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TrabalhosSuplementos_Caso_Porcinis Pronto (412P01-PDF-POR)

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El caso de LACC número 208-S23 es la versión en español del caso de HBS número 4277. Los casos de HBS se desarrollan únicamente para su 
discusión en clase. No es el objetivo de los casos servir de avales, fuentes de datos primarios, o ejemplos de una administración buena o 
deficiente. 
 
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en forma alguna: electrónica, mecánica, fotocopiado, grabación u otro procedimiento, sin permiso de Harvard Business School. 
J A M E S L . H E S K E T T 
R I C H A R D L U E C K E 
 
Porcini’s Pronto: “Cozinha italiana de excelência 
sem o tempo de espera!” 
 
Em janeiro de 2011, Tom Alessio, vice-presidente de marketing na Porcini’s Inc., da cidade de 
Boston, ponderava questões trazidas à tona por uma potencial expansão do negócio de restaurante de 
sua companhia. O mercado doméstico de cadeias de restaurantes de serviço completo vinha se 
aproximando do seu ponto de saturação, tanto em locais de rua, quanto nos de shopping centers. As 
grandes cadeias estavam olhando o mercado externo para crescer, mas sendo um pequeno player 
regional, a Porcini’s não possuía nem os recursos nem o poder de marca para abraçar esta opção. A 
firma precisava de um caminho doméstico para crescer. 
Alessio tinha convencido os executivos de topo da Porcini’s a considerar a abertura de 
estabelecimentos com cardápio limitado, Porcini’s “Pronto”, para atender os viajantes de rodovias 
interestaduais. A maioria dos concorrentes que atendiam este mercado eram estabelecimentos de fast 
food ou de comida popular e barata. Alessio acreditava que a Pronto podia oferecer um diferencial de 
qualidade que os viajantes apreciariam, mas os desafios eram substanciais. Seria a Pronto capaz de 
fornecer, rentavelmente, uma seleção limitada do cardápio padrão da Porcini’s, a preços moderados, 
sem comprometer a reputação de excelente cozinha da companhia? Conseguiria a Pronto manter os 
famosos elevados padrões de serviço da Porcini’s? Poderia a Pronto entrar rentavelmente em um 
mercado ocupado por concorrentes estabelecidos? 
A comida e a qualidade do serviço eram apenas dois dos aspectos deste desafio. A Porcini’s – uma 
empresa privada, de crescimento lento – precisaria implantar rapidamente seus novos restaurantes, 
de modo a se estabelecer como uma marca poderosa. Entretanto, com limitações de capital e acesso a 
espaços de localização privilegiada, isso parecia improvável, a não ser que adotasse como modelo de 
distribuição e comercialização de seus serviços o franchising (sistema de franquias) ou o SCP (sociedade 
em conta de participação). O primeiro colocava em risco a reputação de qualidade da companhia; o 
segundo poderia ocasionar um ritmo de crescimento que a companhia não estava preparada para 
gerenciar. 
Trabalhando em conjunto com o VP de Operações, Kurt Jensen, a diretora de RH, Wanda 
Halloran e a Cozinheira Chef, Mariana Molise, Alessio esboçara táticas para facilitar a consecução de 
 
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 2 0 D E A B R I L , 2 0 0 7 
 
