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Infecções Odontogênicas Um dos problemas mais difíceis para o tratamento em odontologia é uma infecção odontogênica. Infecções odontogênicas derivam dos elementos dentários e tem uma Flora característica. Doenças periodontais e pulpites são infecções iniciais que podem se disseminar além dos dentes para os processos alveolares e para os tecidos profundos da face, da cavidade oral, da cabeça e do pescoço. Essas infecções podem variar de infecções bem localizadas de baixo grau, que necessitam somente de um tratamento mínimo até infecções graves, podendo comprometer a vida ao envolver os espaços faciais profundos. Embora a grande maioria das infecções odontogênicas sejam facilmente tratadas com procedimentos cirúrgicos menores e suporte médico terapêutico, que inclui administração de antibióticos, o profissional deve, sempre, ter em mente que essas infecções podem se tornar graves e trazer risco de morte em um curto período de tempo. Tratamento O tratamento apropriado das infecções odontogênicas depende do conhecimento claro das bactérias causadoras. Quando as infecções ocorrem, elas provocam erosão óssea e irrompem no tecido mole suprajacente. O conhecimento da trajetória normal de infecção a partir dos dentes e dos tecidos circundantes através dos ossos e dentro dos planos dos tecidos moles suprajacente, é essencial quando se planeja uma terapia apropriada. Microbiota Oral 95% das infecções odontogênicas: bactérias mistas aeróbias e anaeróbias (flora bucal) Até 6 espécies bacterianas Cocos gram + aeróbios e anaeróbios Bastonetes gram+ ou – As bactérias que ficam azuis são consideradas gram +, e as que ficam vermelhas são consideradas gram - É interessante a gente iniciar um antibiótico de amplo espectro, que consiga reduzir e eliminar a maior parte das bactérias, sejam elas cocos ou bastonetes gram- positivo e gram-negativo, aeróbios ou anaeróbios. Fatores Defesa local do hospedeiro: Depende do quanto o paciente é capaz de combater as espécies bacterianas, depende da imunidade, depende de como está a área da anatomia da região É um osso esponjoso com destruição prévia? Facilmente a bactéria começa a proliferar Virulência bacteriana (toxinas e enzimas): a quantidade de toxina que a bactéria é capaz de lançar de subprodutos naquele meio, então quanto mais virulento, quanto mais toxinas, quanto mais enzimas para degradar aquele osso, aquela região para poder progredir, mais agressiva vai ser infecção. Anatomia Processo Infeccioso Gravidade Localização Defesas do Hospedeiro Fator Local: revestimento epitelial intacto; Nossa própria pele e mucosa são órgãos de defesa, ou seja, serve de proteção contra agentes externos, frio, calor; No momento em que ela não está intacta ela perde essa proteção, abrindo vias para introdução de bactérias e infecção; As mucosas bucais, apesar de não ter queratina em grande quantidade, impede que as bactérias que geralmente estão na cavidade oral invaginem a estrutura óssea, se sulco period., de ligamento periodontal e comece a destruir; Temos a via do conduto radicular ou a via do sulco gengival, e quando as bactérias invadem começam a proliferar em grande quantidade e destroem ligamentos periodontais, causando lesões(ex: endoperio) Nos casos em que o paciente tem muitas bactérias na cavidade oral o mais indicado é prescrever antibióticos/ bochechos com clorexidina. Humoral: imuglobinas e sistema completo, sistema acelular: linfócitos Imunoglobulina: São proteínas que protegem Celular: Fagocitos- fagocitose bacteriana Linfócitos- produção de anticorpos específicos Etiologia Periapical: Cárie - Necrose pulpar - Infecção Periapical Periodontal - Gengivite(bolsa periodontal) : destrui as inserções do ligamento periodontal - pericoronarite Pós-operatório: edema(inicia no momento do trauma e dura 48h) e hematoma(rompimento de vasos que gera extravasamento de sangue pelo meio) Sinais e sintomas Trismo: limitação de abertura bucal, devido a proliferação bacteriana já estar em fáscia muscular Tumefação: tem relação com o trismo. Fístulas: se a proliferação bacteriana percorreu um caminho que levou ar ao tecido mole, acaba causando uma fístula. Áreas de coleção purulenta: até na radiografia as vezes aparece Comprometimento das vias aéreas: em casos graves é possível ter obstrução das vias aéreas Disfagia: dificuldade de deglutição Diagnóstico Exames de imagem: panorâmica e tomografia computadorizada(janela tecidos moles e duros) Exames laboratoriais: PCR(coletado do sangue, para analisar grau de inflamação), hemograma(leucocitose- aumento da contagem de leucócitos) Punção aspirativa (2ml- quantidade mínima) x Swab. Celulite introduzir 3ml de sol salina(soro fisiológico,faz uma massagem para espalhar Bacterioscopia: 30 min (MO e