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CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DO RECIFE UNIDADE SAN MARTIN ENGENHARIA CIVIL TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO UTILIZAÇÃO DE AGREGADOS MIÚDOS ORIUNDOS DE RCD PARA FABRICAÇÃO DE ARGAMASSA DE REVESTIMENTO Aluno: Helly César Lopes Da Nobrega Recife – PE 2017 HELLY CÉSAR LOPES DA NOBREGA UTILIZAÇÃO DE AGREGADOS MIÚDOS ORIUNDOS DE RCD PARA FABRICAÇÃO DE ARGAMASSA DE REVESTIMENTO Trabalho de Conclusão de Curso apresentado a Coordenação do Curso de Graduação em Engenharia Civil da Centro Universitário Estácio do Recife, como requisito parcial à obtenção do grau de Bacharel em Engenharia Civil. Orientador: Glauber Beirão De Souza. Recife – PE 2017 HELLY CÉSAR LOPES DA NOBREGA UTILIZAÇÃO DE AGREGADOS MIÚDOS ORIUNDOS DE RCD PARA FABRICAÇÃO DE ARGAMASSA DE REVESTIMENTO Esta monografia foi julgada adequada como parte dos requisitos para a obtenção do título de Engenheiro Civil, aprovada em sua forma final pela banca examinadora da Centro Universitário Estácio do Recife. Aprovado em ____ de _______ de 2017 BANCA EXAMINADORA __________________________________________ Nome do professor Orientador __________________________________________ Nome do professor Examinador __________________________________________ Nome do professor Examinador Dedico esse trabalho ao Deus unigênito, cuja misericórdia se estende sobre toda a terra e permite a continuidade da vida. A sua bondade é maior do que podemos mensurar, esses atributos divinos que me permitiram conseguir lograr êxito na conclusão desse trabalho e do curso de Engenharia Civil. AGRADECIMENTOS Ao Deus unigênito que me permitiu galgar até esse momento, sem Ele eu jamais teria abandonado as fronteiras de minha própria casa, proveu tudo que era necessário para que o curso se tornasse possível, e quando minhas condições financeiras já não permitiam continuar o curso, me abençoou com uma bolsa integral. A minha mãe Sônia Nobrega, cuja essência é a força, honestidade, franqueza, fidelidade a Deus e determinação, características essas que eu pretendo sempre buscar. Ao meu irmão Bruno Nobrega que juntos aprendemos a ser fortes e determinados. A meus padrinhos Glória Maria e Paulo Travassos que não mediram esforços para me ajudar, a minha noiva Vanessa Couto cujo constante carinho e companheirismo sempre me serviram de alicerce, sempre me apoiando nessa jornada, valorizando minhas qualidades e suportando meus defeitos, além de estar lado a lado comigo nos estudos de muitas disciplinas. Aos meus companheiros de farda 1° Sgt Edmilson Pessoa Trajano, que tem um coração auxiliador e um grande senso de justiça, 3° Sgt Pedro Jair Peixoto, a quem tenho com grande carinho e amizade, que inúmeras vezes se comporta para comigo como uma figura paterna, e ao 3° Sgt Marivalter Marques Góis que tem um grande sentimento cristão e é excepcional em fazer amizade e reunir as pessoas ao seu redor com muita alegria, estes muito contribuíram me priorizando em jornadas de serviço que não comprometiam meus horários de aula, e inúmeras vezes me possibilitavam largar mais cedo para poder desenvolver diversas atividades acadêmicas. E aos meus amigos Jorge Balbino, que juntos desenvolvemos essa pesquisa e fundamentamos todo esse conhecimento e criamos um grande laço de amizade; ao Coronel Ricardo Lima, que nos ajudou com sua experiência, sabedoria, conhecimento e amizade, ele também nos deu uma lição de humildade, a minha amiga Ana Caroline, que compartilhamos muitos conhecimentos e vislumbramos moderadamente sobre a grandeza das disciplinas de estruturas, tudo isso em meio a muitas dificuldades que vida sempre vem nos propondo. A esses declaro minha sincera gratidão. RESUMO A essência da engenharia é a criatividade humana, o que permite ao homem transformar o meio onde vive de modo a possibilitar sua existência nos mais variados ambientes. Isso é algo necessário e positivo. A revolução industrial é um grande marco nos processos produtivos que passaram a ser maquinofaturados e, consequentemente, mais rápidos. Na construção civil ela fez com que o processo de urbanização da sociedade se intensificasse. Em pleno século XXI, tendo em vista que a tecnologia avançou demasiadamente, a urbanização vem logrando êxito como uma alternativa para o processo de urbanização. Sabe-se, porém, que a aceleração dos processos construtivos acarreta o crescimento da geração de entulhos, os assim ditos restos de construção e demolição (RCD). Setores importantes como Indústria, comércio e serviços são ligados a construção civil, assim que sua forte requisição acarreta uma elevada geração de entulhos, que na ausência de um destino ecologicamente planejado, que priorize as políticas de sustentabilidade do meio ambiente, acaba fazendo parte dos poluentes e provocando impactos ambientais. A política nacional de resíduos sólidos prevê que resíduos passíveis de reciclagem retornem a cadeia produtiva do mercado, reduzindo os danos ao meio ambiente. O Brasil apresenta um grande índice de geração de resíduos e percentuais muito pequenos de reaproveitamento ou reciclagem. Sabe-se, porém, que o RCD é uma fonte eficaz para produção de agregado que é um material muito requisitado na construção civil. O processo de reaproveitamento dele visa liberar o espaço que ocuparia em aterros sanitários, ou sua deposição em locais irregulares, além de diminuir a extração de agregado natural das jazidas. O estudo em questão constata que o desempenho da argamassa de revestimento feita com utilização de agregado miúdo reciclado é plenamente viável, e beneficente para o meio ambiente, e é capaz de imprimir uma nova cultura à indústria da construção. Palavras-chave: RCD. Reciclagem. Sustentabilidade. ABSTRACT The essence of engineering is human creativity, which allows man to transform the environment where he lives in order to enable his existence in the most varied environments. This is necessary and positive. The industrial revolution is a great milestone in the productive processes that have become machine-manufactured and, consequently, faster. In civil construction it has made the process of urbanization of society intensify. In the 21st century, given that technology has advanced too much, urbanization has been successful as an alternative to the urbanization process. It is known, however, that the acceleration of the constructive processes entails the growth of the generation of debris, the so-called building and demolition remains (RCD). Important sectors such as industry, commerce and services are linked to civil construction, as their strong demand entails a high generation of wastes, which in the absence of an ecologically planned destination, which prioritize environmental sustainability policies, becomes part of the pollutants and causing environmental impacts. The national solid waste policy foresees that recyclable waste will return the production chain of the market, reducing the damage to the environment. Brazil has a high rate of waste generation and very small percentages of reuse or recycling. It is known, however, that the RCD is an effective source for aggregate production which is a very requested material in construction. The reclamation process aims to free up the space that would occupy in landfills, or its deposition in irregular places, in addition to reducing the extraction of natural aggregate from the deposits. The study inquestion finds