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INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR DO ESPÍRITO SANTO 
UNES- FACULDADE DO ESPÍRITO SANTO 
 
 
 
 
Lara Fernandes 
Kamilla Bazeth 
Rosiene Lemos 
 
 
 
 
EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE 
 
 
 
 
 
 
 
 
CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM 
2012 
 
 
 
 
CAUSAS DE EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE 
 
 
 
Trabalho apresentado à disciplina de Direito Penal II do curso de Direito da 
Instituição de Ensino superior do 
Espírito Santo, UNES- Faculdade 
Do Espírito Santo, como requisito 
para avaliação. 
Orientador: Prof. Bruno Danorato. 
 Turma: 3º período - A 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM 
2 
 
 
 
2012 
 
SUMÁRIO 
INTRODUÇÃO​.......................................................................................................................​4 
1. EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE CONCEITO​....................................................................​5 
2.​ ​CONDIÇÕES OBJETIVAS DE PUNIBILIDADE​................................................................​7 
3.​ ​CAUSAS EXTINTIVAS DA PUNIBILIDADE​......................................................................​8 
4.​ ​ESCUSAS ABSOLUTÓRIAS​.............................................................................................​8 
5.​ ​MOMENTO DE OCORRÊNCIA DAS CAUSAS EXTINTIVAS DA 
PUNIBILIDADE​.....................................................................................................................​10 
6​ ​EFEITOS DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE​..................................................................​11 
7. ​ ​MORTE DO AGENTE (INCISO I)​.....................................................................................​12 
8.​ ​ANISTIA, GRAÇA E INDULTO (INCISO II)​.......................................................................​14 
8.1 ANISTIA...........................................................................................................................14 
8.2​ ​INDULTO E GRAÇA EM SENTIDO ESTRITO................................................................16 
9.​ ​LEI POSTERIOR QUE DEIXA DE CONSIDERAR O FATO CRIMINOSO – “​ABOLITIO 
CRIMINIS​”​..............................................................................................................................​17 
10. PRESCRIÇÃO, DECADÊNCIA OU PEREMPÇÃO (INCISO IV)​.....................................​18 
11. PELA RENÚNICA DO DIREITO DE QUEIXA OU PELO PERDÃO ACEITO, NOS CRIMES 
DE AÇÃO PRIVADA (INCISO 
V)​.......................................................................................................................................​23 
 
12. PELA RETRATAÇÃO DO AGENTE NOS CASOS EM QUE A LEI ADMITE 
(INCISO 
VI)​....................................................................................................................................................
............................​25 
 
13. PERDÃO JUDICIAL ​(INCISO 
IX)​.................................................................................................................................​26 
 
14.​ ​LIVRAMENTO CONDICIONAL​.........................................................................................​29 
14.1. EXTINÇÃO DA PENA.....................................................................................................32 
3 
 
 
 
15.​ ​DA SUSPENSÃO CONDICIONAL DA EXECUÇÃO DA PENA (SURSIS)​......................​32 
16. CONCLUSÃO​....................................................................................................................​35 
17. REFERÊNCIA​...................................................................................................................​36 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
O estado não possui a liberdade de exercer ou não a aplicação de 
uma lei penal. Este possui, através de seus órgãos dotados de autoridade, 
como o Ministério Público e Judiciário, o poder de um dever público de agir 
contra aquele que deixou violou a norma penal. Há a partir daí um dever-poder 
de punir o cidadão infrator. 
O poder-dever de punir do Estado divide em três momentos: na 
edição da norma penal, na aplicação da norma por meio do processo e na 
execução da pena, que se concretiza por meio da sentença. 
O poder-dever extingue-se antes da aplicação da norma, encerrando 
a pretensão de punir do Estado, ou após a aplicação da norma, recaindo a 
extinção sobre o poder executório da sentença condenatória. 
O código Penal estipula em seu art. 107 um rol de causas extintivas 
da punibilidade, sendo estas exemplificativas, havendo outras formas de 
extinção específicas, previstas para determinada espécie de crime. 
Assim, em algumas situações o Estado perde o direito de iniciar ou 
prosseguir com a persecução penal, estas situações são caracterizadas 
pelas causas de extinção da punibilidade. Esta poderá se dar pela morte do 
agente criminoso, por ​Abolitio Criminis,​ pela Decadência, pela Perempção, 
pela Prescrição, pela Renúncia, pelo Perdão judicial, pela Retratação do 
agente, por Anistia, Graça ou Indulto. 
4 
 
 
 
Analisaremos cada uma dessas causas, buscando compreender 
como cada qual ocorre, quais requisitos para o agente contemplá-las, alem de 
outras causas previstas fora do rol do art. 107. 
 
 
 
 
 
1- EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE CONCEITO 
Quando o indivíduo comente um crime, surge a relação 
jurídico-punitiva, onde o Estado possui o ​Jus Puniendi, ​e o réu com a obrigação 
de não criar barreias para impedir a sanção do Estado. Com a pratica do delito, 
o direito de punir do Estado que era abstrato passa a ser concreto, surgindo à 
punibilidade, ou seja, esta é a conseqüência advinda da prática de um fato 
típico, ilícito e culpável pelo agente. 
Entretanto, o Estado em determinadas situações que estão previstas 
no art. 107 do Código Penal, pode abrir mão ou ate mesmo perder o direito de 
punir o agente. Devido a questões de política criminal, o Estado pode não 
fazer valer seu ​Jus Puniendi​, e nessas situações ocorrerá a extinção da 
punibilidade. 
“​Art. 107​. Extingue-se a punibilidade: 
I - pela morte do agente; 
II - pela anistia, graça ou indulto; 
III - pela retroatividade da lei que não mais considera o fato como criminoso; 
IV - pela prescrição, decadência ou perempção; 
V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação 
privada; 
VI - pela retratação do agente, nos casos em que a lei a admite; 
VII – revogado pela lei 11.106/05 
5 
 
 
 
VIII - revogado pela lei 11.106/05 
IX - pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei.” 
 
O rol previsto no art. 107 do CP não é taxativo, pois outras causas 
também existem no Código Penal e em legislação especial, um exemplo citado 
pelo doutrinador Fernando Capez relata o seguinte: 
“[...] o ressarcimento do dano, que, antes do trânsito em julgado da sentença, no delito 
de peculato culposo, extingue a punibilidade CP, art. 312, § 3º), 
o pagamento do tributo ou contribuição social em determinados 
crimes de sonegação fiscal etc..”¹ 
Art. 312-​“ Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem 
móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do 
cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio: 
Peculato culposo 
§ 2º. Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem: 
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. 
§ 3º. No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à sentença 
irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz demetade a pena imposta. “ 
 
Ainda vale registrar o exemplo exposto por Rogério Greco, do art. 
89, § 5º, da Lei 9.099/95: 
Art. 89. “Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a um ano, 
abrangidas ou não por esta Lei, o Ministério Público, ao 
oferecer a denúncia, poderá propor a suspensão do processo, 
por dois a quatro anos, desde que o acusado não esteja sendo 
processado ou não tenha sido condenado por outro crime, 
presentes os demais requisitos que autorizariam a suspensão 
condicional da pena. 
§ 5º. Expirado o prazo sem revogação, o Juiz declarará extinta a punibilidade.” 
 
