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Fisiologia da Digestão

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Fisiologia da Digestão
Ruminantes e Monogástricos
	O objetivo final da nutrição é transformar os recursos alimentares de menor valor nutricional em alimentos para consumo humano de melhor valor biológico. O objetivo da nutrição animal é que se transforme recursos, para que os animais produzam a carne, leite, entre outros. 
	Os primeiros estudos foram feitos em 1747 pelo físico inglês Lind, que descobriu a cura do escorbuto. Em relação à nutrição animal, os primeiros estudos foram feitos por René Reamur, observando a digestão de aves. Em 1750-60, Lázzaro Spallanzani fez estudos nele próprio, engolindo sacos de pano com carne e pão, para ver como o saco saía depois de excretado.
	No brasil, o primeiro trabalho de nutrição animal foi em 1940, sobre soja e milho. Iniciou-se uma série de estudos de adequação de rações de animais. Teve êxito ao correlacionar a quantidade e qualidade alimentar com o maior desempenho animal. Atualmente, o grande objetivo é minimizar os custos de produção destes animais.
	A qualidade nutricional do homem brasileiro era a mais pobre do mundo, pois o brasil importava carne da europa. 
· Por que conhecer a fisiologia digestiva?
Precisa-se saber a base para a nutrição, balancear dietas, ter uma eficiência da utilização da dieta e reconhecer possíveis patologias.
· Alimento: a maioria dos alimentos apresentam partículas complexas que serão digeridas e absorvidas dentro do corpo.
· Digestão: é um conjunto de transformações, mecânicas (quebra) e químicas (ação enzimática), que os alimentos orgânicos sofrem ao longo do sistema digestivo, para se converterem em compostos menores hidrossolúveis e absorvíveis.
· Absorção: processo de transportar moléculas simples através do epitélio intestinal para corrente sanguínea.
· Aparelho digestório
É responsável por decompor a estrutura alimentar para disponibilizar os nutrientes em potencial. Os nutrientes são convertidos em moléculas simples para absorção pelo intestino.
O sistema digestório desempenha funções importantes na manutenção da homeostase, destacando-se, entre elas, o fornecimento contínuo.
	Funções do aparelho digestório
	· Fornecer de forma contínua nutrientes, água e eletrólitos
	· Armazenar alimentos para a digestão
	· Preparar o alimento para a absorção a partir da digestão
	· Assimilar produtos da digestão
	· Eliminar os resíduos não digeridos
· Assimilação de nutrientes
Os carboidratos, proteínas e lipídeos são essenciais na manutenção da vida. Os animais consomem esses nutrientes nas suas formas físicas e químicas mais complexas. A assimilação é a incorporação de um nutriente mineral em compostos orgânicos essenciais ao crescimento e desenvolvimento. A assimilação requer uma série complexa de reações que estão entre as reações de maior gasto energético.
A absorção não ocorre se o alimento não for digerido e a digestão se torna inútil se os nutrientes digeridos não puderem ser absorvidos. Essa não-absorção pode ocorrer por microbiota desregulada, patologias intestinais, entre outros.
· Tipos de Digestão
· Digestão mecânica: mastigação ou trituração, com o objetivo de aumentar a superfície de contato. O alimento triturado junto com a saliva forma o bolo alimentar. As aves não possuem dentes, então fazem a maceração pela moela, que faz 3 contrações por minuto. Os herbívoros possuem uma dieta fibrosa, o que requer mais mastigação.
· Digestão enzimática: começa na boca pela ação da enzima amilase (cães não possuem a enzima amilase) e continua até o final do intestino delgado, com a ação de outras enzimas presentes no TGI, para quebrar as moléculas em partículas menores. Não são todas as espécies que possuem enzimas na boca. As aves iniciam a digestão enzimática no papo.
· Digestão microbiana: ocorre nos cecos das aves, no intestino grosso dos equinos e coelhos, e no rúmen, retículo e omaso em ruminantes.
· Trato Gastrointestinal
É parte do organismo necessária à ingestão dos alimentos, transformações e absorção. O sistema digestivo propriamente dito é dividido em compartimentos: boca, dentes, língua, esôfago, estômago, intestino delgado e grosso.
O processo de digestão se inicia na boca. O alimento passa pela digestão mecânica e se forma o bolo alimentar, que sofre a digestão enzimática. A língua ajuda o alimento a se misturar com a saliva e move o bolo alimentar para o fundo da cavidade oral, para a deglutição. Passando pela cavidade oral, o alimento segue para a faringe, esôfago e assim por diante.
· Estrutura do sistema digestório
Os animais são classificados de acordo com a sua dieta no estado natural como carnívoros, onívoros e herbívoros. A diversidade da dieta tem relação com o desenvolvimento do sistema digestório. O órgão mais ou menos desenvolvido é de acordo com o tipo de alimentação do animal.
A microbiota do equino se encontra no intestino grosso, do cão se encontra no intestino delgado e no bovino, no estômago. 
Os principais fermentadores pós-gástricos são os equinos, coelhos e avestruz.
· Monogástricos: estômago simples. A digestão enzimática tem grande importância. Existem os fermentadores pós-gástricos, que têm grande e complexo intestino grosso, adaptado para fermentação. No intestino grosso, o trânsito é retardado, para que ocorra a fermentação da celulose.
· Ruminantes: estômago com multi compartimentos para fermentação. O rúmen, retículo e omaso são considerados pré-estômagos, pois não ocorre digestão química, apenas mecânica. O abomaso é o estômago verdadeiro, onde existem enzimas que fazem o processo de digestão química.
O alimento passa pelo retículo, menor de todos os compartimentos, onde ocorre a formação de pequenos bolos de comida que retornam para a cavidade oral para ser ruminado e novamente deglutido. Ao ser deglutido, o alimento dirige-se para o omaso, onde ocorre a reabsorção da água presente no bolo alimentar. O bolo segue para o abomaso, onde ocorre a digestão enzimática.
· Cavidade Oral
Recebe o alimento e faz a preensão.
· Equinos: lábio superior altamente móvel para grãos e utilizam os dentes incisivos para pastejo.
· Bovinos: utilizam a língua como órgão preensor, não possuem dentes superiores.
· Cães e gatos: utilizam os dentes para preensão de comida e a língua para líquido.
· Aves: preenchem o bico com água e erguem a cabeça. As aves não possuem dentes. A ponta do bico é sensível e contém nervos para localizar coisas pelo toque. Fazem a preensão dos alimentos e a gustação é pouco desenvolvida, além da olfação rudimentar.

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