that the performance of coating mortar made using recycled kid's aggregate is fully feasible, and beneficial to the environment, and is able to print a new crop to the construction industry. Keywords: RCD. Recycling. Sustainability. LISTA DE FIGURAS Figura 2.1 – Resumo das responsabilidades dos geradores de RCD..........................................18 Figura 2.2 – Classificação dos resíduos de construção civil......................................................19 Figura 3.1 – Camadas de revestimento de argamassa................................................................24 Figura 3.2 – Areia média natural obtida pela passagem na peneira n° 20 da série de Tyler.............................................................................................................................26 Figura 3.3 – Areia média reciclada obtida pela passagem na peneira n° 20 da série de Tyler.........................................................................................................................27 Figura 3.4 – Classificação das misturas executadas...................................................................28 Figura 3.5 – Corpos moldados e prontos para cura inicial de 24h...............................................28 Figura 3.6 – Masseira coberta com toalha úmida simulando câmara úmida.............................29 Figura 3.7 – Masseira coberta com toalha úmida simulando câmara úmida..............................29 Figura 3.8 – Corpos de prova aos 28 dias de cura......................................................................30 Figura 3.9 – Configuração para o ensaio de absorção de água por capilaridade........................31 Figura 3.10 – Dados coletados a partir da pesagem....................................................................31 Figura 3.11 – Fórmula para calcular absorção capilar...............................................................32 Figura 3.12 – Corpo de prova na prensa hidráulica...................................................................33 Figura 3.13 – Resultados individuais ........................................................................................33 Figura 3.14 – Fórmula do desvio relativo máximo.....................................................................33 Figura 4.1 – Resumo de resultados do ensaio de absorção de água por capilaridade................35 Figura 4.2 – Gráfico de linha demonstrando absorção geral de cada mistura............................36 Figura 4.3 – Tabela representando as cargas de ruptura em tonelada-força..............................36 Figura 4.4 – Tabela representando as resistências individuais e médias e os desvios relativos máximos.....................................................................................................................36 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente NBR Norma Brasileira Regulamentadora RCD Resíduo de Construção e Demolição http://www.abnt.org.br/ LISTA DE SÍMBOLOS Ac Absorção de água por capilaridade em g/cm² cm Centímetro cm² Centímetro quadrado D Desvio relativo máximo m Metro m² Metro quadrado mm Milímetro Mc Massa do corpo de prova que permanece com uma das faces em contato com a água durante um período de tempo especificado MPa Mega Pascal Ms Massa do corpo de prova seco em estufa Ra Resistência individual que mais se afasta da média, para mais ou para menos Rm Resistência média S Área da seção transversal do corpo de prova Tf Tonelada força SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 12 1.1 Objetivos ................................................................................................................. 13 1.1.1 Objetivos Gerais ................................................................................................... 13 1.1.2 Objetivos Específicos ........................................................................................... 13 1.2 Estrutura .................................................................................................................. 13 2 PESQUISA BIBLIOGRÁFICA ...................................................................................... 15 2.1 A necessidade de sustentabilidade na indústria construtiva ...................................... 15 2.2 A geração de RCD................................................................................................... 16 2.3 Aspectos legislativos a cerca do gerenciamento RCD .............................................. 17 2.4. Impactos ambientais da extração de matéria prima e geração de RCD .................... 19 2.5 Avanços no mercado de reciclagem de RCD ........................................................... 20 3 ANÁLISE LABORATORIAL DA UTILIZAÇÃO DE AGREGADO MIÚDO RECICLADO PARA PRODUÇÃO DE ARGAMASSA DE EMBOÇO ......................... 22 3.1 Introdução ............................................................................................................... 22 3.2 Generalidades sobre argamassa de revestimento ...................................................... 22 3.2.1 Conceito ............................................................................................................... 22 3.2.2 Camadas do revestimento de argamassa................................................................ 22 3.2.2.1 Chapisco ............................................................................................................ 22 3.2.2.2 Emboço ............................................................................................................. 23 3.2.2.3 Reboco .............................................................................................................. 23 3.2.3 Pertinência dos ensaios de resistência à compressão e absorção de água por capilaridade realizados em argamassas .......................................................................... 23 3.3 Materiais utilizados e metodologias aplicadas .......................................................... 24 3.3.1 Água .................................................................................................................... 24 3.3.2 Agregado natural .................................................................................................. 24 3.3.3 Agregado reciclado ............................................................................................... 25 3.3.4 Aglomerante hidráulico: Cimento Portland ........................................................... 26 3.4 Preparação das misturas: Dosagem e moldagem dos corpos-de-prova.......................26 3.5 Ensaio de absorção de água por capilaridade ........................................................... 29 3.6 Ensaio de resistência a compressão .......................................................................... 31 4 APRESENTAÇÃO DE RESULTADOS, CONCLUSÕES E SUGESTÕES ................ 34 4.1 Resultado do ensaio de absorção de água por capilaridade ....................................... 34 4.2 Resultado do ensaio de resistência à compressão ..................................................... 35 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................... 37 5.1 Conclusões .............................................................................................................. 37 5.2 Sugestões para trabalhos futuros .............................................................................. 