De acordo com o art. 61 do Código de Processo Penal: 
Art. 61​. “Em qualquer fase do processo, o juiz, se reconhecer extinta a punibilidade, 
deverá declará-lo de ofício”. 
6 
 
 
 
 
Observa-se que o dispositivo somente menciona a possibilidade de 
reconhecimento da extinção da punibilidade de ofício em qualquer fase do 
processo, tendo uma causa extintiva da punibilidade ainda durante o inquérito 
____________________________ 
1- CAPEZ, Fernando. ​Curso de Direito Penal- parte geral​. 12.ed. São Paulo: Saraiva, 2008.p. 557 
policial, o juiz não poderá declará-la, mas somente determinar o seu 
arquivamento, depois de ouvido o Ministério Público como traz no § único do 
mesmo artigo: 
Parágrafo único​. “No caso de requerimento do Ministério Público, do querelante ou do 
réu, o juiz mandará autuá-lo em apartado, ouvirá a parte 
contrária e, se o julgar conveniente, concederá o prazo de 5 
(cinco) dias para a prova, proferindo a decisão dentro de 5 
(cinco) dias ou reservando-se para apreciar a matéria na 
sentença final”. 
2-CONDIÇÕES OBJETIVAS DE PUNIBILIDADE 
​Em regra, a prática de um delito faz surgir à punibilidade. Ocorre que, às 
vezes, essa punibilidade ou pretensão punitiva esta sujeita a determinadas 
circunstâncias, denominadas ​condições objetivas de punibilidade​. Que se 
encontram entre o preceito primário e o preceito secundário da norma penal 
incriminadora, condicionando a existência da pretensão punitiva do Estado. 
Estas possuem duas características: 
● Estão fora do crime; 
● Estão fora do dolo do agente. 
O doutrinador Damásio de Jesus nos fornece um exemplo que se segue: 
​“Art. 7.o, § 2.o, b e c, do CP. Na extraterritorialidade condicionada da lei penal 
brasileira, as circunstâncias de ‘​ser o fato punível também no 
país em que foi praticado​’ e ‘​estar o crime incluído entre 
aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição​’ 
constituem condições objetivas de punibilidade. Elas se 
encontram fora do crime praticado pelo agente e a sua 
7 
 
 
 
ocorrência não depende do dolo. É certo que a segunda 
característica se encontra implícita na primeira: se a condição 
objetiva de punibilidade se acha fora do crime, é evidente que 
não depende do dolo do agente, pois este faz parte do tipo.”² 
(grifo nosso) 
Se a punibilidade não é requisito do crime, a circunstância que a 
___________________________ 
2- JESUS, E. Damásio. ​Direito Penal parte Geral​. 23 ed. São Paulo: Saraiva 1999​.​p. 417. 
condiciona não pode estar inserida no crime, mas fora dele. Assim, a 
circunstância de o fato ser punível também no país em que foi praticado não se 
acha no delito cometido pelo agente, mas fora dele. No mais, essa 
circunstância não depende da vontade do sujeito. No que se refere à 
extradição, a circunstância também não faz parte do fato cometido pelo sujeito 
e também não depende de sua vontade. 
3- CAUSAS EXTINTIVAS DA PUNIBILIDADE 
Como já dito anteriormente e possível que, o agente pratique uma infração 
penal, e ocorra uma causa extintiva da punibilidade, impedindo o jus puniendi 
do Estado. Estas causas estão previstas no art. 107 do CP: 
“​Art. 107​. Extingue-se a punibilidade: 
I - pela morte do agente; 
II - pela anistia, graça ou indulto; 
III - pela retroatividade da lei que não mais considera o fato como criminoso; 
IV - pela prescrição, decadência ou perempção; 
V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação 
privada; 
VI - pela retratação do agente, nos casos em que a lei a admite; 
VII – revogado pela lei 11.106/05 
VIII - revogado pela lei 11.106/05 
IX - pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei.” 
8 
 
 
 
O rol previsto no art. 107 do Código Penal não é taxativo, mas 
exemplificativo. Assim, o CP prevê causas extintivas da punibilidade fora 
dessa disposição ao qual serão citadas mais a frente. 
4-ESCUSAS ABSOLUTÓRIAS 
Escusas absolutórias são causas que fazem com que a um fato 
típico e ilícito, não obstante a culpabilidade do sujeito, não se aplique pena 
alguma, por razões de utilidade pública. São também chamadas ​"causas de 
exclusão" ou "​de isenção de pena​". Estas estão inseridas na Parte Especial do 
Código Penal. 
Vale ressaltar que Diferença entre as causas excludentes de 
ilicitude e de culpabilidade. As excludentes da ilicitude excluem o crime; as 
excludentes da culpabilidade excluem a pena do fato praticado. As escusas 
absolutórias, entretanto, deixam íntegros o crime e a culpabilidade. O fato 
permanece típico e ilícito, contudo, por razões de utilidade pública, fica o 
indivíduo isento de pena. 
Como ensinava Jiménez de Asúa: 
“nas excludentes da ilicitude não há crime, nas causas de inculpabilidade não há 
delinqüente; nas escusas absolutórias não há pena. 
Suponha-se que um sujeito pratique uma lesão corporal em 
legítima defesa. Não há crime: o fato é lícito diante da 
excludente da antijuridicidade. Num segundo caso, o sujeito 
pratica um crime sob coação moral irresistível. O fato é ilícito, a 
conduta, entretanto, não é censurável em face da excludente 
da culpabilidade, ficando o agente isento de pena”. ³ 
 
Outro exemplo que podemos citar é quando o filho subtrai coisa 
móvel (celular) da mãe. Este acaba também ficando isento de pena, incidindo 
uma escusa absolutória (CP, art. 181, II). Entretanto, o fato cometido pelo filho 
é ilícito e censurável. Por medida de utilidade, contudo, fica ele isento de pena. 
9 
 
 
 
Os efeitos que as escusas absolutórias acarretam, ensina José 
Frederico Marques, 
"são idênticos aos da extinção da punibilidade". ​4 
Assim, elas somente extinguem o poder-dever de punir do Estado, 
____________________________ 
3- JESUS, E. Damásio. ​Direito Penal parte Geral​. 23 ed. São Paulo: Saraiva 1999​.​p. 419. 
4- JESUS, E. Damásio. ​Direito Penal parte Geral​. 23 ed. São Paulo: Saraiva 1999​.​p. 419. 
subsistindo o caráter ilícito do fato. A isenção de pena é obrigatória. 
Nosso CP só prevê escusas absolutórias nos arts. 181, I e II 
(imunidade penal absoluta nos delitos contra o patrimônio), e 348, § 2.o 
(isenção de pena no favorecimento pessoal). 
Art.181 – “​É isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos neste título, 
em prejuízo: 
I - do cônjuge, na constância da sociedade conjugal; 
II - de ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo ou ilegítimo, seja civil 
ou natural”.(grifo nosso) 
Art. 348 – “Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pública autor de crime a que é 
cominada 
pena de reclusão: 
Pena - detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses, e multa. 
§ 1º - Se ao crime não é cominada pena de reclusão:Pena - detenção, de 15 (quinze) dias a 3 (três) meses, e multa. 
§ 2º - ​Se quem presta o auxílio é ascendente, descendente, cônjuge ou irmão do 
criminoso, fica isento de pena​”.(grifo nosso) 
10 
 
