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UNIME – 2021.1 Hanna Andrade MÓDULO DE GASTRO Problema 1 Conteúdo DRGE Doenças do estômago e duodeno Análise do caso DRGE Altamente prevalente no Brasil, 12% prevalência no Brasil. A pirose, definida como sensação de queimação retroesternal, geralmente de natureza intermitente, é a manifestação clínica mais comum da DRGE; Fisiopatologia Retorno patológico de agentes erosivos (ácido clorídrico, sais biliares, pepsina e enzimas pancreáticas) Mais agentes erosivos do que a barreira antirreflexo consegue conter, sendo esta composta por: área de alta pressão na TEG, resistência da própria mucosa esofágica e depuração esofágica (peristalse e salivação e neutralização ácida) Ocasionado por: relaxamento transitório do esfincter esofágico inferior (distensão estomacal por alimentos ou gases) e em casos mais graves associação com hipotonia do EIE e hérnias hiatal que provocam alteração na motilidade esofágica -> depuração (lavagem) esofágica prejudicada. A hérnia hiatal funciona como reservatório de conteúdo gástrico, facilitando o fenômeno conhecido como “re-refluxo” O que pode diminuir a pressão do EIE? Alimentos (fritura, chocolate, café) Medicamentos (morfina, prostaglandinas, dopamina, bloqueadores do canal de Ca, Meperidina, Diazepam, Teofilina) Hormônios: progesterona, secretina, Glucagon, somatostatina... Agentes neurais Álcool e Tabaco E o HP no contexto de DRGE? Nada provado, o que a gente tem são especulações sobre, como por exemplo: o HP pode diminuir o pH estomacal... contribuindo assim pra a DRGE. Manifestação clínica Divididas em típicas e atípicas Típicas: pirose, regurgitação ácida Atípicas: faringite, otite, sinusite, rouquidão, desgaste do esmalte, aftas e halitose + queixas pulmonares: asma, tosse crônica, pigarro, bronquite crônica, pneumonia de repetição. OBS.: as atípicas podem ser explicas pela ação direta do material ácido sobre essas estruturas ou estimulo vagal causado pela irritação esofágica. Diagnóstico Lembrem-se que temos duas formas de DRGE: erosiva e não erosiva. A erosiva visualizamos facilmente na EDA, mas a não erosiva temos que diagnosticar pela clínica: Pirose/regurgitação 2x por semana durante um período de 4 semanas. Paciente chega queixando um ardor/pirose no período após a refeição que as vezes melhora com o antiácido. Busque sinais de alarme: Disfagia Odinofagia Hematêmese Melena Anemia Emagrecimento E o uso da EDA nesses casos? Baixa sensibilidade, mas é importante para DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL. Obs.: não é de praxe fazer biopsia esôfago UNIME – 2021.1 Hanna Andrade MÓDULO DE GASTRO pHmetria de 24 horas: caracteriza o refluxo e cor- relaciona os sintomas com episódios de refluxo. Indicada principalmente quando não há resposta satisfatória aos IBP, em casos nos quais o exame endoscópico não revelou esofagite; Manometria esofágica: indicada na investigação de distúrbio motor esofágico. Possibilita a localização do EIE para instalação do eletrodo de pHmetria; Exame radiológico contrastado de esôfago: avaliação morfológica do esôfago, especialmente na presença de complicações; Teste terapêutico: a resposta satisfatória permite in- ferir o diagnóstico de DRGE. Pode ser realizado em pacientes menores de 40 anos, com manifestações típicas e sem manifestações de alarme. É realizado com a administração IBP em dose plena por 4 semanas. Complicações Esôfago de Barrett (substituição do epitélio) Estenoses Úlceras Sangramento esofágico Tratamento: Condição crônica que não apresenta necessariamente um tratamento e o paciente deve ser informado sobre tal. 1. Mudanças comportamentais e dietéticas 2. Tratamento medicamentoso – diminuir a acidez gástrica 3. Tratamento cirúrgico* MEDIDAS COMPORTAMENTAIS Tratamento medicamentoso: as drogas de primeira escolha