38 REFERÊNCIAS......................................................................................................................3912 1 INTRODUÇÃO O crescimento industrial aponta que a necessidade por matérias-primas tende a aumentar cada vez mais (MOLL, 2005). Diante disso é de extrema relevância que se encontre meios de usar os materiais com eficiência e desenvolver mecanismos que façam com que o material permaneça no ciclo construtivo por mais tempo. Na economia brasileira a indústria da construção civil representa um elevado percentual, e isso acarreta também que ela acaba por ser um dos principais extratores de recursos naturais e, consequentemente, um dos maiores geradores de resíduos, sejam estes os resíduos de construção e demolição (RCD). Em geral esses resíduos são gerados devido a indefinições na fase de planejamento, ou erros de execução, o que gera mais entulho e mais utilização de matéria-prima. Existem ainda várias outras variáveis que podem acarretar geração de entulho como estocagem incorreta e transporte, utilização de material de má qualidade que implica em uma vida útil curta e necessidade de uma reforma que irá gerar mais entulhos (LIMA, 2005). Os setores públicos e privados tendem a otimizar as políticas que tem como meta a diminuição dos danos ambientais. No Brasil, a Resolução 307/2002 do CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente) estabeleceu responsabilidades a todos que participam do processo de gestão de RCD, os geradores, transportadores e receptores. Dado que o gerador dos resíduos passou a ser responsabilizado por uma destinação legal para o resíduo, ele tende a utilizar mecanismos que envolvem reciclagem e reutilização, assim a quantidade de material a ser depositada em aterros é reduzida, o que é benéfico para o meio ambiente, configurando um desenvolvimento sustentável (SILVA, 2000). O fato é que a reciclagem do RCD é uma tecnologia que possibilita o fechamento do ciclo dos materiais de construção civil, diminuindo a saída de materiais do ciclo, alongando assim a sua utilidade mesmo que em finalidades diferentes da inicial. Além disso, é matematicamente lógico que quando há reciclagem de RCD para reinserção no ciclo construtivo, as jazidas naturais são menos exploradas e tem a vida útil prolongada. Em se tratando de agregados, que é o material com qual esse estudo se destina a desenvolver um experimento, já se tem estudos que atestam a viabilidade do uso desse material quando oriundo de reciclagem (OIKONOMOU, 2005). Embora já exista reciclagem de alguns materiais e a inserção deles no mercado, e até mesmo certa demanda por eles, está claro que essa cultura de reciclagem e reutilização precisa ser muito mais ampliada pelo setor da construção civil. 13 Dados do IBGE (2010) relatam que 72,45% dos municípios possuem serviço de coleta do RCD, porém apenas 9,7% possuem tecnologia e habilitação técnica para, de fato, desenvolver a reciclagem (ROMA; MOURA, 2011). Para que se possa satisfazer os anseios com respeito aos ideais de sustentabilidade e sofisticação do ciclo dos materiais de construção civil com a implementação de práticas de reciclagem, se faz necessário investimento em pesquisas que visionam a preservação do meio ambiente, e leis que possam dar fundamentação jurídica para sancionar a contrariedade às práticas orientadas pelos órgãos responsáveis, como o CONAMA. 1.1 OBJETIVOS 1.1.1 Objetivos Gerais O estudo se destina a explanar sobre os aspectos socioambientais envolvidos nas questões da disposição de Resíduos de Construção e Demolição (RCD) e os aspectos políticos da reciclagem desse material. Além disso, tem ênfase também em um experimento de produção de argamassa de revestimento utilizando agregado reciclado, mostrando, assim, a viabilidade da aplicação dos produtos oriundos da reciclagem de RCD. 1.1.2 Objetivos Específicos Verificar a influência da substituição do agregado natural pelo reciclado no desempenho do traço de argamassa de cimento Portland para revestimento. Para isso, são produzidas misturas de argamassa, sendo uma com areia natural e as outras com substituição dela pelo agregado reciclado em teores de 50% e 100%. Produzidos os corpos de prova de cada mistura são realizados os ensaios de absorção de água por capilaridade e resistência à compressão para que os efeitos da substituição possam ser vislumbrados. Constatada a viabilidade da utilização da argamassa produzida com RCD, reiterar os benefícios socioambientais acarretados por isso. 1.2 ESTRUTURA No capítulo 2 é feita uma pesquisa bibliográfica sobre as questões referentes produção e disposição final de RCD no Brasil, os aspectos legais que discorrem sobre os resíduos sólidos, e efeito atenuante sobre a exploração de jazidas devido à reciclagem de RCD. No capítulo 3, trabalha-se um experimento que visa desenvolver um traço de argamassa de revestimento no qual a areia fina natural fora substituída parcial e totalmente por 14 areia reciclada a partir de RCD; posteriormente os corpos são submetidos à análise laboratorial através do ensaio de absorção de água por capilaridade e resistência à compressão, com o fim de verificar a substituição que se mostrou mais viável do ponto de vista técnico. No capítulo 4, apresentação dos resultados obtidos a partir dos ensaios. No capítulo 5, Considerações finais, Conclusões e Recomendações para estudos futuros serão apresentadas partir dos resultados do experimento e dos demais conceitos trazidos na pesquisa bibliográfica. 15 2 PESQUISA BIBLIOGRÁFICA 2.1 A NECESSIDADE DE SUSTENTABILIDADE NA INDÚSTRIA CONSTRUTIVA Constantemente o homem tem transformado a matéria-prima em produtos úteis à sua sobrevivência. Trata-se de um antigo método de transformação a que se denominou artesanato, no qual, através de instrumentos, se transformava a matéria-prima através de métodos manuais até chegar ao produto desejado (Portal Brasil, s. d.). Desde o início da Revolução Industrial os grandes aglomerados humanos originaram os mais variados problemas de urbanização. Os impactos ambientais não eram considerados a princípio, pois a produção de resíduos ainda não havia despertado a preocupação na comunidade científica e o meio ambiente era capaz de assimilar os impactos nas proporções da época. Após o desenvolvimento tecnológico trazido pela revolução industrial foi que esta preocupação se estabeleceu (BRASILEIRO, 2013, p.34). E é justamente a partir daí que surge o conceito de desenvolvimento sustentável como sendo aquele que procura satisfazer as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem as suas próprias necessidades, conceito este que começou a ser fundamentado em 1972, na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, realizada em Estocolmo, Suécia (ONUBR, s. d.). A indústria da construção civil é a atividade humana com maior impacto sobre o meio ambiente. Aproximadamente 50% dos recursos naturais extraídos estão ligados à atividade construtiva (Dias, 2004; Morais, 2006). Tendo em vista a proporção da cadeia produtiva da indústria da construção civil, fica óbvio que não é possível alcançar o desenvolvimento sustentável sem que a indústria da construção seja sustentável. De acordo com Kilbert (1994), alguns princípios devem ser seguidos com o fim de evitar danos ambientais que são acarretados pela indústria da construção civil, a saber, são: a) minimizar o consumo de recursos; b) maximizar a reutilização de recursos; c) usar recursos renováveis ou recicláveis; d) proteger o meio ambiente; e) criar um ambiente saudável e não tóxico; f) buscar a qualidade na criação do ambiente construído; 16 Nesse ponto se observa que maximizar a reutilização de recursos recicláveis, e primar pela utilização recursos renováveis são medidas necessárias para sustentabilidade. Assim, pois, se destaca a necessidade de implementar com maior rigidez as tecnologias de reciclagem de RCD e inclusão crescente dos produtosdesse processo no mercado. 