Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
DIREITO E SOLUÇÃO DE CONFLITOS AULA 1 Profa. Ma. Alessandra Gomes Varisco BIBLIOGRAFIA MAIS UTILIZADA DURANTE A DISCIPLINA Direito – geral REALE, Miguel. Lições Preliminares de direito. 27ª ed, 9ª tir. 2010. (virtual) SILVA, Ivan de Oliveira; FRANZOLIN, Cláudio José; CARDOSO, Roberta. Lições de teoria geral do direito. 2013. (virtual) SOARES, Ricardo Maurício Freire. Teoria geral do direito. Saraiva, 2019. (virtual) Mediação e arbitragem BRASIL. CNJ. Resolução 125. DALLA, Humberto; MAZZOLA, Marcelo. Manual de mediação e arbitragem. São Paulo: Saraiva, 2019. (virtual) SALLES, Carlos Alberto de; LORENCINI, Marco Antônio Garcia Lopes; SILVA, Paulo Eduardo Alves da. Negociação, mediação e arbitragem. 2014 (v) URY, William; FISHER, Roger; PATTON, Bruce. Como chegar ao sim: Como negociar acordos sem fazer concessões. Trad. Rachel Agavino. Rio de Janeiro: Sextante, 2018 DIREITO 1. Conceitos jurídicos fundamentais de direito Várias acepções: Conjunto de NORMAS JURÍDICAS que serve para disciplinar a vida das pessoas em sociedade - o próprio ordenamento jurídico Tipo de ciência que estuda as normas Prescrição de condutas que devem ser obedecidas: PROIBIÇÃO, PERMISSÃO ou DEVER (OBRIGADO FAZER) “Tudo aquilo que não é proibido é permitido” O justo, o ideal de justiça, de algo correto DIREITO Jus est realis ac personalis hominis ad hominem proportio, quae servata servat societatem; corrupta, corrumpit. Dante Aligheri Trad. “O Direito é uma proporção real e pessoal, de homem para homem, que, conservada, conserva a sociedade; corrompida, corrompe-a” DIREITO Direito é a concretização da ideia de justiça na pluridiversidade de seu dever ser histórico, tendo a pessoa como fonte de todos os valores. DIREITO 1. Conceitos jurídicos fundamentais de direito “O Direito corresponde à exigência essencial e indeclinável de uma convivência ordenada, pois nenhuma sociedade poderia subsistir sem um mínimo de ordem, de direção e solidariedade.” (REALE, p. 29) ubi societas, ibi jus ubi jus, ibi ratio “O Direito está pelo menos pressuposto em cada ação do homem que se relacione com outro homem.” (REALE, p. 32) DIREITO Direito dotado de: Imperatividade Coercibilidade Sanção Características do Direito: Heterônomo Bilateralidade atributiva O Direito é uma unidade finalística ou teleológica, e possui linguagem própria (técnica). Ser x dever ser SER – mundo das leis naturais; decorre da natureza (mecanicamente). Reino dos fatos. Premissas: verdade / falso. DEVER SER – mundo racional; segundo a vontade racional do homem. Reino das normas. Premissas: válido / inválido. A “Introdução ao Estudo do Direito é um sistema de conhecimentos, recebidos de múltiplas fontes de informação, destinado a oferecer os elementos essenciais ao estudo do Direito, em termos de linguagem e de método, com uma visão preliminar das partes que o compõem e de sua complementaridade, bem como de sua situação na história da cultura.” (REALE, p. 37) Teoria Tridimensional do Direito Miguel Reale Normas morais x normas jurídicas Normas morais Normas jurídicas Autônomas Heterônomas Unilaterais Bilaterais Sanção difusa Coercibilidade Teoria do Mínimo Ético Teoria do Mínimo Ético Jeremias Bentham e Georg Jellinek “O Direito representa o mínimo de moral declarado obrigatório para que a sociedade possa viver” (REALE, p. 69) Bilateralidade atributiva Proporção intersubjetiva quando duas ou mais pessoas se relacionam numa proporção objetiva que autorizam a pretender, exigir, fazer (ou garantir) algo. CIÊNCIA DO DIREITO Ciência do Direito: conhecimento sistemático, metodicamente obtido e demonstrado, dirigido