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412-P01 | Porcini’s Pronto: “Cozinha italiana de excelência sem o tempo de espera!” 
2 BRIEF CASES | HARVARD BUSINESS SCHOOL PUBLISHING 
suas metas de qualidade. Estas incluíam um processo inovador para selecionar, avaliar e 
recompensar empregados, e o uso da tecnologia sem fio para eliminar o tempo de faturamento ao 
cliente. Ao mesmo tempo, a Chef Molise começara a formular itens para o cardápio de “cozinha 
italiana de excelência sem o tempo de espera”. 
No raciocínio de Alessio, todos os componentes do conceito da Pronto – qualidade do serviço, 
qualidade da comida, preço, marca, localização e modelo de propriedade – deveriam ser coordenados 
e apoiarem-se mutuamente. E deveriam igualar ou exceder a taxa de atratividade de referência da 
companhia de 6%. Esta era uma tarefa e tanto. 
Histórico da Companhia 
A Porcini’s, Inc. teve início em 1969 como um restaurante familiar no extremo norte de Boston – 
uma região densamente populada por norte-americanos de descendência italiana. Ao longo das duas 
décadas seguintes foram abertos novos restaurantes da Porcini’s em Hyannis, no estado de 
Massachusetts, Providence e Newport, no estado de Rhode Island, e Hartford, no estado de 
Connecticut. Em 1989, a família (os Ventolas) vendeu o controle acionário do empreendimento para 
um grupo de investidores privados. A nova gestão expandiu o negócio, abrindo um sem número de 
locais nos centros das cidades e em shopping centers do nordeste dos Estados Unidos, passando a 
competir com cadeias de restaurantes de serviço completo que praticavam preços equivalentes. Com 
exceção do período de recessão de 2008-2009, a Porcini’s aumentara receitas e lucros a cada ano. Ao 
final de 2010, a Porcini’s Inc. operava 23 estabelecimentos, empregava 954 pessoas (muitas delas 
trabalhando meio período) e gerava US$94,3 milhões em receitas. Sua margem de lucro tinha 
aumentado de menos de 3% no ano anterior para 4%. Ainda que tantos concorrentes estivessem 
enfrentendo dificuldades, a Porcini’s vinha se saindo bem. 
Os altos executivos da companhia atribuíam o sucesso da Porcini’s à uniformidade da alta 
qualidade da comida e do serviço em cada estabelecimento. A qualidade podia ser creditada à longa 
experiência de cada um dos gerentes de restaurante, pessoal de supervisão e chefes de cozinha, uma 
força de trabalho relativamente estável; e às receitas da Chef Mariana Molise, que havia ganhado o 
cobiçado prêmio James Beard na época em que esteve à frente da cozinha do Catania Grille de Nova 
Iorque. Ao se juntar à companhia em 2006, Molise aplicou seus princípios culinários ao cardápio de 
preços mais modestos da Porcini’s e treinou pessoalmente os chefes de cozinha de cada 
estabelecimento em suas técnicas de “cozimento relâmpago”. Seus pratos assinados, vitello ala 
Mariana e escalopes tostados na frigideira com cogumelos, tinham se tornado favoritos em toda a cadeia. 
Um crítico de restaurantes contava aos seus leitores, “vinte e três restaurantes e cada um faz quase 
tudo a partir do zero, usando ingredientes frescos e apresentações engenhosas”. E ainda assim o 
custo médio de uma entrada é de apenas dois ou três dólares a mais do que o daquelas servidas na 
Olive Garden, uma concorrente próxima. 
Na visão da gerência, a atenção dada à qualidade diferenciava-os da Olive Garden e de outros 
concorrentes similares, tais como, Unos, Bertucci’s e Buca di Beppo. Além disso, cada unidade da 
Porcini’s criara um ambiente original e inigualável de restaurante familiar – conservando suas raízes 
do extremo norte de Boston – ao contrário da atmosfera de “parque temático italiano” reinante em 
muitos dos concorrentes. Os clientes valorizavam esta diferença e fizeram da Porcini’s uma poderosa 
marca regional. O atendimento à mesa igualava-se à comida em termos de qualidade; em 2010, um Do
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Porcini’s Pronto: “Cozinha italiana de excelência sem o tempo de espera!” | 412-P01 
HARVARD BUSINESS SCHOOL PUBLISHING | BRIEF CASES 3 
conceituado guia de restaurantes de New England concedeu à Porcini’s o seu prêmio
de “Melhor 
Serviço de Rede de Restaurantes” pelo quarto ano consecutivo. 
Segmentos da Indústria e Concorrência 
A indústria de restauração dos E.U.A. tinha três segmentos principais: 
Fast food. Este segmento era definido como restaurantes cujos clientes pagavam antes de comer. 
As compras eram consumidas no local, levadas para viagem, ou entregues em domicílio. 
Lanchonetes, cafeterias e bufês estavam incluídos neste segmento. Os 300.000 pontos de venda de fast 
food nos Estados Unidos geraram receitas de US$184 bilhões em 2010, com uma margem de lucro 
média de 3,5%. Quase a metade das receitas do segmento ficava com as grandes cadeias nacionais, 
tais como, McDonalds, Burger King e Starbucks. Embora algumas de suas unidades oferecessem 
refeições sentadas e um pequeno cardápio de massas, a maioria dos 34.000 estabelecimentos da Pizza 
Hut (Yum Brands) era qualificada como “fast food”. 
O segmento de fast food perdeu alguns pontos percentuais de sua fatia de mercado na indústria de 
restauração como um todo em meados dos anos 2000, na medida em que os clientes passaram a 
buscar alternativas de qualidade mais elevadas ou de maior valor nutricional. Restaurantes de 
cozinhas étnicas e de especialidades (por exemplo, mexicanos), no entanto, resistiam àquela 
tendência. Analistas de mercado consideravam o segmento de fast food como maduro, com 
