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1 ONCOLOGIA CONTROLE DO CÂNCER NO BRASIL – EPIDEMIOLOGIA E PREVENÇÃO Políticas de Controle do Câncer no Brasil Importância crescente das neoplasias Etiologia ainda obscura o Alguns sítios possuem relação causa e efeito mais evidentes, como o de pulmão com o tabagismo. Porém, nem sempre essa relação é facilmente estabelecida Necessidades para controle adequado: o Medidas aplicadas setorialmente, em locais de maior prevalência o Políticas governamentais abrangentes o Grau de consciência sanitária o Poder de diferentes grupos sociais o Nível de desenvolvimento científico e tecnológico: investimento na pesquisa clínica voltada para a oncologia Obs: um dos fatores de risco mais relevantes para o câncer é a idade, e essa é um fator de risco não modificável Como surge o câncer? Processo primário A doença pode ficar um tempo como assintomática (normalmente tumores menores de 2 cm) se não tomar nenhuma atitude passa para fase sintomática. Exposição a fatores de risco início em um pequeno grupo de células processo silencioso assintomático (ptt tumores < 2cm) sintomático Prevenções: Primaria (pct sadio): atua na exposição do fator de risco, ex: campanha antitabagismo Secundária (pct sadio): medidas de rastreamento, ex: mamografia em mulheres assintomáticas de 49-59 anos Terciária (pct doente): protocolo de tto adequado ou paliativo, controle de sintomas e resultados Quaternária: prevenção de excesso de exames diagnósticos, prevenção de iatrogenia 2 ONCOLOGIA o Ação de agente cancerígeno (ex: hpv, vírus c, vírus b, tabaco) sobre célula normal processo silencioso (processo de carcinogênese) organismo tem métodos para perceber essa ação e interromper o processo o Os agentes vão causar alteração do material genético (carcinogênese) fazendo com que a célula adote um comportamento anormal tanto do ponto de vista morfológico quanto do ponto de vista funcional o Estagio 1: Iniciação agentes capazes de alterar o material genético das células, ex: aminas aromáticas, tabaco, benzeno o Estágio 2: Promoção agente que estimulam a proliferação de células alteradas, ex: estrogênio no CA de mama o Estágio 3: Progressão multiplicação acelerada, com formação de massa, invasão do tecido e posteriormente metástase Como o organismo se defende? Capacidade de reparar o DNA danificado Ação de enzimas na transformação e eliminação de substâncias cancerígenas Integridade do sistema imunológico 3 ONCOLOGIA o Precisa de um sistema imune efetivo para poder identificar os fatores erráticos e poder interromper o processo neoplásico o Mudança/Célula anormal é sensível ao linfócito NK apoptose (precisa da proteína p53) Síndrome de li fraumeni: ausência da p53, desenvolve múltiplas neoplasias o Paciente pós-transplantado, devido ao uso de imunossupressor tem probabilidade de ter câncer O que causa câncer? Fatores externos (maioria): meio ambiente (tabagismo, obesidade) Fatores internos: predisposição genética (oncogenes) Fatores de risco Hábito alimentar (35%) o Alimentos industrializados, fermentados, gordura animal Tabaco (30%) o Atuar no tabaco é muito efetivo pois é um elemento só, diferente do hábito alimentar Infecções o Virais, ex: HPV Comportamento sexual e reprodutivo o Promiscuidade Exposição excessiva ao sol Exposição ocupacional o Mineradores o Industrias de solventes Álcool (3%): câncer de esôfago e cabeça e pescoço Radiações: relacionado com radioterapia na oncologia Outras causas Bases Técnicas para o controle do Câncer Prevenção o A queda do uso do tabaco ocorreu com as leis com multas, referente a locais públicos, além disso a proibição de propagandas e com as campanhas anti-tabágicas A linha de atuação em alguns fatores de risco interfere em outras doenças crônicas (comorbidades), que não o câncer. Exemplo: as campanhas contra tabagismo para o câncer auxiliam também em doenças como DPOC, assim como campanhas para obesidade auxiliam também para HAS, DM 4 ONCOLOGIA Detecção precoce o Testes de rastreio, aplicados em população assintomática Diagnóstico Tratamento Reabilitação Estratégias de prevenção conforme o estágio da intervenção Fatores de risco exposição continuada carcinogênese falha nos mecanismo de defesa do organismos tumor maligno progressão manifestações clínicas Fator de risco: prevenção primária evita a exposição Tumor maligno: prevenção secundária permite o diagnóstico precoce o Ex: mamografia, autoexame das mamas, citoscopia Carcinogênese: não tem formas de atuar na carcinogênese ainda, mas a China já está fazendo estudos com o uso antioxidantes Manifestações clínicas: prevenção terciária prevenir recidivas, com o tratamento adequado Ações para o Diagnóstico Precoce Novas tecnologias Programas de rastreamento “É a aplicação, em massa e em população assintomática, de testes diagnósticos que possam detectar casos de doença em estádios pré-clínicos, para posterior confirmação através de exames mais complexos” O objetivo é diminuir a mortalidade e não simplesmente aumentar os diagnósticos Exame ideal para rastreamento: o Execução simples o Baixo custo o Sensibilidade e especificidade comprovadas: A citologia do escarro foi usada por um tempo para rastreamento de câncer de pulmão, mas a sensibilidade e especificidade são baixas, por isso parou de ser usado com esse intuito o Fácil aceitação pela população O toque retal para o CA de próstata tem todas as outras características, porém a aceitação da população ainda é ruim o Exemplos: Mamografia: mulheres > 50 anos BIRADS 0: repetir pois o exame ficou ruim BIRADS 1 e 2: repetir com 2 anos BIRADS 3: repetir com 6 meses BIRADS 4: biopsiar BIRADS 5: biopsiar Citologia Vaginal: câncer de Colo Uterino Endoscopia Digestiva Alta - Ca gástrico (Japão) Planejamento o Prevalência do tumor na população 5 ONCOLOGIA o Identificação de grupos de risco o Aplicabilidade de exames que sejam sensíveis e específicos para detecção do tumor o Periodicidade da aplicação desses exames o Relação custo/benefício do programa o Disponibilidade de recursos para a execução o Critérios para avaliação do programa: o mais importante é diminuição da mortalidade Epidemiologia dos fatores de risco e rastreamento Câncer de mama o O aumento da escolaridade influenciou diretamente a adesão das mulheres a mamografia Câncer de colo o Não houve muita diferença entre a adesão a citologia e a escolaridade Sistema de saúde ideal Perspectivas Câncer o Cura: estritamente relacionado com estágio que foi feito diagnóstico o Convivência: quando não há cura o indivíduo tem que conviver com a doença Diagnóstico: disponibilidade x eficácia Quimioterápicos: eficácia x custos Genética: risco x prevenção o Câncer de mama: BRCA 1 e 2 (risco de 85% de chance de desenvolver a doença) mastectomia (BRCA1) e ooforectomia (BRCA2) bilateral profilática Radioterapia: controle local x cirurgia o Muito comum no câncer de próstata Novos métodos: vacinas x hábitos de vida o Imunooncologia: câncer de pele melanoma 6 ONCOLOGIA Novas ideias: equipes profissionais Conclusões O Câncer continua sendo a 2ª causa de morte no Brasil Atinge mais homens que mulheres Mulheres – Pele, Mama, Colo, Cólon/reto, Pulmão e Estômago Homens – Pele não melanoma, próstata, Pulmão, Estômago, Cólon/Reto e Cavidade Oral Mais comum em idosos > 60 anos – 67% 7 ONCOLOGIA CÂNCER DE PRÓSTATA Anatomia Próstata Estrutura da via urinária que está à frente da bexiga A uretraprostática passa por ela, por isso o aumento do volume prostático pode levar a sintomas de estreitamento uretral Íntimo contato com o assoalho da bexiga, vesícula seminal (onde o sêmen produzido pela próstata é armazenado) e com a parede anterior do reto Exame digital da próstata: o examinador avalia exatamente a superfície prostática. Avalia: o Tamanho: o normal é por volta de 15 gramas o Consistência: HPB deixa a próstata elástica, já o câncer endurece e petrifica o Sensibilidade: prostatites são muito dolorosas o Avalia a periferia, que é justamente o local em que os tumores se encontram (adenocarcinomas acinares) o Exame avaliador dependente Ultrassom endorretal: toque retal utilizando o transdutor de ultrassom, mas não avalia consistência A próstata tem vantagem do ponto de vista diagnóstico de ser um órgão interno, facilmente avaliado por um exame simples, de baixa complexidade, que pode ser feito em qualquer local Incidência 2016: 70,4 casos novos a cada 100 mil homens Segunda neoplasia mais comum em homens Acomete mais a raça negra e afro- descendentes Idade: é um fator de risco o A incidência da doença aos 40 anos é 1 caso em 500; o Aos 50 anos, 1 em 50; o Aos 60 anos, 1 em 14; o E aos 70, 1 em 9. Quanto mais jovem o indivíduo é ao adquirir a doença, mais grave ela tende a ser. E as doenças em idosos tendem a ser mais indolentes. Introdução Primeira neoplasia não-cutânea (após 2007) Apesar de ser uma doença muito incidente, não tem uma mortalidade tão alta. Importância do diagnóstico precoce Desafio da saúde pública fazer uma conscientização nos homens de que é importante fazer o rastreio dessa doença, muito por causa do estigma e da resistência o exame digital 8 ONCOLOGIA MS -2016: 60.000 novos casos Declínio de incidência nos EUA após 1994, principalmente por medidas de prevenção primária e de diagnóstico/rastreio Aumento de tumores órgão-confinados (não metastáticos), isso devido ao uso do PSA Compromete 2/3 de pacientes > 65 anos Morte com câncer e não pelo