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Paralisia cerebral - Aula 14 e 15

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Definição 
1. É um conjunto de sinais e sintomas (vários 
indícios) decorrentes de uma lesão do 
encéfalo imaturo (etiologia que leva a 
distúrbios dos movimentos e da postura, 
podendo ou não estar associado a 
problemas mentais e/ou sensoriais e de 
comunicação. 
2. “Termo diagnóstico usado para descrever 
um grupo de distúrbios permanentes de 
movimento e postura causando limitação 
das atividades, que é atribuída a distúrbios 
não progressivos no desenvolvimento do 
cérebro fetal ou infantil. 
Dessas definições tiramos características 
importantes para fechar o diagnóstico de paralisia 
cerebral 
 Encefalopatia (lesão no encéfalo) crônica 
(aconteceu no cérebro imaturo, permanece 
por toda a vida) não progressiva (não 
aumenta a lesão. O que muda são as 
características da criança na medida que ela 
cresce. 
 Distúrbio cerebral estacionário (mesmo 
que as manifestações clínicas pareçam 
mudar durante o tempo, essas acontecem 
por um processo de maturação e adaptação 
da criança e não porque ela aumentou. 
São influenciadas pela vivência do lactente, 
depende de sistemas dinâmicos, dependendo da 
situação do acesso, a doença pode afetar de forma 
diferente 
 Lesão ocorrida na vida fetal, durante o 
parto ou nos primeiros meses de vida até 2 
anos de vida. 
 Heterogênea – etiologia e quadro clínico 
 Predominância da sintomatologia motora 
(para se fechar o diagnóstico de 
encefalopatia não progressiva da infância 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
precisa necessariamente haver um desvio do 
desenvolvimento motor, pode estar associado a 
outras condições como atraso mental, alteração nos 
processos de função executiva. 
Epidemiologia 
 Países desenvolvidos: 1,2 a 2,3 por 1.000 
crianças 
 EUA: 1,5 a 5,9/1.000 nascidos vivos e 20 
mil novos casos por ano (MANCINI et al, 
2004) 
 Brasil: 7/1.000 nascidos vivos e 30 a 40 mil 
novos casos por ano 
Expectativa de vida: comprometimento leve 
ou moderado = saudáveis; formas graves até 
50%dos indivíduos morrem até 20 anos. 
A mortalidade de pessoas com PC é maior que a 
população em geral. Maior causa: doenças 
respiratórias principalmente pneumonia. 
Deve-se orientar e prevenir acidentes como o 
afogamento e atropelamentos que podem ser 
causas importantes e a agravamento da PC, caso 
ocorra antes dos 2 anos de idade. 
 
Etiologia 
Divididos em dois grandes grupos 
 
Exógenos: caracterizados por condições externas 
ao indivíduo (pré, peri, pós-natal). O nível de 
comprometimento depende do momento (quanto 
mais precoce) da duração (quanto tempo ficou 
sujeita a lesão) e intensidade (quão forte foi) 
Fatores exógenos 
Pré-natal: associados a PC 
 Gemelaridade: aumenta a chance de um 
parto prematuro e a prematuridade é um dos 
principais fatores etiológicos da PC (quanto 
mais prematura maior chance de lesão 
cerebral, leucomalácia). 
 Infecções 
 Intoxicações 
 Desnutrição intrauterina 
 Anóxia: decorrente de uma asfixia crônica 
que se deve a uma insuficiência placentária 
(é perigosa pois o bebê nasce com boa 
condição vital, porém com lesão cerebral) 
 Traumatismos (durante o parto 
Perinatal: no momento do parto 
 Envolve situações que podem levar a 
anóxia cerebral 
 Partos prolongados 
 Anóxia perinatal: o bebê fica muito tempo 
no canal de parto, gerando um APGAR 
baixo e é um sinal asfixia aguda, podendo 
lesionar o cérebro 
 Prematuridade: ao nascer 
Pós-natal: até os 2 anos 
 Distúrbios metabólicos 
 Parada cardiorrespiratória 
 Infecções (Meningite) 
 Afogamento 
 Violência 
 Icterícia neonatal: caracterizada por uma 
hiperbilirrubinemia podendo gerar 
neurotoxidade e encefalopatia aguda com 
deficiências neurológicas incluindo PC 
(kernicterus – forma mais grave de 
neurotoxidade) 
 Intoxicações 
 Desnutrição grave 
 
 
Fisiopatologia 
 
Depende do fator etiológico, mas geralmente 
acontece. 
 