 
 
5-MOMENTO DE OCORRÊNCIA DAS CAUSAS EXTINTIVAS DA 
PUNIBILIDADE 
Em regra, as causas extintivas da punibilidade podem ocorrer 
antes da sentença final ou depois da sentença condenatória irrecorrível. Essa 
questão tem importância no que tange a reincidência e outros efeitos da 
sentença condenatória irrecorrível. Com efeito, se a causa extintiva da 
punibilidade ocorrer antes da sentença final, vindo o sujeito a praticar outro 
crime, não será considerado reincidente. Se, porém, a causa ocorrer depois do 
trânsito em julgado da sentença penal condenatória, e o sujeito, vir a cometer 
novo delito, será considerado reincidente. 
Mas há duas exceções referentes a isso. A primeira é a ​abolitio 
criminis​, que pode ocorrer antes da sentença final ou depois da sentença 
condenatória irrecorrível. Neste último caso, a lei nova que descriminaliza o 
cometimento de determinado fato, rescinde a condenação irrecorrível. 
A segunda exceção encontra-se na ​anistia​, que pode ocorrer antes 
da sentença final ou depois da condenação irrecorrível. Nesta última hipótese, 
a anistia rescinde também a condenação irrecorrível. Assim, quando o sujeito, 
tiver sido favorecido pela ​abolitio criminis ou pela ​anistia após o trânsito em 
julgado da condenação, e vem este a cometer novo delito, não é considerado 
reincidente. 
6- EFEITOS DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE 
As causas extintivas da punibilidade só alcançam o direito de 
punir do Estado, permanecendo todos os requisitos do crime e a sentença 
condenatória irrecorrível. 
Vale aqui citar o exemplo fornecido pelo Damásio de Jesus: 
“[...] é o que ocorre p. ex., com a prescrição da pretensão executória (prescrição após 
o trânsito em julgado da sentença condenatória), em que 
subsiste a condenação irrecorrível. Excepcionalmente, a causa 
resolutiva do direito de punir apaga o fato praticado pelo agente 
11 
 
 
 
e rescinde a sentença condenatória irrecorrível. É o que 
acontece com a ​abolitio criminis​ e a ​anistia​”. ​5 
Assim, os efeitos das causas extintivas da punibilidade operam 
ex tunc ou ​ex nunc​. No primeiro caso, as causas extintivas têm efeito retroativo, 
no segundo, efeito para o futuro, e produzem efeito a partir do momento de sua 
ocorrência. Possuem efeito ​ex tunc a anistia e a lei nova supressiva de 
incriminação. As outras causas têm efeito ​ex nunc​, não retroagindo para excluir 
conseqüências já ocorridas. 
____________________________ 
5-​ ​JESUS, E. Damásio. ​Direito Penal parte Geral​. 23 ed. São Paulo: Saraiva 1999​.​p. 420. 
7- MORTE DO AGENTE (INCISO I) 
A primeira causa extintiva da punibilidade é a morte do agente (art. 
107, I). 
A Constituição Federal no art. 5º, XLV, prevê que a pena não 
passará da pessoa do condenado. Estando o réu ou o condenado morto, 
extingue a punibilidade. Segundo Miguel Reale Júnior: 
“Processar os mortos seria arrogar-se poderes próprios do Juízo Final. A punição 
estatal não pode deixar de ser terrena. A pena ia além da morte 
quando, pela infâmia, pretendia-se atingir aos descendentes do 
condenado e sua memória, tal como sucedeu com 
TIRADENTES”.​6 
Assim, os descendentes só respondem por um dos efeitos da 
condenação, arcar com a obrigação de indenizar a vítima pelo crime praticado 
pelo ascendente falecido. 
A extinção da punibilidade no caso de morte do agente decorre de 
dois princípios básicos: ​mors omnia solvit (​a morte tudo apaga) e o de que 
nenhuma pena passará da pessoa do delinqüente, (Art. 5º, XLV, 1º parte da 
CF). O critério legal pela medicina é a chamada morte cerebral, nos termos da 
12 
 
 
 
Lei n. 9.434/97, que regula a retirada e transplante de órgãos. Comprova-se 
assim a morte do condenado ou réu através do atestado de óbito, conforme 
estabelecido o art. 62 do Código de Processo Penal, não bastando declarar 
judicialmente a ausência, conforme o os art. 22 e seguintes do Código Civil. 
Contudo, a extinção da punibilidade poderá efetivar-se com base na 
morte presumida, sem declaração de ausência, admitida no art. 7º do CC, se 
for ​extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida ou na 
hipótese de que haja desaparecido passados dois anos do fim da guerra, se 
em campanha ou feito prisioneiro. 
_________________________ 
6-REALE, jr. Miguel. Instituições de Direito Penal.3 ed.[S.I]:Forense.2009. 
 
A Lei de Registros Públicos, nº 6.015/73 no seu art. 88, também 
admite a declaração de morte presumida, se caso não encontre o cadáver em 
casos de catástrofes, inundações, incêndios, acidentes aéreos, sendo muito 
provável que tenha ocorrido à morte, tendo provado que o agente estava no 
local do desastre. 
Vale registrar mais alguns pontos referentes ao assunto tratado 
como: 
● A causa extintiva pode ocorrer em qualquer momento da 
persecução penal, desde a instauração de inquérito até o 
término da execução penal. 
● Trata-se de uma causa personalíssima, por isso não se 
comunica aos partícipes e co-autores (só extingue a 
punibilidade ao agente falecido). 
● Extingue todos os efeitos penais da sentença condenatória, 
principais e secundários. 
13 
 
 
 
● A morte do agente extingue a pena de multa, uma vez que 
esta não poderá ser cobrada de seus herdeiros. 
A dúvida, aqui, surge em torno do seguinte ponto: Não são raras as 
situações em que o agente faz juntar aos autos falsa certidão de óbito. Embora 
seja prudente que o MP, ao manifestar-se, requerer ao juiz a expedição de 
ofício junto ao cartório de registro civil indicado no documento, a fim de 
atestar-lhe a veracidade, o acusado poderá falsificar atestado médico e fazer 
lavrar em cartório o óbito com base neste documento falso. 
O que se indaga é o seguinte: se declarada a extinção da 
punibilidade depois de tomadas todas as providências a fim de se certificar 
sobre a autenticidade do documento, se o juiz descobrir que a certidão de óbito 
apresentada era falsa, poderá, uma vez transitada em julgado a referida 
decisão, retomar o curso normal da ação penal, desconsiderando-se a decisão 
anterior? 
Embora a maioria dos doutrinadores entenda que não, admitindo 
somente o processo por crime de falso, vez que o ordenamento não tolera a 
chamada revisão ​pro societate​, o STF já se posicionou de forma contrária, visto 
que o despacho, além de não fazer coisa julgada em sentido estrito, funda-se 
exclusivamente em fato juridicamente inexistente, não produzindo quaisquer 
efeitos. 
8- ANISTIA, GRAÇA E INDULTO (INCISO II) 
São espécies de indulgência, clemência soberana ou graça em 
sentido amplo. Seria a renúncia do Estado ao direito de punir. 
8.1ANISTIA 
A Anistia é a lei penal que possui o efeito retroativo de retirar as 
conseqüências de alguns crimes já praticados, promovendo o seu 
esquecimento jurídico. 
Segundo Alberto Silva Franco: 
14 
 