câncer o Como é uma doença de homem idoso, dificilmente ele não terá outra comorbidade como ICC, DPOC e diabetes, que têm mais risco de morte que o próprio câncer. Já que o CA de próstata adquirido nessa idade tende a ser mais indolente A sobrevida média mundial em 5 anos é de 58%, ou seja, muito alta. Diferente do CA de pulmão, que é 13% A malignidade do tumor é inversamente proporcional a idade, quanto mais jovem for o diagnóstico mais maligna é a doença Aumento do diagnóstico devido à o PSA: 45 a 70 anos o Ações de divulgação Entretanto, como o PSA se tornou um exame corriqueiro e de fácil realização gerou superdianósticos e supertratamentos o Ex: Senhor de 83 anos, com ICC classe 3 e fazer prostatectomia radical nele o O desafio na prática clínica é decidir quem vai tratar e como que vai tratar, considerando os conceitos de prevenção quaternária o Dosagem de PSA não diminui mortalidade, portanto, o rastreio não se resume somente ao PSA, deve considerar fatores como história clínica e história familiar Etiologia Hábitos alimentares o Carne vermelha, gordura animal e Cálcio Estilo de vida o Sedentarismo Andrógenos o Uso de anabolizantes o 99,9% dos tumores são sensíveis a testosterona, funcionando como fator promotor, igual o estrógeno na mama o Assim, um tratamento importante é a hormonioterapia, retira a testosterona de circulação, conferindo um controle da doença Alterações genéticas e hereditariedade (1990) o Países escandinavos: 42% fator genético o História Familiar: doença em 1, 2 ou 3 parentes de 1º grau, aumenta o risco em 2, 5 e 11 vezes respectivamente Fatores duvidosos o Fator de crescimento análogo da Insulina Um dado recente mostrou que em alguns cânceres, mesmo com o bloqueio efetivo da testosterona com castração cirúrgica ou química, a doença continua progredindo, é a doença hormônio refratária 9 ONCOLOGIA Nesses casos foi identificada uma substância análoga da insulina que estava muito aumentada na população tumoral do paciente, podendo ser uma linha de tratamento para a doença o Consumo excessivo de álcool o Tabagismo o Vasectomia Fator Protetor o Licopeno: agente anti-oxidante muito presente no tomate, e atualmente já existe em cápsulas o Ômega 3 Patologia Próstata é uma glândula com células produtoras de esperma, e tem os ductos que desembocam na uretra para excretar esse produto Adenocarcinoma: 95% dos casos Outras etiologias: 5% o Carcinoma neuroendócrino (linhagem neuroendócrina, ligação com SNA) o Melanoma de mucosa da uretra prostática o Linfoma prostático o Sarcoma prostático Mais comum na zona periférica: 80%, já que a maioria é adenocarcinoma acinar o Isso determina a importância do toque retal, já que ele avalia a periferia do órgão. o Essa distribuição demonstra também, que os sintomas urológicos só serão observados em fases avançadas da doença, ou seja, são raros em fases iniciais. As manifestações do envolvimento uretral são mais precoces em pacientes com hiperplasia nodular prostática, e essa pode ocorrer concomitantemente ao CA de próstata É multifocal e heterogêneo o Tem focos diferenciados e outros indiferenciados Expressa antígenos específicos: PSA (98% específica da próstata) e Fosfatase ácida prostática (antes do PSA era utilizada como o marcador tumoral protático, porém só tem 45% de especificidade para próstata) Escore de Gleason: relação com o prognóstico, juntamente com a dosagem de PSA. Se tornou um score necessário para caracterizar o CA, devido à hetereoigenidade e multifocalidade desse CA Escala de Gleason O patologista faz a graduação da célula cancerosa com a célula normal nas duas áreas mais frequentes Divide-se a próstata em 6 partes: lobo direito eu divido em superior, médio e inferior e o lobo esquerdo eu divido em superior, médio e inferior. Retira de 2 a 3 fragmentos de cada uma dessas 6 partes, pra poder pegar os graus de diferenciação, assim gerando de 12 a 18 fragmentos A biópsia é guiada pela Ultrassonografia endoretal da próstata o Guiar a biópsia é a principal função desse exame. O US não substitui o toque retal, já que o último avalia melhor parâmetros como tamanho e consistência da próstata A medida que o grau aumenta, a agressividade e gravidade da neoplasia também aumenta 10 ONCOLOGIA o Grau 1: diferenciado morfologia muito parecido com o tecido prostático normal, tecido bem glandular o Grau2: bem diferenciado muito parecido com o tecido normal, mas já tem algumas estruturas glandulares mais dimórficas, com alterações morfológicas o Grau 3: moderadamente diferenciado já vê estruturas estranhas o Grau 4: bem indiferenciado/pouco diferenciado tem estruturas glandulares e outras estruturas diferentes de tecido glandular o Grau 5: indiferenciado Primeiro descreve o grau de diferenciação mais prevalente e depois o segundo mais prevalente e faz-se a soma (2 a 10) o Ex: Todos os 6 fragmentos tinham grau de diferenciação moderadamente diferenciado = 3. E 3 fragmentos tinham grau de diferenciação 4, sendo o segundo mais comum, então o gleason desse paciente seria 3+4=7 o Se for 3+2 e 2+3, o 3+2 é mais agressivo porque tem predomínio do grau de diferenciação 3 em relação ao 2 o Quanto mais alto o Gleason, mais agressivo é a doença Classificação de Risco - International Society of Urological Pathology (ISUP) o Grau I: Gleason 6 (3+3 ou 3+2 ou 2+3 ou 2+2); o Grau 2: Gleason 7 (3+4) o Grau 3: Gleason 7 (4+3) o grau de diferenciação 4 é mais predominante que o 3, por isso o prognóstico é pior o Grau 4: Gleason 8 (4+4 ou 3+5 ou 5+3) o Grau 5: Gleason 9 e 10 Ex: dois pacientes com 70 anos, os dois não tem nenhuma comorbidade séria,um é Gleason 8 e o outro é Gleason 6. O que tem o gleason 8 terá uma conduta mais agressiva porque a doença dele é uma doença mais indiferenciada Formas de Apresentação Elevação do PSA Sintomas Urinários: fases avançadas da doença ou quando há associação com hiperplasia benigna da próstata Doença Metastática: padrão de disseminação previsível o Tecido ósseo é o mais comum: fraturas patológicas, dor o Metástases viscerais, pressupõe metástases ósseas Diagnóstico Sintomas clínicos o Normalmente, quando apresenta sintomas e manifestações urinárias, a doença já está avançada, pois o tumor começa na periferia e a uretra está no centro Disúria, afilamento e encurtamento do jato prostatismo o Dor: fratura patológica, compressão radicular/medular Observação do PSA Toque retal: próstata petrificada Ultrassonografia Endorretal 11 ONCOLOGIA Biópsia por agulha fina: método padrão ouro para diagnóstico Biópsia Óssea Diagnóstico Laboratorial Antígeno Prostático Específico (PSA) o Principal marcador da doença o Não é câncer específico, pode estar aumentado em doenças específicas o Função fisiológica: liquefazer o sêmen (lise protéica) o 98% é produzido na glândula o Referência Normal: < 4,0ng/ml (20% falso negativo) Indeterminado: 4,0 e 10 ng/ml Anormal: > 10ng/ml (30% falso positivo) o Doenças benignas dificilmente darão PSA acima de 10, portanto é indicado biópsia. Doenças benignas tendem a ficar na faixa de indeterminada o Fatores que alteram o PSA Ejaculação nas últimas 48 hs Trauma perineal recente (andar a cavalo, bicicleta) Infecção Urinária (avaliar sintomas de ITU, como disúria, algúria) PSA entre 4 e 10 é indeterminado, pois pode estar relacionado a doença benigna ou maligna, e o número de falsos negativos com a biopsia é alto o Estratégias para aumentar especificidade do PSA Diminuir nº de biópsias negativas (até 80%) PSA esperado Velocidade de elevação Relação PSA Livre / Total o Obs: biópsia prostática não é isento de riscos, aumenta o risco de infecção, sangramento, entre outros. Portanto, esses critérios me ajudam a indicar ou não a biópsia Quadro ao lado o Referente ao riso de CA de próstata o Este estudo demonstra que não dá para usar PSA ou toque retal, já que um complementa o outro e devem ser utilizados em associação Estratégias / Sensibilidade PSA esperado: o Volume prostático / 12 (prática – 10) o Usado para descartar HPB, já que nessa há aumento difuso da glândula, e por isso espera-se um PSA mais elevado que a referência. o Se o PSA veio acima do esperado, pode ser um critério para indicar biópsia. o Exemplos: Paciente com volume prostático de 30g, o PSA esperado é de até 3,0ng/ml 12 ONCOLOGIA Paciente com volume prostático de 90g, o PSA esperado é de até 9,0ng/ml o O volume pode ser medido pelo toque retal ou pelos US Velocidade de elevação o Normal: 0,75 ng/ml e/ou 20% do valor inicial ao ano o Exemplo: 10 11,5 (15%). Nessa caso, a % não faz muita diferença, pois como já está acima de 10 já seria indicado biópsia 5 7,5 (50%) biópsia o Essa velocidade pode ser usada para acompanhamento anual de pacientes que possuem história familiar positiva o Observação: Gleason 2 a 4 – PSA dobra em 6 anos Gleason 5 a 7 – PSA dobra em 2 anos Gleason 8 a 10 – PSA dobra em 6 meses Exceção – neoplasia muito indiferenciada – PSA normal (a células é tão indiferenciada que perde uma das funções que é produzir PSA) Fracionamento (Relação de PSA Livre / Total) o Conjugado – 60 a 95% do PSA total o Livre – 5 a 40% do PSA total o A neoplasia aumenta a fração conjugada o Referência: PSA livre/Total >25% - Ca em 5% PSA livre/Total < 10% - Ca em 55% Entre 10 e 25% - Usar outras estratégias Indicações de Biópsia PSA > 10 PSA 4 e 10 (Interpretação): usar estratégias que aumentam sensibilidade do PSA: o PSA > que o PSA elevado o Velocidade de elevação > que 0,75 