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PSD, DSS e Vulnerabilidades SAVS Profa Ms Marissol Bastos de Carvalho a) O que significa ter saúde? O que contribui para que as pessoas tenham saúde? b) O que significa estar doente? O que favorece o adoecimento das pessoas? c) O que você faz quando adoece? O que significa para você ser cuidado? d) Como os trabalhadores de saúde interferem no processo saúde-doença das pessoas? 1. Leitura do editorial: Saúde, doença e condições de vida 2. Selecionar pontos facilitadores e dificultadores da leitura 3. Responda novamente as questões Processo Saúde Doença (PSD) Processo dinâmico, complexo e multidimensional por englobar dimensões biológicas, psicológicas, socioculturais, econômicas, ambientais, políticas, pode-se identificar uma complexa interrelação quando se trata de saúde e doença de 1 pessoa, grupo social ou de sociedades Conceito central da epidemiologia social Caracteriza saúde e doença como componentes integrados de modo dinâmico nas condições de vida pessoais e grupos sociais; cada situação de saúde específica, individual ou coletiva, é resultado, em dado momento, de um conjunto de determinantes históricos, sociais, econômicos, culturais e biológicos Enfatiza estrutura socioeconômica, a fim de explicar processo saúde-doença de maneira histórica, abrangente, tornando a epidemiologia um instrumento de transformação social (Rouquayrol, 1993) Processo Saúde Doença (PSD) Saúde, doença e condições de vida Desafio compreender como desigualdades sociais influenciam na distribuição da doença na sociedade Paradigma parte do pressuposto que a doença se distribui desigualmente no espaço e também sobre sujeitos em decorrência da inserção no sistema de reprodução social Determinação social do PSD é explicada através da categoria classe social, definida a partir do lugar que diferentes grupos assumem na organização social, produção social, também a partir das relações com meios de produção, papel na organização social e relações de dominação/subordinação Determinantes Sociais de Saúde (DSS) OMS: determinantes sociais da saúde estão relacionados às condições em que a pessoa vive e trabalha Também são considerados fatores sociais, econômicos, culturais, étnicos/raciais, psicológicos e comportamentais que influenciam a ocorrência de problemas de saúde e fatores de risco à população: moradia, alimentação, escolaridade, renda e emprego Determinantes sociais não podem ser avaliados somente pelas doenças geradas, pois, influenciam todas dimensões do processo de saúde das populações, tanto do indivíduo, quanto da coletividade na qual se insere Desafios entender a relação entre determinantes sociais e saúde está no estabelecimento da hierarquia de determinações entre fatores gerais de natureza social, econômica, política e mediações através das quais incidem a situação de saúde de grupos e pessoas, não havendo simples relação direta de causa-efeito Todas as políticas que assegurem redução das desigualdades sociais e proporcionem melhores condições de mobilidade, trabalho e lazer são importantes, além da própria conscientização do indivíduo sobre participação pessoal no processo de produção da saúde e qualidade de vida Determinantes Sociais de Saúde Relacionar determinantes sociais e saúde consiste em estabelecer hierarquia de determinações entre fatores de natureza social, econômica, política e mediações através das quais fatores incidem sobre situação de saúde de grupos e pessoas, já que a relação de determinação não é uma relação direta de causa- efeito Através das mediações se entende, porque não há correlação constante entre macroindicadores de riqueza da sociedade: PIB, com indicadores de saúde Volume de riqueza gerado por uma sociedade seja fundamental para viabilizar melhores condições de vida e saúde Mediações permite entender porque existem países com PIB total ou PIB per capita muito superior a outros que, no entanto, possuem indicadores de saúde muito mais satisfatórios A cadeia de mediações permite identificar onde e como devem ser feitas intervenções, para reduzir iniqüidades de saúde, os pontos mais sensíveis onde tais intervenções podem provocar maior impacto Não basta somar determinantes de saúde identificados em estudos com indivíduos para conhecer determinantes de saúde no nível da sociedade Importantes diferenças de mortalidade constatadas entre classes sociais ou grupos ocupacionais não podem ser explicadas pelos mesmos fatores aos quais se atribuem diferenças entre indivíduos, pois se controlamos esses fatores (hábito de fumar, dieta, sedentarismo), diferenças