINTOSES GASTRINTESTINAIS DE ANIMAIS DOMÉSTICOS Profa. Isabelle Vanderlei Martins Bastos Medicina Veterinária CESMAC / FEJAL Importância HELMINTOSES GASTROINTESTINAIS DE CÃES E GATOS PARASITOSES DE CÃES E GATOS DANOS CAUSADOS À SAÚDE DOS CÃES E GATOS Comprometimento na digestão e absorção dos alimentos Menor aproveitamento dos nutrientes Falta de apetite Perda de peso Fraqueza Pêlos eriçados e sem brilho Aumento de volume e dor abdominal Diarréia Anemia Queda da resistência Infecções secundárias Morte em casos graves Sinais clínicos Sinais clínicos Sinais clínicos 2 INFECÇÃO SIMPLES OU MÚLTIPLA HGCF Saúde pública SAÚDE PÚBLICA Cisticercóide Pulgas e piolho Cão/Gato Dipylidium caninum Larva HI HD Parasito EPIDEMIOLOGIA Principais Helmintos Gastrintestinais de cães e Gatos EPIDEMIOLOGIA Principais Helmintos Gastrintestinais de cães e Gatos caninos caninos felinos caninos caninos e felinos caninos Hospedeiros Intestino delgado Intestino delgado Intestino delgado Intestino delgado Intestino delgado Intestino delgado Localização Toxocara canis Toxascaris leonina Toxocara cati Ancylostoma caninum Ancylostoma braziliense Trichuris vulpis Helminto EPIDEMIOLOGIA Vias de Transmissão Percutânea Transmissão transmamária Ingestão de L3 Ingestão de hospedeiros paratênicos Ingestão de L3 Percutânea PARASITO PREVALÊNCIA (%) HOSPEDEIRO PRINCIPAL VIA DE INFECÇÃO Ancylostoma caninum Ancylostoma braziliense Cães Cães e gatos 85 10 3 EPIDEMIOLOGIA Vias de Transmissão Ingestão de ovos com L2 Transmissão transplacentária Transmissão transmamária Ingestão de L4 Ingestão de hospedeiros paratênicos Ingestão de ovos com L2 Ingestão de hospedeiros paratênicos Transmissão transmamária Ingestão de ovos com L2 Ingestão de hospedeiros paratênicos PARASITO PREVALÊNCIA (%) HOSPEDEIRO PRINCIPAL VIA DE INFECÇÃO Toxocara canis Toxocara cati Toxascaris leonina Cães Gatos Cães e gatos Média Média Baixa EPIDEMIOLOGIA Vias de Transmissão Ingestão de ovos com L1 PARASITO PREVALÊNCIA (%) HOSPEDEIRO PRINCIPAL VIA DE INFECÇÃO Trichuris vulpis Cães Baixa EPIDEMIOLOGIA Vias de Transmissão Ingestão do hospedeiro intermediário PARASITO PREVALÊNCIA (%) HOSPEDEIRO PRINCIPAL VIA DE INFECÇÃO Dipylidium caninum Cães Baixa • FAMÍLIA DILEPIDIDAE • SUBFAMÍLIA DILEPIDINAE • GÊNERO Dipylidium • ESPÉCIE Dipylidium caninum • HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Cão, gato. • HOSPEDEIRO INTERMEDIÁRIO: Pulgas (Ctenocephalides felis e C. canis) e piolho (Trichodectes canis). • LOCAL: Forma adulta no duodeno (intestino delgado). • FORMA LARVAR: Cisticercóide. CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS DA FORMA ADULTA: • Adulto com até 50 cm de comprimento, • Proglote em formato de grão de arroz com aparelho genital duplo, • As proglotes podem sair ativamente pelo ânus. • Ovos: cápsula ovígera contendo grupos de cerca de 20 oncosferas Dipylidium caninum 4 IMPORTÂNCIA: • Há uma incidência grande em criações de cães. • As proglotes ativas saem pelo ânus, causando um prurido muito grande o que leva muitas vezes o cão a arrastar o traseiro no chão. • Em casos de altas infecções, pode ocorrer inflamação intestinal, diarréia e cólica, alteração do apetite e emagrecimento, podem ocorrer manifestações neurológicas e obstrução intestinal. Diagnóstico: • Clínico: – Sintomas e avaliação da presença de proglotes na região perineal ou nas fezes. • Laboratorial: – Exame parasitológico: • Identificação das proglotes e cápsulas ovígeras (quando há rompimento da proglote eliminada). Achados de necropsia Dipylidium Tratamento e controle: • Tratar quando houver detecção de ovos ou proglotes • Anti-helmínticos (nitroscanato, niclosamida, bunamidina, praziquantel). • Controle