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Cinesiologia e biomecânica Joelho O joelho consiste nos compartimentos lateral e medial da articulação tibiofemoral e na articulação patelofemoral O movimento no joelho ocorre em dois planos, permitindo flexão e extensão, e rotações medial e lateral. Funcionalmente, no entanto, esses movimentos são raros de ocorrer independentemente do movimento de outras articulações dos membros inferiores. Fêmur Distal Na extremidade distal do fêmur, encontram-se os côndilos lateral e medial. Os epicôndilos lateral e medial projetam-se de cada côndilo, fornecendo locais de ligação elevados para os ligamentos colaterais. Um grande sulco intercondilar separa os côndilos lateral e medial, e forma uma passagem para os ligamentos cruzados. Os côndilos femorais unem-se anteriormente para formar o sulco troclear (intercondilar) .O sulco intercondilar é côncavo de lado a lado e ligeiramente convexo da frente para trás. Os lados inclinados do sulco intercondilar formam as facetas lateral e medial. A faceta lateral, mais pronunciada, estende-se mais proximal e anteriormente do que a faceta medial. A inclinação mais íngreme da faceta lateral ajuda a estabilizar a patela no sulco durante o movimento do joelho. Os sulcos lateral e medial estão gravados levemente na cartilagem que cobre boa parte da superfície articular dos côndilos femorais Tíbia Proximal e Fíbula Proximal Embora a fíbula não tenha uma função direta no joelho, o osso delgado segura a lateral da tíbia e ajuda a manter seu alinhamento vertical relativo. A cabeça da fíbula serve como uma ligação para o bíceps femoral e o ligamento colateral lateral. A fíbula está ligada à lateral da tíbia pelas articulações tibiofibulares proximais e distais Patela A patela é um osso quase triangular inserido no tendão do quadríceps. É o maior osso sesamoide do corpo. A patela tem uma base curvada para cima e um ápice apontado para baixo. O mais espesso tendão patelar liga-se proximalmente ao ápice da patela e distalmente à tuberosidade tibial. Em uma posição em pé relaxada, o ápice da patela encontra-se imediatamente proximal à linha articular do joelho. A superfície anterior subcutânea da patela é convexa em todas as direções. Considerações Anatômicas Gerais e sobre o Alinhamento O eixo do fêmur inclina ligeiramente no sentido medial à medida que desce em direção ao joelho. Essa orientação oblíqua é um resultado do ângulo natural de inclinação de 125 graus do fêmur proximal. Como a superfície articular da tíbia proximal é orientada quase horizontalmente, o joelho forma um ângulo em sua lateral de 170 a 175 graus. Esse alinhamento normal do joelho no plano frontal é chamado de joelho valgo. Ligamentos Capsulares e de Reforço A cápsula fibrosa do joelho envolve os compartimentos medial e lateral da articulação tibiofemoral e a articulação patelofemoral. A cápsula do joelho recebe um reforço significativo dos músculos, dos ligamentos e da fáscia. Ligamentos, Fáscia e Músculos que Reforçam a Cápsula do Joelho Região da Cápsul a Tecido Conectivo Reforçado Reforço Muscular- Tendinoso Anterio r Tendão patelar Fibras do retináculo patelar Quadríceps femoral Lateral Ligamento colateral lateral Fibras do retináculo patelar lateral Banda iliotibial Bíceps femoral Tendão do poplíteo Cabeça lateral do gastrocnêmio Posterior Ligamento poplíteo oblíquo Ligamento poplíteo arqueado Poplíteo Gastrocnêmio Isquiossurais, sobretudo o tendão do semimembranác eo Poster o lateral Ligamento poplíteo arqueado Ligamento colateral lateral Ligamento popliteofibular Tendão do poplíteo Medial Fibras do retináculo patelar medial* Ligamento colateral medial Fibras espessadas posteromedialment e† Expansões do tendão do semimembranác eo Tendões do sartório, grácil e semitendíneo Membrana Sinovial, Bursas e Gorduras de Hoffa A superfície interna da cápsula do joelho é alinhada