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6. RECONHECIMENTO DE PESSOAS E COISAS (art. 226 a 228, CPP) - Procedimento – art. 226 Descrição prévia Comparação da pessoa/coisa Indicação da pessoa a ser reconhecida * Auto pormenorizado – autoridade, reconhecedor e 2 testemunhas presenciaram o ato de reconhecimento (assinaturas) - VALOR PROBATÓRIO: prova precária (confronto entre descrição e traços físicos da pessoa identificada – más condições de percepção; defeito de atenção; influxo de emoção e tempo curto). - PONTOS POLÊMICOS Nulidade: ponto polêmico. Jurisprudência – “Pode ser aceito o reconhecimento pessoal sem a observância das formalidades, desde que não seja a única prova em que se baseia a condenação” - ABSURDO. Reconhecimento fotográfico: não há previsão legal, mas é amplamente aceito, apesar de menor o seu valor probatório. É permitido em caráter subsidiário (desde que não seja possível o reconhecimento pessoal). * Regra da liberdade da prova: os meios probatórios não são taxativos na lei, é admitido todo meio que não seja ilícito - NOVA DECISÃO DO STJ: HC 598.886 - Deve seguir as formalidades mínimas do art. 226 (fotográfico ou pessoal) - Pode ser realizado em juízo ou na fase policial (investigação) ARTIGO DO PROF: http://www.publicadireito.com.br/artigos/?cod=0d2ac0e8224a99eb ARTIGOS (repensar o método): - https://www.conjur.com.br/2011-dez-30/evitar-erro-eua-reavaliam-metodo- reconhecimento-suspeitos - Pesquisa Pensando o Direito: http://pensando.mj.gov.br/wp-content/uploads/2016/02/PoD_59_Lilian_web-1.pdf REPORTAGEM FANTÁSTICO https://www.youtube.com/watch?v=C4DjF9j0E58 7. ACAREAÇÃO (arts. 229 e 230, CPP) - Conceito: Procedimento utilizando quando há divergência de declarações sobre fatos ou circunstância relevantes entre acusado, testemunha e ofendido. Para sanar tais divergências é feita a inquirição sobre os pontos controversos, colocando duas ou mais pessoas (testemunha, acusado ou ofendido), em presença uma da outra, para que esclareçam pontos controvertidos de seus depoimentos, sobre fatos ou circunstâncias relevantes para a solução da causa. Em última análise, trata-se de colocar as pessoas frente a frente para verificar quem falou a verdade e quem errou ou mentiu. - Utilização: IP ou Processo - Pressupostos: – Declarações já prestada – Divergência sobre pontos relevantes - Críticas: – procedimento intimidatório (temor entre as testemunhas) e desigual (compromisso de dizer a verdade: testemunha ≠ acusado). – Não tem valor probatório: serve de instrumento para valorar o depoimento das testemunhas, as declarações do ofendido e o interrogatório do acusado. – Mesmo na acareação, o réu pode manter seu direito ao silêncio. Assim, na hipótese de o réu permanecer em silêncio em seu interrogatório, não será possível realizar a acareação em relação a ele. - Crime de falso testemunho: oportunidade que se dá à testemunha para se retratar antes de sentença, a fim de se evitar a concretização do fato típico de falso testemunho. 8. DOCUMENTAL (arts. 231 a 238, CPP) - Não se trata apenas de papel. É qualquer objeto que carregue um elemento de prova (de convicção judicial). Qualquer manifestação materializada, sendo que o importante é sua originalidade (art. 232, CPP) – Ex: fita, vídeo, CD, etc. - Regra: são juntados a qualquer tempo, através de uma simples petição de juntada (art. 231, CPP). - Exceção: na sessão plenária do Tribunal do Júri, a parte contraria deverá ter ciência 3 dias antes da juntada (art. 479, CPP). 9. INDÍCIOS (art. 239, CPP) - Não chega a ser exatamente um meio de prova, mas um raciocínio dedutivo/indutivo acerca de uma circunstância do fato delituoso que leva à conclusão da existência de um outro fato criminoso. Ex: prova do dolo: no mundo dos fatos, impossível fazer prova deste elemento subjetivo. - Grau de convencimento judicial Juízo de probabilidade (Ex: “indício” de autoria p/ receber denúncia; “indício” p/ decretação prisão preventiva; etc.) - Indícios # Prova indiciária 10. BUSCA E APREENSÃO (arts. 240 a 250, CPP) - CONCEITO - meio de obtenção de prova (visa encontrar pessoas ou coisas) - medida cautelar probatória (fumus boni iuris + periculum in mora) – resultado visado. - ESPÉCIES 1. Pessoal (art. 240, §2º e 244, CPP): Realizada nas vestes e no corpo do indivíduo, sem procedimentos excessivamente invasivos. Não necessita de mandado judicial (art. 244, CPP), exige apenas fundada suspeita de portar algo ilícito. Esse mesmo procedimento será utilizado na busca de veículos (não é busca domiciliar). Execução: a qualquer hora. 2. Domiciliar (art. 5º, XI, CF, 240,§1º e 243 a 246, CPP): Realizada no interior da “casa”, com mandado judicial, de dia. Conceito de “casa” é bem abrangente, abarcando qualquer espaço, com