 
 
“ é o ato legislativo com que o Estado renuncia ao jus puniendi”.​7 
A anistia se constitui como um instrumento depacificação social, 
podendo ser aplicada a crime comum, voltada para recompor a harmonia social 
conturbada por confronto de cariz político, do qual redundaram processos e 
condenações por crime políticos. 
As espécies de anistia são: 
● Especial: para crimes políticos; 
● Comum: para crimes não políticos; 
● Própria: antes do trânsito em julgado; 
● Imprópria: após o trânsito em julgado; 
● Geral ou plena: apenas aos fatos, atingindo a todos que o 
cometeram; 
______________________________ 
7- Código Penal, cit., p. 1227​. 
● Parcial ou restrita: menciona fatos, mas exige o 
preenchimento de algum requisito (ex: anistia só atinge réus 
primários); 
● Incondicionada: não exige a prática de nenhum ato como 
condição; 
● Condicionada: exige a prática de algum ato como condição 
(ex: deposição de armas). 
Por sua conotação política, a anistia deve ser objeto da lei, sendo 
atribuição do Congresso Nacional concede-la (art. 48, VIII, da Constituição 
Federal), salientando que é de competência exclusiva da União (art. 21, XVII, 
CF), com a sanção do Presidente da República, só podendo ser concedida por 
meio de Lei Federal. 
15 
 
 
 
A anistia elimina totalmente a ocorrência do fato delituoso, como se 
não tivesse havido, assim o seu apagamento não se gera reincidência, porém, 
não se abolindo, a responsabilidade civil de reparar os danos causados. 
Quanto aos outros efeitos extrapenais já decidiu o Supremo Tribunal 
Federal 
“a anistia, que é efeito jurídico resultante do ato legislativo de anistiar, tem a força de 
extinguir a punibilidade, se antes da sentença de condenação, 
ou a punição, se depois da condenação. Portanto, é efeito 
jurídico, de função extintiva no plano puramente penal. A perda 
de bens, instrumentos ou do produto do crime é efeito jurídico 
que se passa no campo da eficácia jurídica civil; não penal 
propriamente dito. Não é alcançada pelo ato de anistia sem que 
lei seja expressa a restituição desses bens”. ​8 
 
Ressalta-se que existem crimes que são insuscetíveis de anistia de 
______________________ 
8. STF, RT, 560/390. 
acordo com a Lei n. 8.072 de 25 de julho de 1990. São esses os crimes 
hediondos, a prática de tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins 
e o terrorismo, consumados ou tentados. 
8.2 INDULTO E GRAÇA EM SENTIDO ESTRITO 
A graça é um benefício individual concedido mediante provocação 
da parte interessada. 
O indulto é de caráter coletivo e é concedido espontaneamente. 
Segundo José Frederico Marques: 
“O indulto e a graça no sentido estrito são providências de ordem administrativa, 
deixadas a relativo poder discricionário do Presidente da 
República, para extinguir ou comutar penas. O indulto é medida 
16 
 
 
 
de ordem geral, e a graça de ordem individual, embora, na 
prática, os dois vocábulos se empreguem indistintamente para 
indicar ambas as formas de indulgência soberana. Atingem os 
efeitos executórios penais da condenação, permanecendo 
íntegros os efeitos civis da sentença condenatória”​9 
Vale lembrar que a Constituição Federal não se refere mais a graça, 
mas apenas ao indulto (CF, art.84, XII). A LEP passou a considerar a graça 
como indulto individual. 
É importante frisar que essas excludentes de culpabilidade são de 
competência privativa do presidente da República (CF, art. 84, XII), que pode 
delegá-la aos ministros de Estado, ao procurador-geral da República ou ao 
advogado-geral da União (parágrafo único do art. 84). 
O indulto e a graça só atingem os efeitos principais da condenação, 
subsistindo todos os efeitos secundários penais e extrapenais. Assim, a forma 
do indulto e graça são plenas quando extinguem toda a pena, e parciais, 
quando apenas diminuem a pena ou a comutam (transformar em outra de 
___________________________ 
9- ​MARQUES, José Frederico. ​Tratado de Direito Penal​, v.II. 
 menor gravidade). 
Cabe citar aqui uma forma de indulto, o indulto condicional, que é 
aquele submetido ao preenchimento de uma condição ou exigência futura, por 
parte do indultado, podendo ser boa conduta social, obtenção de ocupação 
lícita, exercício de atividade benéfica à comunidade durante determinado 
prazo, etc. Caso seja descumprida, deixa de subsistir o favor, devendo o juiz 
determinar o reinício da execução da pena. 
A graça e o indulto podem ser recusados pelo agente, mas só se 
estes forem parciais, quando plenos é inaceitável a recusa de acordo com o 
art. 739 do Código de Processo Penal. 
17 
 
 
 
Os crimes insuscetíveis de graça ou indulto são disposto de acordo 
com a Lei n.8.072, de 25 de julho de 1990, são eles os crimes hediondos, a 
prática de tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e o 
terrorismo, consumados ou tentados. Cabe mencionar ainda que se admite a 
concessão do indulto àquele que se encontra beneficiado pelo sursis ou do 
livramento condicional, bem como se admite a soma das penas de duas 
condenações para verificar se estão ou não dentro dos limites previstos no 
decreto do indulto. 
Diante de tudo que foi exposto, é importante ressaltar que cabe 
anistia, graça ou indulto em ação penal privada, porque o Estado só delegou ao 
particular a iniciativa da ação, permanecendo com o direito de punir, do qual 
pode renunciar por qualquer dessas três formas. 
9- LEI POSTERIOR QUE DEIXA DE CONSIDERAR O FATO CRIMINOSO – 
“​ABOLITIO CRIMINIS​” (INCISO III) 
A Constituição Federal estabelece no art.5º, XL, que a lei nova não 
retroagirá, salvo para beneficiar o réu. Há um movimento no mundo legislativo 
no sentindo de descriminalização de muitas infrações penais menores, tal 
como ocorreu na Itália com a Lei n. 689, que transformou contravenções e 
delitos de bagatela em infrações administrativas. Assim se a lei posterior deixa 
de considerar o fato como criminoso, isto é, se a lei posterior extingue o tipo 
penal, torna-se extinta a punibilidade de todos os autores da conduta, tida 
antes como delituosa. 
Se o processo estiver em andamento, será o juiz de primeira 
instância que julgará e declarará extinta a punibilidade do agente, de acordo 
com o art. 61 do Código de Processo Penal. Se o processo estiver em segundo 
grau recursal, será o tribunal que irá extinguir a punibilidade. Se já tiver sido 
transitado em julgado, assevera Fernando Capez: 
“[...] a competência para extinguir a punibilidade será do juiz da execução, nos termos 
do art. 66, II da Lei de Execução Penal; do art. 13 da Lei de 
Introdução ao CPP; da súmula 611 do STF; e em obediência 
18 
 
