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Caderno de Processo Penal III

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Caderno de processo penal III
Aula 19/08/2020
Revisão de processo penal I
1. Princípios 
a. Devido processo legal: forma como o processo deverá caminhar 
b. Ampla defesa: 
i. Autodefesa: possibilidade que a pessoa que está sendo processada se auto defender. Ex.: interrogatório do acusado ou ajuizamento de HC pelo próprio réu.
ii. Defesa técnica: a ausência deste, gera nulidade. Tem que ser formal (pessoa que tenha capacidade técnica devidamente inscrita na OAB ou ser membro da DP) e material (a pessoa habilitada para realizar a defesa efetivamente realize-a).
c. Paridade de armas: igualdade na capacidade probatória oferecida às partes. Ex.: número de testemunhas da acusação e da defesa é o mesmo, assim como o tempo das alegações finais, prazo de recurso para o MP e do defensor constituído que é o mesmo.
OBS.: não é materialmente absoluto pois existem situações em que a própria lei trata as partes de forma diferente. Ex.: infiltração de agentes só pode ser feita em desfavor do acusado, da mesma forma que a interceptação telefônica. Revisão criminal só cabe pró-réu, não cabe contra o réu. A DP tem prazo em dobro e o MP não tem.
d. Contraditório: exige o direito de informação e o de participação. As partes devem ser informadas de como o processo está caminhando e qualquer novidade que surgir nele, a parte adversa deve ser intimada para que ambos tenham noção de tudo que acontece no processo. O direito de participação, é você se manifestar sobre aquilo que está dentro do processo
e. Juiz natural: competência do juízo para processar e julgar. Não pode haver juízo ou tribunal de exceção, que é um órgão ou juízo criado especificamente para julgar aquela pessoa ou órgão criado após a prática delituosa. 
f. Suficiência da ação penal: penal resolve tudo, até questões de outro ramo do direito. Ex.: transação penal, composição civil entre a vítima e o suposto autor tem tanto penal como civil. Se tratar de um crime de ação penal privada ou ação penal pública condicionada à representação, quando firmada a composição civil, já estará renunciando a representação ou ao direito de queixa. 
g. Favor rei: o estado sempre que possível deve interpretar e até mesmo de oficio corrigir qualquer abuso e ilegalidade em desfavor daquele que foi processado. Procurar a interpretação sempre da forma mais benéfica àquele que está sendo processado. 
h. Presunção de inocência ou não culpabilidade: reflexos de cargas probatórias e carga de tratamento. Na dúvida o réu deve ser absolvido que é um reflexo de carga probatória, onde a acusação deve demonstrar a culpa do acusado e não a defesa demonstrar a sua inocência, as provas devem guardar substancialidade, pois caso contrário o réu deve ser absolvido e o juízo não poderá proferir sentença penal condenatória pautada exclusivamente em eventual deficiência das palavras ou ações do réu. Ex.: não tem prova nenhuma para condenar e o réu confessa, não pode condenar. A confissão tem valor relativo e não absoluto. A carga de tratamento é a forma com que você trata o processado, você deve tratá-lo como se inocente fosse. Temos como exemplo: o uso de algemas de forma excepcional, prisões cautelares...
i. Não autoincriminação: o acusado não é obrigado a produzir prova contra si. OBS.: somente protege condutas ativas (de ação), mas não passivas. Exemplo de ativas: bafômetro pois precisa assoprar e pericia grafotécnica pois precisa escrever enquanto que as passivas você não faz nada como no reconhecimento de coisas e pessoas onde você fica parado. 