perspectiva de baixo crescimento de receita (2% ao ano, de 2011 a 2015), em parte em função da 
saturação do mercado, e da crescente conscientização do cliente sobre questões de saúde associadas a 
refeições rápidas. 
Restaurantes de serviço completo com uma única unidade. Com 200.000 estabelecimentos, este 
segmento oferecia uma variedade de ambientes (formal, casual) e de cozinhas. Estes restaurantes 
independentes – muitos deles familiares e operados pela própria família – forneciam serviços de 
alimentação com sua equipe de atendentes e os clientes pagavam depois de terem consumido. Eles 
podiam ou não servir bebidas alcóolicas. As receitas do segmento em 2010 foram de 
aproximadamente US$89 bilhões e os lucros chegaram a US$5,8 bilhões. As previsões de crescimento 
entre 2011 e 2015 eram de 2,8%. 
Cadeias de restaurantes de serviço completo. Os 33.400 estabelecimentos neste segmento 
forneciam serviços de alimentação a clientes que faziam o pedido e eram servidos sentados pela 
equipe de atendentes e pagavam somente depois de terem consumido. Alguns vendiam bebidas 
alcóolicas, outros não. O segmento empregava 1,3 milhão de pessoas e gerou receitas de US$53 
bilhões e lucros de US$3,4 bilhões durante 2010. (A Porcini’s estava neste segmento; a Pronto também 
se encaixaria nele). 
O segmento de cadeias de restaurantes de serviço completo era altamente fragmentado, com 
muitos participantes e uma ampla varidade de conceitos de alimentação. Por exemplo, a Red Lobster 
e a Olive Garden (Darden Restaurantes, Inc.) serviam frutos do mar e cozinha italiana, 
respectivamente. A Cracker Barrel (CBLI, Inc.) e a Bob Evans Farms ofereciam a tradicional cozinha 
norte-americana. E a Denny’s autodenominava-se “o lugar para se tomar café da manhã 24 horas por 
dia.” As receitas do segmento eram sensíveis a mudanças na renda disponível per capita, na 
confiança do consumidor e na concorrência advinda das cadeias de fast food de preços baixos. Do
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412-P01 | Porcini’s Pronto: “Cozinha italiana de excelência sem o tempo de espera!” 
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Durante a recessão de 2008–2009, por exemplo, as receitas das cadeias de restaurantes de serviço 
completo caíram de 2% a 3% devido ao menor número de clientes e a uma média menor de cheques 
recebidos. Salários e custos de alimentos mais elevados fizeram com que as margens encolhessem 
ainda mais. Entretanto, as receitas recuperaram-se ligeiramente em 2010 e as previsões eram de 
crescimento de 2,5% a cada ano até 2016.1 
A concentração dentre as cadeias de restaurantes de serviço completo era pequena, com apenas 
uma firma controlando mais de 10%; as sete primeiras empresas em 2010 foram responsáveis por 
somente 35% das vendas. Umas poucas cadeias operavam nacionalmente, enquanto outras eram 
regionais. Por exemplo, os 1.400 IHOPs2 da DineEquity, as mais de 1.400 unidades nos E.U.A. da 
Denny’s, e os 2.000 restaurantes da Appleby podiam ser encontrados em cada estado, enquanto que 
os 538 restaurantes da Bob Evans Farms limitavam-se aos estados do centro-oeste, meio-Atlântico, e 
sudeste. As 33 unidades da Legal Seafood estavam restritas (assim como as da Porcini’s) à costa leste 
(Vide Anexo 1 para dados sobre os concorrentes selecionados) . 
O Conceito da Pronto 
No início da década de 2010, a alta administração começou a procurar oportunidades para 
alavancar sua marca e know-how operacional. Lojas operadas por terceiros eram uma opção, mas a 
gerência a havia descartado em função da concorrência acirrada, de sua incapacidade para vender 
bebidas alcóolicas, propulsoras de maiores margens, e do seu potencial para corroer a imagem de 
marca da companhia. Catering (serviço de bufê) era outra possibilidade, mas ninguém na Porcini’s se 
apresentava para defendê-la como a solução campeã. Do alto do seu observatório de marketing, Tom 
Alessio estivera sempre atento às tendências da indústria, da concorrência e do consumidor. E 
esboçou outra alternativa – a Porcini’s Pronto. Suas principais características incluíam unidades nas 
saídas das rodovias interestaduais, a qualidade da comida e do serviço da Porcini’s, e uma pequena 
seleção de cervejas e vinhos. Alessio dizia: 
Restaurantes de fast food vêm, com sucesso, atendendo aos viajantes durante décadas. Mesmo em 
uma economia em depressão as pessoas viajam a negócios ou a lazer, a maioria delas pela malha de 
rodovias interestaduais, e todas têm que se alimentar. E ainda que estejam com uma agenda 
apertada, muitas anseiam por verdadeiras refeições servidas à mesa. A Cracker Barrel tem se saído 
muito bem com a sua estratégia orientada para os viajantes, mesmo sem gerar receitas com a venda 
de bebidas alcoólicas. A Denny’s também buscou locais situados em rodovias. Nós podemos 
aprender com estas e outras cadeias. 
A alta gerência autorizou Alessio a formar uma equipe para prosseguir no desenvolvimento do 
conceito e concedeu-lhe um orçamento suficiente para contratar um consultor imobiliário e um 
pesquisador de mercado. A equipe (Alessio, o VP de operações e a Diretora de RH) propôs a 
aquisição de dois restaurantes existentes em localizações diferentes; estes seriam laboratórios de teste 
para a estratégia de operação e cardápio da Pronto. Se tudo corresse bem, uma implantação mais 
ampla seria levada a cabo. A Chef Mariana Molise desenvolveria um cardápio Pronto especial em sua 
 
