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JOELHO - LESÃO DE LCA E MENISCO

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JOELHO – LESÃO DO LCA E MENISCOS 
 
O joelho é uma das articulações mais lesadas do corpo, 
tendo vários sítios de possíveis lesões. É uma 
articulação do tipo gínglimo (permite movimento para 
frente e para trás), porém permite movimentos de 
rotação. São 6 os movimentos possíveis (em 3 eixos): 
flexo-extensão, rotacionais (int e ext) e translacionais 
(antero-post). 
*Lembrar das partes anatômicas que compõem o 
joelho: patela, côndilos femorais, estruturas 
tendinosas (quadríceps, gastrocnêmio, isquiotibiais 
medial e lateral, músculo poplíteo e trato íliotibial), 
estruturas ligamentares (cápsula, lig. Colaterais, 
meniscos, LCA e LCP). 
*Os dois ligamentos cruzados são divididos em 
filetes/componentes. O LCA tem o componente 
posterolateral (tenso em extensão) e anteromedial 
(tenso em flexão), já o LCP tem o componente 
posteromedial (tenso em extensão) e o anterolateral 
(tenso em flexão). O QUE É POSTERIOR TENSIONA EM 
EXTENSÃO E O QUE É ANTERIOR TENSIONA EM 
FLEXÃO. 
*Os meniscos, lateral e medial, tem a função de 
distribuição do fluido articular, nutrição, absorção de 
choque, estabilização e suporte de carga. 
LESÃO DO LIGAMENTO CRUZADO ANTERIOR 
O LCA é um feixe de tecido colágeno disposto 
longitudinalmente envolto por tecido sinovial. 
Composto por 2 feixes, sendo que o feixe anteromedial 
é menor que o posterolateral. Sua irrigação é feita pela 
artéria genicular média e é inervado pelo nervo 
articular posterior (ramo do tibial). É o principal 
limitador da anteriorização da tíbia e tem como 
função secundária limitar a rotação da tíbia e varo-
valgo com extensão completa. 
A principal causa de lesão desse ligamento, no Brasil, 
é por prática esportiva, sendo mais frequente em 
homens, porém com maior risco em mulheres. 
Ocorrem mais por trauma de baixa energia indiretos 
(sem contato no joelho – geralmente por 
desaceleração na aterrisagem de salto). Pode se dar 
também por traumas de alta energia. 
A história clínica é característica, com o paciente 
referindo entorse no joelho. Geralmente o paciente 
diz que SENTIU OU OUVIU UM ESTALO NO JOELHO 
(isso aumenta em 70% a chance de ter havido lesão de 
LCA – importantíssimo na anamnese). Após a lesão 
paciente costuma apresentar um derrame na região 
que passa com o tempo. Ao passar do tempo, paciente 
começa a notar o chamado FALSEIO (joelho instável), 
sendo que a lesão de LCA normalmente não dói (lesão 
de menisco e cápsula dói). 
*Muitas vezes uma lesão de LCA crônica vem 
acompanhada de uma lesão meniscal, visto que sem o 
LCA, quem começa a fazer a função de estabilizar a 
anteriorização da tíbia é o menisco (não é capaz de 
manter essa capacidade). O menisco medial é o mais 
lesado cronicamente assim e o lateral é mais lesado 
agudamente. 
Para fazer o diagnóstico usa-se alguns testes especiais, 
como o teste da gaveta anterior, TESTE DE LACHMAN 
(mais sensível, padrão ouro), Jerk test (quando tem 
jerk positivo é lesão de LCA com certeza, pede-se 
ressonância para confirmar mas já é certo) e Pivot 
Shift. 
Os RX geralmente são normais, com alguns possíveis 
achados, sendo que a fratura de Segond (avulsão do 
platô lateral) é patognomônica pra lesão do LCA. Usa-
se muito mais a RNM, sendo o exame de escolha para 
diagnóstico e para pesquisar lesões associadas 
(contusões ósseas, lesão de outros ligamentos como o 
LCM – muito irrigado, cicatriza sozinho normalmente, 
não requer cirurgia). 
*paciente com atividade atlética e episódios repetidos 
de instabilidade evoluem com lesão meniscal e 
osteocondral que culminarão com osteoatrose. 
O tratamento da fase aguda envolve proteção (uso de 
muletas), repouso relativo da articulação, crioterapia 
(20min, 4x ao dia), compressão (bandagem) e 
elevação do membro. Essas medidas buscam diminuir 
a dor e o edema, sendo que alguns pacientes ainda 
fazem uso de AINEs. 
O tratamento definitivo pode ser conservador ou 
cirúrgico. 
O tratamento conservador (aumenta risco em longo 
prazo de lesão meniscal e osteoartrite) envolve 
reabilitação e aconselhamento, mais viável para 
pacientes que desejam mudar estilo de vida. Depende 
da atividade futura e expectativa do paciente. O 
tratamento cirúrgico envolve o reparo ligamentar 
(50% de maus resultados) ou a reconstrução 
