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TÉCNICAS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL 
Prof.ª Aline Cristina Matos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Capítulo I: 
Ética Ambiental 
 
 Ao estabelecer uma relação entre o homem e seu espaço natural, é 
necessário articular um vínculo entre seu comportamento e sua interação 
social, ou seja, é necessário buscar nos conceitos da ética uma compreensão 
para seu comportamento ambiental. 
Considerando que o termo ética  deriva do grego ethos (caráter, modo 
de ser de uma pessoa), ética é, então, conceituada como um conjunto de 
valores morais e princípios que norteiam a conduta humana na sociedade. 
Sua finalidade está voltada para o equilíbrio e bom funcionamento social, 
embora não possa ser confundida com as leis de uma nação, se aproxima do 
sentimento de justiça social. 
Segundo Marilena Chauí, todos os indivíduos são seres racionais, 
dotados de vontade livre, de capacidade para comunicação e para a vida em 
sociedade, para interagir com a natureza e com o tempo. A sociedade e sua 
cultura definem os indivíduos como sujeitos do conhecimento e da ação, 
assim, toda expressão de violência reduz o indivíduo a uma condição de 
objeto, ou seja, um ser insignificante. Do ponto de vista da ética, este ser não 
pode ser considerado uma pessoa, um cidadão, mas sim como seres inertes, 
irracionais, destituídos de linguagem e liberdade. A autora conclui que os 
valores étnicos se oferecem como meio norteador que repulsa ações de 
violência e depredação. 
Neste contexto de destruição, é possível relacionar o indivíduo com o 
meio ambiente. A atividade humana começou a ter um impacto sem 
precedentes na natureza, cujas consequências se apresentam de modo 
dramático e ausente de qualquer consciência social. 
Vejamos algumas ações: a poluição decorrente do consumo 
energético, que tem como matéria prima o petróleo e o carvão, com a 
consequente contaminação do ar, nas terras, nos rios, lagos e oceanos. A 
agricultura intensiva que polui terras e cursos de água, as enormes 
quantidades de óxido de carbono libertadas para a atmosfera com o 
consequente efeito de estufa, a destruição da camada de ozônio, e 
desmatamento nomeadamente da floresta tropical, com a consequente 
desertificação e erosão dos solos, a extinção de inúmeras espécies animais e 
vegetais, cujo desaparecimento é irreversível. Estas e outras ações permitem 
compreender o quanto necessário se faz a existência de uma conduta ética 
na sociedade. 
Para que esta conduta exista é preciso que o indivíduo se transforme 
em um agente consciente, isto é, aquele que conhece a diferença entre o bem 
e o mal, certo ou errado, permitido e proibido, virtude e vício. A consciência 
moral não só conhece tais diferenças como também é capaz de julgar o valor 
de atos e condutas. No foco em questão, consciência e responsabilidade são 
condições indispensáveis para uma vida ambientalmente correta. 
 A consciência moral manifesta-se na capacidade de discernir e decidir 
sobre qual ação tomar diante de uma circunstância. Veja o seguinte exemplo: 
Em uma manhã de segunda feira, o taxista Moacir, sai com seu veículo de um 
lava rápido, nosso personagem se encontra admirado com o brilho de seu 
carro e para satisfazer-se de tal empolgação decide comprar uma barra de 
chocolate caseiro, vendido no próprio estabelecimento. Segue seu percurso 
saboreando o tal chocolate, mas ao terminar sua degustação, olha para a 
embalagem e se depara com uma incógnita: O que fazer com a embalagem? 
Deixá-la no interior do seu táxi? Ou “espiar” pela janela, vendo se alguém o 
observa e arremessá-lo rapidamente? A decisão fica então no poder 
deliberativo do personagem, cabe a ele agir segundo suas condutas e 
valores. 
 No campo ético, o indivíduo é constituído de valores e 
responsabilidades que formam o conteúdo das condutas morais, isto é, as 
virtudes. Estas, segundo Chauí, são realizadas pelo agente moral ou sujeito 
moral. 
 Na visão filosófica, o agente moral só pode existir e agir 
conscientemente em seu meio social e natural de preencher as seguintes 
condições: 
� ser consciente de seus atos; 
� ser capaz de reconhecer a existência dos outros como seres iguais a 
si; 
� ser capaz de controlar e orientar seus desejos, impulsos, tendências, 
sentimentos e outras emoções; 
� ter poder de decisão entre várias alternativas possíveis; 
� ser responsável com seus deveres sociais; 
� reconhecer-se como autor da ação, avaliar os efeitos e as 
consequências dela sobre si e sobre os outros; 
� ser livre, isto é, não estar submetido a poderes externos que o forcem 
e o constranjam a sentir, a querer e a fazer alguma coisa. 
Ainda assim, a ética faz mais uma exigência ao agente ou sujeito moral: 
definir a diferença entre passividade e atividade para assim construir seu perfil 
social. 
 