 
 
ao princípio do duplo grau de jurisdição, que seria violado pela 
extinção da punibilidade declarada diretamente pelo tribunal, 
por meio de revisão criminal (cf. comentário ao art.2º do CP).”​10 
10. PRESCRIÇÃO, DECADÊNCIA OU PEREMPÇÃO (inciso IV) 
● PRESCRIÇÃO 
É a perda do direito poder-dever de punir pelo Estado em face do 
não exercício da pretensão punitiva (interesse em aplicar a pena) ou da 
pretensão executória (interesse em aplicar a pena) ou da pretensão executória 
(interesse de executá-la) durante certo tempo.
O não exercício da pretensão punitiva acarreta a perda dodireito de impor a sanção. Então, só ocorre antes de transitar em julgado a 
sentença final. O não exercício da pretensão executória extingue o direito de 
executar a sanção imposta. Só ocorre, portanto, após o trânsito em julgado da 
sentença condenatória. 
● NATUREZA JURÍDICA: 
A prescrição é um instituto de Direito Penal, estando elencada 
pelo CP como causa de extinção de punibilidade (art. 107, IV). Embora leve 
____________________________ 
10. CAPEZ, Fernando. ​Curso de Direito Penal​, vol. I, 14 ed. São Paulo: Saraiva, 2010. 
 
 
também à extinção do processo, esta é mera consequência da perda do direito 
de punir, em razão do qual se instaurou a relação processual. 
 
 
● FUNDAMENTOS 
a) Inconveniência da aplicação da pena muito tempo após a prática da 
infração pena; 
19 
 
 
 
b) Combate à ineficiência: o Estado deve ser compelido a agir dentro de 
prazos determinados. 
 
● IMPRESCRITIBILIDADE: 
Só existem duas hipóteses em que não ocorrerá a prescrição pena: 
● Crimes de racismo, definidos na Lei n.7.716/89 (CF, ART. 5°, XLII); 
● As ações de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem 
constitucional e o Estado Democrático, assim definidas na Lei 
n. 7170/83, a chamada nova Lei de Segurança Nacional (CF, art.5°, 
XLIV). 
A Constituição consagrou a regra da prescritibilidade como direito 
individual do agente. Assim, é direito público subjetivo de índole constitucional 
de todo acusado o direito à prescrição do crime ou contravenção penal 
praticada. Essa interpretação é extraída pelo simples fato do texto 
constitucional ter estabelecido expressamente quais são os casos excepcionais 
em que não correrá à prescrição. Como se trata de direito individual, as 
hipóteses de imprescritibilidade não poderão ser ampliadas, nem mesmo por 
meio de emenda constitucional, por se tratar de cláusula pétrea. Com efeito, 
não serão admitidas emendas constitucionais tendentes a restringir direitos 
individuais, dentre os quais o direito à prescrição penal.
Os crimes de tortura e os crimes hediondos são 
prescritíveis. 
 
● ESPÉCIES: 
O Estado possui duas pretensões: a de punir e a de executar a 
punição do delinquente. Por consequente, só podem existir duas extinções. 
Existem, portanto, apenas duas espécies de prescrição: 
● Prescrição da Pretensão Punitiva: é a perda do poder-dever de punir, 
em face da inércia do Estado durante determinado lapso de tempo. Seus 
20 
 
 
 
efeitos são: Impede o início (trancamento de inquérito policial) ou 
interrompe a persecução penal em juízo, afasta todos os efeitos, 
principais e secundários, penais e extrapenais da condenação, e a 
condenação não pode constar da olha de antecedentes, exceto quando 
requisitada por juiz criminal. 
Nos termos do art. 61, caput, do CPP, a prescrição da pretensão 
punitiva pode ser declarada a qualquer momento da ação penal, de ofício 
ou mediante requerimento de qualquer das partes. 
● Prescrição da Pretensão Executória​: é a perda do poder-dever de 
executar a sanção imposta, em face da inércia do Estado, durante 
determinado lapso. Ao contrário da prescrição da pretensão punitiva, 
essa espécie da prescrição só extingue a pena principal, permanecendo 
inalterados todos os demais efeitos secundários, penais e extrapenais, 
da condenação. 
A prescrição da pretensão executória começa a correr a partir: da 
data do trânsito em julgado da sentença condenatória para a acusação; da data 
em que é proferida a decisão que revoga o livramento condicional ou o sursis; 
do dia em que a execução da pena é interrompida por qualquer motivo. 
 
● DECADÊNCIA: 
É a perda do direito de promover a ação penal exclusivamente 
privada e a ação penal privada subsidiária da pública e do direito de 
manifestação da vontade de que o ofensor seja processado, por meio da ação 
penal pública condicionada à representação, em face da inércia do ofendido ou 
de seu representante legal, durante determinado tempo fixado por lei. A 
decadência é a perda do direito da vítima de oferecer a queixa ou 
representação, tendo em conta o decurso do prazo previsto em lei. Tal prazo é 
decadencial. 
21 
 
 
 
O art.103 diz que o ofendido decai do direito de queixa ou de 
representação se não exercer dentro do prazo de 6 meses, contados a partir do 
dia em que veio a saber quem é o autor do crime, ou, no caso da ação penal 
privada subsidiária da pública, do dia em que se esgotou o prazo para o 
oferecimento da denúncia.​Com a decadência o Estado não tem possibilidade 
de exercer seu direito de punir. Assim, extinta a punibilidade. 
● PRAZO DECADENCIAL​: 
O ofendido, ou seu representante legal, decairá do direito de 
queixa ou representação se não o exercer dentro do prazo de 6 meses, 
contados do dia em que vier a saber quem é o autor do crime (arts. 38 do CPP 
e 103 do CP).
No caso de ação penal privada subsidiaria da publica at. 
5°, LIX da CF,art. 100, ​§ 3°, do CP, e art. 29 do CPP os 6 meses começam a 
contar a partir do dia em que se esgota o prazo para o oferecimento da 
denúncia. 
O prazo decadencial cessa na data do oferecimento da queixa e não 
na data de seu recebimento. Da mesma forma, a representação em cartório 
impede a consumação da decadência. Conta-se o prazo decadencial de acordo 
com a regra do art. 10 do CP, incluindo o dia do começo, não se prorrogando 
em face de domingos, férias e feriados, uma vez que se trata de prazo de 
natureza penal que leva à extinção do direito de punir. 
● EFEITO 
A decadência está atrelada como causa de extinção da punibilidade, 
mas, na verdade, o que ela extingue é o direito de dar início à persecução 
penal em juízo. Sendo assim, o ofendido perde o direito de promover a ação 
e provocar a prestação jurisdicional, e o Estado não tem como satisfazer 
seu direito de punir. 
 
OBS: ​A decadência não atinge diretamente o direito de punir, pois este 
pertence a Estado e não ao ofendido. Ela extingue apenas o direito de 
22 
 
 
 
promover a ação ou promover a ação ou oferecer a representação.
E se o representante legal não oferece queixa dentro do prazo 
decadencial, ou seja, os 6 meses contados a partir do conhecimento da autoria, 
perde o direito de fazê-lo. Se tomou conhecimento do fato, e se permaneceu 
inerte durante o prazo de 6 meses, nesse caso, o Estado não perdeu o direito 
de punir, mas fica impossibilitado de satisfazer o jus puniendi. Extinguindo 
assim, a punibilidade. 
 
