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Visão Geral O sistema urogenital é dividido funcionalmente em duas partes embriologicamente diferentes: o sistema urinário e o sistema genital; entretanto, elas são estreitamente associadas. O sistema urogenital inclui todos os órgãos envolvidos na reprodução e na formação e eliminação da urina. O sistema urogenital se desenvolve a partir do mesênquima intermediário (tecido conjuntivo embrionário primordial que consiste de células mesenquimais) derivadas da parede corporal dorsal do embrião. O mesênquima é principalmente responsável pela formação do rim e da genitália interna e de seus ductos. Durante o dobramento do embrião no plano horizontal o mesênquima é movido ventralmente e perde sua conexão com os somitos. Uma elevação longitudinal do mesoderma, a crista urogenital, forma-se em cada lado da aorta dorsal. A parte da crista que dá origem ao sistema urinário é o cordão nefrogênico; a parte da crista que dá origem ao sistema genital é a crista gonadal. Embriologia do Sistema Urinário Bibliografia Indicada Embriologia Clínica – Moore (Cap. 12) Desenvolvimento do Sistema Urinário O sistema urinário começa a se desenvolver antes do sistema genital e consiste em: Rins, que produzem e excretam urina. Ureteres, que transportam urina dos rins para a bexiga urinária. Bexiga urinária, que armazena temporariamente a urina. Uretra, que conduz externamente a urina da bexiga. DESENVOLVIMENTO DE RINS E URETERES Três conjuntos de rins sucessivos desenvolvem-se nos embriões. O primeiro conjunto, os pronefros, é rudimentar. O segundo conjunto, os mesonefros, funciona brevemente durante o período fetal inicial. O terceiro conjunto, os metanefros, forma os rins permanentes. PRONEFROS Os pronefros são estruturas transitórias bilaterais que aparecem inicialmente na quarta semana. Eles são representados por algumas coleções de células e estruturas tubulares na região do pescoço em desenvolvimento. Os ductos pronéfricos percorrem caudalmente e se abrem dentro da cloaca, a câmara dentro da qual o intestino posterior e o alantoide se esvaziavam. Os pronefros logo degeneram; no entanto, a maioria das partes dos ductos persiste e é usada pelo segundo conjunto de rins. Eles se originam a partir de unidades excretórias vestigiais, os nefrótomos e se atrofiam na 5º semana. MESONEFRO Os mesonefros, que são órgãos excretores grandes, alongados, aparecem ao final da quarta semana, caudais aos pronefros. Os mesonefros funcionam como rins temporários durante aproximadamente 4 semanas, até que os rins permanentes se desenvolvam e funcionem. Os rins mesonéfricos consistem em glomérulos (10-50 por rim) e túbulos mesonéfricos. Os túbulos se abrem para dentro de ductos mesonéfricos bilaterais, os quais eram originalmente os ductos pronéfricos. Os ductos mesonéfricos se abrem dentro da cloaca. Os mesonefros degeneram em torno do final da 12ª semana; entretanto, os túbulos metanéfricos se tornam os dúctulos eferentes dos testículos. Os ductos mesonéfricos têm diversos derivados adultos nos homens. O mesonefros e os ductos mesonéfricos são derivados do mesoderma intermediário oriundo da região dos segmentos torácicos superiores até os lombares superiores. No início da quarta semana durante a regressão do sistema pronéfricos, aparecem os primeiros túbulos excretores do mesonefros. METANEFRO Os metanefros, ou os primórdios dos rins permanentes, começam a se desenvolver na quinta semana e se tornam funcionais aproximadamente 4 semanas mais tarde. A formação de urina continua durante toda a vida fetal; a urina é excretada para dentro da cavidade amniótica e forma um dos componentes do líquido amniótico. Os rins se desenvolvem a partir de duas fontes: O broto uretérico (divertículo metanéfrico). O blastema metanefrogênico (massa metanéfrica de mesênquima). O broto uretérico é um divertículo (evaginação) do ducto mesonéfrico próximo da sua entrada na cloaca. O blastema metanefrogênico é derivado da parte caudal do cordão nefrogênico. À medida que o broto uretérico se alonga, ele penetra no blastema, uma massa de mesênquima metanéfrica. O pedículo do broto uretérico se torna o ureter. A parte cranial do broto sofre ramificação