1 www.ibisworld.com 
2 Nota do Tradutor: IHOPs é a abreviação de International House of Pancakes; em português, Casa Internacional das 
Panquecas. Do
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cozinha de teste; ele seria menos extenso e teria preços ligeiramente inferiores aos do cardápio 
tradicional da Porcini’s. A rapidez no preparo e a popularidade
junto aos clientes influenciariam na 
determinação do cardápio final. Os populares porchetta arrosta e pesca spiedina, idealizados pela Chef 
Molise, eram candidatos de primeira hora à categoria de “especialidades da casa” da Pronto. O 
Anexo 2 destaca as diferenças entre os cardápios e preços da Porcini’s e da Pronto. 
Análise da Localização 
Pesquisa realizada pelo consultor imobiliário indicava que os locais “ideais” para a Pronto seriam: 
 Próximos de saídas de rodovias estaduais movimentadas 
 Perto de postos de combustíveis onde os viajantes parassem para reabastecer 
 Perto de acomodações de padrão econômico (por exemplo, Hapmpton Inn, Confort Inn), 
cujos hóspedes que ali pernoitassem estivessem procurando uma opção para jantar 
conveniente e a preços moderados 
 Próximos de um grande prédio de escritórios, parque comercial ou região de lojas (Alessio 
esperava que 50% dos clientes não fossem viajantes, mas sim residentes locais) 
 Dentro da área de operações da Porcini’s, Inc. de maneira a se beneficiar do reconhecimento 
da marca 
 Em uma distância razoável dos restaurantes italianos existentes (por exemplo, Olive Garden; 
Bertucci’s, Sbarro). 
Pesquisa do Consumidor 
Estudos de grupo focal (focus group) de prováveis clientes (64 participantes: viajantes a negócios; 
viajantes em férias; pais de crianças pequenas; empregados de escritórios interessados em opções 
para almoçar fora) conduzidos por uma firma de pesquisa de mercado indicaram as seguintes 
preferências: 
 Jantares (excetuando-se as bebidas) na faixa de US$9 a US$17 
 Almoços (excetuando-se as bebidas) na faixa de US$6 a US$12 
 Serviço rápido, eficiente; clientes apressados deveriam poder completar suas refeições no 
espaço de tempo de 30 minutos no almoço, e de 45 minutos na hora do jantar 
 Banheiros limpos e espaçosos . 
Concorrência 
Diversas cadeias de restaurantes italianos de serviço completo operavam na região nordeste:3 Uno 
Chicago Grill (74 unidades); Bertucci’s (62); Olive Garden (42); Carraba’s (21); Buca di Beppo (5), e 
Maggiano’s (4). Destas, a Olive Garden era a concorrente mais próxima da Porcini’s em termos de 
qualidade da comida e ambiente. No entanto, nenhuma destas cadeias era localizada ou concebida 
para atender viajantes ou clientes apressados. Os estabelecimentos do nordeste da Cracker Barrel, da 
Bob Evans e da Denny’s atendiam mais diretamente ao público-alvo da Pronto no segmento de 
serviço completo. 
 