 
 
 
 
 
 
Deste modo, o agente moral é ser indispensável na construção de uma 
postura ativa na esfera ambiental, a postura do agente nada mais é do que 
uma ação cidadã. Assim, a necessidade de estabelecer uma ponte entre 
cidadania e meio ambiente está expressa no direito do indivíduo ter um meio 
ambiente saudável e no dever que cada um tem de defender a preservação e 
Ser Passivo: aquele que se deixa governar, que se seduz por paixões e 
inclinações, pelas circunstâncias momentâneas, pela boa ou má sorte, pela 
opinião alheia, pela vontade do outro, não exercendo sua própria 
consciência, vontade, liberdade e responsabilidade social. 
Ser Ativo: aquele que controla internamente seus impulsos, suas paixões. 
Aquele que articula consigo e com os outros o sentido dos valores e dos 
fins estabelecidos, avalia sua capacidade e sua conduta. Consulta sua 
razão e sua vontade antes de agir, tem consideração pelos outros e recusa 
a violência contra si e contra os outros. É autônomo. 
(VALLS, Álvaro L. M. O que é ética? São Paulo: Brasiliense, 2008. p. 62-81) 
o equilíbrio dos recursos naturais e da biodiversidade, conforme a 
Constituição do Brasil, acordos, tratados internacionais e leis ambientais 
instituem. 
 Exercer a cidadania, indo além dos aspectos meramente legais do 
conjunto de direitos e deveres, é partilhar e dividir com todos os indivíduos o 
poder de decisão sobre a produção e consumo de bens materiais e culturais. 
O sujeito moral que expressa sua missão social é o sujeito igualmente 
consciente de sua missão ecológica, de sua responsabilidade com todos os 
outros seres humanos. 
 O interesse pela questão ambiental está vinculado ao interesse pela 
realização integral do indivíduo como ser humano. O pouco caso com a 
questão ambiental denota o pouco caso com a qualidade de vida. Por isso, é 
tão importante que o cidadão seja hoje um agente moral e um “ecocidadão”. 
 A educação ambiental é um instrumento de transformação social que 
favorece a aquisição de conhecimento e a prática de atitudes ambientalmente 
corretas. 
 A sensibilização para a educação ambiental requer uma busca 
contextual no ideário educacional brasileiro para se identificar paradigmas, 
compreender comportamentos e, assim, construir novos conceitos, 
metodologias e técnicas que visam mudanças de comportamento dos homens 
das diversas esferas sociais. 
 
Fórum de Debates: 
� Comente o trecho em destaque: “... todos os indivíduos são seres 
racionais, dotados de vontade livre, de capacidade para 
comunicação e para a vida em sociedade, para interagir com a 
natureza e com o tempo...” (Marilena Chauí) 
� Releia o exemplo sobre o taxista Moacir. Reflita sobre sua ação, 
reveja os conceitos sobre consciência moral e faça um relato sobre 
qual conduta você tomaria se fosse o taxista. Não se esqueça de 
justificar sua conduta. 
 