de pulgas e piolhos SUPERFAMÍLIA ASCARIDOIDEA SUBFAMÍLIA TOXOCARINAE • Infecção por ascarídeos – Mais comum em filhotes – Toxocara canis, Toxocara cati e Toxascaris leonina – Larva migrans visceralis no homem – Animais adultos • Larvas nos músculos, tecido conectivo e rins • Cadela prenhe – Migração de larvas ao útero » infecção fetal - nascimento com grande infecção – Migração para a glândula mamária » Leite contaminado - infecção dos filhotes Adultos de Toxocara canis 5 Toxocara canis Toxocara cati • Infecção por ascarídeos – Modos de infecção • Ingestão de ovos contendo a L2 • Infecção transplacentária pela mobilização de larvas quiescentes • Ingestão de larvas L3 no leite, nas três primeiras semanas de lactação • Ingestão de hospedeiros paratênicos infectados Anemia por má absorção Morte Ruptura intestinal Obstrução intestinal Toxocaríase PATOGENIA Parasitos no ID • Infecção por ascarídeos – Patogenia • Infecções moderadas – Fase migratória larval sem qualquer lesão tecidual aparente – Vermes adultos - pouca reação • Infecções maçicas – Fase migratória pulmonar: pneumonia e edema pulmonar – Vermes adultos: » enterite mucoíde, oclusão parcial ou completa do intestino » Perfuração e peritonite, bloqueio do ducto biliar • Infecção por ascarídeos – Sintomatologia clínica • Infecções leves a moderadas – Ausência de sintomas durante a migração das larvas – Adultos no intestino: » Aumento de volume abdominal » Déficit de desenvolvimento » Diarréia » Vermes expelidos com vômito ou nas fezes • Infecções maciças – Tosse – Aumento da freqüência respiratória – Corrimento nasal espumoso 6 Cão com aparência típica de infecção por ascarídeo. Achados de necropsia- Toxascaris leonina Achados de necropsia- Toxocara canis • SAÚDE PÚBLICA • Migração de larvas de Toxocara canis em humanos: Larva migrans visceralis e Larva migrans ocular • Lesões no fígado, rim , pulmões, cérebro e olhos • Dano mecânico, formação de granulomas, eosinofilia SAÚDE PÚBLICA Larva migrans visceral - Toxocara spp SAÚDE PÚBLICA Larva migrans ocular - Toxocara spp 7 Diagnóstico • Fase migratória – Aparecimento simultâneo de sinais pneumônicos numa ninhada, freqüentemente no período de duas semanas após o nascimento – Presença de ovos nas fezes • Parasitológico de fezes TRATAMENTO • Tratar todos os filhotes antes de 7 semanas de idade • Tratamento dos animais infectados • Diclorvós, Fembendazole, Mebendazole, Piperazina, Pirantel Controle • Esquema anti-helmíntico nos cães • Eliminação das fezes de cães nas casas e jardins • Limitar o acesso de cães a locais onde crianças brincam, tais como parques públicos e praias • Os ovos não são afetados pela formalina, lisol, ácidos e bases; mas são mortos por exposição à luz ultravioleta, dessecação, soluções de iodo e altas temperaturas • FAMÍLIA ANCYLOSTOMIDAE • SUBFAMÍLIA ANCYLOSTOMINAE • GÊNERO Ancylostoma • ESPÉCIE Ancylostoma caninum – cães A. brasiliense – cães e gatos • LOCAL: Intestino delgado. CARACTERÍSTICAS: • Tamanho pequeno (1 a 2 cm) e se apresenta curvado dorsalmente. • Hematófagos Ancylostoma caninum Ancylostoma brasiliense Ciclo biológico de Ancylostoma caninum 8 Sintomatologia clínica Absorção de alimentos Lesão da parede intestinal Hematofagismo Ancilostomíase Parasitos no ID PATOGENIA IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÁRIA: • Os parasitos são hematófagos e podem causar a morte dos animais por anemia microcítica hipocrômica (hemácias menores e menos coradas). • O sangue ingerido não é metabolizadoe sim reabsorvido no duodeno, fazendo com que as fezes fiquem diarréicas e mais escuras. Enterite hemorrágica, lesões do trato gastrintestinal, anemia e morte • Penetração Percutânea – reação ao nível da pele – zonas de eczema e ulcerações – espaços interdigitais • Fase intestinal – Emagrecimento – perda de apetite – pêlos opacos – retardo no crescimento – pode ocorrer diarréia mucóide e sanguinolenta(raro) Cada verme remove 0,1 ml de sangue diariamente HGCF Achados de necropsia Ancylostoma caninum IMPORTÂNCIA EM HIGIENE E SAÚDE PÚBLICA: • Zoonose • Larva migrans cutânea. 