3 Connecticut, Massachusetts, Maine, New Hampshire, Nova Jersey, Nova Iorque, e Rhode Island. Do
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6 BRIEF CASES | HARVARD BUSINESS SCHOOL PUBLISHING 
As unidades da Pizza Hut (“Red Roof”) no formato “dine-in”, ou seja, onde se serviam refeições 
sentadas, eram outras concorrentes potenciais, embora a qualidade da sua comida fosse de um nível 
mais baixo e fosse naturalmente associada à pizza pelos participantes dos grupos focais (focus groups). 
A Sbarro também estava presente na região, mas era especializada em servir refeições em shopping 
centers no estilo bufê de “serviço rápido”. (Vide Anexo 3 para características dos principais 
concorrentes). “Neste negócio”, dizia Alessio, “nós não podemos nos ater à concorrência advinda de 
qualquer segmento ou culinária em particular. Quando as pessoas estão com fome, quase todo lugar 
que sirva alimentação é nosso concorrente – burgers, comida chinesa, o que for. Nós não nos 
preocupamos apenas com restaurantes italianos.” Na visão da equipe do projeto, o principal 
concorrente na maioria das saídas das rodovias interestaduais seria o segmento de fast food em geral. 
O reconhecimento da marca seria um fator competitivo e Alessio sabia que a Pronto estava em 
desvantagem neste ponto específico, particularmente junto aos viajantes de fora da região. A 
Denny’s, por exemplo, gozava de um reconhecimento de marca de 97% em termos nacionais.4 
Estratégia Operacional 
Pelos planos de Alessio, cada restaurante da Pronto disponibilizaria 85 lugares sentados – 40% 
menos do que nas unidades tradicionais da companhia. Cada um dos restaurantes contaria com uma 
equipe de 12 a 15 funcionários em tempo integral e meio período: um gerente, um gerente assistente, 
atendentes (garçons, garçonetes), pessoal de limpeza e equipe de cozinha. O gerente em tempo 
integral seria assalariado; os demais seriam pagos por hora trabalhada. Todos os funcionários da 
Pronto poderiam fazer jus ao recebimento de bônus por desempenho pagos trimestralmente – algo 
que ainda não havia sido tentado pela companhia. A Diretora de RH da Porcini’s, Wanda Halloran, 
estava confiante de que um sistema eficaz de bônus poderia funcionar no âmbito das duas unidades 
experimentais. 
As Pessoas Certas 
O novo foco estratégico da cadeia voltado ao atendimento rápido de qualidade significava que os 
empregados teriam que refletir aqueles valores em suas atitudes e no trabalho desempenhado. 
Alessio dizia: 
A Pronto precisa de pessoas orientadas para o trabalho em equipe, para quem a noção de 
agradar à clientela esteja sedimentada. Eles também devem estar abertos a terem o seu 
desempenho medido – o que nós não fazemos sistematicamente nos nossos restaurantes 
tradicionais – e a serem recompensados de acordo. 
Sempre me impressionei com as práticas de recrutamento da Southwest Airlines. Para a 
maioria dos cargos, a atitude conta mais do que as habilidades. Ela busca pessoas naturalmente 
orientadas para o consumidor que trabalhem bem em equipe. Estas são as pessoas que queremos. 
Nós podemos ensinar-hes as habilidades, mas nós não podemos ensinar-lhes a ter a atitude 
correta. Isto é algo que eles já têm que trazer com eles. 
 
4 Brand Tracker, 2009. Do
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Sob a direção de Wanda Halloran, a cadeia Porcini’s colocara ênfase substancial nos recursos 
humanos e utilizava alguns restaurantes individualmente para experimentar diferentes abordagens 
de recrutamento, remuneração, treinamento e retenção. Quando alguma coisa funcionava era, em 
geral, adotada por toda a cadeia. Um sucesso notável era o seu esforço em conter o giro da mão-de-
obra. O giro elevado da mão-de-obra fora sempre um flagelo da indústria da restauração, que minava 
a sua capacidade em prestar um serviço impecável. De acordo com Halloran, as pessoas 
frequentemente deixavam a companhia por empregos melhores ou mais interessantes. “A maioria do 
pessoal não assalariado é jovem e está buscando um emprego, não uma carreira. Eles precisam de 
uma razão para permanecer na empresa e vestir a camisa. Isso geralmente requer boa remuneração e 
oportunidades para crescer.” A Porcini’s tinha sido bem sucedida em derrubar o giro da mão-de-obra 
a invejáveis 42% (dos 75% de três anos antes) por intermédio de experiências realizadas com 
recrutamento, emuneração e benefícios.5 Estas políticas bem sucedidas seriam estendidas à Pronto. 
Para Halloran, a Pronto era, contudo, outra oportunidade para experimentação. Três ou quatro
funcionários de destaque – uma “Equipe Pioneira” – formaria o núcleo central de colaboradores em 
cada nova unidade da Pronto, trazendo a reboque sua experiência e a cultura de qualidade da 
companhia. Cada equipe, de acordo com os planos de Halloran, receberia uma semana inteira de 
treinamento e doutrinação na estratégia de serviço de qualidade rápido e nos seus elementos de 
implementação. As posições remanescentes seriam preenchidas via recrutamento e seleção. 
Os candidados a emprego na Pronto deveriam passar por diversas peneiras: uma entrevista inicial 
com o RH; uma segunda com a Equipe Pioneira, um teste de avaliação de personalidade; e, 
finalmente, uma entrevista com o gerente. 
As qualidades pessoais procuradas incluíam uma atitude positiva e bem humorada, boas 
habilidades de comunicação, confiabilidade integridade; a habilidade para trabalhar bem com outras 
pessoas e uma atitude positiva em relação à remuneração baseada em desempenho. Os candidatos 
bem sucedidos receberiam alguma instrução nas instalações de treinamento da companhia e, então, 
seguiriam para o treinamento prático, on-the-job, sob a supervisão da Equipe Pioneira. 
O absenteísmo era outro problema da indústria, pois minava a prestação de um serviço perfeito. 
“Quando alguém não aparece, atrapalha todas as nossas operações,” reclamava Jensen. “Leva-se mais 
tempo para atender as pessoas quando a equipe está desfalcada. A comida é servida fria. Os pedidos 
são confundidos.” Como um possível antídoto, Halloran sugeria que a Pronto implantasse um 
programa de bônus de férias remuneradas. Dois dos restaurantes da Porcini’s vinham 
experimentando um programa do gênero durante os últimos 18 meses. De acordo com o estabelecido 
pelo programa, cada empregado horista recebia um meio expediente adicional de férias pagas para 
cada mês em que ele ou ela não tivesse faltado à sua escala de trabalho (ou que tivesse providenciado 
a sua substituição). O comparecimento sem falhas durante um trimestre inteiro rendia-lhes um dia 
adicional de férias pagas. Até então, o programa tinha reduzido para 24% a taxa de absenteísmo entre 
os empregados horistas. 
 