ng/ml e/ou 20% do valor inicial ao ano o PSA livre/Total < 10% - Ca em 55% Toque Retal Sugestivo: próstata petrificada Lesões Osteoblásticas NIP III (lesão pré neoplásica) com HF positiva Estadiamento Exames o Cintilografia óssea: mapeamento do esqueleto (medicina nuclear) o RM da pelve –Multiparametrica Padrão ouro para estadiamento loco-regional o Rx de tórax: usado para avaliar metástase o US de abdome superior: usado para avaliar metástase o Rotina de sangue: avaliar comorbidades 13 ONCOLOGIA o PET – PSMA: tomografia por emissão de pósitron específica para células que expressão PSA. Ainda é pouco difundido, principalmente, em termos de saúde pública. Custa por volta de 5000 reais, mas é muito mais preciso/específico TNM: avalia extensão da doença o T: tamanho o N: acometimento linfonodal o M: metástase à distância T1: tumor não palpável clinicamente e não visível por imagem; o T1a: achado histológico incidental em ≤ 5% do tecido ressecado; o T1b: achado histológico incidental em > 5% do tecido ressecado; o T1c: tumor identificado através de biópsia por agulha [por elevação de antígeno prostático específico (PSA)]; T2: tumor confinado à próstata (ainda respeita a cápsula prostática, mas é maior) o T2a: tumor envolve metade de um lobo ou menos; o T2b: tumor envolve mais da metade de um lobo; o T2c: tumor envolve ambos os lobos; T3: tumor se estende além da cápsula prostática; o T3a: extensão extracapsular; o T3b: tumor invade a vesícula seminal; o Não há acometimento linfonodal nem metástase a distância T4: tumor fixo ou com invasão de estrutura adjacente: bexiga, reto, parede pélvica, músculos elevadores Agrupamento O estadiamento final do CA de próstata agrupa: PSA, Gleason e TNM I: T1a-2aN0M0, PSA < 10, Gleason ≤ 6 ou PSA X ou Gleason X (desconhecido); IIA: T1a-cN0M0, PSA < 20, Gleason 7; T1a-cN0M0, PSA ≥ 10 e < 20, Gleason ≤ 6; T2a-bN0M0, PSA < 20, Gleason ≤ 7; T2bN0M0, PSA X, Gleason X; IIB: T2cN0M0qqPSAqqGleason ou T1-2N0M0, PSA ≥ 20, qqGleason ou T1-2N0M0, qqPSA e Gleason ≥ 8; III: T3a-bN0M0qqPSAqqGleason; IV: T4N0M0qqPSAqqGleason ou qqTN1M0qqPSAqqGleason ou qqTqqNM1qqPSAqqGleason.* Definição de Risco 14 ONCOLOGIA Tratamento Doença localizada: baixo risco o Cirurgia, radioterapia ou observação vigilante (acompanhar com PSA e consultas clinicas) Risco intermediário o Cirurgia ou radio + 6 meses de hormônioterapia (inibidor central + periférico) Alto risco o Cirurgia, radio e hormônioterapia (por 3 anos de hormônio) o Se for metastática, só hormônioterapia A hormônioterapia se baseia no bloqueio androgênico que pode ser químico através de drogas que anulam a ação da testosterona ou cirúrgica que é orquiectomia (castração cirúrgica). Ela pode levar à hipercoagulabilidade, aumento do risco cardiovascular e de doença cerebrovascular A quimioterapia só é indicada no CA de próstata quando tem uma doença hormônio refratária ou na doença metastática. A Abiraterona é utilizada após a quimiotereapia A doença metastática ao diagnóstico, não é uma doença curável mais, por isso já inicia o tratamento hormonal. A doença só é curável quando não metastática Caso Clínico Paciente de 60 anos, assintomático, com PSA total = 5,2 e PSA livre = 2,5. Relação (PSA livre/total) = 48% Qual a conduta? o Caracterizar história familiar o Orientar coleta do PSA: ver como foi feita a coleta Descartar ITU Avaliar se houve trauma recente Avaliar se houve ejaculação nas 48 horas que precederam o exame Se houver alguns dos 3 fatores deve-se repetir a dosagem de PSA 15 ONCOLOGIA CÂNCER DE MAMA Caso Clínico AESS, sexo feminino, 30 anos, branca, história familiar negativa para câncer de mama, menarca aos 12 anos, G5P3A2 (sendo um espontâneo e outrodevido a mola hidatiforme aos 20 anos), amamentando há 15 meses, foi encaminhada ao serviço para avaliação de grande tumor em quadrantes superiores de mama esquerda, surgindo há 6 meses com desenvolvimento rápido de tamanho no último mês (crescimento rápido). O exame clínico inicial e o US sugeriram abscesso mamário. Dê o diagnóstico e que exames e/ou procedimentos você realizaria? Epidemiologia Brasil: incidência 57.960 casos/ano – (INCA 2018) Mortes: 14.388/ano (M:H => 14.206 : 181) EUA: Incidência - > 200.000 casos/ano Raro antes dos 35 anos Aumenta rápido e progressivamente após 35 anos Aumento do número de casos tanto em países desenvolvidos e em desenvolvimento Fatores de Risco Quanto maior a idade maior o risco o 49-59 anos é a faixa etária de maior risco o A maior incidência é acima dos 50 anos porque é uma doença tipicamente da pós menopausa Raça branca Obesidade o Maior risco na pós menopausa, pois o estrogênio continua sendo produzido pelo tecido gorduroso, portanto, quanto mais tecido maior a produção de estrogênio Menarca precoce e menopausa tardia o Maior tempo de exposição estrogênica o Estrogênio é fator promotor no CA de mama: gera estimulo para um tecido crescer e proliferar Primeira gravidez tardia e nuliparidade o A gravidez é um período de queda de estrogênio Não amamentação Alcoolismo: é muito esquecido como fator de risco, mas é importante Exposição a radioterapia prévia Menopausa É um período de insuficiência ovariana, portanto, de menor produção de estrogênio fase hipoestrogênica Então porque será que o ca de mama aparece depois da menopausa? Não era esperado que a incidência fosse menor? Entre os fatores é possível ser devido: o Reposição hormonal suprindo a insuficiência ovariana o Na menopausa há uma tendência à obesidade e a produção estrogênica reduz, mas não é nula 16 ONCOLOGIA Existe a aromatase no tecido adiposo periférico, que é uma enzima que transforma o estrógeno em estradiol (forma ativa), ou seja, além do ovário, o tecido adiposo e o fígado, também são produtores de estrógenos. Por isso, uma das linhas de tratamento do CA de mama, é o uso de inibidores de aromatase, como o Adestrozol o 25% dos CA de mama não tem relação com o estrogênio o Idade: maior tempo de exposição hormonal (estudos citam entorno de 30 anos de exposição hormonal para o desenvolvimento do câncer) o Mama já submetida por vários processos proliferativos e regressivos durante a vida devido ao ciclo menstrual Detecção Precoce Recomendações rotineiras para a varredura na população assintomática o Autoexame mensal após 18 anos ou com início da atividade sexual, quando o auto exame é bem feito e bem orientado é positivo o Exame ginecológico anual (incluindo exame da mama pelo ginecologista) o Mamografia basal após 35 anos A sensibilidade e especificidade da mamografia aumentam a partir de 35 anos, pois é o momento em que a mama já tem substituição do tecido mamário por tecido gorduroso, o que melhora a imagem do exame. Muitos falsos negativos antes dessa idade. O SUS indica mamografia de rastreio somente na faixa etária de risco (49-59 anos), mas se o médico identificar fatores de risco pode ser solicitado antes, mas não seria de rastreio e sim propedêutica de investigação. o Mamografia anual após menopausa (exceto se BIRADS > 2) o No subgrupo de risco elevado considerar a tabela a seguir (BRCA(+)) Efeito Angelina Jolie (pesquisa do gene BRCA) o Ela tinha história familiar positiva pro BRCA, então fez um estudo genético para avaliar esse gene e veio com resultado de BRCA positivo o Então ela fez mastectomia profilática e depois retirada de ovários e tubas uterinas também profilático o O BRCA tipo 1 tem mais relação com CA de mama e o tipo 2 com CA de ovário o A expressão do BRCA aumenta o risco de CA em 85% o O efeito Angelina Jolie aumentou o número de testes realizados em mais de 60%, porém reduziu o número proporcional de mastectomias profiláticas, já que a expressão do BRCA ocorre em torno de 10-15% dos casos o Porém, também aumentou o número de testes sem indicação. O perfil adequado para indicação correta do teste é: 2 ou mais casos de CA de mama na família na mesma geração Mãe com CA de mama e expressa o BRCA o Aumento de custo 17 ONCOLOGIA Sugestões para screening de pacientes com mutação no BRCA Formas de apresentação Microcalcificação: forma de apresentação na mamografia, tem aumentado muito a incidência Tumor sólido Retração da papila Feridas ou outras alterações das papilas: Doença de Paget da Mama Diagnóstico do Câncer de Mama Mamografia: exame padrão para rastreio, também é utilizado como propedêutico para caracterização e classificação de nódulos o É um exame com sensibilidade e especificidade razoável, mas com boa disponibilidade e aceitação Ultrassonografia: diferencia cisto de nódulo, muito bom para guiar biópsia e para mamas densas (mulheres abaixo de 35 anos) Ressonância nuclear magnética: mais sensível para mamas com silicone e com neoplasias multifocal (comportamento incomum do CA de mama tratamento cirúrgico com mastectomia total) o Apesar de ter uma boa sensibilidade e especificidade, é um exame de alto custo, não é de fácil realização e tem uma aceitação menor que a mamografia Tomografia por emissão de pósitron: busca por metástase, é um exame para estadiamento e não para rastreamento Biópsias: diagnóstico definitivo Sistema BIRADS® (Breast Imaging Reporting and Data System) Padronização dos laudos 0- Exame inconclusivo o Ex: mamografia não foi um bom método, muito comum em mamas densas principalmente abaixo de 35 anos indicar outro método 1- mamografia normal: repetir em 1 ano 2- Achados benignos: repetir em 1 ano. Existe algumas alterações, como calcificação de vasos, microcalcificações