ligamentar (mais comum em lesões de LCA e é o mais 
indicado). Esse tratamento busca restaurar 
estabilidade, devolver o paciente para suas atividades 
habituais, prevenir artrose, prevenir nova ruptura. 
*São 3 os fatores que devem ser considerados para 
decisão cirúrgica: idade, grau de atividade física e grau 
de instabilidade anterior. 
A cirurgia começa com exame sob anestesia, 
artroscopia, retirada do enxerto, preparo do enxerto, 
desbridamento do LCA residual, perfuração de túneis 
(tibial e femoral), passagem do enxerto e fixação. 
A reabilitação tem a função de devolver força muscular 
e proteger o enxerto do paciente, sendo que por conta 
da atrofia muscular na região, o paciente DEVE fazer 
fisioterapia e fortalecimento por um bom período. O 
uso de muletas se dá de acordo com cada paciente, 
demorando em média de 15 a 30 dias. O enxerto 
demora um tempo pra se integrar, então por isso o 
retorno para volta à pratica esportiva é previsto em 1 
ano. Em 1 mês é liberado bike ergométrica, em 3 meses 
pode fazer corrida em esteira, em 6 meses pode fazer 
musculação e entre 9 meses e 12 meses libera-se pra 
futebol. Os resultados são de 90 a 95% de sucesso para 
restauração da estabilidade. 
*São dois os enxertos mais usados, o patelar (mais 
firme) e os flexores (menos dor). A longo prazo são 
iguais os resultados clínicos, então o tipo de enxerto 
não determina o sucesso da cirurgia. 
Complicações cirúrgicas: fratura de patela, lesões 
ligamentares não diagnosticadas previamente, fratura 
do enxerto, déficit de ADM, dor anterior no joelho. 
LESÃO MENISCAL 
Os meniscos são estruturas em meia lua, cobrindo 
grande parte do planalto articular, com alta capacidade 
de compressão. São fixos à capsula articular. Sua 
principal função é o preenchimento articular (corrige 
incongruências), absorção de impactos, aumento da 
área de contato entre fêmur e tíbia, estabilização 
secundária. O menisco é bem irrigado na parte 
externa e avascular na parte interna (a irrigação 
determina a capacidade de cicatrização – nas lesões 
antes ou depois da meniscectomia). 
O menisco medial (mais comum de lesionar por ser 
menos móvel) tem forma de C e tem raio maior que o 
menisco lateral. O menisco lateral tem forma mais 
circular, cobre mais o planalto e é menos preso à 
cápsula (mais lesado). LESÃO DE MENISCO DÓI. 
As rupturas de menisco geralmente ocorrem por 
rotação do joelho com flexão extendida. Podem ser 
completas ou incompletas. As lesões agudas duram 
menos de 3 semanas e as crônicas duram mais. As 
lesões podem ser pequenas, com dor, instabilidade e 
edema ou grandes, como a alça de balde. 
*Lesão de alça de balde: lesão na parte vermelha-
branca do menisco, com parte dele se destacando e 
dobrando, levando ao travamento do joelho. 
Tratamento é cirúrgico, leva à incapacidade de 
movimentação do joelho. 
O diagnóstico dessa lesão é difícil, geralmente se 
associa a outras lesões. O quadro muitas vezes é 
atípico, depende da idade, energia do trauma. 
No exame físico deve-se avaliar a dor na interlinha 
articular (principalmente posterior), chamado de Sinal 
de Smillie. Há também os testes clínicos específicos, 
como o teste de Mc Murray, teste de Apley, teste de 
Steinmann e o teste de Thessaly; há também a 
Marcha de pato. 
As RX geralmente são normais, sendo pouco utilizadas, 
somente para afastar fraturas. O exame de escolha é a 
RNM. 
O tratamento da fase aguda dessa lesão envolve 
crioterapia e, em casos de sintomas mais intensos, o 
mesmo protocolo da lesão de LCA citado acima. O 
tratamento definitivo pode ser conservador ou 
cirúrgico. 
O tratamentoconservador é bastante feito, em todos 
os tipos de lesão (grandes, pequenas, assintomáticas, 
sintomáticas). Cicatriza entre 3 a 6 semanas, fazendo 
imobilização com liberação gradual da carga seguido 
de fortalecimento muscular. Geralmente paciente 
volta às atividades em 2 meses. 
O tratamento cirúrgico não envolve a retirada total do 
menisco (quanto maior a ressecção, maior o risco de 
artrose - degeneração). Assim, a ressecção ideal é 
sempre parcial, apresentando bons resultados. Há 
também as SUTURAS MENISCAIS, principalmente em 
zonas vascularizadas e lesões pequenas em pacientes 
jovens. O pós operatório nas suturas envolve uma 
recuperação mais demorada e um tempo maior de 
inatividade, para dar tempo realmente para o menisco 
cicatrizar. 
 
FIM!!!

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