a um determinado objeto, que é separado por abstração dos demais fenômenos”. Alguns métodos utilizados pela Ciência do Direito: CIÊNCIA DO DIREITO Indutivo: das particularidades para chegar a uma conclusão geral Dedutivo: das regras gerais para chegar a particularidades Analogia: razões de similitude “Tripartição do Poder”(CF, art. 2°): PODER LEGISLATIVO – leis (normas gerais e abstratas) PODER EXECUTIVO – atos administrativos (normas individuais e concretas) PODER JUDICIÁRIO – sentenças (normas individuais e concretas) Direitos e deveres RAMOS DO DIREITO O Direito divide-se em “ramos” apenas para fins didáticos DIVISÃO GERAL (com base nos sujeitos envolvidos e sua qualidade quando estão na relação jurídica / o conteúdo da norma e o interesse jurídico a ele relacionado): DIREITO PÚBLICO – normas jurídicas que têm por matéria o Estado, suas funções e organização, a ordem e segurança internas, com a tutela do interesse público, tendo em vista a paz social, mediante a elaboração e distribuição dos serviços púbicos indispensáveis à sua execução. Cuida, também, das relações entre os Estados. DIREITO PRIVADO – norma jurídicas que têm por matéria os particulares e as relações entre eles estabelecidas, cujos interesses são privados. RAMOS DO DIREITO 3. DIREITOS DIFUSOS – são os “transindividuais”, de natureza indivisível, de que sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato (CDC, art. 81, I). São aqueles cujos titulares não podem ser especificados. São os fatos que determinam a ligação entre essas pessoas, cujos direitos não podem ser partidos. Ex.: publicidade enganosa, direito de respirar ar puro etc. DIREITO PÚBLICO Direito Constitucional Direito Administrativo Direito Tributário Direito Processual Direito Penal Direito Eleitoral Direito Militar Direito Internacional Público DIREITO PRIVADO Direito Civil Direito Comercial ou Empresarial DIREITOS DIFUSOS Direito do Trabalho (?) Direito Previdenciário Direito Econômico Direito do Consumidor Direito Ambiental Direito Internacional Privado DIREITO POSITIVO Conjunto de normas jurídicas escritas e não escritas (costumes), vigentes em determinado território e, também, na órbita internacional, na relação entre Estados, estabelecidos nos tratados e costumes internacionais. ELEMENTOS: DIREITO OBJETIVO – norma agendi - é o conjunto, em si, das normas jurídicas, escritas e não escritas, independentemente do momento do seu exercício e aplicação concreta. Acaba sendo confundido com o próprio direito positivo. Entretanto, direito positivo é a soma do direito objetivo com o direito e dever subjetivos. É “o Direito presente no ordenamento jurídico de determinado momento histórico” (SILVA, p. 16) “o Direito Objetivo é um conjunto de normas prescritas pelo Estado capaz de criar direitos e obrigações impostas às pessoas físicas ou jurídicas e, para a garantia do cumprimento de tais normas, o Poder Estatal cria um conjunto de sanções a serem aplicadas aos seus súditos.” (SILVA, p. 18) DIREITO POSITIVO b) DIREITO SUBJETIVO – facultas agendi - é a prerrogativa colocada pelo direito objetivo, à disposição do sujeito do direito. É a possibilidade de uso e exercício efetivo do direito, posto à disposição do sujeito. Ele é tanto o efetivo exercício do direito objetivo quanto o exercício potencial desse mesmo direito. Ex.: Lei do Inquilinato e despejo por falta de pagamento. Entendem alguns juristas, a exemplo de Tércio Sampaio, que informam que, para romanos e medievais não há essa distinção entre direito objetivo e direito subjetivo. Direito Positivo Direito Natural CIÊNCIA DO DIREITO Direito como Ciência: Ciência de investigação de condutas Investiga