repetitiva, resultando na diferenciação do broto nos túbulos coletores. As quatro primeiras gerações de túbulos aumentam e se tornam confluentes para formar os cálices maiores. As segundas quatro gerações coalescem para formar os cálices menores. A extremidade de cada túbulo coletor arqueado induz uma coleção de células mesenquimais no blastema metanefrogênico a formarem pequenas vesículas metanéfricas. Essas vesículas se alongam e se tornam túbulos metanéfricos. À medida que ocorre ramificação, algumas das células do mesênquima metanéfrico se condensam e formam uma capa de células de mesênquima; estas sofrem transição de mesenquimais para epiteliais e se desenvolvem na maior parte do epítélio do néfron. As extremidades proximais dos túbulos são invaginadas pelos glomérulos. Os túbulos se diferenciam em túbulos contorcidos proximal e distal; a alça do néfron (alça de Henle) e, junto com o glomérulo e a cápsula glomerular, constituem um néfron. Cada túbulo contorcido distal faz contato com um túbulo coletor arqueado e os túbulos se tornam confluentes. Um túbulo urinífero consiste em duas partes embriologicamente diferentes: Um néfron, derivado do blastema metanefrogênico. Um túbulo coletor, derivado do broto uretérico. Entre a 10ª e a 18ª semanas, o número de glomérulos aumenta gradualmente e a seguir aumenta rapidamente até a 36ª semana, quando atinge um limite superior. A formação de néfrons está completa ao nascimento, com cada rim contendo até 2 milhões de néfrons, embora esse número possa variar por um fator de 10. Os néfrons devem durar para sempre porque não são formados novos néfrons após essa época e números limitados podem resultar em consequências importantes para a saúde da criança e do adulto. Os rins fetais são subdivididos em lobos. A lobulação usualmente desaparece no fim do primeiro ano da infância à medida que os néfrons aumentam e crescem. O aumento no tamanho do rim após o nascimento resulta principalmente do alongamento dos túbulos contorcidos proximais bem como um aumento do tecido intersticial. A formação de néfrons está completa ao nascimento exceto em bebês prematuros. Embora a filtração glomerular comece aproximadamente na nona semana fetal, a maturação funcional dos rins e taxas aumentadas de filtração ocorrem após o nascimento. INDUÇÃO RECÍPROCA A ramificação do broto uretérico é dependente da indução pelo mesênquima metanéfrico. A diferenciação dos néfrons depende da indução pelos túbulos coletores. O broto uretérico e o blastema metanefrogênico interagem e induzem um ao outro, um processo conhecido como indução recíproca, para formar os rins permanentes. Antes da indução, um fator de transcrição, WT1, é expresso no blastema metanefrogênico suportando a sobrevida do mesênquima até então não induzido. A expressão de Pax2, Eya1 e Sall1 é necessária para a expressão do fator neurotrópico derivado da glia (GDNF) no mesênquima metanéfrico. Os fatores de transcrição vHNF1 (HNF1 β) e GDNF desempenham um papel essencial na indução e ramificação do broto uretérico (morfogênese ramificada). O receptor para GDNF, c-ret, é primeiro expresso no ducto mesonéfrico, porém mais tarde se torna localizado na extremidade do broto uretérico. A ramificação subsequente é controlada por fatores de transcrição, incluindo Emx2 e Pax2, e sinais de fatores de crescimento das famílias Wnt, FGF e BMP. A transformação do mesênquima metanéfrico para as células epiteliais do néfron, transiçãomesenquimal- epitelial, é regulada por fatores mesenquimais, incluindo Wnt4. Estudos recentes mostraram que a mutação do gene do receptor para angiotensina tipo 2 pode contribuir para anormalidades do rim e do trato urinário. POSIÇÃO DOS RINS Inicialmente, os rins permanentes primordiais situam-se próximos um do outro na pelve, ventrais ao sacro. À medida que o abdome e a pelve crescem, os rins gradualmente se posicionam no abdome e se afastam. Os rins atingem sua posição adulta durante o começo do período fetal. Essa “ascenção” resulta principalmente do crescimento do corpo do embrião caudal aos rins. De fato, a parte caudal do embrião cresce afastando-se dos rins, de modo que eles, progressivamente, ocupam sua posição normal em cada lado da coluna