● Crimes de lesão corporal dolosa de natureza leve e lesão corporal 
culposa: 
O prazo em regra, é do art. 38 do Código de Processo Penal. 
Excepcionalmente, porém, somente em inquéritos policiais e processos em 
andamento, o prazo decadencial será de 30 dias, contados a partir da 
intimação do ofendido ou seu representante legal. 
Titularidade do direito de queixa ou de representação: 
● Ofendido menor de 18 anos: pertence ao seu representante legal; 
● Ofendido maior de 18 anos: somente pode exercer o direito de queixa ou 
representação, sendo maior e completamente capaz. 
Decadência no crime continuado e no crime habitual: 
● Crime continuado: incide isoladamentesobre cada crime; 
● Crime habitual: começa a partir do último ato. 
 
● PEREMPÇÃO: 
É a perda do direito de demandar o querelado pelo mesmo crime em 
face da inércia do querelante, diante do que o Estado perde o ​jus puniendi só é 
possível na ação penal exclusivamente privada; é oque se verifica do disposto 
do art. 60, caput , do CPP; cabe após o início da ação penal privada. É uma 
causa de extinção de punibilidade, consistente em uma sanção processual ao 
querelante, que deixa de dar andamento normal à ação penal exclusivamente 
privada. 
 
23 
 
 
 
“É uma pena ao ofendido pelo mau uso da faculdade, que o poder público lhe 
outorgou, de agir preferentemente na punição de certos 
crimes.”​11 
 
Só é cabível na ação penal exclusivamente privada, sendo inadmissível 
na ação penal privada subsidiária da pública, pois esta conserva sua natureza 
pública. 
Só é possível após iniciada a ação privada. 
Hipóteses: 
● Querelante que deixa de dar andamento no processo durante 30 dias 
seguidos; 
● Querelante que deixa de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer 
ato do processo a que deva estar presente; 
● Querelante que deixa de formular pedido de condenação nas alegações 
finais. 
 
11. PELA RENÚNICA DO DIREITO DE QUEIXA OU PELO PERDÃO ACEITO, 
NOS CRIMES DE AÇÃO PRIVADA (INCISO V) 
 
● RENÚNCIA AO DIREITO DE QUEIXA: 
 
É a abdicação do ofendido ou de seu representante legal do direito 
de promover a ação penal privada, pelo ofendido ou seu representante legal. 
Só é possível antes do início da ação penal privada, antes do oferecimento da 
queixa; pode ser tácita ou expressa. 
Só ocorre antes de iniciada a ação penal privada, ou seja, antes de 
oferecida queixa crime. A renúncia ao direito de queixa, só é cabível na ação 
penal exclusivamente privada, sendo inaceitável na ação privada subsidiária da 
privada, pois esta tem natureza de ação pública. Pode ser de forma expressa 
ou tácita: 
 
● Expressa: declaração escrita assinada pelo ofendido ou por seu 
representante legal, ou ainda, por um procurador com poderes especiais 
(art. 50, CPP); 
● Tácita: prática do ato incompatível com a vontade de dar início à ação 
penal privada. 
Ofendido maior de 18 anos 
24 
 
 
 
 
● Ofendido maior de 18 anos​: 
Somente ele pode renunciar ao direito de queixa, uma vez que, 
sendo plenamente capaz, não tem representante legal. Não importa se é maior 
de 21 anos ou 
___________________________ 
11.CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal, vol. I, 14 ed. São Paulo: Saraiva, 2010. 586-634 p. ] 
 
não, após os 18, a legitimidade para oferecer a queixa e renunciar ao seu 
exercício é exclusiva do ofendido. 
 
● PERDÃO DO OFENDIDO​: 
 
É a manifestação de vontade, expressa ou tácita, do ofendido ou 
seu representante legal, no sentido de desistir da ação penal privada já 
iniciada, ou seja, é a desistência manifestada após o oferecimento da queixa. 
Só é possível depois da iniciada a ação penal privada mediante o oferecimento 
da queixa, e até o trânsito em julgado da sentença (art. 106, ​§ 2°, CP​) não 
produz efeito quando recusado pelo querelado, quando dois ou mais 
querelados, o perdão concedido a um deles se estende a todos, sem que 
produza efeito em relação ao que o recusa. Afasta todos os efeitos da 
condenação, principais e secundárias. 
Só cabe na ação penal exclusivamente privada, sendo 
inadmissível na ação penal privada subsidiária da pública, já que esta mantém 
sua natureza da ação pública. 
A renúncia é anterior e o perdão é posterior à propositura da ação 
penal privada.O perdão está previsto nos artigos 105 e 106 do Código Penal. 
 
● FORMAS: 
 
a) Processual: concedido nos autos da ação penal; 
b) Extraprocessual: concedido fora dos autos da ação penal; 
25 
 
 
 
c) Expresso: declaração escrita, assinada pelo ofendido, seu 
representante legal ou procurador com poderes especiais; 
d) Tácito: resulta da prática de ato incompatível com a vontade de 
prosseguir na ação penal. 
 
● Titularidade da concessão do perdão​: 
 
a) Ofendido menor de 18 anos: cabe ao seu representante legal; 
b) Ofendido maior de 18 anos: torna-se maior e plenamente capaz, logo 
não produz efeito quando recusado pelo ofensor. 
 
O perdão do ofendido é ato jurídico bilateral, pois não produz efeito 
quando recusado pelo ofensor. Tem como principal motivo, o querelado em 
provar sua inocência. 
 
● Maior de 18 anos: somente pode aceitar o perdão, pois se trata 
de maior plenamente capaz; 
● Menor de 18 anos: é imputável e não pode ser querelado. 
 
● Formas de aceitação do perdão: 
 
● Expressa: declaração escrita, assinada pelo querelado, dizendo que 
aceita o perdão, podendo ser processual ou extraprocessual; 
● Tácita: prática do ato com a vontade de recusar o perdão. Pode ser 
processual ou extraprocessual. Nesse caso, o querelado é notificado 
para dizer se aceita o perdão no prazo de 3 dias, se após o prazo 
permanecer em silêncio, presume-se que o aceitou (CP, art. 58) 
● Processual: nos autos do processo; 
● Extraprocessual: fora dos autos do processo. 
 
12. PELA RETRATAÇÃO DO AGENTE NOS CASOS EM QUE A LEI ADMITE 
(INCISO VI) 
 
● RETRATAÇÃO DO AGENTE​: 
 
26 
 
 
 
A retratação está prevista no art. 107, VI, do CP. Retratar significa 
desdizer, retirar o que se disse confessar que errou. Em regra, a retratação do 
agente não tem relevância jurídica, funcionando somente como circunstância 
judicial na aplicação da pena. O legislador, entretanto, condiciona sua 
admissibilidade em lei. 
É ato por meio do qual se repara um erro, reconhecendo-o. O 
retratante, em verdade, desdiz aquilo que havia dito, reparando o seu erro. A 
retração não necessita ser aceita pela parte contrária, e o que realmente 
interessa nesse caso, é que a verdade seja dita. Sendo assim, a aceitação da 
retratação irrelevante. A lei admite a retratação em poucos crimes, que são os 
seguintes: 
 
a) art. 143 do CP: ​a retratação é admitida nos crimes contra a honra, mas 
apenas nos casos de calúnia e difamação, exceto no crime de injúria. 
Esse tipo de retratação é pessoal, não se comunicando aos demais 
ofensores; 
b) art. 342, § 3°, do CP: o fato deixa de ser punível se o agente 
(testemunha, perito, tradutor ou intérprete) se retrata ou declara a 
verdade. É comunicável, uma vez que a lei diz que “o ato deixa de ser 
punível”, ao contrário do art. 143, que diz ficar o querelado isento de 
pena. 
 