2. Sistemas processuais penais 
a. Sistema brasileiro: 
· Acusatório 
· Presença de contraditório e ampla defesa
· Publicidade como regra
· Produção probatória de incumbência das partes 
· Juiz equidistante das partes 
3. Inquérito policial (IP)
a. Características: 
· Inquisitorial
· Dispensável quando outros meios de provas forem suficientes para demandar a ação penal
· Oficioso se a autoridade policial perceber a incidência da pratica de um criem de ação penal pública incondicionada, ele de oficio deve instaurar a investigação
· Oficialidade a autoridade de polícia tem alguém exerce uma função especifica e para ela é determinada a função de realizar o IP
· Flexível nas diligencias 
· Discricionariedade na realização de diligencias: não é absoluta, tem situações em que ele está obrigado a cumprir como por exemplo requisição ministerial 
· Determinar a elaboração de laudo pericial nas infrações que deixam vestígios, quando a diligencia se mostrar imprescindível para o esclarecimento do fato 
b. Arquivamento do IP: somente autoridade judiciaria tem competência para arquivar 
OBS.: 
· Arquivamento direto: arquivamento devidamente fundamentado, com as razões pelas quais o juiz determina o arquivamento do IP. 
· Arquivamento indireto: aquele no qual a autoridade judiciaria entende ser incompetente para apreciar o feito, remetendo os autos ao juízo que entende ser competente. 
· Arquivamento implícito: quando se entende que, diante do silencio do juízo em relação à determinado investigado, ele estaria decidindo pelo arquivamento em beneficio deste. Não é aceito pela jurisprudência. 
OBS. 2: 
· Divergência entre MP e juiz = PGJ 
Art. 28. Ordenado o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer elementos informativos da mesma natureza, o órgão do Ministério Público comunicará à vítima, ao investigado e à autoridade policial e encaminhará os autos para a instância de revisão ministerial para fins de homologação, na forma da lei.       
§ 1º Se a vítima, ou seu representante legal, não concordar com o arquivamento do inquérito policial, poderá, no prazo de 30 (trinta) dias do recebimento da comunicação, submeter a matéria à revisão da instância competente do órgão ministerial, conforme dispuser a respectiva lei orgânica.       
§ 2º Nas ações penais relativas a crimes praticados em detrimento da União, Estados e Municípios, a revisão do arquivamento do inquérito policial poderá ser provocada 
OBS. 3: 
· Coisa julgada no arquivamento do IP:
· Regra: não faz coisa julgada material (se houver arquivamento, aqueles fatos investigados podem ser revolvidos até dar origem a um processo)
· Exceção: 
1. Arquivamento se fundar na total inexistência do fato
2. Arquivamento fundado em reconhecimento de causa e extinção da punibilidade, salvo se a prova que a fundamentou for falsa. 
3. Quando o juiz determinar o arquivamento em razão de reconhecimento de ilicitude ou culpabilidade ( divergência entre STJ que diz fazer coisa julgada e o STF que não faz coisa julgada, se surgirem novas provas, é possível que aquele fato seja revolvido) 
c. ANPP: acordo de não persecução penal
Art. 28-A. Não sendo caso de arquivamento e tendo o investigado confessado formal e circunstancialmente a prática de infração penal sem violência ou grave ameaça e com pena mínima inferior a 4 (quatro) anos, o Ministério Público poderá propor acordo de não persecução penal, desde que necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime, mediante as seguintes condições ajustadas cumulativa e alternativamente
I - reparar o dano ou restituir a coisa à vítima, exceto na impossibilidade de fazê-lo
II - renunciar voluntariamente a bens e direitos indicados pelo Ministério Público como instrumentos, produto ou proveito do crime
III - prestar serviço à comunidade ou a entidades públicas por período correspondente à pena mínima cominada ao delito diminuída de um a dois terços, em local a ser indicado pelo juízo da execução, na forma do art. 46 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal);           
IV - pagar prestação pecuniária, a ser estipulada nos termos do art. 45 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), a entidade pública ou de interesse social, a ser indicada pelo juízo da execução, que tenha, preferencialmente, como função proteger bens jurídicos iguais ou semelhantes aos aparentemente lesados pelo delito; ou       
V - cumprir, por prazo determinado, outra condição indicada pelo Ministério Público, desde que proporcional e compatível coma infração penal imputada
§ 1º Para aferição da pena mínima cominada ao delito a que se refere o caput deste artigo, serão consideradas as causas de aumento e diminuição aplicáveis ao caso concreto.      