vertebral. Inicialmente, o hilo de cada rim (depressão do bordo medial), onde os vasos sanguíneos, ureter e nervos entram e saem, situa- se ventralmente, contudo, à medida que os rins mudam de posição, o hilo rota medialmente quase 90°. Pela nona semana, os hilos estão direcionados anteromedialmente. Finalmente, os rins se tornam estruturas retroperitoneais (externas ao peritônio) na parede abdominal posterior. Nessa época, os rins entram em contato com as glândulas suprarrenais. IRRIGAÇÃO DOS RINS Durante as alterações nas posições dos rins, estes recebem seu suprimento sanguíneo de vasos que estão próximos a eles. Inicialmente, as artérias renais são ramos das artérias ilíacas comuns. Mais tarde, os rins recebem seu suprimento sanguíneo da extremidade distal da aorta abdominal. Quando os rins são localizados em um nível mais alto, eles recebem novos ramos da aorta. Normalmente, os ramos caudais dos vasos renais sofrem involução e desaparecem. As posições dos rins se tornam fixas, uma vez que os rins entram em contato com as glândulas suprarrenais na nona semana. Os rins recebem seus ramos arteriais mais craniais da aorta abdominal; esses ramos se tornam as artérias renais permanentes. A artéria renal direita é mais longa e muitas vezes está em uma posição mais superior que a artéria renal esquerda. FUNÇÃO RENAL O rim definitivo formado a partir dos metanefros se torna funcional por volta da 12ª semana. A urina é depositada na cavidade amniótica e se mistura ao líquido amniótico que é engolido pelo feto e reciclado pelos rins. Durante a vida fetal, os rins não são responsáveis pela excreção de escórias metabólicas, uma vez que a placenta realiza essa função. _______________________________________________________________________________ DESENVOLVIMENTO DA BEXIGA URINÁRIA O septo urorretal é uma camada de mesoderma entre o canal anal primitivo e o seio urogenital. A ponta do septo formará o corpo perineal, um local de inserção de vários músculos perineais. Para fins descritivos, o seio urogenital é dividido em três partes: o Uma parte vesical que forma a maior parte da bexiga urinária e é contínua com a alantoide. o Uma parte pélvica que se torna a uretra no colo da bexiga; a parte prostática da uretra em homens e a uretra inteira em mulheres. o Uma parte fálica que cresce na direção do tubérculo genital (primórdio do pênis ou do clitóris). A bexiga se desenvolve principalmente a partir da parte vesical do seio urogenital. O epitélio inteiro da bexiga é derivado do endoderma da parte vesical do seio urogenital, ou parte ventral da cloaca. As outras camadas da sua parede se desenvolvem do mesênquima esplâncnico adjacente. Inicialmente, a bexiga é contínua com a alantoide, a membrana fetal desenvolvida a partir do intestino posterior. A alantoide logo se constringe e se torna um cordão fibroso espesso, o úraco. Ele se estende do ápice da bexiga ao umbigo. Em adultos, o úraco é representado pelo ligamento umbilical mediano. À medida que a bexiga aumenta, partes distais dos ductos mesonéfricos são incorporadas à sua parede dorsal. Esses ductos contribuem para a formação do tecido conjuntivo no trígono da bexiga (mucosa da bexiga é mesodérmica). Como esses ductos são absorvidos, os ureteres se abrem separadamente para dentro da bexiga urinária. Em parte, por causa da tração exercida pelos rins à medida que eles ascendem, os orifícios dos ureteres se movem superolateralmente e entram obliquamente através da base da bexiga. Nos homens, os orifícios dos ductos mesonéfricos movem-se juntos e entram na parte prostática da uretra à medida que as extremidades caudais dos ductos tornam-se os ductos ejaculatórios. Nas mulheres, as extremidades distais dos ductos mesonéfricos degeneram-se. Localização Em bebês e crianças, a bexiga urinária, mesmo quando vazia, situa-se no abdome. Ela começa a entrar na pelve maior por volta dos 6 anos de idade; entretanto, a bexiga só entra na pelve menor e se torna um órgão pélvico após a puberdade. O ápice da bexiga em adultos é contínuo com o ligamento umbilical mediano, que se estende posteriormente ao longo da superfície posterior da parede abdominal anterior. URETRA MASCULINA O epitélio da maior parte da uretra masculina e da uretra feminina inteira é derivado do endoderma do seio urogenital. A parte distal da uretra na glande do pênis é derivada de um cordão sólido de células ectodérmicas, o qual cresce para dentro a partir da extremidade da glande do pênis e se une ao resto da uretra esponjosa. Consequentemente, o epitélio da parte terminal da uretra é derivado do ectoderma da superfície. O tecido conjuntivo e o músculo liso da uretra em ambos os sexos são derivados do mesênquima esplâncnico. 