5 O giro da mão-de-obra em restaurantes de serviço completo é assustadoramente alto para os padrões da maioria das 
indústrias. Uma fonte cita o giro anual da mão-de-obra dentre os empregados não assalariados como estando entre 88% e 
111%, e variando de 33% a 50% no caso do quadro de pessoal assalariado. O giro da mão-de-obra no setor de fast food é 
significativamente mais elevado para ambas as classes de funcionários. Vide Amy Zuber, “A career in foodservice: high 
turnover,” (Uma carreira no setor de serviços de alimentação: alto giro da mão-de-obra) National Restaurant News, 21 de maio 
de 2001. Do
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A Qualidade na Visão dos Consumidores 
Para monitorar a qualidade, cada mesa na Pronto seria equipada com um monitor de tela plana de 
10x14 polegadas ligado à unidade de processamento central da companhia. O monitor exibiria 
automaticamente uma apresentação de slides mostrando o interior da Itália ensolarado, seus 
vinhedos e fazendas e, periodicamente, uma foto de uma atraente sobremesa da Pronto. Ao entregar 
a conta, o atendente tocaria em um ícone na tela do monitor que abriria um questionário de satisfação 
do cliente com o cabeçalho “Como estamos nos saindo?”. O atendente então diria: 
Obrigado por sua presença aqui na Pronto. Esperamos que tenha gostado de sua refeição. E se 
tiver um minuto, nós agradeceríamos se pudesse nos dar a sua avaliação sobre a qualidade da 
nossa comida e de nosso serviço. Só vai levar alguns segundos. Basta usar os botões da tela para 
registrar suas opiniões. O senhor gostaria de fazê-lo? 
Se os clientes concordassem em participar, o atendente lhes entregaria um cartão “Vale Porcini’s” 
no valor de US$3, quantia que seria abatida do preço de uma entrada a ser consumida em uma 
próxima visita a qualquer dos restaurantes da Porcini’s ou da Porcini’s Pronto. A pesquisa de grupo 
focal (focus group) estimava que uma oferta neste valor aumentasse de 38% para 73% a probabilidade 
de um cliente responder ao questionário. “E,” Alessio dizia, “um cartão de desconto deverá encorajar 
novas e repetidas visitas.” 
O questionário objetivava: (1) captar os aspectos mais relavantes da experiência vivida pelo 
cliente; (2) provocar reações em relação aos serviços prestados, que pudessem ser diretamente 
vinculadas às operações controláveis pelo restaurante; e (3) ser de fácil preenchimento. As perguntas 
solicitavam aos clientes que atribuíssem nota quanto à: 
 Gentileza e eficiência do funcionário que lhes atendeu 
 Qualidade da refeição 
 Rapidez e qualidade do serviço 
 Relação custo-benefício 
 Aparência e limpeza do restaurante 
 Limpeza dos banheiros 
 Qualidade da visita como um todo. 
O software utilizado para processar os dados obtidos relacionaria automaticamente o questionário 
respondido por cada cliente ao seu respectivo atendente (por exemplo, garçon) ou operação (por 
exemplo, cozinha, limpeza dos banheiros), ou ao gerente (por exemplo, “qualidade da visita como 
um todo”). Desta forma, as notas produziriam um quadro de indicadores de desempenho 
(performance scorecard) para cada empregado individualmente, para as equipes e para o restaurante 
como um todo. A gerência utilizaria estas notas para identificar e corrigir falhas em matéria de 
qualidade e para recompensar o desempenho do empregado. As notas atribuídas às equipes (equipe 
de atendentes, equipe de cozinha) e o restaurante como um todo seriam divulgadas aos empregados. 
Os funcionários poderiam vir a receber bônus trimestrais de até 10% de suas remunerações por 
desempenho elevado. Uma parte do bônus seria baseada no desempenho individual e outra no 
desempenho da equipe. 
Jensen, o VP de Operações, no entanto, não estava satisfeito com o fato de o questionário ser o 
único mecanismo de mensuração da qualidade. “Nós precisamos desenvolver e reforçar nossas Do
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próprias métricas. Por exemplo, nós temos que mensurar quanto tempo se leva para acomodar o 
cliente na mesa e tirar o seu pedido, para preparar um prato de entrada típica, e assim por diante.” 
Sua preocupação levava ao debate sobre o uso de “clientes ocultos” e outros métodos. Quais métricas 
utilizar e como associá-las, no entanto, seguia sendo uma pergunta sem resposta. E tendo em vista 
que a Porcini’s confiava em cada um de seus experientes gerentes de restaurante para manter os 
padrões de qualidade, não existiam métricas disponíveis para serem selecionadas e analisadas. 
Rapidez via Tecnologia 
Ansiosos por aumentar a produtividade da equipe de atendentes, a companhia estudou diversas 
cadeias de restaurantes nos E.U.A. que empregavam aparelhos sem fio para tomada de pedidos e 
terminais de pagamento com cartão de crédito/débito levados à mesa pelos atendentes. Os primeiros 
garantiam o recebimento rápido pela cozinha de pedidos corretos;
os outros possibilitavam aos 
clientes o pagamento de suas contas exatamente como fariam em um mercado qualquer, 
introduzindo seus cartões na máquina portátil (e digitando o código PIN no caso de cartões de 
débito). “Muito tempo é desperdiçado,” dizia Kurt Jensen, “entregando a conta ao cliente, retornando 
para pegar a conta e o cartão de crédito, entregando ambos ao caixa – que geralmente está ocupado – 
e depois retornando à mesa para obter a assinatura do cliente. Este é um fator causador de demora 
que nós deveríamos eliminar”. A Pronto parecia ser o cenário perfeito para a experimentação da nova 
tecnologia. “Se você já fez algum dia uma compra em uma loja da Apple,” acrescentava Alessio, “a 
pessoa que está lhe atendendo não vai embora com o seu cartão de crédito. Ele não pede para você 
ficar na fila do caixa para pagar a sua compra. Ele introduz o seu cartão na máquina ali mesmo e te 
libera pra seguir o seu caminho. É rápido assim.” 
Opções para o Crescimento 
Mesmo enquanto trabalhavam em torno de aspectos operacionais e de RH, a equipe do projeto 
quebrava a cabeça sobre as opções de expansão da Pronto. A alta administração queria explorar as 
opções alternativas de crescimento antes de efetuar qualquer comprometimento. A equipe 
preocupava-se igualmente com todas as diferentes opções, uma vez que afetariam a habilidade da 
Pronto em entregar comida e serviço de qualidade. 
A gerência e o Conselho sempre adotaram a política de crescimento lento em seu negócio 
tradicional, mas eram a favor de uma expansão mais rápida para a Pronto. Como um dos membros 
do Conselho se pronunciava a respeito: 
Muitas empresas nesta indústria cresceram rápido demais. Atolaram-se em problemas 
financeiros ou perderam o controle das operações e da qualidade. Nós não vamos cometer este 
erro com o nosso negócio principal. A Pronto, por outro lado, nos oferece a oportunidade de 
corrermos um risco calculado com a sua rápida expansão. Suas unidades serão menores do que os 
restaurantes já existentes e devem ser mais fáceis de serem gerenciadas (vide Anexo 3 para uma 
comparação entre o tamanho da Pronto versus o da Porcini’s). E se os resultados forem 
desapontadores, nós podemos vender nossas propriedades para outra cadeia sem muito prejuízo. 
Se o projeto fosse aprovado, a Porcini’s, Inc. compraria ou arrendaria dois restaurantes em 
locações consideradas “ideais” e os operaria como unidades teste. Se estas unidades atingissem suas Do
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metas, uma implantação mais ampla se seguiria. O consultor imobiliário estimava o custo total com 
terrenos, construções, equipamentos e decoração em US$2,1 milhões (versus US$4,3 milhões no caso 
do restaurante Porcini’s construído mais recentemente). A equipe do projeto estimava que, passado o 
período inicial de começo de operações (start-up), cada um dos estabelecimentos geraria US$2,4 
milhões em receitas anuais. 
Três políticas de aquisição e desenvovimento de estabelecimentos foram consideradas. Em uma 
delas, a companhia adquiriria os terrenos ideais, tomaria emprestado o capital necessário para 
construir e equipar cada nova unidade da Pronto, e, então, as operaria. Esta abordagem de 
“propriedade e operação em mãos da empresa” proporcionaria à Porcini’s o controle total das 