§ 2º O disposto no caput deste artigo não se aplica nas seguintes hipóteses:      
I - se for cabível transação penal de competência dos Juizados Especiais Criminais, nos termos da lei;       
II - se o investigado for reincidente ou se houver elementos probatórios que indiquem conduta criminal habitual, reiterada ou profissional, exceto se insignificantes as infrações penais pretéritas;     
III - ter sido o agente beneficiado nos 5 (cinco) anos anteriores ao cometimento da infração, em acordo de não persecução penal, transação penal ou suspensão condicional do processo; e    
IV - nos crimes praticados no âmbito de violência doméstica ou familiar, ou praticados contra a mulher por razões da condição de sexo feminino, em favor do agressor.     
§ 3º O acordo de não persecução penal será formalizado por escrito e será firmado pelo membro do Ministério Público, pelo investigado e por seu defensor.      
§ 4º Para a homologação do acordo de não persecução penal, será realizada audiência na qual o juiz deverá verificar a sua voluntariedade, por meio da oitiva do investigado na presença do seu defensor, e sua legalidade
§ 5º Se o juiz considerar inadequadas, insuficientes ou abusivas as condições dispostas no acordo de não persecução penal, devolverá os autos ao Ministério Público para que seja reformulada a proposta de acordo, com concordância do investigado e seu defensor
§ 6º Homologado judicialmente o acordo de não persecução penal, o juiz devolverá os autos ao Ministério Público para que inicie sua execução perante o juízo de execução penal
§ 7º O juiz poderá recusar homologação à proposta que não atender aos requisitos legais ou quando não for realizada a adequação a que se refere o § 5º deste artigo
§ 8º Recusada a homologação, o juiz devolverá os autos ao Ministério Público para a análise da necessidade de complementação das investigações ou o oferecimento da denúncia.      
§ 9º A vítima será intimada da homologação do acordo de não persecução penal e de seu descumprimento.      
§ 10. Descumpridas quaisquer das condições estipuladas no acordo de não persecução penal, o Ministério Público deverá comunicar ao juízo, para fins de sua rescisão e posterior oferecimento de denúncia
§ 11. O descumprimento do acordo de não persecução penal pelo investigado também poderá ser utilizado pelo Ministério Público como justificativa para o eventual não oferecimento de suspensão condicional do processo.  
§ 12. A celebração e o cumprimento do acordo de não persecução penal não constarão de certidão de antecedentes criminais, exceto para os fins previstos no inciso III do § 2º deste artigo
§ 13. Cumprido integralmente o acordo de não persecução penal, o juízo competente decretará a extinção de punibilidade
§ 14. No caso de recusa, por parte do Ministério Público, em propor o acordo de não persecução penal, o investigado poderá requerer a remessa dos autos a órgão superior, na forma do art. 28 deste Código.     
4. Ação penal
a. Regra: Ação penal pública incondicionada. Se não tiver referencia de queixa crime, necessidade de representação
b. Espécies de ação penal 
· Ação penal publica incondicionada 
· Ação penal pública condicionada à representação ou requisição do MJ (Ministro de justiça)
· Ação penal privada
c. Ação penal pública condicionada à representação:
· Prazo da representação: 6 meses a contar de quando se sabe quem é o autor do fato, se passar, gera decadência 
· Legitimidade: em regra a vítima, se maior ou caso seja menor ou incapaz, seu representante legal
· Legitimidade é do MP, depois que o legitimado faz a representação, o titular da ação é o MP. Assim, a vítima não pode desistir no meio da ação. 
· Retratação da representação: é possível, desde que não tenha havido a oferta da denuncia 
Art. 25.  A representação será irretratável, depois de oferecida a denúncia.
OBS.: Lei Maria da Penha 
· Quando a infração ocorre no âmbito da Lei Maria da penha, a infração vai permanecer na espécie de infração originária. Se era infração de A. P. Púb. incondicionada, vai continuar, se era privada, vai continuar, se era condicionada a representação, vai continuar. 