Atividade Complementar: 
1. Defina ética e justifique sua finalidade social. 
2. O que é um Agente Consciente? 
3. Na atual sociedade, o homem tem agido como Agente Consciente ou Moral? 
Por quê? 
4. Cite algumas condições ideais para um indivíduo ser consideradoum Agente 
Moral. 
5. Qual a relação entre ética, cidadania e consciência ambiental? 
6. Por que a ética auxilia a compreensão da construção de um comportamento 
ecologicamente correto? 
7. Por que a educação ambiental é considerada uma das alternativas de 
transformação social? 
8. De acordo com a leitura do capítulo, como você define ecocidadão? 
Links: 
� portodoconhecimento.blogspot.com.br 
� www.mundodosfilosofos.com.br 
� www.eticaambiental.org.br 
� www.redeambiental.org.br 
� www.agirsazul.com.br 
 
 
 
 
TÉCNICAS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL 
 
Capítulo II: 
Os Meios e os Fins da História da Educação Brasileira 
 
 A Educação no Brasil, ao longo de toda História, tem se revelado como 
o segmento em que ocorrem mudanças lentas, bem ao contrário de outras 
que se modificaram de forma dinâmica, atendendo à evolução da sociedade, 
pela técnica, pela economia ou pela política. Não é muito simples identificar 
os principais fatores desta “inércia” que marca o processo educacional dentro 
da História da Educação através dos tempos, uma vez que tais fatores podem 
ter profundas modificações que marcam os vários setores da sociedade, mas, 
ao mesmo tempo, retardam as necessárias mudanças educacionais. 
 Desse modo, a escola moderna mantém o que herdou dos gregos na 
antiguidade, isto é, o seu caráter institucional com um local para a instrução 
separada da prática da vida. No auge da sociedade romana, a separação 
entre a escola e a vida do aluno aumentou de modo considerável, o que 
acarretou a distância entre o que se aprende e o que se necessita para a 
prática das coisas da vida. Junto com essa herança tradicional, surgiu 
também uma sociedade dividida em classes, transplantada para a escola 
moderna, onde aparecem os diferentes tipos de instrução para cada classe 
social. 
 Partiremos para um estudo do ideário educacional brasileiro seguindo 
seu percurso histórico e identificando finalidades e meios sociais. 
1. Período Colonial Brasileiro – de 1549 a 1808 
Os jesuítas estiveram intensamente presentes no processo 
educacional brasileiro por quase dois séculos, o que propiciou a importação 
de formas e ideias dominantes da cultura medieval europeia para a nascente 
sociedade brasileira. Sociedade esta que trazia características bem opostas à 
Europa da época: presença da população nativa, da negra e da mestiça, ao 
lado da classe dominante representada pelo homem branco colonizador. 
O ensino público no Brasil fora criado pelos jesuítas, seguindo os 
princípios missionários da Companhia de Jesus e, ao mesmo, tempo, a 
política colonizadora do rei de Portugal, D. Pedro III (1549), que recomendava 
a realização da conversão dos indígenas pela catequese e instrução. 
O ensino, excluindo-se a catequese que os jesuítas ministrara, durante 
a Colônia, foi de natureza humanista e completamente desvinculado da 
realidade da vida colonial, “desinteressado e destinado a dar cultura básica 
sem qualquer preocupação de qualificar para o trabalho ou contribuir com as 
necessidades estruturais na vida econômica e social”1, que era o mínimo que 
se podia esperar naquela época. 
Após deixar no Brasil uma educação elitista, autoritária e fechada, os 
jesuítas foram expulsos, em 1759, com a Reforma Educacional do Marquês 
de Pombal e, coincidentemente, com o início da decadência do ciclo da 
mineração e a chegada da Família Rela ao Brasil, em 1808. 
2. Período Monárquico – de 1808 a 1889 
A presença da Corte Portuguesa no Brasil começou a alterar a velha 
estrutura de restrição e submissão colonial imposta durante séculos 
anteriores, atingindo, entre outros setores, o de ensino, com o surgimento dos 
primeiros Cursos Superiores na Colônia. Mudanças ocorridas não pela boa 
vontade do Príncipe Regente D. João, mas pela necessidade que o contexto 
exigia, uma vez que era preciso atender aos grupos da elite portuguesa 
instalada no país. 
Assim, a criação do ensino superior no Brasil nasce no modelo de 
institutos isolados, de natureza profissionalizante e elitista que visava 
proporcionar uma educação aristocrática, uma vez que os filhos da corte não 
teriam mais acesso às Universidades Europeias. Uma leve mudança 
educacional estimulou o processo de autonomia política que iria culminar a 
Independência. 
                                                                                                                          