operações e da experiência vivida pelo cliente. Um dos altos executivos dizia: “Ao custo de US$2,1 
milhões por unidade, nós poderíamos arranjar financiamento para apenas um ou dois 
estabelecimentos por ano.” A equipe de Alessio estimava que esta estratégia e a taxa de rotatividade 
mais rápida das mesas da Pronto, gerariam uma margem de lucro antes dos impostos de 6% para a 
companhia (vide Anexo 4). 
Franchising (sistema de franquias) 
O franchising, a estratégia dominante dentre as cadeias de restaurantes, era outra opção. No 
segmento de fast food, quase 80% dos pontos de venda do McDonalds pertenciam aos franqueados e 
eram operados por eles. No segmento de serviço completo, 1.318 dos 1.551 restaurantes da Denny’s 
eram franquias. As grandes cadeias de restaurantes consideravam novos contratos de franquia como 
seu principal caminho para o crescimento. 
A franquia é uma relação de negócios na qual um “franqueado” individual paga uma taxa para o 
franqueador e, em retorno, tem o direito de uso de uma marca registrada (por exemplo, McDonalds). 
O franqueado deve operar o modelo de negócio de acordo com padrões e práticas estipuladas 
contratualmente. O franqueador é obrigado a fornecer apoio em atividades de marketing, treinamento 
gerencial e aconselhamento. Muitos permitem que os franqueados comprem suprimentos/alimentos 
através do seu sistema de compras de grandes volumes. 
Na visão de Alessio, a expansão via contratos de franquia possuía características atrativas. Ela 
permitiria à companhia transferir sua atenção e capital limitado das operações de cada restaurante 
para um sistema mais amplo de comercialização e marketing, e para a construção da marca. O custo 
de aquisição (ou arrendamento) e construção dos estabelecimentos seria transferido para os 
franqueados e provavelmente colocaria as unidades em funcionamento mais rapidamente. 
Entretanto, existiam pontos negativos. “A Porcini’s não tem o nome familiar de uma Burger King,” 
dizia o Diretor Financeiro, “e a Pronto não tem histórico. Sendo assim, é pouco provável que 
possamos impor taxas e royalties elevados a nossos franqueados.” O Presidente tinha outro receio: 
Queremos nossa marca em mãos de gente que não podemos controlar totalmente? É claro que 
o contrato exigiria que eles satisfizessem nossos padrões, mas isso pode se perder na prática. Com 
que seriedade um franqueado levaria em consideração o seu questionário, Tom? Nós não temos 
nenhuma experiência em impor padrões de franquia. 
“No entanto”, dizia o consultor imobiliário, que tinha experiência neste assunto, “você pode 
limitar o seu risco negociando apenas com operadores de restaurantes experientes. Você pode exigir Do
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contratualmente que eles participem pessoalmente do negócio e restringí-los a uma única 
propriedade até que tenham sido colocados à prova.” Ele então passou a descrever termos usuais de 
um contrato de franquia de restaurante: um prazo de 20 anos com opção de renovação a critério do 
franqueador; royalty de 5% a 6% sobre o total da receita bruta e uma taxa de adesão ao sistema paga 
adiantada. “Esta taxa depende da força da marca,” observava ele. “E você pode estruturar o negócio 
de maneira que cada franqueado seja responsável por seu próprio financiamento.” Ele explicou que 
alguns franqueadores cuidavam eles próprios de todo o desenvolvimento, incluindo análise de 
mercado, estudos de viabilidade, seleção dos locais e construção e, então, arrendavam a propriedade 
para o operador. “Mas em outros casos,” ele continuou, “os franqueados devem comprar ou arrendar 
o terreno em uma localização atraente e eles mesmos devem construir o restaurante. Dado que a 
Porcini’s não tem um departamento de obras, esta talvez pode ser a
maneira com a qual vocês devem 
começar”. 
Como previsto pelo consultor, a Porcini’s precisaria investir aproximadamente US$1 milhão em 
recursos para arcar com custos jurídicos e de pessoal para desenvolver um contrato de franquia e um 
sistema de apoio aos franqueados. E, para efeito de planejamento, a equipe do projeto definiu que 
uma margem de 2% sobre a receita antes dos impostos (líquida de custos) seria gerada pelas 
franquias. Eles também assumiram a premissa de que as taxas de adesão ao sistema, pagas na 
assinatura dos contratos, seriam inteiramente despendidas no processo de seleção e escolha de 
franqueados prospectivos e na negociação de seus contratos. 
SCP (Sociedade em Conta de Participação) 
A SCP era outra alternativa, transferiria a propriedade dos imóveis aos investidores, enquanto o 
controle total sobre as operações seria concedido à Porcini’s. Segundo o consultor imobiliário, as 
principais redes de hoteis dos E.U.A. tinham usado esta política para expandir rapidamente suas 
operações. Ele explicava que, num acordo de SCP, a rede identifica e compra um número de locais, 
constroi, equipa e decora instalações em cada um deles e, então, vende o conjunto de propriedades 
para um grupo investidor – ou para os proprietários originais dos terrenos – desse modo 
recuperando e reinvestindo seu capital em outro acordo de SCP. A rede então opera as propriedades 
em nome de seus proprietários/investidores em troca de uma percentagem sobre as receitas e de mais 
uma taxa de incentivo baseada na lucratividade. “Somadas estas quantias devem alcançar o montante 
de 4% das receitas anuais,” dizia o consultor. (Vide Anexo 4). “A SCP possui outras vantagens além 
de limitar os desembolsos de capital,” ele continuou. “Eu acredito que ela lhes proporcionará mais 
localizações privilegiadas dentro da malha rodoviária interestadual. Localizações privilegiadas ainda 
não exploradas pertencem principalmente a investidores. Se vocês conseguirem transformar seu 
patrimônio imobiliário em um negócio gerador de caixa, vocês terão mais sucesso em conseguir os 
locais que desejam.” 
A SCP deixaria a Porcini’s com o controle total sobre a contratação, treinamento, gestão de 
desempenho e sobre a consistência da qualidade da comida e do serviço prestado em cada nova 
propriedade. “E,” acrescentou a Diretora de RH, Halloran, “o controle operacional geraria 
oportunidades de desenvolvimento de carreira para nossos empregados. O giro da mão-de-obra cai 
quando as pessoas enxergam oportunidades de ascenção profissional”. 
“A SCP não é só flores,” lançou o Diretor Financeiro. “Existem custos de transação substanciais 
nestes acordos. Até mesmo numa SCP privada você tem que envolver um banco de investimentos, Do
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um bando de advogados e incorrer em custos de fechamento. Soube que estes custos de transação 
sozinhos podem chegar a 6% do valor da propriedade.” (Vide o Anexo 4 para esquemas de 
investimento e propriedade/operação em que se basearam as diferentes opções de crescimento da 
Pronto e o Anexo 5 para as projeções da companhia para a implantação das unidades da Pronto no 
caso de cada uma das opções). 
* * * * 
Tom Alessio estava ao mesmo tempo entusiasmado e apreensivo com relação à iniciativa que 
pusera sobre a mesa. A Pronto abriria um novo caminho para o seu crescimento., no entanto, 
pairavam incertezas – sobre a qualidade da comida e do serviço, aspectos financeiros e rentabilidade 
– e a alta administração iria sabatiná-lo a respeito de cada uma delas. Então alguém com certeza iria 
fazer a pergunta inevitável, “Porque não nos atemos ao que vimos fazendo com tanto sucesso?” 
Alessio começou a pensar sobre como poderia elaborar um caso de negócio para a Pronto e 
introduzir todos os seus elementos numa estratégia coerente e implementável. 
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Anexo 1 Desempenho das cadeias de restaurantes de serviço completo selecionadas 
 Fatia de 
mercado do 
segmento 
Últimas receitas 
relatadas 
(US$ milhões) 
Último lucro 
líquido relatado 
(US$ milhões) 
Margem 
de lucro 
líquida 
Darden Restaurants (Olive Garden, 
Red Lobster, etc.) 
14,2% 7.214 371,8 5,1% 
CBRL Group (Cracker Barrel) 4,6% 2.367 85,2 3,6% 
Bob Evans Farms (segmento de 
restauração) 
2,8% 1.410 66,3 4,7% 
Denny’s, Inc. 1,2% 2.200 41,6 1,9% 
 