esparsas, mas são benignas 18 ONCOLOGIA 3- Achados provavelmente benignos: repetir em 6 meses (VPP=5% de chance de ser câncer). Se a alteração não mudou em 6 meses ela é reclassificada como BIRADS 2 e se mudou vira 4 4- Achados suspeitos de malignidade: Segue para investigação histopatológica (VPP=34%) 5- Malignidade: Histopatologia (VPP=81% especificidade para CA de mama) Biópsias - Métodos Biópsia aspirativa por agulha fina (PAAF): o Guiada ou não por método de imagem o É menos agressiva o É menos precisa na detecção de focos tumorais pequenos, principalmente em mamas volumosas o Confirmação de neoplasias avançadas (estádio clínico IIIb) com indicação para tratamento neo- adjuvante o Confirmação casos já sabidamente metastáticos (estádio clínico IV) o É um material aspirado (citologia)e não fragmento (histologia) Biópsia por agulha grossa ou core biopsy ou mamotomia: o Mais precisos que a BAAF, principalmente se associados à radiografia do material biopsiado para assegurar-se da remoção das áreas de microcalcificações agrupadas o Pode ser associado ao posicionamento de um fio guia (agulhamento) para melhor tratamento cirúrgico nos casos de preservação da mama (marcação da área biopsiada, facilitando a localização da lesão no momento cirúrgico) o Guiada por ultrassom o Retira fragmentos: representação tecidual maior Biópsia a "céu aberto": o É o método mais preciso o Mais invasivo por implicar hospitalização e procedimento anestésico o Pode ser seguido por análise imediata por congelação do material e avaliação patológica, ou por análise tardia, aguardando a fixação em parafina e coloração por hematoxilina-eosina (H&E), com realização de um segundo tempo cirúrgico nos casos de diagnóstico de doença neoplásica. o Diagnóstico histopatológico o Indicada em lesões altamente sugestivas que a core biopsy não concluiu ou mama muito volumosa que a agulha fina não alcançou, entre outrosPatologia na Prática Oncológica Definições o Multifocalidade (cerca de 60%): Dois ou mais focos em um campo/área/quadrante o Multicentralidade (cerca de 10%): Dois ou mais focos com mais de 5cm de distância o Bilateralidade (aumenta 1%/ano até a menopausa) (PROVA!): situações que aumentam o risco de bilateralidade Pacientes com idade < 40 anos Envolvimento do complexo mamilo-areolar Tumor > 2cm Histologia lobular Mutação do BRCA1 ou BRCA2 19 ONCOLOGIA Tipos Neoplasias não-invasivas: Geralmente são diagnósticos estabelecidos em mamografia de rastreio o Carcinoma Ductal in situ (CDIS) o Carcinoma Lobular in situ (CLIS) Neoplasias Invasivas o Carcinoma Microinvasor (T1 mic) o Carcinoma ductal invasivo Aproximadamente 75 % dos casos Neoplasia mais comum da mama Diferente da próstata, que o acinar é o mais comum, e seria o representativo do lobular na mama o Carcinoma lobular invasivo (aproximadamente 5% a 10% dos casos) o Carcinoma Tubular (aproximadamente 5% dos casos) o Carcinoma Medular (aproximadamente 5% a 7% dos casos) o Carcinoma mucinoso ou colóide (aproximadamente 3% dos casos) o Carcinoma Papilar (aproximadamente 1% a 2% dos casos) Classificação imunohistoquímica (quadro): Luminal A o Expressa hormônio e Ki67 baixo (<14%) o Receptor de estrógeno e de progesterona positivo e Ki67 baixo o Mais comum no câncer de mama e acomete mais mulheres na pós menopausa o Responde bem ao tratamento hormonal por expressar receptores hormonais o É uma doença indolente com crescimento lento o TTO se baseia em cirurgia e hormônioterapia Luminal B o Expressa hormônio e Ki67 alto (> 14%) o Receptor de estrógeno e progesterona positivo e Ki67 alto o Menos comum, tem um equilíbrio nas faixas etárias (não tem preferência em grupos pré ou pós menopausa) o TTO, além de cirurgia e hormônioterapia, responde bem a quimioterapia devido ao Ki67 alto (que significa que tem alta proliferação celular) HER2+/RE- o HER2 é um receptor de membrana e confere características de gravidade e de prognóstico ruim à neoplasia o Mais comum em mulheres acima de 54 anos o Atualmente, existe terapia alvo com uma droga quimioterápica específica para atuar na neoplasia que expressa o HER-2 Triplo negativo o Não expressa hormônio, nem HER2, e geralmente o Ki67 é alto tende a ter pior prognóstico, já que há menos recurso terapêutico o 2º mais comum 20 ONCOLOGIA o TTO com quimioterapia, esquemas altamente tóxicos e com um prognóstico ruim, principalmente se for uma doença avançada. Se for uma doença inicial, o tratamento cirúrgico tem uma capacidade de até curar a doença inicial. Híbrido: expressa hormônio e HER2 Estadiamento Se baseia no TNM (tumor, linfonodos e metástase) 21 ONCOLOGIA Tratamento Tratamento Local Cirurgia: mais conservadora possível Radioterapia o É um recurso que usa o elemento radioativo e age no tecido de duas formas: Direta: aquele raio vai no material genético da célula, quebra o DNA e essa célula sofre apoptose Indireta: ele quebra a molécula de agua do tecido e o radical hidroxila liberado também tem a capacidade de quebrar a molécula de DNA e gerar a morte celular o Então é um recurso que você usa no campo que você define para poder diminuir a recidiva, destruindo algum resíduo celular que possa ter ficado no leito tumoral. o Analisar: Indicações, tempo, Toxidade aguda e crônica Tratamento sistêmico Quimioterapia o Quimio neoadjuvante: realizada antes da cirurgia com a intenção de reduzir a lesão e fazer uma cirurgia mais conservadora o Quimio adjuvante: após a cirurgia o Quimio com intenção paliativa: quando já tem doença metastática e quer aumentar a sobrevida, não pensando mais em cura Hormonioterapia o Terapia anti-estrogênica Terapia - alvo Estudos genéticos Análise do risco de neoplasia, principalmente daqueles tumores em fases muito iniciais, ajudando a definir se vale a pena realizar tratamento preventivo ou não, estimando o risco de recorrência 22 ONCOLOGIA MammaPrint o 70 genes o Indicado tanto em pacientes com RH positivo como negativo o Reflete somente a história natural Oncotype DX o Indicação: Pacientes com tumores < 4 cm, RH positivo, HER-2 negativo e LN negativo o Avalia o perfil molecular de um tumor de mama individual o Estimar o risco de recorrência o 25 genes o Prediz o impacto da hormonioterapia Risco baixo (sem necessidade de QT adjuvante; risco de morte < 10%) T ≤ 0,5 cm, RHs positivos e HER-2 negativo. T entre 0,6 e 1 cm na ausência de todos os seguintes fatores de prognóstico adverso: grau 3, invasão vascular ou linfática, idade < 35 anos, RHs negativos e HER-2 positivo. T entre 1 e 2 cm, grau histológico e nuclear 1 na ausência de todos os seguintes fatores de prognóstico adverso: invasão vascular ou linfática, idade < 35 anos, RHs negativos e HER-2 positivo. Pacientes com LN negativo, RH positivo e Oncotype DX com RSPC < 18, ou Prosigna de risco baixo. Pacientes com risco clínico alto, conforme definido no estudo MINDACT, mas com risco genômico baixo pelo MammaPrint devem ser tratadas como risco baixo. Risco intermediário (risco de morte entre 10 e 20%) T entre 0,6 e 1 cm e qualquer um dos seguintes fatores de prognóstico adverso: grau 3, invasão vascular ou linfática, idade < 35 anos ou RHs negativos. T entre 1 e 2 cm, HER-2 negativo e qualquer um dos seguintes fatores de prognóstico adverso: grau ≥ 2, invasão vascular ou linfática, idade < 35 anos ou RHs negativos. 3. Pacientes com LN negativo, RH positivo e Oncotype DX com RSPC entre 18 e 31 ou Prosigna de risco intermediário. Risco alto (risco de morte > 20%) T > 1 cm e HER-2 positivo. * LN positivo. LN negativo se T > 2 cm e particularmente se triplo- negativo (ER, PR e HER-2 negativos). Pacientes com LN negativo, RH positivo e Oncotype DX com RSPC > 31 ou Prosigna de risco alto. Pacientes com risco clínico alto (conforme definido no estudo MINDACT) e com MammaPrint alto devem ser tratadas como risco alto. Doença Localmente avançada Quimioterapia neo Hormonioterapia neo Cirurgia 23 ONCOLOGIA 24 ONCOLOGIA 25 ONCOLOGIA 26 ONCOLOGIA 27 ONCOLOGIA Complicações Relacionadas a Quimioterapia Náuseas e Vômitos, Alopécia Cardiotoxicidade Neuropatia extravazamento de quimioterápicos Vulnerabilidade a infecções Anemia e sangramentos Complicações Relacionadas a Cirurgia Edema Linfático - 30% Intercostobraquialgia - 15 - 25% Distúrbios psico-sociais Infecções Locais Limitações do membro envolvido Complicações anestésicas Cuidados físicos da mulher pós- mastectomia Encorajar a realização de medidas de higiene e auto cuidado Estimular a movimentação do braço Execução de exercícios respiratórios diminui sensação dolorosa pelo acúmulo de secreção no subcutâneo Estimular a observação da incisão 28 ONCOLOGIA CÂNCER GASTRINTESTINAL Introdução Metástase gânglios linfáticos regionais, cervicais, supraclaviculares, infratorácicos, diafragmáticos, celíacos e periaorticos Grande impacto na mortalidade por câncer Representam +/- 25% de todos os tumores Apresentação clínica tende ser tardia o Geralmente são doenças com o curso clinico assintomático por um período considerado de tempo o Um dos motivos é devido ao órgão ser oco e a lesão começar na mucosa, portanto precisa de um tempo para que a lesão ulcere ou perfure e dissemine Exige vigilância clínica: Diagnóstico precoce Diferenças entre fatores etiológicos, anatomia, terapêutica e evolução Engloba os canceres de: o Esôfago o Estômagoo Fígado e vias biliares o Pâncreas o Intestino e Reto CÂNCER DE ESÔFAGO Anatomia Órgão tubular, localizado no mediastino