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CONCEPÇÃO E FORMAÇÃO DO SER HUMANO DESENVOLVIMENTO DO SISTEMA CARDIOVASCULAR: • Primeiro sistema orgânico a funcionar no embrião → necessidade de um método eficiente de captação e transporte de oxigênio e nutrientes • Até o fim da 2ª semana → nutrição pelo celoma extra embrionário e do saco vitelínico • Na 3ª semana: início da vasculogênese e angiogênese no mesoderma extra embrionário do saco vitelínico, do pedículo embrionário e do córion → cerca de 2 dias mais tarde, os vasos sanguíneos do embrião começam a se desenvolver • Hematogênese: ocorrer só na 5ª semana → no fígado e, mais tarde, no baço, medula óssea e linfonodos • Originado do mesoderma esplâncnico, para-axial e lateral, e das células da crista neural • Na 3ª semana: cordões angioblásticos no mesoderma cardiogênico formam os tubos cardíacos → tubos cardíacos se fundem para formar o coração tubular primitivo • Entre o 22º e 23º dia → coração começa a bater e, mais tarde um pouco, o sangue começa a fluir Desenvolvimento inicial do coração e vasos: • 3ª semana → aparecimento dos cordões endoteliais (cordões angioblastos) → induzidos pela endoderme, irão formar os tubos cardíacos → formação do coração tubular primitivo • Sangue começa a circular e o coração começa a bater entre os dias 22 e 23 → Desenvolvimento das veias associadas ao coração • Começa na 4ª semana • Veias vitelínicas → levam sangue pouco oxigenado do saco vitelínico para o embrião ◦ Veia vitelínica esquerda: regressão na 5ª semana ◦ Veia vitelínica direita: permanece → faz parte do sistema porta hepático e parte da veia cava inferior • Veias umbilicais: levam sangue oxigenado da placenta para o seio venoso ◦ Inicialmente estão de cada lado do fígado → após o desenvolvimento deste, perdem a conexão com o coração e desaguam apenas no fígado ◦ Na 7ª semana → parte do sangue umbilical vai para o fígado e parte para o coração ◦ Veia umbilical direita regride → a esquerda permanece • Veias cardinais: levam sangue pouco oxigenado a partir do corpo do embrião ◦ Drenagem venosa do embrião ◦ Veia cardinal anterior → drena a região cefálica ◦ Veia cardinal posterior → drena a região caudal ◦ Veia cardinal anterior direita e veia cardinal comum → formam a veia cava superior → Arcos aórticos: artérias que suprem os arcos faríngeos • Arcos faríngeos formados entre a 4ª e a 5ª semana → supridos por artérias (arcos aórticos) • Originam-se do saco aórtico e terminam na aorta dorsal • Aorta dorsal: presente em toda a extensão do embrião → depois a parte caudal se funde para formar a aorta abdominal torácica inferior → suprimento do saco vitelínico, alantoide e córion • Aorta direita: regressa • Aorta esquerda: formação da aorta primitiva → Artérias intersegmentares: • São 30 ramos da aorta dorsal e passam entre os somitos • Artéria intersegmentar dorsal no pescoço → forma a artéria vertebral • Conexões iniciais da aorta desaparecem • Artéria intersegmentar do tórax → formam as artérias intercostais • Artérias intersegmentares do sacro → formam as artérias sacrais laterais • Extremidade da cauda da aorta dorsal → forma a artéria sacral medial → Artéria vitelínica: vem do saco vitelínico e vão para o intestino primitivo • Tronco celíaco → supre o intestino anterior • Artéria mesentérica superior: supre o intestino médio • Artéria mesentérica inferior: supre o intestino posterior → Artérias umbilicais: • Passa do pedículo do embrião (cordão umbilical) e vai para os vasos do córion e parte embrionária da placenta • Partes proximais formam as artérias ilíacas internas e artérias vesicais superiores • Partes distais se obliteram → ligamento umbilical medial Desenvolvimento final do coração: • Coração tem origem mesoderma esplâncnico • Fusão dos tubos cardíacos para formar o miocárdio primitivo → formado por um tubo endotelial separado do tubo muscular pela geleia cardíaca (tecido conjuntivo gelatinoso) • Tubo endotelial se transforma no endocárdio → miocárdio primitivo forma o miocárdio definitivo • 4ª semana → dobramento cefálico faz com que o coração fique ventral ao intestino anterior e caudal a membrana bucofarígea → coração se alonga