Fonte: www.ibisworld.com 
 
 
 
 
Anexo 2 Porcini’s versus Pronto: cardápio proposto para o jantar (por categoria de itens do cardápio e 
preços médios) 
 
 Porcini’s Porcini’s Pronto 
 
# de ofertas 
Preço 
médio(US$) 
# de ofertas 
Preço 
médio(US$) 
Antipastos 12 $10 5 $8 
Sopas 3 $6 2 $5 
Saladas 7 $8 2 $6 
Pizza a a 4 $11 
Entradas “especialidades 
da casa” 
 
 6 
 
$17 
 
3 
 
$14 
Entradas - massas 20 $15 6 $12 
Entradas – frutos do mar 5 $19 2 $15 
Entradas – carnes e aves 9 $17 4 $14 
Acompanhamentos 5 $6 3 $4 
Sobremesas 5 $6 3 $5 
Vinhos (opções disponíveis) 24 5b 
Cafés 5 $4 5 $4 
 
a Pizza consta apenas do cardápio da Porcini’s 
 
b Servidos em copo apenas na Pronto 
 
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Anexo 3 Características das cadeias de serviço completo selecionadas (e = estimado) 
 
 Unidades 
no NE dos 
E.U.A. 
 
Área média em 
pés quadrados 
 
Quantidade média 
de lugares/assentos 
Receita 
média/unidade 
(milhões) 
 
 Cracker Barrela 23 9.200 195 $3,3 
 Olive Garden 61 7.600 170 $4,8 
 Denny’s 79 4.900 112 $1,4 
 Pizza Hut (dine-in) 187 936 78 N/D 
 Porcini’s 23 6.900 142 $4,1 
 Porcini’s Pronto – 4.200e 85e $2,4e 
 
 
 
 
a Inclui a área média e as receitas da loja de presentes/souvenirs 
 
Fonte: fados de relatórios da indústria e visitas a websites 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Anexo 4 Esquemas de investimento e propriedade/operação em que se basearam as diferentes 
opções de crescimento da Pronto 
 
 De propriedade/ 
operada pela 
Companhia 
SCP Franchising 
Investimento da 
Porcini’s 
US$2,1 milhões por 
unidade 
US$2,5 milhões de 
custos de transação 
de SCP 
US$1,0 milhãob 
Propriedade
Companhia compra 
terreno, constroi 
instalações 
Investidores 
compram o terreno 
e as instalações da 
Companhia 
 
Franqueado é responsável pela compra 
ou arrendamento de terrenos bem 
localizados e construção do restaurante 
segundo especificações da Companhia. 
Responsável também pelo financiamento. 
Controle 
Operacional 
Companhia Companhia 
Franqueado gerencia de acordo com 
especificações da Pronto 
Margem de lucro 
estimadac 
6% das receitas 
Taxa de adesão 
ao sistema de 
franquia 
 
US$40.000 (usados para selecionar e 
escolher candidatos e negociar o 
contrato) 
Comissão 
operacional e taxa 
de incentivo para 
a Porcini’s 
 
4% das receitasc 
 
 
Taxa de operação 
de franquia da 
Pronto (royalty) 
 
5% das receitas (menos custos de 3%) = 
2% líquidos para a Porcini’sc 
Serviços 
fornecidos pela 
Companhia 
 
Treinamento/ aconselhamento; 
desenvolvimento do cardápio; marketing 
cooperativo; etc. (os custos de 3% 
mencionados acima ) 
 
a Custos de transação de SCP estimados em 6% para um acordo de SCP de US$44,5 milhões, rendendo US$42 milhões 
para a Porcini’s (suficiente para construir 20 restaurantes Pronto no horizonte de tempo considerado pelo planejamento). A 
equipe considerou a premissa de que seria fechado um acordo de SCP por metade daquela quantia em 2012 e outro pela 
metade restante em 2015. 
b Custo estimado para a elaboração do contrato de franquia e desenvolvimento do sistema de apoio aos franqueados – a 
ser gasto apenas uma vez. 
c Como estimado pelo departamento financeiro da Porcini’s. 
 
 
 
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Anexo 5 Cenários de implantação da Pronto 
 
 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 
De propriedade da companhia 
Unidades abertas durante o ano 2a 0 2 2 2 2 2 2 
Acumulado 2 2 4 6 8 10 12 14 
Franqueadas 
Unidades abertas durante o ano 0 0 4 4 4 5 5 6 
Acumulado 0 0 4 8 12 17 22 28 
SCP 
Unidades abertas durante o ano 0 0 2 3 3 4 4 4 
Acumulado 0 0 2 5 8 12 16 20 
 
a Restaurantes de teste adquiridos 
 
Fonte: estudo do consultor 
 
 
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