posterior, à frente da coluna vertebral, lateral a aorta torácica e posterior a traqueia O relacionamento anatômico gera considerações importantes no ponto de vista de etiologia, das manifestações clínicas e do prognostico devido as complicações, como fistulização do órgão É revestido pelo epitélio escamoso e epidermóide o Carcinoma epidermóide é o mais comum: 90% dos casos o Adernocarcinoma vêm aumentando devido a maior incidência de má alimentação e obesidade Aumento do número de casos de DRGE transformação de epitélio escamoso para glandular esôfago de barret adenocarcinoma Não possui adventícia, facilitando a infiltração de órgãos vizinhos o Geralmente os tumores de esôfago são vegetantes e/ou infiltrativos As lesões possuem tendência de crescimento circunferencial, gerando envolvimento anelar do órgão, o que obstrui a luz ou funciona como um ponto de bloqueio da onda peristáltica da deglutição, gerando a manifestação clínica mais comum que é a disfagia que tende a ser progressiva que começa com alimento sólidos pastosos líquidos obstrução total (essa disfagia evolui em cerca de 3-6 meses) A drenagem linfática pode ser dividida de forma didática em superior, médio e inferior o Superior: linfonodos cervicais e supraclaviculares o Médio: mediastinais o Inferior: mediastinais e celíacos As neoplasias acometem: 29 ONCOLOGIA o Terço superior 10 % das neoplasia do esôfago Mais comum no sexo feminino Relação importante com alterações anatômicas, como divertículos Radioterapia de cabeça e pescoço pode ser um fator promotor Tratamento cirúrgico é mais limitado devido à dificuldade de técnica, proximidade de estruturas e falta de condição de ressecabilidade Fístulas nesse segmento podem ser cutâneas ou traqueal o Terço médio 30% das neoplasias Mais comum em homens Grande relação com tabagismo, etilismo e ingestão de bebidas quentes Há maior possibilidade de se realizar esofagectomia Complicação fistulosa é mais comum no brônquio e aorta torácica (complicação fatal por gerar hemorragia digestiva alta intensa) o Terço inferior 60% das neoplasias Além do epidermoide, aqui também tem o adenocarcinoma em cima de área de metaplasia Tratamento cirúrgico importante: a esofagectomia nesse terço é uma modalidade curativa Mais comum gerar fístula brônquica Tumores que ulceram muito pouco, tem a característica de serem mais infiltrativos e vegetativos repercussão na manifestação clínica são lesões que sangram pouco, portanto a manifestação clínica de anemia é menos frequente Fatores de Risco: Ingestão de álcool e tabagismo ocorrem principalmente no terço médio e distal do esôfago No esôfago proximal tem mais relação com alterações anatômicas (como divertículos, acalasia, tto de câncer orofaríngeo prévio) Esôfago de Barrett: relacionado a DRGE e a histologia de adenocarcinoma Tilose o É um estimulo a proliferação de tecido escamoso sistêmico com ceratose palmo-plantar o Favorece o desenvolvimento da neoplasia porque mostra que a pessoa tem estímulo a proliferação de tecido escamoso de forma sistêmica, então isso também acomete órgãos que tem esse tipo celular, e se tem hiperproliferação tem maior risco de desenvolver neoplasia. Síndrome de Plumer-vinson (anemia ferropriva, atrofia língua, dilatação esôfago): mais comum nas mulheres Divertículos Acalasia: gera estase e fermentação levando a formação de substâncias agressivas ao epitélio, que promove a degeneração maligna 30 ONCOLOGIA Câncer orofaríngeo prévio: tanto pelos fatores de risco quanto pelo tratamento radioterápico que faz na maioria das vezes Essa é uma tabela de um artigo que mostra o fator de risco para o câncer de esôfago e os fatores relacionados a etiologia escamosa e ao adenocarcinoma. Exemplos: o O tabagismo está diretamente relacionado ao carcinoma mas também tem relação com o adenocarcinoma por está diretamente relacionado com a DRGE o O alcoolismo tem relação com a escamosa pela abrasividade do álcool no tecido o O esôfago de Barret é relacionado ao adenocarcinoma assim como sintomas de refluxo e obesidade o O grau de pobreza é relacionado a histologia, que mostra que é uma doença de pessoas com menor poder aquisitivo, pelo fato de maior ingestão de álcool, por exemplo o Injuria caustica e acalasia relacionada a abrasividade da mucosa com formação de carcinoma e assim por diante Patologia: 1/3 superior - < 10% - CEC 1/3 médio - 30% - CEC 1/3 inferior - 60% - CEC e ADC Podem ser exofíticos, infiltrativos e ulcerativos Crescimento circunferencial Podem invadir estruturas vizinhas e linfonodos regionais - cervicais, mediastinais e celíacos Apresentação Clínica: Disfagia progressiva e insidiosa: sintoma mais importante Dor torácica transfixante: significa doença avançada, que já envolveu órgãos vizinhos (transfixante: a dor atravessa o tórax de forma anteroposterior) Emagrecimento: por uma questão mecânica de não conseguir deglutir devido ao tumor Linfoadenopatia Pneumonias de repetição: principalmente pela formação de fístulas 31 ONCOLOGIA Diagnóstico: EDA com biópsia para confirmação histopatológica: padrão ouro Esofagografia o Mostra localização e extensão da lesão, mas não faz confirmação histopatológica o Contra-indicação absoluta: suspeita de fistula esôfago-brônquica ou esôfago-traqueal Suspeita clínica dessas fístulas: São fístulas de pequeno calibre, então o paciente vai ter tosse sempre que deglutir líquidos, as vezes até a saliva pode gerar as crises de tosse o O paciente ingere uma substância e vai fazendo radiografias seriadas para analisar o trajeot do contraste pelo órgão Estadiamento: Tc de tórax e abdome o Informações sobre o T e o N o Se houver uma neoplasia de esôfago proximal terá que incluir TC de pescoço o Abdome: para avaliar tumores distais e linfonodos celíacos Exames laboratoriais o Avaliar ocorrência de patologias o Avaliar função hepática, renal e medular, desnutrição o Analisar distúrbios hidroeletrolíticos, como hipercalcemia (não rara em câncer de esôfago) US endoluminal: é a ecoendoscopia o Usada para ver a extensão do tumor na parede do órgão, principalmente para procedimentos cirúrgicos Imagem da endoscopia mostrando a luz esofagiana e preenchida parcialmente por uma vegetação. Na esofagografia é vista como uma falha de enchimento e estreitamento. A imagem em cinza é do mesmo paciente, que é da ecoendoscopia, que mostra a lesão e também consegue mostrar linfonodo regional. Então esse paciente tem uma lesão não obstrutiva mas que já tem um linfonodo acometido. Imagem de esofagografia, o branco é o esôfago, o bário contrastou o órgão com uma dilatação a montante e um estreitamento com irregularidade da mucosa (falhas de enchimento dentro da luz) que é onde está a lesão, sem obstruir o órgão. 32 ONCOLOGIA Broncoscopia: quando tem suspeita de fístula esôfago-brônquica ou esôfago-pulmonar Sobrevida Essa tabela mostra como é feito o estadiamento TNM Na última coluna tem a sobrevida em anos de acordo com o estadio do paciente Estágio 0 o É um Tumor in situ o N0 e M0 é aquele achado incidental: paciente faz uma endoscopia, nota-se irregularidade de mucosa e no exame histopatológico vem o diagnóstico de neoplasia incial o A sobrevida em 5 anos é acima de 90% Estágio I o Tumor infiltrante, que passa a camada basal o Mas é inicial, sem acometimento linfonodal e metástases (N0M0) o Só pelo fato de ultrapassar a camada basal já tem um impacto na sobrevida, 50-80% EstágioIIA o É um tumor um pouco maior, que já ultrapassa a camada muscular do esôfago mas que é N0M0 o Sobrevida de 30-40% Estágio IIB o Tumor que independentemente do tamanho já tem um N1 o Sobrevida de 10-30% Estágio III Essa imagem no corte axial (B) em uma janela de mediastino, mostra a parte posterior caracterizada pela coluna vertebral e a parte anterior pelo externo, os vasos da base e bem próximo ao corpo vertebral tem a luz esofagiana e a estrutura tubular ao lado dela é a aorta. O tumor está no esôfago torácico que mostra uma intima relação com a aorta e as vértebras. Na segunda imagem (C) é possível ver um linfonodo aumentado. Na imagem A, que é do PET-CT que mostra a lesão primária maior e ao lado um linfonodo regional acometido, caracterizando o estadiamento do paciente. 