· A única exceção é para o crime de lesão corporal leve culposa. A súmula 542 STJ fala que se a lesão corporal for leve ou culposa no âmbito da Maria da Penha, ela não será de A. P. Púb. Condicionada, mas sim de A. P. Púb. Incondicionada. 
· Cabe a retratação da vítima, desde que a denúncia não tenha sido recebida. Em regra, no CPP basta o promotor ofertar a denúncia que eu não posso mais me retratar da representação. A lei maria da penha, é mais flexível, ea deixa a denúncia ser ofertada, o que não pode ter ocorrido, é o juiz ter recebido a denúncia. Somente será válida a retratação da vítima em audiência especifica, com a presença do juiz, do MP e da própria vítima. Não estarão presentes o suposto autor do fato nem seu representante legal. Art. 16 da lei 11.340/2006 (lei Maria da Penha)
· O sujeito ativo pode ser mulher ou homem e o passivo só pode ser mulher
· Retratação da retratação é você representar algum no crime de A. P. Púb. Condicionada a representação, e antes da denuncia ter sido ofertada, eu me retratar e depois eu faço a retratação da minha retratação. É possível por entendimento majoritário da doutrina, desde que se respeite o limite do prazo decadencial de 6 meses a contar de quando a vitima sabe quem é o autor da infração. 
 18/08/2021
Retratação da retratação
representação
retratação
19/08/2020
Ex.: tomei um tapa no dia 19/08/2020 e se eu sei quem me deu o tapa, a contagem começa hoje eu tenho até 18/02/2021, por ser um prazo decadencial, eu incluo o dia do inicio e excluo o dia final
A retratação possui esses limites (3 pontos) da reta. 
d. Ação Penal Privada: 
· Instrumento: queixa crime, proposto por advogado com procuração com poderes especiais/específicos (art. 44, CPP). A queixa crime é como se fosse uma denuncia do MP realizada por particular. 
· Quando é manejado a queixa crime, o advogado que representa o autor da Ação Penal Privada que é chamado de querelante, deve ter a procuração com poderes específicos, especiais, onde a procuração demanda para quais fatos específicos o advogado está com poderes outorgados. A procuração para queixa crime, deve ser especifica. 
· Nomenclatura das partes: 
· AUTOR: querelante
· RÉU	: querelado 
· Prazo de ajuizamento da queixa crime: 6 meses decadenciais a contar da data em que você sabe quem é o autor do fato (art. 38, CPP), se não fizer nesse prazo, ocorre a decadência.
· Princípios:
· P. da oportunidade e conveniência: você não tem obrigação nenhuma de ofertar a queixa crime.
· P. da disponibilidade: se depois você quiser desistir da ação penal privada, você pode.
· P. da indivisibilidade: você não pode selecionar quem você quer propor ação contra ou desistir da ação lá na frente. Ex.: A e B xingam V, na mesma circunstância. V decide só ofertar a queixa crime apenas contra A. isso não pode acontecer pois A. P. privada ou você oferta queixa crime contra todos, ou não oferta contra nenhum. E se você escolhe renunciar uma pessoa, o direito de renuncia se estenderá aos demais.
· P. da pessoalidade ou da intranscendência: as consequências só podem pesar sobre quem praticou a ação penal. 
OBS.: 
Deixei passar os 6 meses do prazo do ajuizamento, após saber o autor da infração ocorre a decadência. 
Se eu manifestar de maneira expressa ou tácita que não tenho interesse de propor a queixa crime ocorre a renúncia. Ocorre quando o agente antes do prazo da queixa crime demonstra não ter interesse em manejar a queixa crime. 