2.2 A GERAÇÃO DE RCD O RCD pode ser originado em obras de edificação ou demolição, ou ainda limpeza de terrenos (Swana, 1993), catástrofes naturais como tsunamis, tornados, terremotos; ou artificiais como incêndios e desabamentos também podem ser fontes desses resíduos (Levy e Helene, 1997). Além disso, na construção civil tradicional ocorre muito desperdício devido ao sistema construtivo ser muito engessado com técnicas geralmente de pouca eficácia e uma forte cultura de resistência à inovação. Parte deste material poderia ser reaproveitada, porém isso não ocorre. (BOURSCHEID, 2010). Segundo Leite (2001), os resíduos podem ser gerados devido à baixa qualidade dos serviços que originam perdas de materiais que de imediato passam a ser entulhos; a urbanização desordenada também faz com que as construções passem por modificações que geram mais resíduos; em razão também do crescimento do poder financeiro da população que acarreta maior poder aquisitivo impulsionando o surgimento de novas atividades na área de construção civil, ou das estruturas de concreto defeituosas que ocasionam o encurtamento de sua vida útil e geram grandes volumes de resíduos devido a necessidade do processo corretivo. A falta de controle nos processos de construção também é mencionada por Souza (2005) como um mecanismo gerador de resíduos. Ele alega que parte desses resíduos poderia ser evitada durante a fase de concepção e execução do projeto. Todavia, a etapa de demolição é trivial ao processo construtivo e, inevitavelmente, incorre na geração de resíduos. Segundo Bourscheid (2010), a utilização de elementos pré-moldados, painéis de chapas cimentícias, painéis de gesso acartonado e estrutura em aço pode viabilizar a diminuição da geração de resíduos, pois são sistemas construtivos cuja execução depende de um planejamento prévio mais bem elaborado e controlado. Porém reitera que a reutilização e reciclagem dos resíduos são indispensáveis para o ciclo da construção civil. 17 2.3 ASPECTOS LEGISLATIVOS A CERCA DO GERENCIAMENTO RCD Foi dito por John (2001) “Nenhuma sociedade poderá atingir o desenvolvimento sustentável sem que a construção civil, que lhe dá suporte, passe por profundas transformações”. Durante a ECO-92 e a definição da Agenda 21, houve a análise da necessidade de implementação de um sistema de gestão ambiental eficaz para os resíduos sólidos (GÜNTHER, 2000). No Brasil, até o ano de 2002 não havia políticas públicas com relação a geração de resíduos pelo setor da construção civil. Em 05 de Julho de 2002 passou a vigorar a Resolução nº 307 do Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA), que veio a estabelecer procedimentos adequados para a gestão dos resíduos da construção civil, com o fim de gerar benefícios tanto no âmbito social, como no econômico e ambiental (Lintz et al., 2012). Com base nessa Resolução, criaram-se instrumentos que determinam a responsabilidade do gerador do RCD (ROBERTO, José. 2008). Pode-se citar como resumo principal dela os itens dispostos no quadro a seguir: Figura 2.1 – Resumo das responsabilidades dos geradores de RCD RESUMO DAS RESPONSABILIDADES DOS GERADORES DE RCD 1 É pressuposto dessa resolução que a responsabilidade pelos resíduos é do gerador; 2 Municípios e Distrito Federal devem implementar a gestão dos resíduos da construção civil no Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil, onde serão incorporados o Programa Municipal de Resíduos da Construção Civil e Projetos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil, oriundos de geradores de pequenos volumes, a partir de 05/07/2003; 3 Grandes geradores de RCD (normalmente acima de 1m3) devem implementar seus projetos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil, para estabelecer os procedimentos necessários ao manejo e destinação ambientalmente adequados dos resíduos, a partir de 05/07/2004. Fonte: Adaptado de Téchne, Reciclagem de RCD de acordo com a resolução CONAMA n° 307 Com essa resolução, fica estabelecida a incumbência do setor público e privado para que se possa garantir a eficácia dos planos integrados de gerenciamento dos resíduos de construção, ficando determinadas as condições legais para a aplicabilidade da Lei 9.605/1988 que define os crimes ambientais. 18 Segundo a Resolução CONAMA nº 307 de 2002 os resíduos da construção civil podem ser classificados em quatro classes segundo a possibilidade reutilização e grau de periculosidade, de acordo com o quadro que segue: Figura 2.2 – Classificação dos resíduos de construção civil CLASSE .DESCRIÇÃO I - Classe A são os resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados, tais como: a) de construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de outras obras de infraestrutura, inclusive solos provenientes de terraplanagem b) de construção, demolição, reformas e reparos de edificações: componentes cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento, etc.), argamassa e concreto; c) de processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas em concreto (blocos, tubos, meios-fios etc.) produzidas nos canteiros de obras; II - Classe B são os resíduos recicláveis para outras destinações, tais como plásticos, papel, papelão, metais, vidros, madeiras, embalagens vazias de tintas imobiliárias e gesso; (Redação dada pela Resolução nº 469/2015); III - Classe C são os resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou aplicações economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem ou recuperação; (Redação dada pela Resolução n° 431/11); IV - Classe D são resíduos perigosos oriundos do processo de construção, tais como tintas, solventes, óleos e outros ou aqueles contaminados ou prejudiciais à saúde, oriundos de demolições, reformas e reparos de clínicas radiológicas, instalações industriais e outros bens como telhas e demais objetos e materiais que contenham amianto ou outros produtos nocivos à saúde (Redação dada pela Resolução n° 348/04). Fonte: Adaptado de Téchne, Reciclagem de RCD de acordo com a resolução CONAMA n° 307 Dentre as dificuldades apontadas para a implantação do gerenciamento de RCD, Marques Neto (2009) ressalta a insuficiência de verbas e a ausência de profissionais qualificados nos órgãos públicos responsáveis, pois seriam esses os que deveriam diagnosticar as origens geradoras e desencadear ações corretivas. O CONAMA é um órgão com potencial para deliberar sobre as questões ambientais, auxiliando o poder executivo e, inclusive, fazendo parte dele nas questões tocantes ao meio ambiente. No entanto, ele não tem potencial para penalizar os geradores de resíduos que agridem o meio ambiente. A Resolução nº 307 do CONAMA, foi reforçada no ano de 2010 quando o presidente em vigência sancionou a Lei nº 12.305 de 02 de agosto de 2010. Ela trata da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), que define como o País deve gerenciar seus 19 resíduos, preconizando a sustentabilidade. O princípio da responsabilidade compartilhada dá substância a essa lei (art. 3° – inciso XVII) (BRASILEIRO, 2013, p.22). Ou seja, todos os agentes envolvidos na fabricação, distribuição, venda e consumo são responsabilizados pelos resíduos que produzem. As principais diretrizes da PNRS são (BRASILEIRO, 2013, p.44): Eliminação de áreas irregulares de disposição final de RCD (“bota-fora”) em todo o território nacional; Implantação de áreas de transbordo e triagem, de reciclagem e de reservação adequada de RCD em todo o território nacional; Realização de inventário de resíduos de construção civil; Incremento das atividades de reutilização e reciclagem do RCD nos empreendimentos públicos e privados em todo o território nacional; Fomento a medidas de redução da geração de rejeitos e resíduos de construção civil em empreendimentos em todo o território nacional.O fato é que a reciclagem dos resíduos da construção civil tende a melhorar o cenário atual nacional no que tange a temática e acarretar poder econômico ao comércio de resíduos. 