33 ONCOLOGIA o É um tumor grande com acometimento linfonodal, com risco de disseminação por contiguidade, mas que não tem metástase a distância o Sobrevida de 10-15% Estágio IVA o É quando tem M1a com metástase em linfonodos a distância o Exemplo: um tumor de esôfago médio que tem acometimento de linfonodo supraclavicular o Sobrevida < 5% Estágio IVB o É quando é M1b, metástase visceral, com acometimento pulmonar, ósseo e hepático o A sobrevida é menor que 1% Essa tabela deixa claro a importância de ser feito diagnóstico em fases iniciais para que o tratamento e até a cura sejam possíveis, aumentando a sobrevida dos pacientes Tratamento: Cirurgia o Indicada no esôfago distal e torácico, pois no esôfago cervical o risco de deixar resíduos é muito grande e estudos mostram que protocolos com radio e quimioterapia apresentam mobirdade muito menor. o Esofagectomia total: é necessária estrutura hospitalar, estrutura nutricional e um estadiamento pré-operatório muito preciso, para que tenha uma indicação cirúrgica precisa para diminuir o risco de insucesso, no caso o óbito. Pois são pacientes com histórico de tabagismo e etilismo, com grandes chances de ter comorbidades hepática e pulmonar, além de ser um paciente desnutrido na maioria das vezes Radioterapia Quimioterapia Prognóstico: Sobrevida global em 5 anos - < 10% Cirurgia - Sobrevida em 5 anos - 21% CÂNCER DE ESTÔMAGO Aspectos macroscópicos Lesão com maior tendência de ulceração Então, uma das formas mais comuns é a úlcera o DD com ulcera gástrica péptica o São ulceras com bordas elevadas e endurecidas o Apresentação comum: anemia e perda crônica de sangue Outra forma de apresentação é a forma polipoide o Geralmente, surge de pólipos pré-existentes, formando uma estrutura verrucosa pra dentro da luz e infiltra a parede Uma terceira forma de apresentação é a forma infiltrante, que ao invés de projetar para dentro da luz, vai infiltrando toda a parede 34 ONCOLOGIA o Quando ocorre em toda a parede do estômago é chamado de Linite Plástica, em que todo o órgão passa a ser um tumor, apresentando um enrijecimento de toda a sua parede o Mais comum em mulher jovem o Clinicamente se apresenta como vômito incoercível (que não melhora com nada) pois o estômago perde a capacidade de distensão, gerando vômitos com pequenos volumes de alimento ou líquido Aspectos gerais: Existe relação com a infecção com H. pylori que gera uma degeneração do epitélio gástrico, favorecendo a formação do tumor pela inflamação crônica A localização mais comum é na parte distal do órgão (antro-pilórica), principalmente na incisura angular ou na pequena curvatura o Estudo atuais vem observando aumento dos tumores proximais, como na JEG (junção esôfago gástrica) e no fundo gástrico devido ao aumento de casos de DRGE (estase alimentar, dilatação e metaplasia) Epidemiologia o 2ª causa de morte por câncer no mundo o Muito prevalente no Japão e na China o Mais comum no homem (1,7:1) o Mais comum entre 50 e 70 anos e em negros o No ocidente é mais prevalente em pobres Etiologia: Predisposição genética + Dieta + Infecções o Dieta: ingestão de proteína crua, enlatados e embutidos o Infecções: relação com H. pylori Tabagismo e etilismo: Estudos Inconsistentes Indivíduos do Grupo sanguíneo A: estudos observacionais, não tem explicação fisiológica Helicobacter pylori, Gastrite atrófica e acloridria o Condições impactadas pelo uso indiscriminado de medicações bloqueadoras de bomba de prótons, como omeprazol que gera acloridria e atrofia, favorecendo a neoplasia História prévia de cirurgia gástrica /Refluxo o 25 anos atrás era o tratamento para úlceras gástricas o Ao realizar a cirurgia na anastomose gastro-jejunal tem uma metaplasia que tardiamente pode ter transformação maligna Anormalidades do p53 – 60% (?) o A p53 é uma proteína muito importante no processo de apoptose, ela é capaz de identificar clones celulares anormais e gerar a morte celular programada deles. Então quando tem uma deficiência dessa proteína vai ter um processo de formação neoplásica mais facilitada o Existe a síndrome de Li-Fraumeni que é onde a criança nasce com deficiência de p53 e tem a formação de neoplasias seguidas em vários locais, com alta mortalidade Gene da polipose adenomatosa coli – 50% (?) o KRAS quando expressado tem relação com o câncer gástrico 35 ONCOLOGIA Patologia: Adenocarcinomas: 90% dos casos. Classificação de Lauren: o Intestinal: metaplasia prévia / melhor prognóstico o Difuso: infiltrativo / pior prognóstico (célula em anel de sinete) Crescimento longitudinal: diferente do de esôfago que é circunferencial Linfáticos regionais (VIRCHOW – linfonodo supraclavicular esquerdo), órgãos adjacentes Disseminação transcelômica o Que é a disseminação para órgãos com a mesma idade embriológica, nesse caso chama atenção o ovário e serosas como o peritônio. o Exemplo tumor de krukenberg: Quando tem um tumor primário do tubo digestivo, principalmente estômago e colón, que dissemina para o ovário Disseminação venosa porta: Fígado Disseminação sistêmica: pulmão, SNC, osso e pele Linite plástica Outras: Linfoma e GIST o Linfoma malt ou maltoma o GIST: é uma sigla em inglês que quer dizer Tumor do estroma gastrointestinal que surge na célula de Cajal, que é uma célula que foi caracterizada por imunohistoquímica, que faz conexão entre o sistema nervoso autônomo e a musculatura do órgão para que ocorra a motilidade. Ele foi descrito antes dessa caracterização imunohistoquímica como um Leiomiosarcoma, que é um tumor de musculatura lisa, mas agora essa célula expressa uma proteína que o caracterizou como GIST, um tumor que acomete todo órgão com musculatura lisa e peristalse. Apresentação Clínica: Sintomas inespecíficos e insidiosos o Dor epigástrica, perda de peso, anorexia, náusea e vômitos Disseminação linfática precoce: Virchow / Sister Mary (periumbilical) Prateleira de Blumer: Implantes peritoneais ao toque retal Perda sanguínea crônica: anemia ferropriva forma mais comum de apresentação Metástases: paciente com um fígado multinodular, por exemplo Diagnóstico: Endoscopia Digestiva Alta o Padrão ouro o Biópsia para estudo anatomopatológico o Na linite plástica, por ser uma doença infiltrativa em todo o órgão, as vezes não tem nenhuma área com irregularidade, por isso que tem que ser feito a insuflação de ar dentro do estomago para medir a distendibilidade Radiografia contrastada o Já foi muito usada o Na linite tem o achado que o estomago adquire forma de J Metástases à distância o Biópsia hepática e de linfonodos, por exemplo, descobre a doença 36 ONCOLOGIA Estadiamento (TNM): Tomografia computadorizada do tórax, abdome e pelve Ultrassom endoscópico: estadiamento do tumor em doenças iniciais para planejamento cirúrgico Cintilografia óssea: Dor óssea e FA elevada Laparoscopia: avaliar peritônioe metástases peritoneais. Usada como estadiamento e não tratamento Papel dos Marcadores Tumorais o Podem ser utilizados no pré tratamento como pista do acometimento a distância ou após o tratamento para acompanhamento ex: paciente com CEA inicial de 30, faz tto e o CEA abaixa para 5, valor normal, confirmando que o tto foi eficaz o São o CEA, Ca-125 (proteína que aumenta na disseminação peritoneal e ovariana) e o Ca 72-4 (aumenta principalmente no tipo difuso) Prognóstico: Estágio da doença ao diagnóstico Grau de diferenciação: “Anel de Sinete” pior prognóstico Nível plasmático de VEGF: fator de crescimento endotelial vascular o Fator da neo formação vascular, tem relação direta com a capacidade de disseminação tumoral o Quanto maior, pior Nível intratumoral de DPD – Diidropirimidina desidrogenase: Pior resposta ao 5-FU o DDP é uma enzima que quando alta, atrapalha o efeito do quimioterápico 5-fu que está presente em todos os protocolos de tto de câncer gástrico Papel dos genes supressores de tumores (?) Tratamento: Cirurgia o Gastrectomia total: indicada para tumores proximais e de grau de diferenciação mais alto, independentemente da localização o Gastrectomia subtotal: utilizada em tumores distais, de subtipo intestinal com grau de diferenciação mais baixo e prognóstico melhor Deixa 1/3 do estômago: importante para a qualidade de vida do paciente, já que fica possível a produção de fator intrínseco para a absorção de vit. B12 o Margem mínima de 5 cm o Dissecção linfonodal (D0, D1, D2, D3): diretamente relacionado com a capacidade técnica do cirurgião (cirurgião tem valor prognóstico no ca gastrico) D0 – resseção de parte do estômago sem dissecção de nenhuma cadeia linfática. D1 – ressecou o segmento do estômago e tirou linfonodos perigástricos. D2 – ressecou o estômago e dissecou perigástricos, perihepáticos (cadeia de gástrica esquerda) e celíacos. É o padrão de dissecção linfonodal. D3 – dissecou os anteriores e peritraqueais. É uma dissecção que tem um potencial curativo mais importante porque a recorrência linfonodal é uma das formas mais importante da recorrência de câncer gástrico. De D2 para D3 o que diferencia é a morbidade pelo maior tempo anestésico e cirúrgico. Quimioterapia 37 ONCOLOGIA o Neo-adjuvante: antes da cirurgia, para reduzir o tamanho do tumor o Adjuvante: após a cirurgia, para diminuir o risco de recorrência o Paliativa: intenção de aumentar a sobrevida, não preocupando com recorrência e condição de ressecabilidade Radioterapia o Concomitante a Quimioterapia adjuvante ou paliativa o Paliativa Pontos fundamentais: Início insidioso dos sintomas, com apresentação lenta e gradual EDA é fundamental ao diagnóstico Estadiamento prévio evita cirurgias impróprias Laparoscopia Gastrectomia total e subtotal, suas diferenças no impacto na recorrência e qualidade de vida Extensão da ressecção nodal Doença irressecável e quimioterapia CÂNCER DE FÍGADO Introdução Órgão com maiores condições homeostáticas para o implante de células tumorais o Principal: Dupla circulação o Capacidade regenerativa o Múltiplas funções, portanto inúmeras linhagens celulares Primário Hepatocarcinoma ou Carcinoma hepático Doença rara Etiologia 80% dos casos ocorrem em pacientes com hepatopatia crônicas (Cirrose hepática): o Viral: Hepatites B e C o Álcool o Hemocromatose Aflatoxina: Aspergillus flavus (fungo) Anabolizantes Thorotrast: contraste radiológico (pouco utilizado atualmente) Macroscopia Lesão única e volumosa Depois de certa evolução pode se apresentar com pequenas lesões além da lesão volumosa principal 38 ONCOLOGIA Diagnostico Quadro clínico inespecífico o Fígado para demonstrar insuficiência tem que estar mais de 80% acometido GGT; FA; Bilirrubinas Alfa – fetoproteína: marcador tumoral com mais especificidade para hepatocarcinoma Exames de imagem (TC; US; RNM; Pet-scan) o Atualmente algumas técnicas de TC tem tamanha acurácia que permitem confirmação do diagnóstico mesmo sem a comprovação da biópsia Histopatologia Secundário ou Metástase Considerações É o principal local acometido por metástases hematogênica (Portal e sistêmica) Vinte vezes mais comum que o primário Os sítios primários mais comuns que dão meta-hepática são: o Neoplasia de mama o Neoplasia de pulmão o Melanoma o Neoplasias Gastrintestinal (pâncreas, colorretal, estômago): principal, devido a dupla circulação o Outros: ovário, rim Em necropsias, cerca de 40% dos pacientes com tumores extra-hepáticos apresentavam metástase hepática quando obituaram. Macroscopia Lesão múltipla e pequena Frequentemente com necrose central Neoformação vascular periférica Achado típico na TC: lesão hiperatenuante na periferia e hipoatenuante no centro CÂNCER DE VIAS BILIARES Neoplasia de Vesícula Biliar Macroscopia o Padrão exofítico o Espessamento da parede Microscopia: o Padrão gandular o Componente fibrótico Fatores de risco: o Calculose volumosa. Os cálculos pequenos são relacionados à obstrução, mas não geram inflamção importante a ponto de ser fator de risco para CA Neoplasia do colédoco (Colangiocarcinoma) 39 ONCOLOGIA Colangiocarcinoma proximal o Acomete o ducto hepático direito e esquerdo, na desbocadora do ducto comum o Tumor de Klatskin: colangiocarcinoma proximal intra-hepático Prognóstico muito ruim, pois a ressecabilidade é inviável e tem resistência ao tratamento citotóxico devido a camada fibrótica com pouca população celular Colangiocarcinoma distal o Colédoco distal e papila duodenal (tumores peri-ampolares) o Fator de risco principal: mulher idosa com história familiar, e mais raramente doenças hemolíticas o Tendem a ser estenosantes, gerando icterícia como principal sintoma o Podem ulcerar, gerando hemobilia (sangramento que ocorre em vias biliares, hemorragia de trato digestivo alto de origem biliar) Anemia microcítica Icterícia flutuante Geralmente a hemobilia é um diagnóstico de exclusão Fatores de risco A icterícia, às vezes o primeiro sintoma, e é sinal de mal prognóstico já que indica maior crescimento do tumor Predisposição genética, Etnia e a variação geográfica (populações americanas aborígenes, hispanos nos Estados Unidos, norte da Índia, onde são registradas altas prevalências de litíase e infecção por Salmonella); Sexo feminino; Idade avançada. É rara em mulheres jovens Inflamação crônica do trato biliar (colelitíase, colecistite crônica), Baixo nível socioeconômico. CÂNCER DE PÂNCREAS Aspectos gerais 2% de todos os tipos de câncer no Brasil: incidência baixa mas alta mortalidade 4% das mortes por câncer no Brasil o É uma doença de comportamento cruel pela sua capacidade de disseminação, pela localização peculiar permite muito espaço para progredir silenciosamente e pela resistência a tratamento citotóxico Comum entre 60 a 80 anos e em negros Adenocarcinoma: 90% dos casos Também pode ter tumores benignos como Insulinoma, Glucagonoma, entre outros Mutação específica do oncogene K-ras (também é responsável por neoplasias colorretais, existem terapia alvo para esse tipo de câncer) Associado a algumas síndromes genéticas o Peutz-Jeghers: polipose adenomatosa não familiar que acomete trato digestivo e pâncreas e semiologicamente apresenta uma mancha café com leite peri oral 40 ONCOLOGIA o Ca de mama familiar – expressão de BRCA Sobrevida de 1 a 4% em 5 anos (9 a 12 meses) Diagnóstico tardio Câncer do pâncreas exócrino O pâncreas tem intima relação com a segunda porção do duodeno (onde desemboca o ducto de Wirsung e onde a secreção pancreática é excretada). O ducto de Wirsung que vem da cabeça do pâncrease o colédoco desembocam na papila duodenal Portanto, quando tem um processo expansivo na cabeça do pâncreas que é onde vemos a grande maioria dos tumores pancreáticos (60-70%), a manifestação clínica tem relação com essas estruturas (segunda porção duodenal e a via biliar) o Tendo uma icterícia obstrutiva como manifestação importante o Se tiver um processo infiltrativo, pode atingir a parede duodenal ocasionando uma ulceração com hemorragia na segunda porção do duodeno que se manifesta como anemia o Pode ter uma compressão do arco duodenal e o paciente ter uma clínica de obstrução duodenal que semiologicamente é muito parecida com uma obstrução pilórica (vômitos incoercíveis, plenitude pós prandial) Já no corpo e cauda, tem como consequência o diabetes secundário o Ocorre principalmente na cauda que é onde se localizam a maioria das ilhotas de Langerhans que tem as células beta responsáveis pela excreção de insulina o Diabetes diagnosticado no idoso é uma pista clínica para se pensar em um diabetes secundário ao câncer de pâncreas A cabeça do pâncreas tem localização peritoneal e o corpo e cauda tem uma localização retroperitoneal, o que gera uma dor dorsal, muitas vezes confundida com dor de origem osteoarticular/vertebral, por se referir no dorso Neoplasia do pâncreas endócrino: 41 ONCOLOGIA O pâncreas tem na sua composição células: o Alfa: produção de glucagon o Beta das Ilhotas de Langerhans: produção de insulina o Gama: produção do Peptídeo Intestinal Vasoativo (VIP) - importância na peristalse o Deta: produção de gastrina como a sua principal função Então, quando tem um processo neoplásico em algumas dessas células, a neoplasia se expressa com a hiperatividade delas Nas células alfa: Glucagonoma, geralmente uma neoplasia funcionante Manifestação: hiperglicemia severa, como se fosse um diabetes de difícil controle com necessidade de altas doses de insulina, é raro Nas células beta: Insulinoma, que dentre eles, é um dos mais comuns junto com o Gatrinoma Manifestação: hipoglicemias refratárias de difícil controle, mais comum em mulher jovem Nas células gama: Vipoma, benigno de origem pancreática Manifestação: diarreia muito espoliativa e muito intensa Nas células detal: Gastrinoma, que pode surgir no pâncreas mas pode estar no tubo digestivo como um todoManifestação: úlcera péptica de repetição (mais comum em jovens) e Síndrome de Zollinger- Ellison Fatores de risco Tabagismo: é uma das doenças em que o tabagismo tem muita significância na etiologia Etilismo e dieta hiperlipídica História de pancreatite crônica o Um dos grandes impasses da prática clínica é definir quando que ocorre o processo de malignização em um paciente com pancreatite crônica, porque a própria doença gera um processo consumptivo, com perda de peso, desnutrição e dor crônica o Radiologicamente no início é difícil identificar, então o recuso que se usa para acompanhar pacientes com pancreatite crônica é o marcador tumoral Ca 19-9, que é um marcador que tem uma especificidade importante nesse contexto. Se houver uma elevação progressiva e sustentável desse marcador é uma grande pista clínica para fazer uma investigação mais profunda até mesmo com biopsia guiada Diabetes mellitus: fator de risco e consequência Cirurgias de úlcera péptica e da vesícula biliar: interferem no funcionamento do órgão e também no estimulo a digestão o Quando a vesícula biliar é retirada a bile vai ser excretada diretamente no duodeno sem um controle muito preciso, é como se o pâncreas passasse a viver estimulado pela digestão Derivados do petróleo (trabalhadores) 42 ONCOLOGIA Cafeína? (Alguns estudos relacionaram e outros não) Apresentação clínica Anorexia e perda de peso: principal o Anorexia: muita produção de FNT grande produtor de anorexia paciente começa a diminuir o apetite e perda de peso e depois que aparece as outras manifestações (dor, icterícia...) o Sintoma muitas vezes subvalorizado, o que atrasa o diagnóstico Dor abdominal e náuseas Icterícia obstrutiva: 50% dos casos Intolerância à glicose e má absorção: principalmente quando o paciente desenvolve uma insuficiência exócrina Sinal de Courvoisier – Terrier: 25% dos casos; vesícula palpável e indolor em um paciente ictérico Síndrome de Trousseau (Tromboflebite migratória): Pequenas áreas de necrose nos vasos de periferia, como no nariz o É uma síndrome paraneoplásica relacionada à hipercoagulabilidade gerada pelo tumor de pâncreas, que é um tumor com alto potencial trombogênico Ascite, nódulo de Virchow e sister Mary – periumbilical (linfonodopatia a distância) Distúrbio de coagulação Diagnóstico Tardio na maioria das vezes CA 19-9: importante como pista no paciente com fator de risco, principalmente pancreatite crônica Ultrassom: 10 a 15 mm no mínimo (70% sens) TC de abdome: melhor método para avaliar o pâncreas (RNM tem uma acurácia semelhante) Ultrassom endoscópico: acurácia de 90% (para tumores pequenos e para guiar a biópsia em tumores pequenos) CPRE: possibilidade de lavado ou biópsia o Pode também ser feito tratamento paliativo com esse recurso para desobstruir e diminuir a icterícia Laparoscopia: recurso para coleta de material principalmente de neoplasia de corpo e cauda Laparotomia Tratamento Cirurgia (Técnica de Whipple) mortalidade 60% o É uma duodenectomia com pancreatectomia parcial o Retira a segunda porção do duodeno e a cabeça do pâncreas o A cirurgia robótica tem conseguido diminuir a mortalidade da cirurgia Paliação cirúrgica: Objetivos: o Tratamento da Icterícia: em um câncer metastático por exemplo, pode ser feito com a CPRE ou derivação com criação de uma ponte para o fluxo biliar o Obstrução: Gatroenteroanastomose o Dor crônica: Alcoolização do plexo celíaco 43 ONCOLOGIA