e estuda normas jurídicas Descreve as normas jurídicas, ajudando a entendê-las BALANÇA Utensílio de origem caldéia, símbolo místico da justiça, quer dizer, da equivalência e equação entre o castigo e a culpa (CIRLOT, 1984, p. 112); não é apenas um signo zodiacal, mas em geral o símbolo da justiça e do comportamento correto, da medida, do equilíbrio; em muitas culturas, representa a imagem da jurisdição, da justiça terrena, da “Iustitia” com os olhos vendados, que não se deixa influenciar durante a avaliaçãoda culpa. Também no além, segundo a doutrina ética de muitas religiões no que se refere à remissão dos pecados, ocorre um julgamento que decide sobre o peso das boas e das más ações realizadas na terra; assim como, por exemplo, o julgamento dos mortos dos antigos egípcios, no qual o deus Osíris, na presença de Maat, a deusa da justiça, pesa o coração do morto e decide sobre seu destino ultraterreno. O ato de pesar as ações terrenas encontra-se presente também nos julgamentos do além dos antigos persas e dos tibetanos. Na Grécia, com a balança, Zeus inflige ao homem seu destino. No cristianismo a balança é símbolo e atributo eminente do juiz universal no fim dos tempos; ele decide, com a balança na mão, se aquele que se encontra defronte à cadeira do juiz divino deve ser designado ao paraíso do céu ou aos tormentos eternos do inferno (BIEDERMANN, 1994, p. 49). TÊMIS É uma divindade grega por meio da qual a justiça é definida, no sentido moral, como o sentimento da verdade, da equidade e da humanidade, colocado acima das paixões humanas. Por este motivo, sendo personificada pela deusa Têmis, é representada de olhos vendados e com uma balança na mão. Ela é a deusa da justiça, da lei e da ordem, protetora dos oprimidos. Na qualidade de deusa das leis eternas, era a segunda das esposas divinas de Zeus, e costumava sentar-se ao lado do seu trono para aconselhá-lo. Teria partido dela o conselho ao deus para proteger-se com a Efígie (Aigis), a fim de vencer a luta contra os gigantes. Dizia-se a respeito de Têmis que ela teve a idéia de provocar a Guerra de Tróia para livrar a Terra do excesso de população (KURY, 1999, p. 372). Era filha do Céu (Urano) e da Terra (Gaia) , portanto é filha do Espírito e da matéria. Mãe das Horas, que regiam as estações do ano, e das Moiras. Por suas virtudes e qualidades, Têmis foi respeitada por todos os deuses. Sua grande sabedoria só era comparável à de Minerva. Suas opiniões eram sempre acatadas. Mais do que a Justiça, Têmis encarna a Lei. Seu casamento com Zeus exprime como o próprio deus pode ser submetido a ela, que ao mesmo tempo é sua emanação direta. Tradicionalmente é representada cega ou com uma venda aos olhos para demonstrar sua imparcialidade. Numa visão mais moderna, é representada sem as vendas, significando a Justiça Social, para qual o meio em que se insere o indivíduo é tido como agravante ou atenuante de suas responsabilidades. Os pratos iguais da balança de Têmis indicam que não há diferenças entre os homens quando se trata de julgar os erros e acertos. Também não há diferenças nos prêmios e castigos: todos recebem o seu quinhão de dor e alegria. Ela foi aceita entre os deuses do Olimpo. Simboliza o destino, as leis eternas, divinas e morais; é a justiça emanada dos deuses, assim nos seus julgamentos não há erro. Ela carrega as tábuas da lei, que desempenham o papel de ordem, união, vida e princípios para a sociedade e para o indivíduo, e uma balança que equilibra o mundo segundo leis universais entre o caos e a ordem. (GRIMAL, 1997, p. 435) Estudos desta aula: REALE – Cap. I, V e VI SOARES – Cap. 1 SILVA et al. – Cap. 1
Compartilhar