1  ROMANELLI,  Otáiza  de  Oliveira.  História  da  Educação  no  Brasil.  p.  34  
Mas, apesar de a Independência política ter ocorrido tempos depois, as 
mudanças e iniciativas promovidas no país não atingem a esfera educacional, 
ou seja, os meios e os fins do ensino brasileiro continuavam como os da 
época colonial. A presença de padrões e métodos jesuíticos (repetição, 
autoritarismo e punição) sempre esteve fortemente enraizada no ideal da 
Educação do Brasil persistindo até a República. 
3. A Primeira República – de 1889 a 1930 
Ao final do século XIX, e pouco depois do advento do período 
republicano, em 15 de novembro de 1889, foi promulgada a Constituição da 
República em 1891, que consagrou a dualidade do sistema brasileiro do 
ensino, ou seja, o ensino superior controlado pelo Poder Central, enquanto o 
ensino secundário, pelos Estados. Logo em seguida, Benjamim Constant 
promoveu uma ampla Reforma Educacional, aliás, a primeira da República, 
que introduziu o ideal positivista, cujo fundador, Auguste Comte, afirmava que 
é através do método da experimentação que se consegue acesso ao 
verdadeiro conhecimento, pois, o mesmo é resultado da observação direta e 
da experiência sensível. 
Os primeiros anos da República apenas mudaram politicamente o 
regime, mas não tiveram a força necessária para uma mudança radical no 
ensino brasileiro, de tal forma a promover uma renovação intelectual nas 
elites culturais e políticas, extremamente necessárias às novas instituições 
democráticas. 
Durante a década de 20, o Brasil baseava sua economia na 
monocultura cafeeira, neste contexto, a educação escolar não se revestia de 
grande importância e não despertava muito interesse, principalmente, para a 
maioria da população que se concentrava na zona rural; enquanto, por outro 
lado, as minorias, constituídas pelas classes média e operária emergentes, 
procuravam a escola por necessidade de ascensão social ou estabilidade 
econômica, através dos poucos empregos oferecidos nos centros urbanos. 
Desse modo, tinha-se no cenário do ensino brasileiro: uma baixa 
demanda educacional; alto índice de analfabetismo e diferenças evidentes no 
perfil social de quem frequentava a escola. 
Assim, com os grandes reflexos da Crise, de 1929, o fim da Primeira 
República em 1930, se fez acontecer sem que as tradicionais características 
da velha educação acadêmica e aristocrática tivessem sido alteradas. 
4. Segunda República – de 1930 a 1964 
A Revolução de 1930 foi o desfecho de crises políticas e econômicas, 
que tentaram promover o rompimento da velha ordem social, oriundo dos 
tempos coloniais. Todavia, esse movimento não buscou apenas um reajuste 
interno dos setores novos da sociedade com o tradicional, mas, 
principalmente, com o setor internacional, cuja meta maior era a da 
implantação definitiva do capitalismo no Brasil. 
 Era necessário providenciar a qualificação de mão de obra, 
indispensável para o funcionamento da recente industrialização. Mas, os 
novos padrões do processo educativo eram ainda determinados pela elite, 
saída da antiga oligarquia rural, agora em função de outra realidade 
socioeconômica. Assim, neste mesmo ano, foi criado, por Francisco Campos, 
o Ministério da Educação e Saúde, que também deveria promover novas 
reformas educacionais. 
 Em 1942, o Ministro da Educação, Gustavo Capanema Filho, reformou 
alguns ramos do ensino, como a criação do Serviço Nacional de 
Aprendizagem Industrial (SENAI); regulamentou o ensino direcionado à 
indústria;regulamentou o ensino secundário e obrigou as empresas oficiais 
com mais de cem empregados a manter, por conta própria, uma escola de 
aprendizagem destinada à formação profissional de seus aprendizes. 
 O fim do Estado Novo se consolidou com a adoção da Constituição de 
1946, que, ancorada aos fundamentos do liberalismo democrático, 
determinava a obrigatoriedade do Ensino Primário, dava competência à União 
para legislar sobre as diretrizes e bases da educação nacional, bem como 
fazia voltar o preceito constitucional de que "a educação é direito de todos", 
inspirado no Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, elaborado nos 
primeiros anos da década de 30. 
Em síntese, este período materializou o perfil burguês de educação. O 
desenvolvimento econômico que se ampliava no país só realçou o 
distanciamento entre as classes sociais, assim como a distância entre o 
trabalho intelectual e o trabalho manual. 
5. Governos Militares – de 1964 a 1985 
Logo após o golpe de 1964, que depôs o presidente João Goulart, o 
Comando Militar Revolucionário nomeou como primeiro presidente do novo 
regime o General Humberto de Alencar Castello Branco, sendo que os 