 Se for após o ajuizamento da queixa crime, com a ação penal privada já em curso, temos 2 causas de extinção da punibilidade, que são:
· Perempção: prevista nas hipóteses do art. 60, CPP
· Perdão do ofendido: quando a vitima perdoa o que aconteceu
Diferença entrerenúncia e perdão: a renúncia é antes do ajuizamento da queixa crime, antes do curso da ação penal e a renuncia é ato unilateral, só depende do querelante, enquanto que o perdão é no curso da ação penal privada e é ato bilateral significa dizer que além da vontade de maneira tácita ou expressa do querelante, o aceite por parte do querelado. A renuncia ou perdão conferido a um querelado se estende aos demais. No caso do perdão, o querelado vai dizer se aceita ou não o perdão, quem aceitar, estará extinta a punibilidade, quem não aceitar, seguirá a ação penal privada. Um dos casos em que ele não aceitaria o perdão é o caso de posteriormente ajuizar uma ação de reparação cível depois, para provar que é inocente e pedir reparação material e moral, provar que o querelante praticou crime de denunciação caluniosa...
Não confundir queixa crime com notícias crimines: o fato de ir à delegacia noticiar fato delituoso, consiste em notícias crimines. Queixa crime é a condição de formalizar perante o judiciário a acusação contra alguém por meio de uma ação privada. 
Aula 26/08/2020
· Espécies de ação penal privada
· Ação penal privada exclusiva ou propriamente dita:
· A infração será manejada mediante queixa-crime permitindo a sucessão processual pelo rol do CADI (cônjuge, ascendente, descendente ou irmão)
· Ação penal privada personalíssima 
· A infração também se maneja mediante queixa-crime, mas NÃO permite a sucessão processual. Se o querelante falecer, não pode o CADI assumir 
· Apenas o crime do 236 do CP (pessoa que induz outra em erro para contrair matrimonio, sabendo que ali existe uma causa de impedimento) é por meio de ação peal privada personalíssima 
· Ação penal privada subsidiaria da pública 
· Ocorre após verificada a inércia do MP 
· A infração era de ação penal publica e o MP ficou inerte 
· Só caracteriza a inercia do MP quando:
· Se depois que os autos do procedimento investigatório chegar as mãos do MP, ele era um prazo exclusivo de 5 dias se o investigado estiver preso ou 15 dias se ele estiver solto para ofertar a denúncia. Se nesse prazo o MP ficar inerte, surge após esse prazo a possibilidade do particular manejar a ação penal privada subsidiária da pública 
· A inercia se caracteriza quando o MP recebe os autos e ele não pede arquivamento, não oferta a denúncia, não solicita diligencias a autoridade policial nem se manifesta sobre a incompetência daquele juízo 
· Após a inercia do MP, o querelante terá o intervalo de 6 meses para propor a queixa-crime. Mas o MP ainda pode ofertar a denuncia nesse mesmo prazo pois a legitimidade é concorrente. A que primeiro o juiz receber, será a que vale 
· Depois dos 6 meses, o particular não ofertar a queixa crime, ocorre a decadência e a legitimidade passa a ser exclusiva do MP. 
· Ação de natureza pública, todos os princípios da ação penal pública, se aplicam aqui. Por exemplo, não cabe perdão do ofendido. 
· MP atua como litisconsorte ativo
5. Competência criminal 
a) Uma nulidade processual pode ser argumentada em questão de ordem preliminar. A demanda deve tramitar diante de uma comarca competente. A competência criminal e sua violação atua como motivo de nulidade processual. OBS.: numa resposta à acusação, uma competência criminal errada, fere um pressuposto processual que é o da competência. Para que o processo caminhe corretamente, tem que ter o juízo competente. A incompetência do juízo gera a nulidade processual como a autoridade judiciaria rejeitar a denúncia, onde os autos devem ser remetidos para o órgão competente. 
b) Respeito ao princípio do juiz natural 
c) Etapas de fixação da competência criminal 
a. O agente possui foro por prerrogativa de função?
i. Cargos políticos: estar na função quando da pratica imputada e a infração guardar relação com o desempenho da função. Caso contrario não tem foro por prerrogativa de função. 
ii. Cargos jurídicos: juiz, desembargador, promotor, ministro do STJ, procurador... fará jus quando praticar a infração estando no cargo, independentemente da infração guardar relação com o desempenho da função. 