9 Ancylostoma braziliense AGENTE ETIOLÓGICO DA LARVA MIGRANS CUTÂNEA CONHECIDA COMO “BICHO GEOGRÁFICO” OU DERMATITE SERPINGINOSA Lesões caracterizadas por traçados inflamatórios eritematosos sinuosos na derme • Ovos A. braziliense • Meio Ambiente • forma infectante • Homem • penetram ativamente pela pele íntegra • LARVA MIGRANS CUTÂNEA • LARVA CUTÂNEA TRATAMENTO / PROFILAXIA: • Anti-helmínticos (Mebendazol, Fembendazol, Nitroscanato) • Tratamento de cadelas prenhes e cães desmamados • Higiene regular de canis, pisos cimentados, secos • Remoção das fezes • Tratamento de áreas de terra onde antes houve surtos, com borato de cálcio DIAGNÓSTICO: • Sinais clínicos –anemia • Exame de fezes -técnicas de flutuação • Exames bioquímicos e hematológicos Atenção especial - ninhadas < 2 semanas - anemia e exame de fezes negativo PROFILAXIA: • Anti-helmínticos • Tratamento de cadelas prenhes e cães desmamados • Higiene regular de canis, pisos cimentados, secos • Remoção das fezes • Tratamento de áreas de terra onde antes houve surtos, com borato de cálcio • SUPER FAMÍLIA TRICHUROIDEA • FAMÍLIA TRICHURIDAE • SUBFAMÍLIA TRICHURIÍNAE – GÊNERO Trichuris • HD: T. vulpis - cão • LOCAL: Intestino grosso 10 Ovo de Trichuris sp Adultos de Trichuris (verme chicote). Ciclo biológico de Trichuris sp Ciclo pode durar 16 meses Período pré-patente: 70 a 107 dias IMPORTÂNCIA • Em grandes infestações leva à lesão da mucosa intestinal, gerando gastroenterite nos cães. • A lesão abre portas para infecção secundária (gastrenterite infecciosa), podendo ficar conjugado problema infeccioso e parasitário. • A maioria das infecções é leve e assintomática. HGCF Achados de necropsia- Trichuris vulpís DIAGNÓSTICO • Detecção de ovos no exame de fezes por método de flutuação fecal • Ovos nas fezes • Necrópsia TRATAMENTO / PROFILAXIA • Tratar quando houver detecção de ovos: anti- helmínticos (Diclorvós, Fembendazole, Ivermectina, Mebendazole, Milbemicina) • Higienização, esterilização a vapor e luz solar direta são úteis em canis e pocilgas http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/6/6e/Eggs_of_Trichuris_trichiura_and_Trichuris_vulpis_06G0018_jpg_lores.jpg 11 TERAPÊUTICA Terapêutica oral utilizada no tratamento das helmintoses gastrintestinais de cães e gatos FÁRMACO EFICÁCIA Febantel/praziquantel + pamoato de pirantel Febantel + praziquantel Diclorfenol Pamoato de pirantel + praziquantel Febendazole Mebendazole Diclorvós Febantel Milbemicina Oxibendazole + DEC Ivermectina + pamoato de pirantel Pamoato de pirantel Piperazina PESO/IDADE INDICAÇÃO A/TO/D/T A/TO/D/T A/TO/T A/TO/T A/TO/D/T A/TO/D/T A/TO/T A/TO/T A/TO/T A/TO/T A/TO A/TO TO A - Ancylostoma spp; TO - Toxocara spp; D - Dipylidium caninum; T - Trichuris sp Cão Cão Cão Gato Cão Cão Cão/gato Cão/gato Cão Cão Cão Cão Cão/gato 1 kg / 3 sem 1 kg 1,5 kg 4 sem nenhuma nenhuma 10 dias / 1 kg 750 g 8 sem 8 sem 6 sem 2 sem 6 sem PARASITOSES DE CÃES E GATOS CONTROLE DAS VERMINOSES E DAS ZOONOSES • Diminuição da contaminação ambiental • Redução do acesso de cães e gatos a áreas de lazer • Controle de caixas de areia em parques e creches • Destinação adequada de fezes • Tratamento anti-helmíntico por toda a vida do animal • Educação sanitária
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