Acontece uma anóxia (diminuição de 02 no 
cérebro), que gera uma isquemia e morte dos 
neurônios. 
Anóxia: pode advir da hipoxemia (diminuição do 
o2 no sangue de forma geral no organismo e 
isquemia (diminuição da perfusão de sangue em 
um local específico do cérebro) de qualquer forma 
falta oxigênio para o tecido cerebral. 
Anatomia patológica: serão lesões cerebrais 
hipóxico-isquêmicas do tipo: 
 HIPV (hemorragia intra ou peri-
ventricular) 
 LPV (leucomalácia peri-ventricular 
 Necrose seletiva de neurônios (incluído 
córtex, tálamo, tronco cerebral e formação 
reticular) 
 Estado marmóreo (lesão comum em córtex 
cerebral e núcleos da base) 
 Lesão cerebral parassagital (atinge córtex e 
substância branca sub-cortical 
 
Quadro Clínico Geral 
 Perda do movimento voluntário 
 Alteração do tônus muscular 
 Distúrbios do equilíbrio 
 Distúrbios táteis e proprioceptivos 
 Desequilíbrios musculares (encurtamentos- 
podem evoluir até deformidades se não 
prevenido com mobilizados e uso de 
órteses) 
 
Classificação da PC 
Primeiro ponto: pode ser classificada segundo ao 
tipo de quadro clínico predominante: 
 ESPÁSTICA 
 DISCINÉTICA 
 ATÁXICA 
 HIPOTÔNICA 
 MISTA (mais de um dos quadros, não se 
consegue elaborar um quadro 
predominante) 
Estão associadas com o local do cérebro lesionado: 
 
Misto: pode ter lesão de mais de um desses locais. 
Algumas literaturas afirmam que existe ainda o tipo 
HIPOTÔNICO, porém são casos que são 
reclassificados como espástico ou discinético. 
Ainda existem alguns que predominam a hipotonia 
depois de um tempo. 
Segundo ponto: A PC também pode ser 
classificada segundo a parte do corpo 
acometida. Funciona bem para os espásticos. 
 Quadriplegia 
 Diplegia 
 Hemiplegia 
 
Quadriplegia: afeta MMSS e MMII de forma 
semelhante na mesma intensidade. 
Diplegia: há predomínio de acometimento em 
MMII, pode afetar MMSS. 
Hemiplegia: afeta apenas um hemicorpo. 
Existem situações em que são assimétricas, mas no 
geral são classificadas dessa forma. 
PC Espástica 
Tem característica de: 
 Lesão piramidal (1ª neurônio motor) 
presença de sinal do canivete principal 
indicativo de espasticidade ao avaliar o 
tônus. 
Sinal do canivete- caracteriza-se por grande 
resistência muscular inicial ao estiramento que 
sessa bruscamente, semelhante ao abrir um 
canivete. 
 Hiperreflexia (S. Babinski + clônus de 
tornozelo) 
 Fraqueza muscular 
 Padrões motores anormais (Flexão de 
MMSS e extensão de MMII) 
 Diminuição da destreza 
 Contraturas e deformidades 
Mais comuns: 
1. Diplegia espástica (35%) 
2. Quadriplegia espástica (20%) 
3. Hemiplegia espástica (25%) 
 
