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PATOLOGIA DO SISTEMA LOCOMOTOR REVISÃO ANATÔMICA O esqueleto é formado por ossos e articulações e é dividido em axial (crânio, vértebras, costela e esterno) e apendicular (membros torácicos e pélvicos). OSTEOLOGIA TECIDO ÓSSEO O osso como tecido é um dos constituintes do osso como órgão. O osso como órgão é a unidade do sistema esquelético, constituída por tecidos ósseo, conjuntivo (periósteo e endósteo), hemocitopoético e cartilaginoso. No componente ósseo há os tipos celulares diferenciados, como os osteoblastos são células jovens responsáveis pelas sínteses/ desenvolvimento e mineralização da matriz óssea – ou osteóide –, os osteócitos são envolvidos na matriz óssea, denominados de células madura, agindo na manutenção do tecido e realizando a reabsorção – osteólise osteocítica (osteólise é responsável pela manutenção da homeostasia sérica do cálcio) – e por fim os osteoclastos que possuem uma principal função de reabsorção óssea – reabsorção osteoclásica ou reabsorção por osteoclasia (definida como reabsorção superficial realizada por osteoclastos nas lacunas de Howship). O tecido ósseo apresenta dois tipos de configuração: trabecular ou esponjoso e osteônico o u compacto. O tecido ósseo trabecular é formado por trabéculas dispostas umas ao lado das outras, conectadas e circundadas por tecido conjuntivo vascular, localizadas paralelamente – osso encontrado na epífase –. O tecido ósseo osteônico é formado por trabéculas dispostas de forma concêntrica em torno de um canal contendo conjuntivo vascular (canal de Havers), formando ósteons unidos entre si por lamelas intersticiais. Está presente no córtex da maioria das espécies animais e abaixo da cartilagem articular (osso subcondral) em bovinos, equinos e outras espécies animais de grande porte. Diante da gama de patologias abordadas, iram ser selecionada as principais e de mais importância ao estudo, na qual iram ser abordadas as anomalias do crescimento e do desenvolvimento, distúrbios mecânicos ou degenerativos, alterações inflamatórias e neoplásicas. ANOMALIAS DO CRESCIMENTO E DO DESENVOLVIMENTO A deformidade angular dos membros é considerada uma alteração extremamente prevalente, na qual é perceptível o desvio lateral da porção distal dos membros, maior incidência em potros, quarto de milha. Este tipo de deformidade esta diretamente ligada á animálias presentes na fise – linha de crescimento, um tecido cartilaginoso que se transforma em osso – distal do rádio, no carpo ou fise distal do metatarso, ocorrendo devido a fragilidade existente no tecido ósseo. As fises podem já serem observadas ao nascimento ou então podem ser adquiridas durante a fase neonatal. Os fatores predisponentes se dão por mau posicionamento fetal, frouxidão articular excessiva, hipotireoidismo, traumas, más conformações, nutrição excessiva, ossificações endocondrais defeituosas etc. Todavia, a frouxidão dos tecidos moles periarticulares estará presente em animais neonatos – importante participação de ligamentos colaterais – na qual os ligamentos encontram-se frouxos, acarretando então uma instabilidade articular, algo normal, porém não em excesso, sofrendo interferência sobre peso do animal, conformação muscular, etc. Outras causas também estam relacionadas, como a decorrência de traumas e rupturas do suprimento sanguíneo. A osteoporose, em um conceito morfopatogenético, a osteoporose é uma doença metabólica generalizada, caracterizada por menor aposição óssea, decorrente de insuficiência ou inatividade osteoblástica. A osteoporose em si não é considerada patologia, é mais como uma condição, caracterizada como dor óssea e fraturas espontâneas, considerada manifestações de enfermidades clínicas. É comum considerar osteoporose e osteopenia como a mesma coisa ou afirmar que osteoporose é um estágio mais grave da osteopenia. O termo osteopenia (osteo = osso; penia = pouco) seria adequadamente empregado para caracterizar qualquer diminuição da massa óssea, decorrente da diminuição da aposição, do aumento da reabsorção, da mineralização deficiente da matriz ou da necrose óssea. Esta condição atinge os dois tipos de ossos, o osso cortical, manifestando-se como redução de sua espessura, diminuindo a tenção e aumentando a porosidade, acarretando então as fraturas; o osso trabecular encontra-se mais fino aumentadas de tamanho, fazendo com que a cavidade medular aumente, possuindo perfurações mais desenvolvidas, deixando o osso poroso. Sabe-se que o tecido ósseo possui uma atividade