corantes) Cultura e antibiograma: 48 a 72h Excisão tecidual(exames microbiológicos e histológicos) Progressão das infecções Regiões de menor resistência: Ápices dentários, osso esponjoso, cortical mais fina e inserções musculares Cárie- polpa(necrose do tecido neurovascular)- periapice- espaços fasciais Periodonto- bolsas profundas ou corpos estranhos – sulco gengival- ligamento periodontal- periapice- espaços fasciais Espessura das corticais: Vestibular Lingual/palatina Apical Inserções musculares: Vestíbulo bucal Espaços fasciais: Áreas do tecido conjuntivo que envolve os músculos que são perfuradas ou distendidas pela infecção 1. Primários: maxila e mandíbula Palatal: raizes longas dos molares, pré-molares e incisivos laterais inclinados. Abaulamento da mucosa palatina firme. Canino: canino superior. Pálpebra inferior e sulco nasolabial Bucal: pré-molares superiores e pré-molares e molares inferiores. Região jugar que não ultrapassa AZ e base mandibular Submandibular: molares inferiores, perfuração da cortical interna mandibular abaixo do músculo mulo- hioideo. Trismo raro o Abcesso vestibular: o Abcesso palatino: Sublingual: pré-molares e molares inferiores. Entre mucosa e assoalho bucal e músculo milo-hioideo. Deslocamento supero-posterior da língua, sialorreia.e disfagia. Submentoniano: incisivos inferiores. Região de mento e triângulo submentual, porção mediana do pescoço. 2. Secundários: músculos mastigatórios Massetérico: espaço bucal. Entre MM masseter e ramo ascendente mandíbula. Trismo e aumento de volume masseter. Pterigomandibular: espaço sublingual e submandibular. Entre mm pterigoideo medial e ramo ascendente mandíbula. Trismo e pouco aumento volume na face Temporal: Superficial (Fáscia e músculo) e profunda(abaixo do mm). Aumento volume superior ao AZ e lateral globo ocular. 3. Cervicais Lateral da faringe: 3 MI e espaço pterigomandibular. Base do crânio (esfenoide)até o osso hioide. Trismo grave, disfagia e odinofagia. Aumento volume região lateral do pescoço. Retrofaríngeo: atrás da faringe. Febre, odinofagia, disfagia, dores e rigidez da região cervical, aumento volumétrico do pescoço, sialorréia e dif respiratória. Pré-vertebral: entre fáscia alar e pre-vertebral. Pode envolver mediastino e tórax. Pericoronarite Processo infeccioso ao redor da coroa de um dente parcialmente irrompido Formação de bolsa Sensibilidade gengival Dor que pode irradiar para face, orelha e ângulo mandibular Trismo (masseter) Placa bacteriana + resíduos alimentares Operculum: tecido pediculiforme em região retromolar Limpeza mecânica e irrigação com SF 0,9% e clorexidina 0,12% (bochecho) Prescrição de ATB e clorexidina 0,12% (bochecho) Exodontia (após regressão infecção) Ulectomia Infecções odontogenicas complexas Espaços fasciais Seio maxilar Trombose doSeio cavernoso Celulite periorbital Sinais e sintomas: Eritema Calor Dor Edema Perda de função Trismo Disfagia Dispneia Tratamento: Remoção da causa: Exodontia ou endodontia Antibioticoterapia: Amoxicilina 875 mg + Metronidazol 400 mg Amoxicilina 875 mg e Ácido clavulânico 125 mg Drenagem cirúrgica: Incisão abaixo do ponto de flutuação + dreno + sutura Progressão da infecção Angina de Ludwig Mediastinite Fasceíte necrosante Obstrução respiratória superior Osteomielite Trombose do seio cavernoso Abscesso cerebral 1. Angina de Ludwig o Celulite aguda de evolução rápida- 24h o Espaços submandibular, sublingual e submentual o Abaulamento assoalho bucal- deslocamento posterior- obstrução via aérea superior o Sensação de sufocamento, sialorréia, disfagia , odinofagia e dispnéia o Molares inferiores cujos ápices estão abaixo da linha milo-hioidea o Diagnóstico rápido o ATB o Exodontia o Incisão e drenagem dos 3 espaços e dreno o Redução da tensão tecidual, aumento da perfusão sanguínea local e liberação de material necrótico 2. Osteomielite o Infecção aguda ou crônica o Mandíbula mais acometida o Dor, linfadenopatia, trismo, febre, parestesia, aumento tecidos moles o Crônica: supuração associado ao trajeto fistuloso. Áreas de sequestro ósseo medular envolto por tecido fibroso. o Cintilografia e panorâmica o Tratamento cirúrgico: - Remoção osso necrótico - Debridamento tecido mole e periósteo - Placas de reconstrução 2.4 mm - Reconstrução com enxertos (6 meses) o Complicações das infecções: - Disseminação do processo infeccioso; - Quadros de extrema gravidade; - Atuação de outras especialidades médicas; — - - Conduta URGENTE; - Infecções orbitais- amaurose irreversível (perda total da visão devido afecção do nervo óptico ou dos centros nervosos); - fasceite necrotizante: necrose extensa e progressiva do tecido celular subcutâneo e da fáscia muscular; - Trombose do seio Cavernoso - abcesso cerebral - mediastinite
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