com uma membrana sinovial. A organização anatômica dessa membrana é complicada, em parte, pelo desenvolvimento embrionário convoluto do joelho. O joelho tem até 14 bursas, que se formam nas junções interteciduais e sofrem atrito durante o movimento. Essas junções interteciduais envolvem tendão, ligamento, pele, osso, cápsula e músculo. Embora algumas bursas sejam simplesmente extensões da membrana sinovial, outras foram formadas no lado externo da cápsula. As gorduras de Hoffa estão muitas vezes associadas às bursas em torno do joelho. A gordura e o líquido sinovial reduzem o atrito entre as partes em movimento. Articulação Tibiofemoral A articulação tibiofemoral consiste em articulações entre os côndilos femorais grandes e convexos e os côndilos tibiais planos e menores Meniscos Os meniscos medial e lateral são estruturas fibrocartilaginosas em formato de meia-lua localizadas na articulação do joelho. Os meniscos estão ancorados à região intercondilar da tíbia por suas extremidades livres, conhecidas como cornos anterior e posterior. A borda lateral de cada menisco está ligada à tíbia e à cápsula adjacente pelos ligamentos coronários. Os ligamentos coronários são relativamente frouxos, permitindo, assim, que os meniscos, sobretudo o menisco lateral, gire livremente durante o movimento. Um ligamento transverso delgado conecta os dois meniscos anteriormente. Osteocinemática na articulação tibiofemoral A articulação tibiofemoral (joelho) possui dois graus de liberdade: flexão e extensão no plano sagital e, contanto que o joelho esteja pelo menos ligeiramente flexionado, rotação lateral e medial. Flexão e Extensão A flexão e a extensão no joelho ocorrem por volta de um eixo medial-lateral de rotação para as situações da tíbia em relação ao fêmur e do fêmur em relação a tíbia O eixo medial-lateral de rotação para flexão e extensão não é fixo, mas migra para os côndilos femorais. A trajetória curvada do eixo é conhecida como “evolução”. A trajetória do eixo de rotação é influenciada pela curvatura excêntrica (fora do centro) dos côndilos femorais. Rotação Medial e Lateral (Axial) A rotação medial e lateral do joelho precisa ser descrita pelas perspectivas da tíbia em relação ao fêmur e do fêmur em relação à tíbia. Essa cinemática ocorre como uma rotação em um plano localizado perpendicular a um eixo longitudinal que é paralelo ao eixo da tíbia. A localização precisa do eixo de rotação à medida que ele está paralelo à tíbia não é clara, embora ela pareça ser influenciada pelo acompanhamento da rotação do joelho no plano sagital. Artrocinemática na articulação tibiofemoral Extensão do Joelho Durante a extensão da tíbia em relação ao fêmur, a superfície articular da tíbia rola e desliza anteriormente nos côndilos femorais. Os meniscos são mostrados tracionados anteriormente pelo músculo quadríceps femoral em contração. Durante a extensão do fêmur em relação à tíbia, em uma posição em pé após uma posição agachada, os côndilos femorais rolam simultaneamente no sentido anterior e deslizam no sentido posterior na superfície articular da tíbia Rotação “Screw Home” do Joelho Travar o joelho na extensão completa exige cerca de 10 graus de rotação lateral. A ação de bloqueio rotatório tem sido historicamente chamada de rotação “screw home” com base na torção observável do joelho durante os últimos 30 graus ou mais de extensão Flexão do Joelho A artrocinemática da flexão do joelho ocorre de uma maneira reversa. Rotação Medial e Lateral (Axial) do Joelho Como descrito anteriormente, o joelho deve estar flexionado para maximizar a rotação axial independente entre a tíbia e o fêmur. Uma vez que o joelho esteja flexionado, a artrocinemática da rotação medial e lateral envolve principalmente um giro entreos meniscos e as superfícies articulares da tíbia e do fêmur. A rotação axial do fêmur em relação à tíbia faz com que os meniscos se