dinâmica, onde encontra-se constantemente em atividade enabólica e catabólica, ou seja, absorvendo, colocando e retirando cálcio, realizando o processo de remodelação óssea. No caso da osteoporose, existe uma relação de herança autossômica recessiva, que o animal já nasce com São identificadas como valgus quando o membro distal ao ponto pivô desvia lateralmente e como varus quando o membro distal desvia medialmente a condição, assim como existe a situação de seu surgimento por deficiência prolongada de cálcio – como através de parasitismo crônico –, aplicações de glicocorticoides por tempo prolongado – em influência dos hormônios de crescimento presente, que altera a produção – e também adquiri-lo por inatividade física. Ademais, está presente uma grande variabilidade clínica e morfológica. Qual a relação do cálcio e a osteoporose? A osteoporose é um quadro clínico em que uma redução da densidade dos ossos enfraquece os ossos, tornando-os suscetíveis a quebra (fraturas). O envelhecimento, a deficiência de estrogênio, o baixo nível de vitamina D ou de ingestão de cálcio e alguns distúrbios podem diminuir os valores dos componentes que mantêm a densidade óssea e a força. Os ossos contêm minerais, incluindo cálcio e fósforo, que os tornam duros e densos. Para manter a densidade óssea, o corpo precisa de um fornecimento adequado de cálcio e outros minerais e deve produzir as quantidades adequadas de vários hormônios (como o hormônio da paratireoide, hormônio do crescimento, calcitonina, estrogênio e testostero na). Um suprimento adequado de vitamina D é necessário para absorção do cálcio dos alimentos e sua incorporação aos ossos. A vitamina D é absorvida a partir da dieta e também fabricada na pele através da luz solar, por isso a deficiência de cálcio favorece à osteoporose, na qual, durante o crescimento e desenvolvimento ósseo, é constante a reabsorção e mobilização do cálcio, de forma que permita aos ossos manter uma densidade ideal a medida que o indivíduo cresce, o contrário, havendo essa deficiência, a reabsorção não irá parar e encontrando esta situação, a tendência será o indivíduo desenvolver a osteoporose. A osteodistrofia nutricional em equinos ou então osteodistrofia fibosa generalizada, é caracterizada como formação defeituosa do tecido ósseo, uma doença metabólica caracterizada por maior reabsorção óssea ostecoclástica e substituição por tecido fibrinoso. Atingem os ossos trabeculares e corticais. O enfraquecimento ósseo pode acarretar uma claudicação, predispondo fraturas, ocasionando deformidades angulares. Essa doença é manifestação do hiperparatireoidismo primário ou secundário (renal e nutricional). A doença esquelética é consequência de síntese descontrolada e excessiva de paratormônio (PTH) e diminuição da quantidade sérica de cálcio ionizado – circulante na corrente sanguínea –, com consequente hiperparatireoidismo, o que aumenta a reabsorção óssea e resulta em uma perda óssea progressiva e irreversível. O hiperparatireoidismo secundário nutricional (HSN) pode ser ocasionado por deficiência de cálcio e/ou excesso de fósforo. O HSR é provocado por alterações renais, na maioriade curso crônico. Os rins comprometidos não excretam fósforo adequadamente, causando hiperfosfatemia, o que induz hipocalcemia absoluta. O aumento do fósforo desloca a equação no sentido de formar o produto CaHPO4, obtendo uma proporção maior de fósforo e deficiência de vitamina D. Enfermidade que acomete comumente o maxilar e mandíbula, através de estresse mecânico da mastigação. Distúrbios mecânicos ou degenerativos As fraturas decorrem da submissão do osso a um estresse de curta duração. Se o osso é normal, o estresse necessário para provocar fratura é muito maior do que o estresse fisiológico produzido no osso pela movimentação esquelética normal ou, então, deve ser aplicado em direção contrária à das forças biomecânicas a que está sujeito normalmente. Quando as fraturas ocorrem em um osso normal, são denominadas traumáticas. Caso o osso seja anormal, com resistência diminuída por doenças metabólicas, inflamatórias, neoplásicas ou degenerativas, as fraturas sucedem sem que seja necessário aplicar ao osso estresse superior ao fisiológico e se denominam fraturas espontâneas ou patológicas. Quanto à extensão, à forma e à natureza, as fraturas podem ser classificadas em fechadas (os tecidos de revestimento adjacentes ao osso permanecem intactos), completas (há separação completa dos fragmentos fraturados), expostas (os tecidos de revestimento sofrem solução de