OBS.: Súmula vinculante nº 45 e súmula 721 STF (se você perde a função, automaticamente você perde o foro, se alguém praticar crime doloso contra a vida a regra e júri, salvo se o foro por prerrogativa esteja disposto na CF ex.: governador) 
OBS.: Critério absoluto de competência, se de respeitável gera a nulidade de todo o processo
b. Competência em razão da matéria: qual a justiça competente?
i. Justiça especial
1. Militar: art. 4º COM. Militar comete homicídio contra civil é juri
2. Eleitoral
ii. Justiça comum
1. Federal: art. 109, CF. não julga contravenção 
2. Estadual
OBS.: Critério absoluto 
c. Competência em razão do local 
OBS.: Critério relativo 
a. Teoria adotada: teoria do resultado: local da consumação do crime, será em regra o local competente art. 70, CPP
b. Crime tentado: será no local do ultimo ato de execução art. 70, CPP
c. Prevenção (art. 83, CPP): ocorre quando dois ou mais juízes são igualmente competentes para julgar o fato. Será competente (prevento) o juiz do local em que primeiro realizar qualquer ato processual pertinente. 
a. Hipóteses: 
i. Crimes permanentes art.71, CPP
ii. Crimes continuados art. 71, CPP
iii. Quando não se sabe o local exato da consumação da infração
iv. Infrações ocorridas na divisa entre territórios 
d. Domicilio do réu: quando não sabe o local da consumação art.72, CPP. Se o réu tiver mais de um domicilio ou não tiver nenhum domicilio, é por prevenção. Ações penais privadas art.79,CPP.
6. Conexão e continência (art. 76 e 77, CPP)
· Vai gerar unidade de processo e julgamento
6.1. Conexão 
OBS.: intersubjetiva: varias pessoas e várias infrações
6.1.1. Conexão intersubjetiva por simultaneidade: crimes ao mesmo tempo 
6.1.2. Conexão intersubjetiva por concurso: crimes no mesmo tempo, tem lhiame, várias infrações
6.1.3. Conexão intersubjetiva por reciprocidade: uns contra os outros
6.1.4. Conexão instrumento ou probatória: a pratica de uma infração depende da explicação de outra infração (furto e receptação)
6.1.5. Conexão objetiva, teleológica ou finalista: 
6.1.5.1. Objetiva: pratica um crime para facilitar outra. Ex.: furto uma arma para roubar futuramente 
6.1.5.2. Teleológica: para encobrir um crime já cometido 
6.1.5.3. Finalista: pratica uma infração para assegurar a vantagem de crime anterior 
6.2. Continência 
6.2.1. Por cumulação subjetiva: duas ou mais pessoas se juntam para praticar em concurso (única infração)
6.2.2. Por cumulação objetiva: quando incidir a pratica de infrações onde o agente os realize sob forma de concurso formal (quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes idênticos ou não) 
Aula 02/09/2020
7. Conflitos de conexão e continência (art. 78, CPP)
7.1. Júri X justiça comum (federal ou estadual): tribunal do júri atrai a competência (vis atrativa) artigo 78, I do CPP
OBS.: Júri X justiça militar ou eleitoral: haverá separação dos processos 
7.2. Crimes de mesma categoria (infrações julgadas pela mesma instancia) art. 78, II do CPP: são crimes comuns ou continentes que são julgados em idêntica instancia 
7.2.1. O local competente será o local de onde ocorreu a infração mais grave 
7.2.2. Se persistir o empate, a competência será onde ocorreu o maior numero de infrações 
7.2.3. Se persistir o empate a competência será definida por prevenção 
OBS.: são subsidiárias, se não tiver 1, pulo pra 2 e se não tiver 2 pula para o 3 
OBS.: súmula 122, STJ: conexão e continência entre crimes (não é contravenção) de competência da justiça federal e estadual, prevalecerá a justiça federal, independentemente da pena de cada crime. 