2.4. IMPACTOS AMBIENTAIS DA EXTRAÇÃO DE MATÉRIA PRIMA E GERAÇÃO DE RCD Devido ao crescimento populacional, tem-se também o aumento do nível de consumo e demanda por bens materiais, em especial quando se trata de uma economia emergente como a do Brasil. Segundo os autores como Alavedra et. al. (1997), e Pinto (1999) o setor da construção civil pode ser responsável por um consumo de 20 até 50% dos recursos naturais extraídos. Ora, sabe-se que a constante e desmedida exploração dos recursos afeta a longevidade das jazidas. Passado um determinado tempo de exploração do recurso requisitado, a exemplo disso a areia, ele se torna escasso e o seu processo de obtenção provoca até mesmo a debilidade do solo, o tornando infértil, causando erosões, além do consequente desmatamento. Usualmente o destino para o RCD gerado é o aterramento, o que não gera nenhum tipo de benefício no que se refere ao aproveitamento do RCD. Lima (2005) atesta que esse procedimento pode acarretar a contaminação do solo devido a certas substâncias nocivas e solúveis constantes na composição do RCD, como materiais para pintura e as substâncias utilizadas para tratamento das superfícies. Além disso, a presença de metais pesados, acentua os riscos de contaminação. Ângulo (2005) também faz uma abordagem sobre a disposição de RCD, e atesta que existe um considerável grau de periculosidade devido à possível presença de manganês, ferro e materiais como plásticos, tintas, óleos, asfaltos e madeiras, o que implica em 20 um consequente risco à saúde tanto dos funcionários como da população no entorno, além do óbvio prejuízo ao meio ambiente. O que Paliari et. al. (2002) defende é que o modo mais econômico de atenuar o impacto produzido pelo RCD é através da diminuição da perda. As técnicas para reduzir as perdas também implicam em diminuição da demanda por recursos naturais, gerando também um menor consumo de energia para sua extração e produção. Para que seja possível a solução dos problemas referentes ao gerenciamento de resíduos de construção e demolição é trivial que se estabeleça um mecanismo no qual tanto a saída do de RCD do ciclo construtivo, bem a entrada dos recursos não renováveis sejam reduzidas ao mínimo possível, a indústria deve trabalhar para que o ciclo esteja fechado (DORSTHORST; HENDRIKS, 2000). 2.5 AVANÇOS NO MERCADO DE RECICLAGEM DE RCD Com base no exposto nos itens anteriores é possível dizer que a solução mais estratégica e ambientalmente correta é a reciclagem e reutilização de RCD. Não há nenhuma novidade no que se refere a reutilização e reciclagem dos rejeitos das industrias de construção (COIMBRA et. al. 2004). Segundo Ângulo (2000), o processo de reciclagem de RCD requer um gerenciamento rigoroso, pois se dá em função de diversas variáveis como a tecnologia utilizada, origem do resíduo e fim que se pretende para o material reciclado. Atesta ainda que o material reciclado pode ocasionar impacto ambiental mais acentuado que o resíduo original em caso de mal verificação das variáveis mencionadas. Apesar da constatada eficiência do processo de reciclagem de resíduos, para que o ciclo dos processos construtivos gere menos danos ambientais, que é afirmada por autores já renomados na área como Pinto (1999) e Leite (2001), não é fácil introduzir a reciclagem como uma cultura na construção civil. A maioria dos resíduos de construção são potencialmente recicláveis, mas mesmo assim é difícil fazer com que o setor de construção brasileiro veja as políticas de reciclagem e reutilização em como algo trivial e indispensável ao seu processo (CARNEIRO, 2005). Apesar da dificuldade, o advento da resolução n° 307 CONAMA trouxe uma expansão das industrias que atuam na área de reciclagem de RCD. Os empresários veem nisso uma oportunidade de negócio de baixo custo e elevado retorno (MIRANDA et al., 2009). A exemplo disso existem empresas como a Ciclo Ambiental que é uma usina de reciclagem de resíduos de construção civil que se localiza em Camaragibe-PE, ela trabalha com processos que permitem a reintrodução do material reciclado no mercado construtivo, e 21 esclarece que o mesmo produto pode ser reciclado infinitas vezes. Informa ainda que os agregados produzidos são utilizados de acordo com as normas ABNT NBR 15115 e NBR 15116 que tratam dos agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil (Ciclo Ambiental, s. d.). Ainda no site oficial dessa empresa, está disponibilizada uma matéria do Jornal do Comércio de Pernambuco que data de 19 de junho de 2011 e traz o seguinte trecho (Ciclo Ambiental, s. d.): Ciclo Ambiental recebe o que antes era entulho e, após separar o material, revende para as empresas de construção civil. Todo o processo segue normas rígidas e pelo menos um quarto das quatro mil toneladas de resíduos da construção civil na Região Metropolitana do Recife já́ estão sendo recicladas e voltando para a cadeia produtiva do setor como material de uso não estrutural. Todo este “entulho” é processado pela primeira recicladora de Pernambuco autorizada pela CPRH, a Ciclo Ambiental Ltda., formada pela Gusmão Participações, Vertical Empreendimentos e o empresário Frederico Vilaça Petribu. Isso mostra que com o avanço da legislação no tocante a temática o mercado e cultura de reciclagem de RCD vem ganhando espaço e tende a se colocar como parte indispensável no processo do setor de construção civil, pois sem ela, o meio ambiente sustentável jamais será algo palpável. 22 3 ANÁLISE LABORATORIAL DA UTILIZAÇÃO DE AGREGADO MIÚDO RECICLADO PARA PRODUÇÃO DE ARGAMASSA DE EMBOÇO 3.1 INTRODUÇÃO A problemática da geração de resíduos de construção e demolição (RCD) encontra sua solução nas políticas de incentivo às práticas sustentáveis que estimulam a reciclagem de tais materiais. Com tudo que fora exposto na revisão bibliográfica é coerente afirmar que a reciclagem é a solução mais tecnológica e sustentável. Para verificar o quanto essa prática é viável e se os produtos oriundos dela são tecnicamente eficazes, desde que empregados para os fins devidos, esta parte do trabalho se destina a apresentar, de maneira simplória, a viabilidade da utilização de agregado que fora reciclado a partir de RCD. A prática consistiu na utilização de 03 (três) misturas (de argamassa para emboço), sendo uma elaborada com agregado natural (0% de RCD), outra com agregado natural e reciclado (50% de RCD), e por fim uma apenas com agregado reciclado (100% de RCD). Os corpos foram moldados com base na NBR 7215 de 1996, dentro das limitações instrumentais e materiais do Centro Universitário Estácio de Recife. Posteriormente se submeteu cada uma das misturas aos ensaios de resistência a compressão e absorção de água por capilaridade para, por fim, poder vislumbrar os resultados da aplicação do agregado reciclado na produção de argamassa de emboço. 