11 Semanas 12 semanas 14 Semanas ANOMALIAS CONGÊNITAS Agenesia Renal Agenesia (ausência) renal unilateral ocorre aproximadamente uma vez em cada 1.000 recém-nascidos. Homens são afetados mais frequentemente que mulheres, e o rim esquerdo é, em geral, o que está ausente. A agenesia renal unilateral muitas vezes não causa sintomas e, geralmente, não é descoberta durante a infância porque o outro rim usualmente sofre hipertrofia compensatória e executa a função do rim que está faltando. Deve-se suspeitar de agenesia renal unilateral em bebês com uma única artéria umbilical. A agenesia renal resulta quando os brotos uretéricos não se desenvolvem ou os primórdios (pedículos dos brotos) dos ureteres degeneram. A falha dos brotos em penetrar no blastema metanefrogênico resulta em falha do desenvolvimento do rim porque os néfrons não são induzidos pelos túbulos coletores a se desenvolverem a partir do blastema. A agenesia renal provavelmente tem uma causa multifatorial. Há evidência clínica de que a involução in útero completa de rins policísticos (muitos cistos) poderia levar à agenesia renal, com um ureter com uma terminação cega no mesmo lado. Rim Mal Rotado Se um rim deixar de rotar, o hilo fica posicionado anteriormente, isto é, o rim fetal retém sua posição embrionária. Se o hilo se posiciona posteriormente, a rotação do rim prosseguiu excessivamente; se ele der face lateralmente, ocorreu rotação lateral em vez de medial. A rotação anormal dos rins é muitas vezes associada aos rins ectópicos. Rins Ectópicos Um ou ambos os rins podem estar em posição anormal. A maioria dos rins ectópicos estão localizados na pelve, mas alguns ficam na parte inferior do abdome. Rins pélvicos e outras formas de ectopia resultam da falha dos rins em ascender. Rins pélvicos são próximos um do outro e usualmente se fundem para formar um rim discoide (“panqueca”). Rins ectópicos recebem seu suprimento sanguíneo de vasos sanguíneos perto deles (artérias ilíacas internas ou externas e/ou aorta abdominal). Elessão frequentemente supridos por vários vasos. Às vezes, um rim cruza para o outro lado, resultanto em ectopia renal cruzada e 90% desses rins são fundidos. Um tipo incomum de rim anormal é o rim fundido unilateral. Nesses casos, os rins em desenvolvimento se fundem após deixarem a pelve, e um rim atinge sua posição normal, carregando consigo o outro rim. Rim em Ferradura Em 0,2% da população, os polos dos rins são fundidos; usualmente são os polos inferiores que se fundem. O grande rim em forma de U geralmente se localiza na região púbica, anterior às vértebras lombares inferiores. A ascensão normal dos rins fundidos é impedida porque eles ficam presos pela raiz da artéria mesentérica inferior. Um rim em ferradura usualmente não produz sintomas porque o seu sistema coletor se desenvolve normalmente e os ureteres entram na bexiga. Se o fluxo de urina for impedido, pode aparecer sinais e sintomas de obstrução e/ou infecção. Aproximadamente 7% das pessoas com síndrome de Turner têm rins em ferradura. Duplicações do Trato Urinário Duplicações da parte abdominal do ureter e pelve renal são comuns. Esses defeitos resultam da divisão anormal do broto uretérico. A divisão incompleta resulta em um rim dividido com um ureter bífido. A divisão completa resulta em um rim duplo com um ureter bífido ou ureteres separados. Um rim supranumerário com seu próprio ureter, o que é raro, provavelmente resulta da formação de dois brotos uretéricos. Ureter Ectópico Um ureter ectópico não se abre na bexiga urinária. Em homens, o ureter se abrirá no colo da bexiga ou na parte prostática da uretra. O ureter pode também entrar no ducto deferente, utrículo prostático ou glândula seminal. Em mulheres, o ureter ectópico pode