Cumpre frisar que os incisos ​VII e VIII foram revogados pela lei 
11.106/05 
 
13.​ ​PERDÃO JUDICIAL (INCISO IX) 
É uma causa extintiva de punibilidade, nasce da faculdade do juiz, 
nos casos previstos em lei, deixará de se aplicar a pena perante circunstâncias 
excepcionais. O juiz analisará de maneira discricionária se essas 
circunstâncias estão presentes ou não. Se for encontrado, o perdão judicial não 
pode ser recusado, pois, o agente terá direito público subjetivo ao benefício. 
27 
 
 
 
Deve-se ressaltar que o perdão judicial não se confunde com o 
perdão do ofendido, uma vez que neste caso é o ofendido quem perdoa o 
ofensor, desistindo consequentemente da ação penal. No perdão judicial, é o 
juiz quem deixade aplicar a sanção penal, de maneira independente da 
natureza da ação, nos casos permitidos em lei. 
A extinção da punibilidade não atinge apenas o crime onde se 
evidenciou a circunstância excepcional, mas em todos os crimes praticados 
dentro desse mesmo contexto. 
Exemplo​: o agente provoca um acidente no qual morrem sua 
esposa, seu filho e um desconhecido. A circunstância excepcional prevista no 
art. 121 § 5º, do CP só se refere às mortes da esposa e filho, mas o perdão 
judicial extinguirá a punibilidade em todos os três homicídios culposos. 
Existem outros exemplos na jurisprudência sobre “conseqüência da 
infração”, que diz respeito ao agente e do grau de parentesco que o liga a 
vítima. 
 
a) As conseqüências abrangem tanto as de ordem física quanto 
as de ordem moral. 
b) As conseqüências atingem o infrator de tal modo que a sanção 
penal torna-se desnecessária. 
c) As conseqüências atingem o agente e seus familiares, ou 
apenas seus familiares. 
d) As conseqüências atingem a noiva do agente, desde que os 
laços de noivado se transformem em casamento. 
● HIPÓTESES LEGAIS 
O juiz deixará de aplicar a sanção penal nos casos previstos 
(expressamente) em lei: 
 
28 
 
 
 
a) Art. 121, § 5º, do CP: homicídio culposo em que as conseqüências da 
infração atinjam o agente de forma tão grave que a sanção penal se 
torne desnecessária. 
b) Art. 129, § 8º, do CP: lesão corporal culposa com as conseqüências 
mencionadas no art. 121, § 5º; 
c) Art. 140, § 1º, I II, do CP: injúria, em que o ofendido de forma 
reprovável provocou diretamente a ofensa, ou no caso de retorsão 
imediata consistente em outra injúria. 
d) Art. 176, parágrafo único, do CP: de acordo com as circunstâncias o 
juiz pode deixar de aplicar a pena a quem toma refeições ou se 
hospeda sem dispor de recursos para o pagamento; 
e) Art. 180, § 5º, do CP: na receptação culposa, se o criminoso for 
primário, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, levando em conta as 
circunstâncias. 
f) Art. 249, § 2º, do CP: no crime de subtração de incapazes de quem 
tenha a guarda, o juiz pode deixar de aplicar a pena se o menor 
interdito for restituído sem ter sofrido maus-tratos ou privações. 
 
Na lei das Contravenções penais, existem dois casos: 
a) Art. 8º: erro de direito; 
b) Art. 39, § 2º: participar de associações secretas, mas com fins lícitos. 
 
Perdão Judicial na Lei 9.807, de 13 de julho de 1999(Lei de Proteção às 
testemunhas): 
Poderá o juiz, conceder o perdão ao acusado que sendo primário, 
colaborou de maneira efetiva e voluntária no processo criminal ou investigação, 
onde tenha resultado em: 
a) Identificação dos demais co-autores ou partícipes da ação criminosa 
b) Localização da vítima com sua integridade física preservada 
c) Recuperação total ou parcial do produto do crime. 
29 
 
 
 
 
Em síntese, entende-se que o perdão judicial possui pressupostos 
alternativos referentes a sua aplicabilidade, caso contrário, o dispositivo seria 
inaplicável aos delitos praticados. 
 
As causas extintivas da punibilidade encontram-se no art. 107 do 
CP, porém, é um rol meramente exemplificativo, existindo outras causas 
espalhadas pelo ordenamento. 
Cumpre citar agora algumas causas extintivas de punibilidade fora do 
Art. 107: 
a) art. 312, § 3º do CP – peculato culposo se o dano for reparado até a 
sentença irrecorrível. 
b) Art. 522 do CPP – crimes contra a honra, depois de assinado o termo de 
desistência pelo querelante. 
c) Art. 89, § 5º da lei 9.099/95 – havendo a suspensão condicional do 
processo, após o final do prazo. 
d) a) art. 82 do CP: o término do período de prova do sursis, sem motivo 
para revogação da medida, faz com que o juiz declare a extinção da 
pretensão executória em relação à pena suspensa, forma de extinção da 
punibilidade; 
e) art. 90 do CP: o término do período de prova do livramento condicional, 
sem motivo para revogação, opera a extinção da pretensão executória 
relacionada com a pena restante; 
f) art. 7.o, § 2.o, d: se o agente cumpriu pena no estrangeiro pelo crime lá 
cometido, opera-se a extinção da punibilidade em relação à pretensão 
punitiva do Estado brasileiro; 
g) art. 312, § 3.o, 1.a parte: a reparação do dano no peculato culposo, 
antes da sentença final irrecorrível, extingue a punibilidade. 
h) Súmula 554 do STF. 
 
30 
 
 
 
14-​ ​LIVRAMENTO CONDICIONAL 
É incidente da pena privativa de liberdade, consiste em uma 
antecipação provisória da liberdade do condenado, satisfeitos de certos 
requisitos e mediante determinadas condições. Esta idéia do livramento 
condicionado é fruto dos penitenciaristas do século XIX. Para o doutrinador 
Damásio trata-se de forma de execução da pena privativa de liberdade; para 
Celso Delmato, trata-se de direito publico subjetivo do condenado de ter 
antecipada a sua liberdade provisoriamente, desde que preenchidos os 
requisitos legais. 
Esses requisitos legais são: 
● Objetivos: 
1.1) Qualidade da pena:​ Privativa de liberdade; 
1.2) Quantidade da pena:​ igual ou superior a 2 anos; 
 
1.3) Reparação do dano (salvo impossibilidade): assim, dispensa-se na 
hipótese de detento pobre, em estado de insolvência; 
 1.4) Cumprimento de parte da pena: 
● Mais de 1/3 (desde que tenha bons antecedentes e não seja reincidente 
em crime doloso); 
● Mais da metade (se reincidente em crime doloso); 
 
● Entre 1/3 e metade (se tiver maus antecedentes, mas não for reincidente 
em crimes dolosos); 
 
 
● Mais de 2/3 (se tiver sido condenado por crimes previsto na L. 8.072/90 
– Crimes Hediondos). 
 