e forma dilatações → bulbo cardíaco (tronco arterial), cone arterial e cordial, átrio e seio venoso • Seio venoso recebe as veias umbilicais, vitelínica e cardinais comum • Coração faz uma dobra → sai do formato alongado e forma a alça bulboventricular (forma de ‘’U’’) → entra na cavidade pericárdica e fica preso apenas pela extremidade cranial e caudal → Circulação através do coração primitivo: • Células miogênicas (musculares) são responsáveis pela contração → ondas peristálticas com início no seio venoso • Circulação inicia-se de forma fluxo-refluxo → somente na 4ª semana as contrações são coordenadas e resultam num fluxo unidirecional • Sangue entra no seio venoso para o átrio primitivo → válvulas sinoatriais controlam o fluxo • Entra para o ventrículo através do canal átrio ventricular • O bombeamento faz com que o sangue passe para o bulbo cardíaco → saco aórtico → arcos aórticos → aorta dorsal → distribuição para o embrião, saco vitelínico e placenta → Septação do coração primitivo: • Só ocorre quando o coração já está funcionando → na metade da 4ª semana até a 8ª semana • Septação atrial ocorre junto com a ventricular • Septação canal atrioventricular: final da 4ª semana ◦ União e fusão de células mesenquimais do endocárdio no canal atrioventricular → formação dos ‘’coxins endocárdios’’ → fechamento do átrio em relação ao ventrículo → parte central permanece aberta com comunicação ◦ O endocárdio fusionado entre o átrio e os ventrículo ajudará a formar as válvulas • Septação do átrio primitivo: final da 4ª semana ◦ Átrio primitivo divide-se em direito e esquerdo → modificação e fusão do septo primário e secundário ◦ Septo primário: membrana delgada que divide o átrio em AD e AE → deixa o forame primário ◦ Septo secundário: membrana muscular que desce ao lado direito do septo primitivo ◦ Forame oval: formado pelo septo primário, septo secundário e forame secundário → permite a passagem do sangue oxigenado do AD para o AE → após o nascimento, se fecha e se funde com o septo • Septação do ventrículo primitivo: ◦ Inicia-se por uma crista muscular no assoalho do ventrículo → septo interventricular primário ◦ Processo ocorre de baixo para cima ◦ Ventrículos dilatam-se para cada um dos lados do septo interventricular primário ◦ Até a 7ª semana → presença de um forame interventricular que permite comunicação entre o VD e VE ◦ Fusão da crista bulbar esquerda e direita e do coxim endocárdico → fechamento do forame → Mudanças no seio venoso: • Inicialmente o seio venoso se abre no centro da parede dorsal do átrio primitivo • Formação da veia braquiocefálica esquerda e degeneração da veia vitelínica esquerda → desvio de sangue da esquerda para a direita • Corno esquerdo diminui de tamanho → tornará o seio coronário • Corno direito irá se incorporar a parede do átrio direito → Septação do bulbo cardíaco e tronco arterial: • 5ª semana: desenvolvimento e proliferação de células mesenquimais nas paredes do bulbo cardíaco → formação das cristas bulbares • No tronco arterial → formação das cristas do tronco • Cristas bulbares e cristas do tronco sofrem espiralização de 180o → formação do septo aorticopulmonar → divide o bulbo cardíaco e o tronco arterial em dois canais → aorta e tronco pulmonar Neonatos de mães diabéticas tem risco 3X maior de ter defeito cardíacos congênitos → hiperglicemia age como teratógeno → inibe as transformações que devem acontecer para a formação dos coxins endocárdicos → septação defeituosa do coração → Desenvolvimento das válvulas cardíacas: • As válvulas semilunares se desenvolvem no finalda septação do tronco arterial • As válvulas atrioventriculares se desenvolvem também após a septação do tronco arterial, ao redor dos canais atrioventriculares → Desenvolvimento das artérias: • Durante a 4ª semana → arcos aórticos suprem os arcos faríngeos • 1º par de arcos aórticos → artérias maxilares e artérias carótidas externas • 2º par de arcos aórticos → artérias estapédicas • 3º par de arcos aórticos → artérias carótidas comuns • 4º par de arcos aórticos → parte do arco da aorta e parte proximal da artéria subclávia direita • 5º par de arcos aórticos → se degenera • 6º par de arcos