3.2 GENERALIDADES SOBRE ARGAMASSA DE REVESTIMENTO 3.2.1 Conceito É possível dizer que o revestimento de argamassa é a camada conjunta que se destina a sobrepor a superfície que não está apta a receber acabamento, de modo a permitir uma decoração final adequada e servir ainda como proteção para a base (ABCP, Manual de revestimentos de argamassa, s.d.). 3.2.2 Camadas do Revestimento de Argamassa 3.2.2.1 Chapisco É a Primeira Camada Colocada Sobre a Base, constituída de areia grossa e cimento, podendo ainda receber aditivos. É aplicada com o fim de melhorar a aderência do revestimento (ABCP, Manual de revestimentos de argamassa, s.d.). O chapisco facilita a ancoragem do emboço, devido a isso é importante que essa camada tenha uma alta resistência mecânica. Em 23 geral ela possui uma espessura de 3 a 5 mm, tornandoa base áspera e aderente (Equipe de Obra, 2013). 3.2.2.2 Emboço É a camada que tem a finalidade de regularizar a superfície da base, estando esta chapiscada ou não. Constituída por Cimento, areia e podendo ou não ser acrescida de cal (ABCP, Manual de revestimentos de argamassa, s.d.). Para áreas internas é usual se utilizar uma espessura que varia entre 1,5 e 2 cm, e de 3 a 4 cm para fachadas (Equipe de Obras, 2013). É importante enfatizar que essa camada é a base para o bom acabamento (Carasek, 2007). 3.2.2.3 Reboco É a camada que irá cobrir o emboço, e receber o acabamento final decorativo. Constituída de cimento, areia e podendo receber também o acréscimo de cal (ABCP, Manual de revestimentos de argamassa, s.d.). A areia utilizada para o traço dessa camada deve apresentar uma granulometria bem mais fina que a do emboço (Equipe de Obras, 2013). Figura 3.1 – Camadas de revestimento de argamassa Fonte: Manual de Revestimento de Argamassa 3.2.3 Pertinência dos Ensaios de Resistência à Compressão e Absorção de Água por Capilaridade realizados em Argamassas De uma forma generalizada as argamassas de cimento e areia, e cimento, cal e areia, possuem uma resistência à compressão média que está situada entre 1,5 e 16 MPA. Além disso, quanto maior a resistência à compressão, maior será a resistência aos outros esforços solicitantes (CARVALHO JÚNIOR, s.d.). Dessa forma, atingir uma boa resistência à compressão é extremamente relevante para garantir a viabilidade de utilização da mistura. Já 24 no que se refere à absorção de água por capilaridade é possível dizer que na argamassa em seu estado de cura completo, o tamanho e a continuidade dos poros definem a absorção de água por capilaridade. A porosidade nas argamassas e concretos convencionais, somada aos defeitos na microestrutura, definem a resistência mecânica (Mehta e Monteiro, 2008). Além disso, existe uma relação, inversamente proporcional, entre a absorção axial e a durabilidade da argamassa (Gonçalves, 2005). Quanto mais absorção houver, é indício da presença de maior quantidade vazios capilares, e estes influenciam na permeabilidade e resistência, e consequentemente na durabilidade (Metha e Monteiro, 1994). 3.3 MATERIAIS UTILIZADOS E METODOLOGIAS APLICADAS 3.3.1 Água A água utilizada para a elaboração das misturas, bem como durante o processo de cura fora a disponibilizada pela Companhia Pernambucana de Saneamento e Abastecimento (COMPESA). 3.3.2 Agregado Natural O agregado natural utilizado estava disponibilizado no laboratório do Centro Universitário Estácio de Recife, e fora obtido em um armazém de construção local. A granulometria dele era, todavia, desconhecida, muito embora fosse do conhecimento que se tratava uma areia bem graduada cujas dimensões dos grãos variavam entre o que se podia classificar como areia fina, média e grossa. Assim, foi utilizada a peneira n° 20 da série de Tyler, cuja malha permite a passagem de grãos com até 0,85 mm de diâmetro, obtendo-se assim uma areia média em conformidade com o que está disposto no item 4.1 da NBR 7214/1982, que define areia média grossa com grãos entre 0,6 mm e 1,2 mm e areia média fina com grãos entre 0,3 mm e 0,6 mm. 25 Figura 3.2 - Areia média natural obtida pela passagem na peneira n° 20 da série de Tyler Fonte: Próprio autor 3.3.3 Agregado Reciclado O agregado reciclado a partir de RCD fora oriundo da empresa Ciclo Ambiental que fica localizada em Camaragibe-PE. Após os processos de transformação do resíduo em agregados, eles são estocados no pátio onde ficam disponíveis para venda. Após uma visita técnica ao local, a empresa concedeu que fosse coletada a quantidade de agregado necessária para realização desse experimento. Todavia ela costuma terceirizar o serviço de separação granulométrica em uma etapa que é posterior a estocagem no mencionado pátio; dessa forma o produto final lá disponível não tinha uma granulometria bem definida. Então mais uma vez se fez necessário fazer a separação dos grãos através da passagem do produto disponibilizado pela peneira n° 20 da série de Tyler, que permite a passagem de grãos com no máximo 0,85 mm de diâmetro. Obtendo-se mais uma vez areia média de acordo com o que está disposto no item 4.1 da NBR 7214/1982. 26 Figura 3.3 - Areia média reciclada obtida pela passagem na peneira n° 20 da série de Tyler Fonte: Próprio autor 3.3.4 Aglomerante Hidráulico: Cimento Portland O Cimento Portland utilizado foi o CP II Z que contém em sua composição de 6% a 14% de pozolana, o que confere a mistura uma hidratação lenta com pouco calor liberado, elevação da resistência do concreto aos sulfatos e ácidos, e ainda menor permeabilidade. 3.4 PREPARAÇÃO DAS MISTURAS: DOSAGEM E MOLDAGEM DOS CORPOS-DE- PROVA Para os fins deste experimento, fundamentou-se no que está previsto na NBR 7215/1996, todavia todos os critérios da norma não foram seguidos devido a questões materiais, de aparelhagem ou administrativas. Desta feita, o traço o utilizado fora 1:4 (cimento/areia), salientando que as frações de areia utilizada variavam entre média e fina, todavia não foi possível definir as frações das finuras devido a não existência, no laboratório utilizado, das peneiras necessárias para isso. Ainda embasado na norma, a relação água/cimento utilizada fora 0,48. A norma orienta a colocação de quatro frações de 468g. No caso da mistura do grupo de controle foram quatro frações de areia natural, e no caso da mistura com substituição total do agregado natural, foram quatro frações de areia reciclada a partir de RCD. E na mistura com substituição parcial, foram duas frações de agregado natural e duas de agregado reciclado. Assim foram moldados 3 (três) corpos de prova para cada mistura e a tabela a seguir resume o que fora feito. 