Terapia neo-adjuvante: RTX + QT o Intenção de pegar uma doença inicialmente iressecável em uma doença ressecável Cuidado Paliativo: Doença irressecável ou metastática, ex: pessoa idosa acima de 60 anos com doença metastática Stent com CPRE (icterícia) Critérios para grande suspeita: Homem Negro Maior de 60 anos Tabagista Diabetes Mellitus recente CÂNCER DE INTESTINO Anatomia O câncer de intestino delgado do tipo Adenocarcinoma é raro porque é um segmento onde o trânstio intestinal causa uma agressão a mucosa muito menor do que no intestino grosso o A histologia que é comum em delgado é o GISTI um tumor do estroma gastrointestinal, outro é o linfoma de intestno principalmente na região ileal Já no intestino grosso (região cecal, colón ascendente, transverso, descendente, sigmoide e reto) temos as neoplasias colorretais o No colón direito vamos observar um comportamento mais ulcerativo da doença, com maior tendência a sangramento o No esquerdo tem-se um comportamento mais vegetativo, com tendência a obstrução 44 ONCOLOGIA Do ponto de vista de incidência temos 38% em colón direito (ascendente), 18% transverso, 8% descendente e 35% sigmoide Existe uma história natural histológica do câncer colorretal o Mucosa com morfologia normal de padrão colunar proliferação de células epiteliais, com alteração morfológicaprojeção para dentro da luz, que são os pólipos/ Adenomas características infiltrativas disseminação, se ultrapassar a camada basal encontra vasos linfáticos e sanguíneos e por eles vai haver a disseminação para linfonodos regionais, fígado e pulmões. O reto é um estrutura que tem em média 15 cm o Ele tem o canal anal que é a estrutura abaixo da linha pectínea: linha formada pela transição do epitélio glandular do reto com o epitélio epidermoide do canal anal o Acima da linha pectínea tem os tumores de reto, que podem ser no reto baixo (até 5cm acimada linha), no reto médio (até 10 cm) ou no reto alto (de 10-15cm) o A linha pectínea tem uma importância muito grande porque os tumores do canal anal têm um comportamento mais locorregional, ou seja, não tem a mesma possibilidade de metastatização como dos tumores de reto, que tem uma vascularização diferente com vias de disseminação maiores A parte do reto não peritonizada (reto baixo), pode ter um comportamento parecido com os tumores do canal anal com comportamento sem muita disseminação hepática o Isso ocorre devido a drenagem linfática e venosa ter o trajeto da veia pudenda que não é do sistema porta, ela desemboca diretamente na veia cava inferior o Então pode ter metástase de órgãos a distância como pulmão e cérebro sem ter acometimento hepático A incidência do tumor retal é de 30%, então a região retosigmoidiana tem 65% dos tumores colorretais Fatores de risco para câncer colorretal Familiar o Polipose adenomatosa familiar Condição não rara e genética que leva a formação intensa de pólipos adenomatosos no intestino, que são lesões pré tumorais Tratamento é a colectomia preventiva, tendo como consequência a desidratação com diarreia crônica e pode ter carência de vitamina B12 o Síndrome de Gardner: PAF + cisto sebáceo + osteomas +Tumor Desmóide Osteomas: são lesões pré neoplásicas para tumores de pele e articulações Tumor Desmóide: tumor de musculatura o Câncer colorretal hereditário sem polipose (Síndrome de Lynch I e II): aquela família que tem vários casos de câncer mas que não tem pólipos Alimentar o Alta ingestão de carne vermelha, gordura animal e bebidas alcoólicas o Baixa ingestão de fibras alimentares: constipação intestinal é fator de risco o Risco reduzido pela ingestão de aspirina 45 ONCOLOGIA A formação dos pólipos tem um processo inflamatório crônico onde as prostaglandinas são um fator promotor Então se fizer uso de uma medicação que diminui as prostaglandinas teoricamente diminui o risco o Risco reduzido pela ingestão de antiinflamatórios não esteróides Doença colorretal o Câncer colorretal prévio o Colite ulcerativa o Doença de Crohn do cólon o Derivação ureteral para o cólon sigmóide ? o Colecistectomia prévia ? o Radioterapia pélvica prévia (apenas retal) ? Idade superior a 60 anos Parentes de primeiro grau com câncer do intestino Tabagismo Obesidade Fatores de proteção Legumes, verduras e frutas Carotenoides e fibras Atividade física Sobrevida Em 5 anos: essa tabela mostra os resultados de dois hospitais de referência e faz a relação com o estádio da doença. o Estádio I e II tem uma sobrevida de mais ou menos 60% o No estádio III, que já tem a presença de linfonodos a sobrevida cai para 40% o E no estádio IV não se vive mias que 5 anos, a sobrevida média é de 3 anos e meio o A sobrevida total é de 40%, que é boa e que tem relação com a colonoscopia que tem aumentados os diagnósticos precoces Apresentação clínica Obstrução aguda do intestino grosso (20%): colón esquerdo Anemia e massa palpável (15%): colón direito Irritação e sangramento retal (33%): confusão entre doença hemorroidária e câncer de canal anal e reto baixo Alteração do hábito intestinal: Principalmente constipação e diarreia alternadas Tumor do lado esquerdo Tumor do lado direito 46 ONCOLOGIA Tumor retal Rastreamento e prevenção Atenção primária: preconiza que população acima de 50 anos deve ser feita a pesquisa de sangue oculto nas fezes o Negativa: repete depois de 1 ano e esse paciente fica na atenção primária o Positiva: encaminha para a atenção secundária que é onde está o especialista (gastroenterologista ou coloproctologista). Atenção secundária: é feito o exame proctológico: anoscopia, toque retal e exame do abdome o Se o exame é positivo para uma doença que possa explicar o aparecimento de sangue nas fezes ele vai fazer orientação e o paciente vai permanecer na atenção secundária. Se o exame deu negativo, não foi achada nenhuma causa que justifique o sangue nas fezes, deve ser solicitado a colonoscopia: Negativa: paciente continua na atenção secundária Positiva: biopsia com anatomopatológico, se não fizer a biopsia porque na colonoscopia já foi identificada a causa e pode ser tratada na atenção secundária, o paciente vai continuar nela. Biópsia: se vier câncer, o paciente vai ser levado a atenção terciária, que é o oncologista Estadiamento Tomografia de Abdome e pelve Tomografia de Tórax: pulmão é um sítio metastático CEA (marcador tumoral) Função Hepática: fígado é o órgão mais envolvido em metástase PET SCAN (boa especificidade) Estadiamento: o Estádio 0: tumor in situ o Estádio I: tumor restrito a mucosa T1: restrito a mucosa T2: muscular da mucosa o Estádio II: T3: vai até a serosa T4: ultrapassa a serosa o Estádio III: qualquer T, N1 (até 5 linfonodos), N2 (5 a 10) ou N3 (> 10 linfonodos) o Estádio IV: metástase a distância (M1) Tratamento: Cirurgia o Nos tumores de colón direito, transverso, descendente e sigmoide a conduta é cirurgia (colectomia direita ou esquerda) seguida de quimioterapia Radioterapia Quimioterapia O tratamento é um tripé: 47 ONCOLOGIA o Nos tumores retais faz quimio e rádio antes e depois faz a cirurgia, porque se a cirurgia for feita primeiro aumenta o risco de colostomia definitiva Critérios de Amsterdã para Diagnóstico de Câncer Colorretal Hereditário sem Polipose (CCHSP) Câncer colorretal (histologicamente comprovado) em três ou mais parentes, um dos quais tenha parentesco em primeiro grau com os outros dois Acometimento de duas gerações sucessivas Um caso afetado por volta dos 50 anos de idade Avaliação patológica e Prognóstico adverso Profundidade de penetração nas camadas da parede intestinal Envolvimento da margem de ressecção circunferencial Presença e número de linfonodos envolvidos Ausência de resposta linfocítica ao tumor: patologista descreve presença de linfócitos ao redor, se estiver ausente é sinal de mau prognóstico Margem tumoral infiltrativa e não expansiva Tipo celular mucinoso (variante do adenocarcinoma) CÂNCER DE ÂNUS O canal anal é a parte do tubo digestivo abaixo da linha pectínea, com epitélio escamoso As neoplasias nesse ponto têm efeitos causadores diferentes, como o HPV (principalmente secundário a DSTs) e lesões crônicas benignas Fatores de risco para o câncer anal: o fatores de risco bem parecidos com o câncer de colo uterino o Atividade homossexual (coito anal receptivo) o Papilomavírus humano (HPV) 16 e 18 o Vírus da imunodeficiência humana (HIV) o Transplante renal prévio - imunossupressão o Tabagismo o Neoplasia intra-epitelial anal (NIA): uma condição pré-maligna associada ao HPV Pontos fundamentais: o Tumor raro o Apresenta-se com sangramento e irritação retal (frequentemente com diagnóstico tardio) o Tratado com quimioterapia e radioterapia concomitantes o Sobrevida de 80% em cinco anos (a maioria com preservação do esfíncter) 48 ONCOLOGIA CUIDADOS PALIATIVOS O hospital sempre é a solução? Maria tem 75 anos e está com câncer de pulmão terminal e sua filha pergunta ao médico: “E quando a minha mãe piorar, ficar com falta de ar ou com dor, o que eu faço? ” A) Leva para o hospital porque somente lá que tem recurso. B) Se sua mãe ficar em casa, vai ficar à míngua e morrer de tanta dor. C) Não se deve jamais aplicar morfina, porque acelera a chegada da morte. Essa afirmativa está errada, opioides não aceleram a morte. Antigamente era usado como sonífero, então se usar morfina sem dor, sem os receptores opioides ativados, vai sentir sono. Alergia a morfina é rara e tem antidoto, a Naloxona, que consegue reverter em caso