são os IBP. Outras drogas que podem ser usadas são os ARH2 e os procinéticos. Antiácidos, alginatos e sucralfato podem ser usados para alívio sintomático passageiro; Tratamento cirúrgico: fundoplicatura, deve ser utilizado na impossibilidade de tratamento clínico. UNIME – 2021.1 Hanna Andrade MÓDULO DE GASTRO Gastrite Inflamação do estômago com sintomas desagradáveis Mas quais são as causas de gastrites? Infecção, lesão, uso regular de anti- inflamatórios não-esteroides (AINEs) e consumo excessivo de álcool. Alta prevalência de gastrite crônica associada ao H. pylori, supõe-se que muitos casos de dispepsia aguda sejam decorrentes de uma infecção primária pela bactéria. Lembrar de Giardiase e Estrongiloidiase Diagnóstico e exames complementares EAD c/ biópsia para exame histopatológico da mucosa gástrica Tratamento Gastrite é uma inflamação, temos que identificar o que está a causando e depois que identificar, agir nessa causa... seja por uso de medicamentos, seja por patógenos, hábitos alimentares.... H. pylori o grande responsável por mais de 90% dos casos e, portanto, é curada com a erradicação da bactéria entidade eminentemente histológica. Doença ulcerosa péptica Descontinuidade da mucosa estendendo-se através da muscularis mucosae, atingindo a submucosa e a própria muscularis. Etiologia H. Pylori AINEs U. Duodenal → Aumento da produção de ácido U. Gástrica → produção normal ou baixa Aumento da população parietal: Se aumenta a população, aumenta a produção (de 20 milhões para 1 bilhão) Maior sensibilidade da célula parietal: a sensibilidade da célula parietal à gastrina é três vezes maior na úlcera duodenal. Sensibilidade menor da célula G aos mecanismos inibitórios: Célula G + D produzem somatostatina. Célula G são estimuladas por: proteínas semidigeridas, Ca++, aminoácidos, histamina e acetilcolina. E a gastrina induz a produção de HCl Isso tudo gera a queda do pH luminal e isso funciona como um freio para célula G, ou seja, somatostatina-dependente. A redução da defesa e da reparação causada principalmente devido a menor disponibilidade endógena das prostaglandinas ocasionam os seguintes fatores: redução da produção de muco e bicarbonato pelas células epiteliais; redução do fator de crescimento epitelial; redução do fluxo sanguíneo; redução da capacidade de replicação do epitélio. A aspirina e muitos outros anti-inflamatórios não esteróides (AINEs) (por exemplo, ibuprofeno , indometacina , naproxeno e cetorolaco) podem causar lesão epitelial tópica no estômago levando a formação de úlcera péptica pela inibição dos fatores protetores da mucosa gastrointestinal, como as prostaglandinas. Péptica Dor epigástrica em queimação Geralmente não apresenta melhora com alimentação ou antiácidos Perda de peso recente Duodenal Dor que alivia com a alimentação Padrão de clooking – despertar noturno UNIME – 2021.1 Hanna Andrade MÓDULO DE GASTRO Hiperfagia e ganho ponderal – se quando come alivia, vou querer comer sempre Dor periódica, mais ou menos cíclica Vale ressaltar que apesar do quadro clinico (anamnese + exame físico) sarem pistas para o médico, é importante fazermos diagnóstico diferencial com outras patologias Diagnóstico diferencial Neoplasia Pancreatite Colecistite Doença de Crohn Insuficiência vascular mesentérica Diagnóstico e exames complementares ENDOSCOPIA DIGESTIVA ALTA A pesquisa de H. Pylori pode ser por diversos métodos. Na mesquisa por biopsia, o fragmento coletado do estomago é imerso em um liquido. O teste positiva se o liquido mudar de cor. O aspecto endoscópio depende da fase em que se encontra a úlcera de acordo com o ciclo descrito por SAKITA DIVIDIDA EM FASES: A (ativa), H (emcicatrização) e C (cicatrizada) A PRINCIPAL FINALIDADE DA EDA NA ULCERA É DIFERENCIAR UMA LESÂO BENIGNA DE UMA MALIGNA OBS.: deve-se repetir o exame 6 meses após