objetivos dos governos militares que assumiram o poder eram declarados 
como moralizantes, no sentido de acabar com a inflação e com a corrupção. 
Foi instalado um governo de repressão, cujos instrumentos usados 
foram chamados Atos Institucionais que, de maneira geral, ampliavam o 
poder executivo. Os novos governos identificavam o bem do regime com o 
bem do povo, através da doutrina de Segurança Nacional, pela qual era 
considerado pernicioso ao país tudo que ameaçasse o governo, portanto, por 
ela era justificada toda sorte de prisões e medidas de exceção. 
Todos esses procedimentos eram justificados pelo crescimento 
econômico que o país começou a apresentar. 
No que diz respeito ao processo educacional, interessava ao governo o 
fortalecimento do executivo e o remanejamento das forças na estrutura do 
poder. Para tanto, era necessário realizar reformas institucionais no que se 
refere à escolarização e à qualificação da força de trabalho e torná-la eficiente 
em relação ao modelo de desenvolvimento. 
Neste período deu-se a grande expansão das universidades no Brasil. 
E, para acabar com os "excedentes" (aqueles que tiravam notas suficientes, 
mas não conseguiam vaga para estudar), foi criado o vestibular classificatório. 
É no período mais forte da ditadura militar, onde qualquer expressão 
popular contrária aos interesses do governo era abafada, muitas vezes pela 
violência física, que é instituída a Lei 4.024, a Lei de Diretrizes e Bases da 
Educação Nacional, em 1971. A característica mais marcante desta Lei era 
tentar dar à formação educacional um cunho profissionalizante. Dentro do 
espírito dos "slogans" propostos pelo governo, como "Brasil grande", "ame-o 
ou deixe-o", "milagre econômico" e outros, planejava-se fazer com que a 
educação contribuísse para o aumento da produção brasileira, mas acabou 
sendo um instrumento de manipulação e alienação. 
6. Inovação Educacional na Atual Realidade Brasileira 
O período da Ditadura Militar encerra-se de vez em 1985, na época, 
Tancredo Neves, presidente eleito, falece, e seu vice, José Sarney, assume a 
preseidência. Em 1988, é promulgada a nova Constituição, que defende a 
“Educação como direito de todos, dever do Estado e da Família” (Artigo 205). 
Na época, muitos filósofos e educadores se fizeram presentes 
questionando a estrutura da Educação Brasileira e sua cruel realidade, ou 
seja, levantavam discussões acerca da escola excludente, os altos índices de 
analfabetismo, evasão escolar, a repetência, dentre outros aspectos. Eram, 
portanto, o momento ideal para se elaborar propostas para a Nova Lei de 
Diretrizes e Bases da Educação Nacional. 
A Nova LDBN possibilitou ao Brasil aberturas filosóficas, metodológicas 
e estruturais no sistema de ensino. Foi entendido o quanto era preciso fazer 
da educação uma aliada fundamental na transformação do homem e da 
sociedade. Apesar de muitos entraves e heranças históricas, o ambiente 
escolar passou a abranger no seu interior e no seu currículo questões como: 
cidadania, pluralidade cultural, inclusão social, saúde, ética, meio ambiente e 
outros temas necessários para a formação do homem. Este, por sua vez, 
passou a ser entendido como ser único e dotado de capacidades e 
inteligências, não era mais visto como mero instrumento de força e 
reprodução. 
Deste modo, passamos a entender o porquê da ausência de uma 
postura ambiental em nossa sociedade. A formação do homem não fora 
direcionada para valores morais e éticos. Assim, ideias e posturas ecológicas 
são tão recentes quanto às transformações do nosso sistema educacional. 
Fórum de Debates: 
� Comente o trecho em destaque: “na Nova República (1946-1963), como 
parte integrada ao projeto desenvolvimentista, (...) se consolidou como sistema 
educacional para a população em geral se materializou como um indicativo 
burguês de educação.” 
� Faça uma pesquisa sobre o uso dos slogans utilizados no periodo ditadorial: 
“Brasil grande”; “Ame-o ou deixe-o”; “Milagre econômico”. Aponte os episódios 
onde se fizeram presentes e relate se surtiram efeito . 
Atividades Complementares: 
1. Aponte os objetivos do ensino dos Jesuítas no período colonial. 
2. Quais mudanças culturais e educacionais a Presença da Família Real 
proporcionou ao Brasil? 
3. Por que a reforma educacional de Benjamim Constant tinha um ideal 
positivista? 
4. O que foi modificado na educação brasileira durante a Primeira República? 
5. Quais fatores econômicos interferiram nas mudanças educacionais? 
6. Durante a Ditadura Militar de 64, como ficaram caracterizadas as finalidades 
da educação? 
7. Quando foi elaborada a Nova LDBN? Por que apontava transformações 
consideráveis na Educação Brasileira? 
 