PC Discinética 
Pode ter alguns sinônimos: PC coreoatetoide ou 
atetoide. 
Característica de lesão Extrapiramidal. 
Geralmente os lactentes nascem hipotônicos – 
desenvolvem alterações do tônus, então não se 
fecha diagnóstico inicial, observa-se se o tônus 
evolui 
Com o passar do tempo pode-se perceber alterações 
do tônus e a principal característica são: 
 Movimentos involuntários: 
- Distonia (rigidez, contração muscular 
sustentada frequentemente causam 
movimentos em torção ou repetidos com 
posturas anormais, causado pela 
variabilidade do tônus, músculos rígidos 
em toda a variação de movimento e 
contração involuntárias, podendo acontecer 
em flexores e extensores e em todas as 
direções os movimentos são rígidos, aí 
percebe-se a diferença da espasticidade). 
- Coreia: característica de dança, 
movimentos rápidos e irregulares que 
parecem fluir de uma parte do corpo para 
outro, tende ocorrer tanto em repouso 
quanto em movimento, faz parecer 
movimentos de inquietação, aumenta com o 
estresse e desaparece no sono. 
- Astetose: movimentos lentos, contínuos, e 
contorcidos que envolve repetidamente as 
mesmas partes do corpo. Normalmente 
acomete estruturas distais, face, rosto e 
tronco. Pode ocorrer no repouso e se agrava 
no movimento. Geralmente combinada a 
coreia.Difícil distinguir separadamente 
Associada a coreia chama-se Coreoatetose. 
 
 MMSS mais afetados 
 Protrusão da língua e sialorreia 
 Atinge de 15 a 20% de pacientes com PC 
 
PC Atáxica 
Se deve a lesões no cerebelo, podem advir: 
 Hidrocefalia, TCE e tumores de 
cerebelo 
Gera incapacidade de realizar movimentos 
homogêneos, precisos e coordenados: 
 A criança terá incordenação na: 
 Velocidade 
 Amplitude 
 Direção 
 Força 
Apresenta dimestria: capacidade de saber 
exatamente a distância que está o objeto ou 
o quanto deve levantar o pé para subir um 
degrau. 
 Déficits de equilíbrio e marcha 
(base larga), andar descoordenado. 
São casos raros/expecionais na PC 
considerando como lesão única, porque 
pode ser mista. 
PC hipotônica 
Isolada é mais rara ainda, normalmente com a 
evolução acaba se caracterizando como espástica 
ou distônica/ discinética. 
A criança pode apresentar: 
 Fraqueza muscular generalizada 
 Hipotonia generalizada 
 Movimentos espontâneos escassos 
(os voluntários acontecem somente 
través de estímulo muito forte). 
 Respiração superficial e tosse 
ineficaz 
Posição típica: 
 
DD: os membros ficam em abdução, flexão e RE. 
DV: não possuem resposta de fuga, asfixia. 
 
 
 
 
 
Em resumo: 
 
Segundo o local da lesão, se atinge córtex (se um 
lado ou dois), o quanto atinge é caracterizada como 
espástica, apresentando características de lesão 
piramidal (1º neurônio motor), apresentando como 
hemiplegia, diplegia e quadriplegia. 
Acometendo núcleos da base é caracterizada como 
PC discinética apresentando posturas como a 
atetóide ou distônica com maior padrão distônico. 
Lesão extrapidamidal 
Lesão no cerebelo caracterizada como PC atáxica 
caracterizada por marcha atáxica. Lesão 
extrapidamidal 
 
Na PC caracteriza-se o quadro clínico (espástico, 
atáxico, hipotônico, discinético), caracteriza 
quando aos membros afetados ( Hemi, di, quadri) e 
quanto ao grau de comprometimento funcional 
 
Grau de limitação funcional 
Para avaliar o grau de limitação funcional 
aplicamos a GMFCS (Sistema de classificação da 
função motora grossa). Cujo os pacientes podem 
ser agrupados em 3 níveis de acordo com a GMFCS 
1e 2: Leve 
3: Moderado 
4 e 5: PC grave (limitação funcional grave) 
Nível 1: criança anda sem limitados 
Nível 2: Anda com limitações 
Nível 3: anda utilizando um dispositivo manual de 
mobilidade (bengala, muleta, andadores) mas são 
aqueles que não apoiam todo o tronco. 
Nível 4: Alta mobilidade, criança consegue levar a 
cadeira sozinha mas pode ter limitações e pode 
utilizar uma mobilidade motorizada. 
Nível 5: Transportado em uma cadeira de rodas 
manual com apoio total do tronco. 
É aplicado largamente em centros de tratamento de 
PC e em pesquisas. 
Complicações associadas 
A criança com PC possui clássico 
comprometimento motor, mas pode ter 
complicações associadas como: 
 Respiratórias 
 Ortopédicas 
 Mentais 
 Digestivas 
 Neurológicas

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