entre estes estratos sociais permanecem quase inalteradas Fatores individuais são importantes para identificar indivíduos no interior de um grupo que estão submetidos a maior risco, diferenças nos níveis de saúde entre grupos e países estão mais relacionadas com grau de equidade na distribuição de renda Há várias abordagens para estudo dos mecanismos através dos quais os DSS provocam iniquidades de saúde A 1ª. privilegia “aspectos físico-materiais” na produção da saúde e doença, entendendo que diferenças de renda influenciam a saúde pela escassez de recursos dos indivíduos e ausência de investimentos em infraestrutura comunitária (educação, transporte, saneamento, habitação, serviços de saúde), decorrentes de processos econômicos e decisões políticas Outro enfoque privilegia “fatores psicossociais”, explorando relações entre percepções de desigualdades sociais, mecanismos psicobiológicos e situação de saúde, com base de que percepções e experiências pessoais e sociais desiguais provocam prejuízos à saúde Enfoques “ecossociais” e “multiníveis” integram abordagens individuais e grupais, sociais e biológicas numa perspectiva dinâmica, histórica e ecológica Viver saudável emerge como fenômeno social, que gera desigualdade nas exposições e vulnerabilidades, entendido como processo circular interativo e associativo, dinamizado por meio de vivências de ordens e desordens em busca de vivência contínua individual, familiar e social Transcende linearidade do fenômeno saúde-doença, tradicionalmente concebido pela concepção causa- efeito, por desconsiderar dimensões sociais, emocionais, econômicas e espirituais do ser humano Requer-se, respostas contextualizadas dos diferentes modos que envolvem viver saudável como processo multifatorial Necessidade de conhecer e compreender o viver saudável nas comunidades vulneráveis devido à fragilidade socioeconômica, cultural e ambiental que as pessoas enfrentam Comunidades vulneráveis vivenciam influências ambientais, econômicas, políticas e culturais, as quais enfraquecem relações, interações e associações individuais, familiares e sociais, tornando-se necessária a discussão dos determinantes sociais de saúde O impacto de determinada doença e a vulnerabilidade a esta, está relacionado a determinantes biológicos pré- estabelecidos (idade, sexo, predisposições genéticas) que interagem com conseqüências dos processos de estratificação social a partir de critérios: gênero, etnia, classe econômica, nível de habilidade e idade. Estes configuram diferentes possibilidades de vida e acesso a serviços de proteção e promoção da saúde, exposição à circunstâncias que trazem danos à saúde (biológicos, sociais, psicológicos e econômicos) de enfrentamento das circunstâncias pelos sujeitos e coletividade Vulnerabilidade Suscetibilidades de pessoas a problemas e danos de saúde Grau de suscetibilidade ou risco a que está exposta uma população em sofrer danos por desastres naturais Relação existente entre intensidade do dano e magnitude de ameaça, evento adverso ou acidente Probabilidade de determinada comunidade ou área geográfica ser afetada por ameaça ou risco potencial de desastre (Bireme) Definições abrangentes e, apesar de conterem a ideia de risco, cabe distinção entre vulnerabilidadee risco Risco é central nos estudos epidemiológicos: conecta-se à ideia de identificação de pessoas e características que colocam sob maior ou menor risco de exposição a eventos de saúde, com comprometimento de ordem física, psicológica e/ou social Probabilidade e chances de grupos populacionais de adoecerem e morrerem por algum agravo de saúde Propósito: trazer elementos abstratos associados e associáveis aos processos de adoecimento para planos de elaboração teórica mais concreta e particularizada, em que nexos e mediações entre esses processos sejam objeto de conhecimento Investigações teóricas da vulnerabilidade buscam universalidade e não reprodutibilidade ampliada da fenomenologia Expressa potenciais de adoecimento, de não adoecimento e enfrentamento, relacionados a todo e cada indivíduo Na vulnerabilidade, a exposição a agravos de saúde resulta de aspectos individuais e contextos ou condições coletivas que produzem maior suscetibilidade aos agravos e morte e, simultaneamente, à possibilidade e recursos para o enfrentamento Para interpretação do processo saúde-doença, vulnerabilidade é um indicador da iniqüidade e desigualdade social, isto é, antecede ao risco e determina diferentes riscos de se infectar, adoecer e morrer https://youtu.be/ii-fbpUy4iE
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