o tratamento das lesões para conferir se o tratamento foi efetivo ou não. Tratamento efetivo corresponde aquele que induz redução de no mínimo 50% do tamanho da lesão inicial Diagnóstico dos fatores etiológicos Se tem úlcera, tem alguma coisa que ta causando-a. Primeiro: PENSE EM H. PYLORI. Segundo: TESTE POSITIVO? TRATE! NEGATIVO? Pense em outras causas como AINEs, gastrinoma... UNIME – 2021.1 Hanna Andrade MÓDULO DE GASTRO Testes para H. Pylori Na pratica clínica, após 1 mês após o tratamento, é recomendado uma nova realização de endoscopia. Tratamento O tratamento da úlcera envolve a erradicação da H. pylori associada a administração de algum fármaco dos grupos citados Pró-secretores Pró-secretores: fortalecem componentes que mantem a integridade da mucosa gástrica. - são pouco utilizados para o tratamento das úlceras. O que na minha cabeça faz muito sentido, é muito melhor eu tirar aas balas de quem ta atirando do que aumentar o colete a prova de balas de quem ta sendo atingido 1. Anti-secretores: diminuem a ação da cloridropéptica. São comumente utilizados pela população como automedicação para sintomas dispépticos. 2. Sucralfato: Estimula PG endógenas e inibe algumas enzimas citotóxicas do H. pylori. Forma uma película protetora sobre a base da ulceração, absorvendo pepsina e sais biliares. 3. Sais de bismudo coloidal – bactericida e atividade pró a partir da lib. De PG endógenas Anti-secretores Bloqueadores de H2 - Bloqueiam o receptor H2 na membrana da célula parietal, diminuindo a ativação da ATPase K+ e diminuindo a secreção ácida durante a refeição. IBP - Bloqueiam diretamente a ATPase K+. Esquema terapêutico Erradicação da H. pylori + IBP por até 14 dias após erradicação O esquema mais utilizado é o tríplice, sendo o de primeira linha: IBP + claritromicina + amoxicilina ou metronizadol UNIME – 2021.1 Hanna Andrade MÓDULO DE GASTRO Análise do caso O médico orientou à Sra. Joana que iniciasse o uso dos medicamentos após realizar a endoscopia. A paciente relatou remissão completa dos sintomas, após uso de omeprazol, inibidor de bomba de prótons. Negou outro sinal ou sintoma e está preocupada com o tempo de tratamento e se poderia beber e comer à vontade, pois as festas juninas estavam se aproximando e não sabia quando iria fazer nova endoscopia. Endoscopia digestiva alta: ESÔFAGO NORMAL, (não temos um DRGE erosivo) pangastrite (inflamação por todo o estômago) erosiva moderada, úlcera medindo 8 mm em atividade localizada em parede posterior de bulbo duodenal. H. Pylori pelo teste de uréase: positivo Problemas detectados: 1. PANGASTRITE 2. ÚLCERA 3. HP POSITIVO Temos o agente etiológico mais comum dessas afecções, o H. Pylori afeta o estomago e pode provocar úlceras. Nesse caso da paciente temos uma úlcera de 8mm com a presença de fibrina -> classificaria SAKITA A2 ou H1 Como tratar? Primeiro erradicar o H. Pylori Tratar o TGI como um todo (gastrite/úlcera) Instruir mudanças comportamentais O tratamento de primeira linha deve ser feito com amoxicilina 1g + claritromicina 500 mg + omeprazol 20 mg (ou outro IBP – por exemplo: pantoprazol 40 mg, lansoprazol 30 mg, esomeprazol 20 mg, dexlansoprazol 60 mg), todos os medicamentos a cada 12 horas, por 14 dias. Retire da sua alimentação os alimentos que não lhe forem toleráveis. Use sal com moderação. Pratique atividade física orientada regularmente, pois auxilia na manutenção do peso adequado, no combate ao estresse e melhora a qualidade de vida. Tecido de fibrina Tecido cicatricial ao redor O tratamento de primeira linha deve ser feito com amoxicilina 1g + claritromicina 500 mg + omeprazol 20 mg (ou outro IBP – por exemplo: pantoprazol 40 mg, lansoprazol 30 mg, esomeprazol 20 mg, dexlansoprazol 60 mg), todos os medicamentos a cada 12 horas, por 14 dias.
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