 
 
TÉCNICAS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL 
 
Capítulo III: 
Quebra de Paradigmas e Cidadania Ambiental 
 A sociedade mundial vive, atualmente, uma época de crises econômicas, 
políticas e sociais. Dentro de uma ótica filosófica, a origem destas constantes crises 
pode estar relacionada a uma crise de valores, de conceitos e de projetos humanos, 
da qual a crise ambiental é uma expressão. Temos, então, um paradigma a resolver, 
encontrar um contraponto entre sociedade, desenvolvimento e natureza. 
 Ao considerar que os problemas ambientais surgem do modo como a 
sociedade relaciona-se com a natureza, é preciso ressaltar que essa relação nada 
mais é do que parte da relação que se estabelece entre as sociedades e entre os 
indivíduos. Essa interação com a natureza é concretizada e caracterizada sempre 
que o indivíduo retira dela mais do que a sua “capacidade de regeneração e se 
lança a ela mais do que a sua capacidade de absorção”. Assim, o resultado nada 
mais é do que uma relação desequilibrada e insensível, além de consideráveis 
influências econômicas e sociais. Veja o pensamento do filósofo Horkheimer sobre o 
assunto: 
A moderna insensibilidade para com a natureza é de fato apenas uma 
variação da atitude pragmática que é típica da civilização ocidental como um 
todo [...] A história dos esforços para subjugar a natureza é também a história 
da subjugação do homem pelo homem [...] O conflito entre os homens na 
guerra e na paz é a chave da insaciabilidade da espécie e das categorias e 
métodos da inteligência científica, nos quais a natureza aparece cada vez 
mais sob o aspecto de sua exploração eficaz. Essa forma de percepção 
determinou também o modo pelo qual os seres humanos se concebem 
reciprocamente nas suas relações econômicas e políticas. (HORKHEIMER, 
2002, p. 112) 
Nesse sentido, a problemática ambiental retrata uma crise muito maior que a 
destruição da natureza. É a expressão do modo de vida capitalista da sociedade. 
Fator que só se resolverá com uma transformação promovida pela EducaçãoAmbiental, atuando em todos os níveis da sociedade e em todas as fases do ensino 
formal e informal. 
Segundo o pesquisador ambientalista Genebaldo Freire Dias, a Educação 
Ambiental vem sendo encarada como processo de ensino contínuo e permanente, 
deve examinar questões ambientais do ponto de vista local, regional, nacional e 
internacional, analisando causas, consequências e complexidades. Deve, também, 
desenvolver o senso crítico e as habilidades humanas necessárias para resolver tais 
problemas e utilizar métodos e estratégias adequadas para aquisição de 
conhecimento, comunicação e desenvolvimento. 
A Educação Ambiental deve fazer parte da política dos países, para que, de 
forma consciente, um caminho para o desenvolvimento sustentável. 
Assim, desenvolvimento sustentável passará a ser visto como o processo de 
mudança no qual a exploração dos recursos naturais e os setores da tecnologia 