27 Figura 3.4 – Classificação das misturas executadas Classificação % do Agregado Argamassas 1a-1b-1c 100% de Agregado Natural Argamassas 2a-2b-2c 100% de Agregado Reciclado Argamassas 3a-3b-3c 50% de Agregado Natural + 50% de Agregado Reciclado Fonte: Próprio autor As misturas foram executadas manualmente devido a não existência, no laboratório utilizado, de um misturador. Dessa forma não foi possível atender o item 3.3.2 da NBR 7215 que trata da utilização do misturador mecânico. A moldagem dos corpos foi feita utilizando moldes cilíndricos com dimensões de 50 x 100 mm, que foram improvisados com canos de material PVC, mais uma vez devido à falta de material apropriado, não sendo, pois, possível atender o item 3.3.3 (molde) da norma. Com o fim de simular uma câmara úmida, que está prevista no item 3.5.3.1, cura inicial ao ar, da norma em questão, os moldes prontos foram colocados em uma masseira e cobertos com uma toalha úmida para a cura das primeiras 24h. Figura 3.5 - Corpos moldados e prontos para cura inicial de 24h Fonte: Próprio autor 28 Figura 3.6 – Masseira coberta com toalha úmida simulando câmara úmida Fonte: Próprio autor Após o período de cura inicial, os corpos foram retirados dos moldes e levados a cura final, esse procedimento foi feito procurando seguir o que está previsto no item 3.5.3.2 da norma utilizada, que discorre sobre a cura final em água. Figura 3.7 – Masseira coberta com toalha úmida simulando câmara úmida Fonte: Próprio autor A cura final imersa em água durou 28 (vinte e oito) dias, nesse momento os corpos foram retirados do processo de cura, colocados na estufa por 24h para retirar a umidade e levados para execução do ensaio de absorção de água por capilaridade, e posteriormente o ensaio de resistência a compressão. 29 Figura 3.8 – Corpos de prova aos 28 dias de cura Fonte: Próprio autor 3.5 ENSAIO DE ABSORÇÃO DE ÁGUA POR CAPILARIDADE O ensaio de absorção de água por capilaridade foi executado segundo a NBR 9779/2012 - “Argamassae concreto endurecidos - Determinação da absorção de água por capilaridade”, com o objetivo de verificar a massa de água que o corpo de prova absorve em função do tempo. É importante garantir que a absorção ocorra em uma única direção, pois sendo unidirecional ela se apresenta como uma propriedade que permite avaliar a durabilidade dos materiais que tem o cimento como aglomerante. Assim, se a absorvidade é baixa, é possível dizer que o material apresenta uma qualidade melhor (GONÇALVES, 2005). Para garantir esse fluxo unicamente na direção axial, os corpos de prova tiveram suas laterais de contato com a água revestidas com silicone, de modo que a única face em contato com ela foi a inferior, atendendo o que se preconiza no item 4.2.2 da norma em uso, que trata da imersão parcial dos corpos de prova em água. Além disso, os corpos foram colocados sobre um suporte e o nível de água foi mantido em aproximadamente 5 (cinco) mm, a figura abaixo mostra a configuração mencionada. 30 Figura 3.9 – Configuração para o ensaio de absorção de água por capilaridade Fonte: Próprio autor Encerrada essa parte preparatória, se procedeu com o que está disposto no item 4.2.3 que trata da pesagem da massa dos corpos imersos em água. A primeira pesagem foi feita antes da imersão, em seguida as massas dos corpos de prova foram pesadas com 3h, 6h, 24h, 48h e 72h de absorção, contadas a partir da colocação destes em contato com a água. Figura 3.10 – Dados coletados a partir da pesagem Fonte: Próprio autor Baseado na NBR 9779/2012, a absorção de água por capilaridade é calculada pela razão entre o aumento da massa e a área da seção transversal da superfície do corpo de prova em contato com a água. A B C A B C 100% NAT (1) 274,92 279,6 274,39 100% NAT (1) 349,06 354,06 346,1 100% RCD (2) 262,15 249,63 274,69 100% RCD (2) 330,88 325,12 342,47 50% (3) 270,7 277,35 279,62 50% (3) 346,27 345,65 346,31 A B C A B C 100% NAT (1) 341,78 346,68 338,71 100% NAT (1) 351,09 356,04 348,12 100% RCD (2) 327,04 316,56 337,19 100% RCD (2) 331,7 326,73 343,4 50% (3) 341,88 341,72 338,85 50% (3) 347,07 346,72 347,46 A B C A B C 100% NAT (1) 343,47 348,59 340,6 100% NAT (1) 351,45 356,45 348,14 100% RCD (2) 327,43 319,01 338,63 100% RCD (2) 331,76 326,82 343,45 50% (3) 342,48 342,36 343,24 50% (3) 347,1 346,83 347,57 25/10/17 (13:30H) inicial 26/10/17 (13:30H) 24h 25/10/17 (17:30h) 3h 27/10/17 (13:30h) 48h 25/10/17 (20:30h) 6h 28/10/17 (13:30h) 72h 31 Figura 3.11 – Fórmula para calcular absorção capilar Fonte: Adaptado de NBR 9779 Onde: Ac: Absorção de água por capilaridade em g/cm² Mc: massa do corpo de prova que permanece com uma das faces em contato com a água durante um período de tempo especificado, Ms: massa do corpo de prova seco em estufa, S: área da seção transversal do corpo de prova. 3.6 ENSAIO DE RESISTÊNCIA A COMPRESSÃO O ensaio foi realizado após os 28 dias de cura se utilizando de 3 (três) corpos de prova de cada mistura na dimensão de 50 x 100mm. A saber, os mesmos corpos de prova utilizados no ensaio de absorção de água por capilaridade. Não houve recurso para fazer o devido faceamento, de modo a garantir a ortogonalidade entre as faces. Elas foram lixadas a mão com lixa para massa, retirando assim as irregularidades muito acentuadas. Em seguida os corpos foram levados para a prensa hidráulica manual I-3001-C 100 T Digital do laboratório de materiais do Centro universitário Estácio. Ali eles foram rompidos. Procurou-se manter uma velocidade constante na aplicação da carga durante o ensaio, isso para atender ao item 3.3.5 parte A da NBR 7215/96, que discorre sobre a máquina de ensaio de compressão. A figura a seguir retrata o procedimento de ruptura. Ac = Mc-Ms S Formula para absorção de água por capilaridade 32 Figura 3.12 – Corpo de prova na prensa hidráulica Fonte: Próprio autor A tabela a seguir mostra as resistências individuais obtidas a partir do ensaio. Figura 3.13 – Resultados individuais Fonte: Próprio autor De acordo com o item 3.6.3 o desvio relativo máximo se dá da seguinte maneira: Figura 3.14 – Fórmula do desvio relativo máximo Fonte: Adaptado de NBR 7215 Onde: Rm: resistência média; Ra: resistência individual que mais se afasta da média, para mais ou para menos; D: desvio relativo máximo. Unid. = MPA A B C 100% NAT (1) 13,20 12,43 13,10 100% RCD (2) 12,99 12,13 12,03 50% (3) 8,46 9,07 8,36 Dados do Ensaio de Resistência a Compressão D = (Rm-Ra).100 Rm Desvio Relativo Máximo 33 Por esse mecanismo se verificou que o desvio relativo máximo para os corpos de prova do grupo de controle foi de 3,7%, e de 4,9% para os feitos com 100% de agregado reciclado, e de 5,12% para os com 50% de agregado reciclado; atendendo assim ao item 3.6.4 da NBR 7215, que estabelece critério sobre o desvio relativo máximo. 34 4 APRESENTAÇÃO DE RESULTADOS, CONCLUSÕES E SUGESTÕES 4.1 RESULTADO DO ENSAIO DE ABSORÇÃO DE ÁGUA POR CAPILARIDADE O Gráfico a seguir resume os resultados do ensaio de absorção de água por capilaridade, mostrando a absorção de cada mistura a cada pesagem. Figura 4.1 – Resumo de resultados do ensaio de absorção de água por capilaridade Fonte: Próprio Autor Nas pesagens de 3h e 6h as misturas com 100 % de RCD mostraram a menor absorção, mas nas pesagens de 24h, 48h e 72h, as com 50 % de RCD se mostraram com menor absorção que as demais amostras. Em todos os casos os corpos de prova constituídos apenas de agregado natural, mostraram uma absorção maior que os demais. De Maneira geral a maior absorção foi por parte da amostra contendo apenas agregado natural, seguida da com 100 % de RCD, que teve quase a mesma absorção que a amostra com 50% de RCD, essa, porém, teve o menor índice de absorção. O gráfico de linha a seguir apresenta esse resultado. 