aórticos → parte proximal da artéria pulmonar esquerda → Sistema condutor do coração: • Quando as câmaras do coração se formam → miocárdio do átrio conduz a onda de despolarização mais rápido que o restante do miocárdio → age como marcapasso provisório ate o seio venoso ser formado • Nó sinoatrial se desenvolve durante a 5ª semana → situado no átrio direito • Depois da incorporação do seio venoso → essas células junto com as da região atrioventricular formam o nó e o feixe atrioventricular ANOMALIAS CONGÊNITAS DO CORAÇÃO: • Defeitos cardíacos (DCC) ocorrem com frequência → 6 a 8 casos para cada 1000 nascimentos vivos • Alguns DCC são consequências de defeitos genéticos, outro são resultado da exposição a teratógenos • Impacto dos DCC são mais evidentes quando o feto deixa a circulação materna Dextrocardia: • Tubo cardíaco embrionário se dobra para a esquerda e não para a direita • Coração e seus vasos ficam invertidos tal como uma imagem no espelho • Dextrocardia com situs inversus → transposição das vísceras abdominais → pouca incidência de defeitos • Dextrocardia isolada → vísceras abdominais não acompanham a posição anormal do coração → alta incidência de graves defeitos cardíaco → ventrículo único e transposição dos grandes vasos Ectopia Cordis/Cardíaca: • Doença extremamente rara • Coração situado em um local anormal → forma torácica o coração fica parcial ou completamente exposto sobre a superfície do tórax • Fusão incompleta das dobras laterais na formação da parede torácica durante a 4ª semana → desenvolvimento insuficiente do esterno e do pericárdio → ectopia cordis • Óbito na maioria dos casos durante o período neonatal inicial Defeitos do septo atrial (DSA): • Maior frequência no sexo feminino • Forame oval patente: comunicação entre os átrio direito e esquerdo → se o sangue for transportado através do forame oval para o átrio esquerdo → mistura de sangue venoso com o sangue arterial → cianose • Forame oval patente à sonda está presente em até 25% das pessoas → sonda pode ser passada de um átrio para o outro → não é um defeito clinicamente significativo • DSA do óstio secundário: defeitos do septo primário e do septo secundário → 3x mais frequentes nas mulheres → reabsorção anormal do septo primário durante a formação do forame secundário → septo primário fenestrado (esburacado) • Defeitos do coxim endocárdico com o forame primário: septo primário não se fusiona aos coxins • DSA do seio venoso → localizado perto da entrada na veia cava superior Defeitos do septo ventricular (DSV): • São mais frequentes no sexo masculino • Comunicação entre os ventrículos direito e esquerdo • Muitos DSVs fecham-se espontaneamente no primeiro ano de vida Tronco arterial persistente: • Resultado da falha no desenvolvimento normal das cristas troncais e do septo articopulmonar e da divisão do tronco arterial em aorta e tronco pulmonar • Tronco arterial único → se ramifica para formar o tronco pulmonar e a aorta ascendente • Sempre que existe um defeito do tronco arterial, também existe um defeito do septo ventricular Transposição das grandes artérias (TGA): • Causa mais comum de cardiopatia cianótica • Aorta surge em posição anterior a partir do ventrículo direito morfológico, enquanto o tronco pulmonar surge do ventrículo esquerdo → se situa em posição anterior e a direita do tronco pulmonar • É resultado de uma falha no desenvolvimento normal do cone arterioso ou da migração defeituosa de células da crista neural Divisão desigual do tronco arterial: • Ocorre quando a septação do tronco arterial superior as valvas é desigual → produz uma artéria maior que a outra → septo aorticopulmonar não fica alinhado com o septo interventricular • Estenose da válvula pulmonar → fusão das cúspides da válvula pulmonar → formação de uma abóbada com uma abertura central estreita Estenose aórtica e atresia aórtica: • Estenose da válvula aórtica → fusão das bordas da válvula → abóbada com abertura estreita → acarreta trabalho adicional ao coração → hipertrofia do ventrículo esquerdo + sons anormais (sopros) • Atresia aórtica → obstrução total da aorta ou de sua válvula
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