● Subjetivos: 
31 
 
 
 
2.1) Comportamento satisfatório durante a execução a pena: aqui apenas 
importa considerar a vida carcerária do condenado, dessa maneira 
exige-se não ser envolver em brigas com os detentos, empreender 
fugas, dessa forma exige-se do carcerário um comportamento 
satisfatório. 
2.2)​ Bom Desempenho no trabalho que lhe foi atribuído. 
2.3)​ Aptidão para prover à própria subsistência mediante trabalho honesto 
2.4) Nos crimes dolosos cometidos mediante violência ou grave ameaça à 
pessoa, o benefício fica sujeito à verificação da cessação da 
periculosidade do agente; 
2.5)​ Nos crimes previstos na Lei 8.072/90, não ser reincidente especifico. 
● CONDIÇÕES DO LIVRAMENTO 
 
● Obrigatória:​ art. 132,§ 1º, da LEP: 
- proibição de se ausentar da comarca sem comunicação ao juiz; 
- comparecimento periódico a fim de justificar atividade; 
- obter ocupação lícita dentro de prazo razoável. 
● Facultativas​: art. 132,§ 2º, da LEP: 
- não mudar de residência sem comunicação ao juiz e à autoridade incumbida 
de fiscalizar; 
- recolher-se à habitação em hora fixada; 
- não frequentar determinados lugares. 
● Judiciais: 
- fixadas a critério do juiz (Art.85, CP) 
 
Cumpre registrar aqui as condições legais indiretas, que são as 
causas de revogação do livramento. São chamadas assim porque de maneira 
indireta acabam por se constituir em condições negativas, a não ser em dar 
causa à revogação. Assim a revogação do livramento pode ser: 
32 
 
 
 
1) Obrigatória: 
- condenação irreconhecível a pena privativa de liberdade por crime praticado 
antes do benéfico; 
- condenação irreconhecível a pena privativa de liberdade por crime praticado 
duranteo beneficio; 
2) Facultativa: 
- condenação irrecorrível, por crime ou contravenção, a pena não privativa de 
liberdade; 
- descumprimento das condições impostas; 
 
Os efeitos da Revogação do livramento seguem a regra, ​ao traidor 
nada. Se o liberado pratica crimes após a obtenção do benéfico ou descumpre 
alguma condição imposta, considera – se que este traiu a confiança do juízo, 
pois não cumpriu a promessa de comporta-se adequadamente. 
Se o agente pratica crime durante o beneficio não se pode 
descontar o tempo em que o sentenciado esteve solto, o mesmo deverá 
cumprir integralmente a sua pena. Se aço cometa anterior ao benefício é 
descontado o tempo em que o sentenciado esteve solto, devendo cumprir 
preso apenas o tempo que falta para complementar o período de prova. Se o 
mesmo descumpre as condições importas não é descontado o tempo em que 
esteve solto e não pode obter novo livramento em relação a essa pena, uma 
vez que traiu a confiança do juízo. 
 
 
● CONDIÇÕES DA SUSPENSÃO DO LIVRAMENTO 
 
● Na hipótese de crime cometido durante a vigência do beneficio 
33 
 
 
 
(art. 86, I): O juiz poderá ordenar tal prisão do liberado, ouvidos o Conselho 
Penitenciário e o Ministério Público, suspendendo o curso do livramento 
condicional, cuja revogação, entretanto, ficará dependendo da decisão 
final da vigência do beneficio. 
 
● Na hipótese de descumprimento das obrigações constantes da 
sentença (art. 87, 1ªparte): é inadmissível a suspensão do livramento 
pelo descumprimento das condições impostas na sentença concessiva, 
pois ela somente é admissível na hipótese do art. 145 da LEP. 
 
● Na hipótese do art. 87, 2ª parte: permite-se a suspensão provisória do 
beneficio até o julgamento final do processo, tendo em vista que o 
art.145 da LEP não distingue a espécie de infração penal. 
 
14.1. EXTINÇÃO DA PENA 
Art. 89: O juiz poderá declarar extinta a pena enquanto não passar 
em julgado a sentença em processo a que responde o liberado por crime 
cometido na vigência do livramento. 
Art. 90: se, até o seu término, o livramento não é revogado, 
considera-se extinta a pena privativa de liberdade. Esse dispositivo deve ser 
interpretado em consonância com o art. 89, ou seja, a prorrogação automática, 
ou quando esta não ocorrer, a pena será extinta se não houver motivo para a 
revogação do livramento. 
15. DA SUSPENSÃO CONDICIONAL DA EXECUÇÃO DA PENA (SURSIS) 
 
Sursis quer dizer suspensão, derivando de ​surseoir​, que significa 
suspender. Permite que o condenado não se sujeite à execução de pena 
privativa de liberdade de pequena duração. 
34 
 
 
 
Há dois sistemas de sursis: o sistema anglo-americano (​probation 
system​) verificando o juiz que o réu merece o sursis declara-o responsável pela 
prática do fato, suspende o curso da ação penal e marca o período de prova, 
ficando o condenado sob orientação e fiscalização de funcionários (​probation 
officers​), com incumbência de realizar seu reajustamento social. Há suspensão 
da sentença condenatória, que não é proferida. 
Existe também o sistema belga-francês (europeu continental) o juiz 
condena o réu, determinando a suspensão condicional da execução da pena 
privativa de liberdade. É o nosso sistema. 
São quatro as espécies de sursis: 
- s​ursis ​simples; 
- s​ursis ​especial; 
- s​ursis ​etário; 
- s​ursis ​humanitário. 
O ​sursis ​especial substitui o simples na hipótese de reparação do 
dano pelo condenado, exceto quando impossível, aplicando cumulativamente 
outras medidas, menos graves que as do ​sursis ​simples. 
O ​sursis ​etário é concedido ao maior de 70 anos de idade 
condenado a pena privativa não superior a 4 anos. Pode a pena, nessa 
situação, ser suspensa por 4 a 6 anos. 
Vale frisar que não se pode dizer que o ​sursis ​etário é o concedido 
ao idoso, pois o Estatuto do Idoso traz sua definição, estabelecendo a idade de 
60 anos para que a pessoa seja considerada como tal. O sursis humanitário 
possibilita ao condenado a pena não superior a 4 anos a suspensão 
condicional da pena pelo período de 4 a 6 anos, desde que razões de saúde a 
justifiquem. 
● Requisitos​: 
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● Objetivos​: Os de natureza objetiva se encontram no caput e no § 2.o: 
dizem respeito à qualidade e quantidade da pena; 
● Subjetivos​: Estão previstos nos incisos da disposição: referem-se aos 
antecedentes judiciais e qualidades pessoais do réu. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CONCLUSÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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REFERÊNCIAS 
1. JESUS, E. Damásio. ​Direito Penal parte Geral​. 23 ed. São Paulo: 
Saraiva 1999. 
2. GRECO, Rogério. ​Direito Penal – Parte Geral​.13 ed. [S.I]: Impetus, 
2011. 
3. CAPEZ, Fernando. ​Curso de Direito Penal- Parte Geral​. ​V.1. 12º ed., 
São Paulo: Saraiva, 2008. 
4. REALE, jr. Miguel. ​Instituições de DireitoPenal​.3ed.[S.I]:Forense.2009. 
5. http://www.videoaulaestudante.com/apostilas/dir_penal/Comp_Aula02_PenalComp.
pdf 
6. 
 
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