35 Figura 4.2 – Gráfico de linha demonstrando absorção geral de cada mistura Fonte: Próprio Autor 4.2 RESULTADO DO ENSAIO DE RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO As tabelas a seguir resumem os resultados obtidos em relação ao ensaio de resistência à compressão. Na figura 4.3 estão representadas as cargas de ruptura individuais e médias em Tonelada-força (Tf), e na 4.4 as resistências individuais e médias em Megapascal (MPA), e os devidos desvios relativos máximos. Figura 4.3 – Tabela representando as cargas de ruptura em tonelada-força Fonte: Próprio Autor Figura 4.4 – Tabela representando as resistências individuais e médias e os desvios relativos máximos Fonte: Próprio Autor Analisando as tabelas contendo os resultados, é possível verificar que as misturas que contém agregado reciclado a partir de RCD, embora não tenham obtido uma resistência média à compressão que supere a do grupo de controle, apresentam resultados que são conexos com aquilo que afirma do Dr. Carvalho Júnior, mencionado no item 3.2.3 desse estudo, sobre Unid. = Tf A B C Valor Médio 100% NAT (1) 2,59 2,44 2,57 2,53 100% RCD (2) 2,55 2,38 2,36 2,43 50% (3) 1,66 1,78 1,64 1,69 Cargas de Ruptura individuais e médias Unid. = MPA A B C Valor Médio Desvio relativo Máx. (%) 100% NAT (1) 13,20 12,43 13,10 12,91 3,68 100% RCD (2) 12,99 12,13 12,03 12,38 4,94 50% (3) 8,46 9,07 8,36 8,63 5,12 Resistências individuais e médias , e desvios relativos máximos 36 as médias geralmente encontradas em argamassas. E assim é possível inferir que do ponto de vista da resistência mecânica as misturas com agregado reciclado possuem viabilidade de aplicação. 37 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 5.1 CONCLUSÕES O conhecimento sobre a influência da utilização dos agregados reciclados em aglomerados como concreto e argamassa, ainda é pequeno. Nesse estudo se buscou verificar essa influência nos quesitos possíveis de serem analisados a partir dos ensaios de absorção de água por capilaridade e resistência à compressão. Com base no que émencionado por Mehta e Monteiro, em um estudo que trata de microestrutura, e que está disposto no item 3.2.3 desse estudo, é possível inferir que as argamassas feitas com areia reciclada de RCD, nas substituições de 100 e 50%, apresentam uma durabilidade maior em relação ao grupo de controle devido ao fato de terem apresentado menor absorção de água. Já no que se refere à resistência mecânica, com base apenas no resultado da absorção de água por capilaridade, não é possível fazer uma inferência sólida, pois os esses mesmos autores deixam claro que a microestrutura interfere nesse quesito, e esse estudo não se destinou a uma análise microestrutural capaz de conclusões pertinentes. É importante salientar esse ponto e inferir que, intuitivamente, se sabe que as misturas que absorvem, por capilaridade, uma menor massa de água, tendem a ter maior resistência mecânica, pois, teoricamente, teriam um menor índice de vazios. Isso, porém, não se verificou, ocorreu justamente o inverso dessa premissa. O fato é que apenas uma análise microestrutural pode analisar a disposição e interação que existe entre poros e vazios capilares, e a influência deles na resistência mecânica. Em relação aos resultados do ensaio de resistência à compressão, a média resultante da mistura feita com 100% de agregado reciclado a partir de RCD, que foi de 12,38 MPA, se mostrou inferior em um percentual de apenas 4,1 % em relação a da mistura feita apenas com agregado natural, que é o grupo de controle, e teve resistência média de 12,91 MPA. Assim é possível inferir que a mistura contendo 100% de RCD tem um desempenho muito semelhante a que foi produzida apenas com agregado natural no que se refere a resistência às solicitações. Reiterando nesse ponto a menção de Dr. Carvalho júnior disposta no item 3.2.3 desse estudo, que atesta que quanto maior a resistência à compressão, maior é a resistência às demais solicitações. Já a mistura contendo 50% de agregado natural, apresentou uma queda de 33,15% na resistência média à compressão em relação ao grupo de controle. Todavia, tal resistência, que foi de 8,63 MPA, está dentro da média esperada, que é de 1,5 a 16 MPA, de acordo com o mesmo autor citado acima. Conforme o que está disposto no item 3.2.2 desse estudo, essa argamassa produzida é muito recomendável para emboço, pois aqui foi utilizada uma areia 38 média, e o reboco deve conter areia de uma granulometria mais fina que o emboço, já o chapisco deve ser feito com areia grossa. Recomenda-se, então, que esse produto alcançado, após mais análises e devidas pesquisas para mais conclusões sobre suas propriedades, deva ser implementado para execução de emboço. Assim, nos aspectos analisados, as argamassas feitas com a substituição parcial (50%) e total (100%) do agregado natural por agregado reciclado se mostram viáveis para utilização. Todavia para que os produtos oriundos de RCD comecem a ser utilizados com mais preponderância, e assim tragam benefícios ambientais, como diminuição de aterros ilegais, atenuação da exploração de jazidas naturais e mesmo deixar de ocupar espaços em aterros legais, é preciso que os estudos avancem e verdadeiramente consolidem a performance desses produtos, para que a indústria da construção de modo geral tenha a confiança do desempenho desses novos materiais e os implementem cada vez mais no comércio. 5.2 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS Esse estudo foi extremamente limitado devido à disponibilidade de aparelhagem e materiais, ou mesmo por motivo do tempo e pouco incentivo as pesquisas. Então a recomendação que se faz para que os estudos nesse campo possam avançar é que mais ensaios sejam realizados. Mas algo que é muito relevante para compreender o motivo pelo qual as misturas com menor absorção de água por capilaridade tiveram as menores resistências mecânicas, quando o esperado era o contrário, é que se faça um ensaio de porosimetria por intrusão de mercúrio. Recomendam-se também os ensaios de resistência à tração por compressão diametral e a verificação do módulo de elasticidade. 39 REFERÊNCIAS ABCP, Manual de Revestimento de argamassa, s. d. Em: <http://www.comunidadedaconstrucao.com.br/ativos/279/manual-de-revestimentos-de- argamassa.html> Acesso em: 05/11/2017 ALAVEDRA, P.; DOMINGUEZ, J.; GONZALO, E.; et al. “La construction sostenible. El estado da la Cuestion.” Informes de la Construction, v.49, nº 451, 1997. ANGULO, S. C., 2000, Variabilidade de Agregados Graúdos de Resíduos de Construção e Demolição Reciclados. Dissertação de M. Sc., Escola Politécnica/ USP, São Paulo, SP, Brasil. ANGULO, S. 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IMPACTOS AMBIENTAIS DA EXTRAÇÃO DE MATÉRIA PRIMA E GERAÇÃO DE RCD 2.5 AVANÇOS NO MERCADO DE RECICLAGEM DE RCD 3 ANÁLISE LABORATORIAL DA UTILIZAÇÃO DE AGREGADO MIÚDO RECICLADO PARA PRODUÇÃO DE ARGAMASSA DE EMBOÇO 3.1 INTRODUÇÃO 3.2 GENERALIDADES SOBRE ARGAMASSA DE REVESTIMENTO 3.2.1 Conceito 3.2.2 Camadas do Revestimento de Argamassa 3.2.2.1 Chapisco 3.2.2.2 Emboço 3.2.2.3 Reboco 3.2.3 Pertinência dos Ensaios de Resistência à Compressão e Absorção de Água por Capilaridade realizados em Argamassas 3.3 MATERIAIS UTILIZADOS E METODOLOGIAS APLICADAS 3.3.1 Água 3.3.2 Agregado Natural 3.3.3 Agregado Reciclado 3.3.4 Aglomerante Hidráulico: Cimento Portland 3.5 ENSAIO DE ABSORÇÃO DE ÁGUA POR CAPILARIDADE 3.6 ENSAIO DE RESISTÊNCIA A COMPRESSÃO 4 APRESENTAÇÃO DE RESULTADOS, CONCLUSÕES E SUGESTÕES 4.1 RESULTADO DO ENSAIO DE ABSORÇÃO DE ÁGUA POR CAPILARIDADE 4.2 RESULTADO DO ENSAIO DE RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 5.1 CONCLUSÕES 5.2 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS REFERÊNCIAS