continuidade, expondo o osso ao meio ambiente), incompletas (a descontinuidade do osso não é completa), múltiplas (o osso se parte em vários fragmentos), por compressão (as extremidades dos fragmentos ósseos estão comprimidas uma dentro da outra, várias forças juntas), avulsão (decorrente de forças de tração grande) e por afundamento. ALTERAÇÕES INFLAMATÓRIAS A osteomielite, osteíte hematogênica que se inicia na medula óssea, é também comum nos animais, mas sua incidência real é subestimada, já que seus agentes, em geral, provocam septicemia e morte antes que a lesão óssea se torne evidente. A osteíte possui subdivisões, como a periosteíte ou perióstite a inflamação apenas da região mais externa do tecido ósseo, e a osteomielite, inflamação da região medular do tecido ósseo. OSTEÍTE Inflamação de origem NÃO infecciosa que poderia ou não acarretar uma exostose – formação de crescimento ósseo. Quando o processo inflamatório atinge a cavidade medular e o mesmo seja influenciado por microrganismos, iram desenvolver um prognóstico reservado á ruim, pois uma vez que os microrganismos atingem a cavidade medular – por via hematógena – a maioria das vezes, haverá resolução dificultosa devido a tentativa de realizar uma inibição de crescimento ou até mesmo morte dos mesmos, na qual á dificuldade na chegada de fármacos até a cavidade medular, consequentemente agirem, comprometendo o osso e dando ao microrganismo condições favoráveis, entrando assim na cavidade medular, caracterizando assim um processo crônico ocorrendo degenerações como a necrose, a destruição óssea e as neoformações compensatórias – os osteoblastos persistem em neoformar os ossos, pois o animal não pode perder o membro. Geralmente é dado como um processo resultante de atrite supurativa/ séptica, na qual o próprio processo inflamatório local torna-se lesivo a cartilagem articular, que então destruíram esta cartilagem e o próprio osso subcondral. Os exsudatos purulentos chegam por via hematógena, atingem a medula, preenchem os espaços intertrabeculares, entrando em contato com a circulação e por fim disseminando para outros ossos. As células inflamatórias envolvidas estimularam á reabsorção osteoclástica do osso, havendo perda óssea, e então a falta de drenagem acompanhado a persistência do agente etiológico resultará na cronicidade da lesão. Sequelas podem ser adquiridas, como a extensão para ossos adjacentes, uma disseminação hematógena, presença de fraturas e fístulas e os sequestros – mecanismo que o organismo realiza para isolar o agente infeccioso do local. ALTERAÇÕES neoplásicas O osteossarcoma é um tumor maligno que se origina do mesênquima e cujas células produzem osteoide ou tecido ósseo mineralizado. Os osteossarcomas são as neoplasias primária do esqueleto mais comuns em cães (80%) e gatos, mas são raros em outras espécies. A maior parte dos osteossarcomas desenvolve-se a partir da região metafisária dos ossos longos. Com relação as suas classificações, tanto podem ser centrais ou justacorticais ou periosteais. Quando falado referente a microscopicamente, podem ser diferenciados entre osteoblastos, osteóides e cavidades císticas com sangue, revestidas por células malignas. Possui prevalência nas metáfises (radio distal, tíbia distal e úmero proximal), nas costelas, nas vértebras e eventualmente no crânio. ARTICULAÇÃO ALTERAÇÕES INFLAMATÓRIAS A artrite é considerada uma inflamação intra-articular, podendo ser infecciosa ou não infecciosa, que acomete principalmente as articulações sinoviais. Em animais domésticos, é quase sempre infecciosa, mas, em cães de companhia, costuma não ser. A artrite pode ser denominada de séptica, há envolvido múltiplos agentes infecciosos e presença de exsudato variante, podendo ser seroso, fibrinoso, prurulento, etc.; ou asséptica. As manifestações clínicas da artirite envolve dores, deformidades e incapacidade permanente do membro. Sua característica clínica relaciona-se em aguda ou crônica; tendo a cronicidade, haverá relação com a persistência do agente etiológico ou repetição do trauma. O agente infeccioso causará lesões intra- articulares, liberando substâncias inflamatórias e enzimas proteolíticas, que agravam a situação do animal. Macroscopicamente, no exterior do animal observa-se tumefação articular e anquilose – limitação dos movimentos/ perca de mobilidade ou então a fusão de dois ossos – e em seu interior haverá grande volume de exsudato, de volume variável e alterações intra- articulares.
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