estão de acordo com as necessidades da natureza e do homem. Agir de modo 
sustentável é não perder de vista o significado e a importância de atitudes voltadas à 
preservação desta geração e da garantia das necessidades das próximas gerações. 
Para tanto, a adoção de hábitos de consumo responsáveis é essencial. A real 
busca por energias de consumo alternativas, por fontes que não sejam tão 
poluidoras, é mais que precisa. É preciso reduzir a quantidade de lixo, evitar o 
desmatamento de florestas, a exploração excessiva de recursos naturais e a 
contaminação das fontes de água. 
Ao ecocidadão, personagem chave neste contexto, cabe direitos e deveres 
que fazem dele um ser planetário dentro da esfera natural, assim podem ser 
pontuadas as seguintes ações: 
� economizar água; 
� poupar energia; 
� reduzir o volume do lixo; 
� combater o aquecimento global 
� cuidar dos animais; 
� zelar pela Flora; 
� agir como um Ecoturista; 
� realizar e incentivar práticas de agricultura ecológica; 
� evitar a poluição sonora e visual. 
Deste modo, a Educação Ambiental possibilitará a escolha de estratégias de 
ação que venham contribuir para a construção do processo de cidadania e para a 
melhoria da qualidade de vida da população mundial. 
Fórum de Debates: 
� Faça uma pesquisa sobre o significado de “paradigmas”. Selecione os 
paradigmas mais presentes na atual sociedade. Procure estabelecer a eles 
causas e consequências. 
� Elabore uma charge voltada aos pontos positivos do ecoturismo. 
Atividade Complementar: 
1. Aponte as causa da chamada crise ambiental. 
2. Comente o trecho destacado: “o conflito entre os homens na guerra e na 
paz é a chave da insaciabilidade da espécie e das categorias e métodos 
da inteligência científica, nos quais a natureza aparece cada vez mais sob 
o aspecto de sua exploração eficaz”. 
3. Como o desenvolvimento sustentável pode ser caracterizado e aplicado 
na sociedade? 
4. Quais as finalidades básicas da Educação Ambiental? 
5. É possível relacionar cidadania e meio ambiente? Justifique. 
6. O que você entende por ecocidadão? 
7. Faça uma pesquisa sobre possíveis procedimentos que se deve tomar 
para executar as ações pertinentes ao ecocidadão. 
  
  
  
  
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 
 
50 Coisas simples que as crianças podem fazer para salvar a terra – The Earth 
Works Group. Tradução Reynaldo Guarany; Ilustrações Michele Montez, 12 ed., Rio 
de Janeiro: José Olympio, 2004. 
Agenda 21. Conferência das Nações Unidas sobre meio ambiente e 
desenvolvimento (1992, Rio de Janeiro). Brasília: Senado Federal, Subsecretaria 
de edições técnicas, 1996. 
AZANHA, José Mario Pires. Educação: Temas polêmicos. São Paulo: Livraria 
Martins Fontes Editora. 1995 
BARONI, M. Ambigüidade e deficiência do conceito de desenvolvimento 
sustentável. Rev Adm. Empr. 32:14-24, 1992. 
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. IMESP, 1988. Cap.II 
Art. 198 e Cap. IV Art. 225, 1988 
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