trânsito de pessoas, de não acesso ao público usado como morada ou para o exercício de profissão (inclui pensões coletivas, quarto de hotel, trailer, embarcações, empresas, escritórios, etc.). O limite p/ configurar “casa” é a existência de limite p/ o livre trânsito de pessoas (Ex: pessoa mora embaixo da ponte, não tem portas p/ separá-la do ambiente público; logo, não será considerada “casa”). Mandado judicial Durante o dia Requisitos indispensáveis na busca e apreensão domiciliar - Ordem judicial fundamentada e escrita cláusula de reserva de jurisdição (não pode ser efetivada por conta própria da CPI, MP, etc.). Problema: Mandados genérico/vago – HC 144.159 e 163.461, STF - Indicação precisa do local, dos motivos e finalidade da diligência (art. 243). Problema: busca e apreensão coletiva - Cumprimento da diligência durante o dia, salvo se consentida pelo morador (à noite). - Uso de força e arrombamento somente serão possíveis no caso de desobediência, ausência do morador/pessoa no local (art. 245, § 3º e 4º). - Documento em posse do defensor do acusado: não pode ser apreendido, salvo quando constituir elemento do corpo de delito (art. 243, §2º). * Escritório de advocacia: inviolabilidade relativa (Art. 7º, II + §6º e 7º, EOAB) 11. INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA (Lei 9.296/96) - Art. 5º, XII, CF Balizas constitucionais Ordem judicial prévia – cláusula de reserva de jurisdição Lei regulamentadora prévia - Lei 9.296 Apenas como elemento de prova na persecução penal (não pode ser utilizada nas demais áreas do direito) CORRESPONDÊNCIA: o mesmo raciocínio (o remetente pode utilizar e autorizar que utilizem a carta recebida). - Diferenciação dos conceitos 1. Gravação clandestina (ambiental/telefônica) – quando uma das partes tem ciência da gravação (captação feita por um dos interlocutores) válida e não precisa de autorização judicial. 2. Captação/ gravação ambiental (interceptações ambientais) – - Terceiro - Geralmente, sem conhecimento dos interlocutores - Microfone, câmeras, monitoramento à distância, satélites, antenas, etc. 3. Interceptação telefônica – ART. 8ª-A ARTS. 1º ao 8º INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA - Interceptação ≠ bilhetagem/quebra sigilo telefônico (não capta o conteúdo da conversa, mas sim as ligações recebidas e efetuadas, assim como o tempo, dia e hora. Dados das ligações feitas e recebidas. Tem o mesmo tratamento da quebra de sigilo bancário ou financeiro – CPI ou ordem judicial) - Procedimento Pode ser de ofício (juiz) ou a requerimento (autoridade policial ou MP) – art. 3º Pedido: Demonstração de sua necessidade + juiz (24 hrs) – art. 4º Autos apartados + sigilo (segredo de justiça nos autos) – art. 1º + art. 8º - Requisitos – art. 2º + art. 5º Indícios autoria ou participação Necessidade da medida – subsidiariedade/proporcionalidade Crime apenado com reclusão – delitos graves (atenção: nos casos de crimes conexos, é possível decretar a interceptação – princípio da vinculação causal da prova) Decisão fundamentada + prazo de duração – ART. 5º *ART. 5º Prazo de duração da interceptação: a lei diz que o prazo é de 15 dias, mas prorrogáveis por igual período quando demonstrado a indispensabilidade da prova (não há limite para o número de prorrogações– pode ser por vários iguais períodos, desde que de maneira fundamentada). STJ – RHC 124.057 Não pode ultrapassar 15 dias Prorrogação - Decisão fundamentada - Não pode prorrogar de antemão, isto é, na mesma decisão inicial (deferimento da medida) já autorizar a prorrogação. (http://www.stj.jus.br/sites/portalp/Paginas/Comunicacao/Noticias/Anulada- interceptacao-telefonica-de-reitor-em-investigacao-sobre-venda-de-vagas-em-curso-de- medicina.aspx) WHATSAP E INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA – ATENÇÃO: STJ (RHC 99.735/SC. 6ª Turma. Rel. LAURITA VAZ, DJ 27/11/2018 – Informativo 640): “impossível aplicar analogia entre o instituto da interceptação telefônica (Lei 9.296/96) e o espelhamento (via QRCode), por meio do Whatsapp Web, das conversas realizadas pelo aplicativo Whatsapp”. PRISÃO EM FLAGRANTE, APREENSÃO DE APARELHO CELULAR E ACESSO A DADOS/CONVERSAS DO WHATSAP DUAS POSIÇÕES DIVERGENTES: - Inviolabilidade da intimidade, sigilo de correspondência e comunicações telefônicas (art. 5º, X e XII, CF): “sem prévia autorização judicial, são nulas as provas obtidas pela polícia por meio de extração de dados, ainda que o aparelho tenha sido apreendido em situação de flagrância” (STJ, Informativo 583). RECENTÍSSIMO: AgRHC 542.940, STJ - Não se aplica a proteção constitucional: pode ter acesso p/ os últimos registros telefônicos do aparelho celular apreendido (STF, HC 91867/PA).
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