7.3. Crime de categorias de coisas : artigo 78, III, CPP ocorrerá quando houver competência pra julgamento de instancias diferentes: a competência será do juízo de maior instância 
7.4. Justiça especial (militar ou eleitoral) X justiça comum (federal ou estadual): artigo 78, IV, CPP: será competente a justiça especial
OBS.: justiça militar não se mistura com ninguém, vai havera separação dos processos 
8. Separação dos processos
8.1. Justiça militar: art. 79, I, CPP
8.2. Juízo de menores: art. 79, III,CPP : menor sempre pelo juízo de menores, se houver maior vai haver separação dos processos. Menor sempre julgado pelo ECA
8.3. Doença superveniente: art. 79, §1º, CPP: durante o processo, a pessoa fica doente e a outra pessoa saudável quer a continuação, vai haver a separação dos processos 
9. Crimes ocorridos no estrangeiro
9.1. Extraterritorialidade art. 7º, CPP: o agente será julgado na capital do estado que por último tiver residido no Brasil. Caso nunca tenha residido no país será julgado na capital da republica brasileira (art. 88, CPP)
 Revisão de processo penal II
1. Procedimento ordinário: crimes cuja pena privativa de liberdade seja maior ou igual a 4 anos (art. 394,§1º, CPP) 
· 8 testemunhas 
· Autoridade policial: IP
· MP: oferta da denúncia 
· 8 testemunhas 
· Juiz: recebimento da denúncia. Citação art. 396
· Cabe HC – contra a decisão que recebe a denúncia 
· Rejeição da denúncia – recurso em sentido estrito 
· Resposta à acusação 
· Juiz: absolvição sumaria – cabe apelação criminal 
· AIJ art. 400- 405, CPP- prazo 60 dias, perguntas diretas
· Sentença – na audiência ou 10 dias art. 386, 387, CPP
· Recurso – 5 dias 
· Apelação art. 593, I, CPP
· Mutati libelli (art, 384, CPP): nova circunstância fática, aditamento da denuncia do MP. (MP modifica a acusação se surgir nova circunstância fática)
MACETE: M de mutati e M de MP
· Emendatio libelli (art. 383, CPP): nova interpretação por parte do juiz ( alteração do tipo penal, respeitando o mesmo fato)
MACETE: Emendatio tem E de excelência = juiz 
2. Procedimento sumário: crimes cuja pena privativa de liberdade seja entre 2 e 4 anos (art. 394, §1º, CPP) 
· Diferenças do ordinário 
· 5 testemunhas 
· Prazo da audiência de instrução e julgamento: 30 dias 
3. Tribunal do júri 
3.1. 1ª fase- sumario de culpa
· Crimes dolosos contra a vida e seus anexos os continentes (art. 78, I, CP)- judiaem acusatoris 
· 8 testemunhas
· Autoridade policial: faz o IP
· MP: oferta a denúncia art. 41, CPP
· Recebimento da denúncia: citação art. 406 
· Cabe HC
· Resposta a acusação – 10 dias 
· Cabe rejeição: RESE
· Audiência de instrução e julgamento – 60 dias 
· Sentença 
· Pronuncia (art. 413, CPP)
· Impronuncia (art. 414, CPP)
· Absolvição sumaria (art. 415, CPP)
· Desclassificação (art. 419, CPP)
OBS.: aplicação subsidiaria do procedimento ordinário 
OBS.: Cabe emendatio libelli
3.2. 2ª fase – julgamento em plenário- judicium causas 
· Juiz: intima as partes (art. 422, CPP)
· 5 testemunhas 
· Relatório (art. 423, CPP)
· Sorteio dos jurados (art.433, §1º, CPP)
· Julgamento em plenário 
· AIJ (art. 472 e 473, CPP)
· Presença de no mínimo 16 jurados (art. 463, CPP) nulidade art. 64, III
· Debates: vedação art. 479
· Julgamento
· Votação (art. 482 e 483)
· Nos termos da pronuncia 
· Por maioria 
· Sentença
· Apelação: art. 583, III, “a” a “d” – 5 dias 
· Desclassificação art. 482, §§1º e 2º do CPP
· Jurados: perguntas indiretas. Exceção art. 473, §2º, CPP
· Impedimento dos jurados: art. 448 e 449, CPP
Aula 09/09/2020

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