deformem ligeiramente à medida que eles são comprimidos ligeiramente pelos côndilos femorais em rotação. Os meniscos são estabilizados por conexões da musculatura ativa, como os músculos poplíteo e semimembranáceo. Ligamentos colaterais medial e lateral O ligamento colateral medial (tibial) (LCM) é uma estrutura plana e ampla que se estende para o lado medial da articulação. Apesar de haver uma terminologia diferente, este capítulo descreve o LCM como tendo partes superficial e profunda O ligamento colateral lateral (fibular) é uma estrutura semelhante a um cordão relativamente curto que passa quase verticalmente entre o epicôndilo lateral do fêmur e a cabeça da fíbula A principal função dos ligamentos colaterais é limitar o movimento excessivo do joelho no plano frontal. Com o joelho quase ou completamente estendido, o LCM fornece uma resistência primária contra uma força em valgo (abdução) O ligamento colateral lateral, por outro lado, fornece uma resistência primária contra uma força em varo (adução) Uma função secundária dos ligamentos colaterais medial e lateral é produzir uma tensão estabilizadora generalizada para o joelho quase ou completamente estendido. Ligamentos cruzados anterior e posterior O termo cruzado significa “em forma de cruz” e descreve a relação espacial dos ligamentos cruzados anterior e posterior à medida que eles se cruzam na incisura intercondilar do fêmur. Ambos os ligamentos são espessos e fortes, refletindo seu importante papel em fornecer estabilidade ao joelho. Além de fornecer uma estabilidade dinâmica essencial ao joelho, a tensão nos ligamentos cruzados anterior e posterior ajuda a orientar a artrocinemática do joelho. O ligamento cruzado anterior (LCA) insere-se ao longo de uma impressão na área intercondilar anterior do platô tibial. A partir desta inserção, o ligamento percorre obliquamente por uma direção posterior, superior e lateral para se inserir ao lado do côndilo femoral lateral Ligeiramente mais espesso que o LCA, o ligamento cruzado posterior (LCP) liga-se da área intercondilar posterior da tíbia à lateral do côndilo femoral medial A anatomia específica do LCP normalmente é descrita como tendo dois feixes primários: um grande conjunto anterior (anterolateral), formando o volume do ligamento; e um menor conjunto posterior (posteromedial). Articulação Patelofemoral A articulação patelofemoral é a interface entre o lado articular da patela e o sulco intercondilar do fêmur. Os estabilizadores locais desta articulação são as forças produzidas pelo músculo quadríceps femoral, o ajuste das superfícies articulares e a limitação passiva dos tecidos moles anatômicos circundantes. À medida que o joelho passa por flexão e extensão, um movimento de deslizamento ocorre entre a superfície articular da patela e o sulco intercondilar do fêmur. Durante os movimentos da tíbia em relação ao fêmur, a patela desliza em relação ao sulco intercondilar fixo do fêmur. Função Muscular no Joelho Os músculos do joelho são descritos como dois grupos: os extensores do joelho (isto é, o quadríceps femoral) e os flexores-rotadores do joelho. Músculo Ação Sartório Flexão do quadril, rotação lateral e abdução Flexão do joelho e rotação medial Músculo Ação Grácil Flexão do quadril e adução Flexão do joelho e rotação medial Quadríceps femoral Reto da coxa Grupo vasto Extensão do joelho e flexão do quadril Extensão do joelho Poplíteo Flexão do joelho e rotação medial Semimembranáceo Extensão do quadril Flexão do joelho e rotação medial Semitendíneo Extensão do quadril Flexão do joelho e rotação medial Bíceps femoral (cabeça curta) Flexão do joelho e rotação lateral Bíceps femoral (cabeça longa) Extensão do quadril Flexão do joelho e rotação lateral Gastrocnêmio Flexão do joelho Flexão plantar do tornozelo Plantar Flexão do joelho Flexão plantar do tornozelo
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