também se abrir no colo da bexiga ou na uretra, vagina ou vestíbulo (cavidade) da vagina. A incontinência é a queixa comum resultante de um ureter ectópico porque o fluxo da urina pelo orifício do ureter não entra na bexiga; em vez disso ela está continuamente gotejando da uretra, em homens, e da uretra e/ou vagina, em mulheres. Um ureter ectópico resulta quando o ureter não é incorporado no trígono entre as aberturas dos ureteres na parte posterior da bexiga urinária. Em vez disso, ele é carregado caudalmente com o ducto mesonéfrico e é incorporado na parte pélvica média da parte vesical do seio urogenital. Uma vez que essa parte do seio se torna a uretra prostática em homens e a uretra em mulheres, a localização de orifícios uretéricos ectópicos é compreensível. Quando dois ureteres se formam em um lado, eles usualmente se abrem na bexiga urinária. Doenças Renais Císticas Na doença policística renal autossômica recessiva (1 em 20.000 nascidos vivos), diagnosticada ao nascimento ou in útero por ultrassonografia, ambos os rins contêm muitos cistos pequenos, o que resulta em insuficiência renal. A morte do bebê pode ocorrer logo depois do nascimento, com 25% dos casos associados com hipoplasia pulmonar; entretanto, mais de 80% desses bebês têm sobrevivido além de 1 ano devido a diálise pós-natal e transplante renal. A maioria dos casos se deve a uma mutação do gene PKHD1 que resulta em rim policístico e fibrose hepática congênita. A doença renal displásica multicística resulta de dismorfologia, desenvolvimento anormal do sistema renal. O prognóstico para a maioria das crianças com essas doenças geralmente é bom, pois a doença é unilateral em 75% dos casos. Nessa doença renal são vistos menos cistos do que na doença de rins policísticos autossômica recessiva, e eles variam em tamanho de alguns milímetros a muitos centímetros no mesmo rim. Admita-se que os cistos eram o resultado de uma falha do broto uretérico em se unir aos túbulos derivados do blastema metanefrogênico. Agora se considera que as estruturas císticas são amplas dilatações de partes contínuas dos néfrons, particularmente das alças dos néfrons (de Henle). Defeitos congênitos do úraco Em bebês, um remanescente da luz pode persistir na parte inferior do úraco. Em aproximadamente 50% dos casos, a luz é contínua com a cavidade da bexiga. Remanescentes do revestimento epitelial do úraco podem dar origem a cistos do úraco, os quais não são usualmente detectados, exceto durante uma autópsia, a menos que os cistos se tornem infectados e aumentados. A extremidade inferior patente do úraco pode se dilatar formando um seio do úraco que se abre para dentro da bexiga. A luz na parte superior do úraco pode também permanecer patente e formar um seio do úraco que se abre no umbigo. Muito raramente, o úraco inteiro permanece patente e forma uma fístula do úraco que permite que a urina escape pelo orifício umbilical Megacistite congênita Uma bexiga urinária patologicamente grande, megacisto (megalocisto), pode resultar de uma afecção congênita do broto uretérico, a qual pode ser associada à dilatação da pelve renal. A bexiga grande também pode resultar de valvas uretrais posteriores. Muitos bebês com megacisto sofrem de insuficiência renal no início da infância. Extrofia da bexiga Extrofia da bexiga, um defeito congênito muito raro, ocorre aproximadamente uma em cada 10.000 a 40.000 nascimentos. A extrofia (eversão) da bexiga usualmente ocorre em homens. A exposição ou a protrusão da superfície mucosa da parede posterior da bexiga caracteriza esse defeito. O trígono da bexiga e os orifícios uretéricos são expostos, e a urina goteja intermitentemente da bexiga evertida. A extrofia da bexiga, uma deficiência da parede abdominal anterior, é causada pelo fechamento mediano incompleto da parte inferior da parede. O defeito compromete ambas: a parede abdominal e a parede anterior da bexiga urinária. O defeito resulta da falha da migração do mesoderma entre o ectoderma e o endoderma da parede abdominal. Como resultado, as partes inferiores dos músculos retos são ausentes e os músculos oblíquo externo e interno e transverso do abdome são deficientes.
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