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UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP VALERIA FEREIRA MONTEIRO RA 1940687 HOSPITAL DO CORAÇÃO - HCOR PROJETO INTEGRADO MULTIDISCIPLINAR IX POÁ 2021 UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP VALERIA FEREIRA MONTEIRO RA 1940687 HOSPITAL DO CORAÇÃO - HCOR PROJETO INTEGRADO MULTIDISCIPLINAR IX Projeto Integrado Multidisciplinar IXI para obtenção do título de Tecnólogo em Ges- tão Hospitalar, apresentado a Universi- dade Paulista – Unip. Orientador: PROFESSORA VALDICE PÓLVORA POÁ 2021 RESUMO Esse Projeto Integrado Multidisciplinar tem como objetivo apresentar as maté- rias Estrutura e Funcionamento do Sistema de Saúde Pública e Privada, Gestão de Plano de Saúde e Auditoria Hospitalar e Metodologia do Trabalho Acadêmico. Na pri- meira matéria entendemos como funcionava a saúde antes da criação do Sistema Único de Saúde, como ele foi criado, quais seus princípios e como ele funciona, en- tendemos também como funciona o sistema privado de saúde, como ele é controlado e quais as leis que o regulamentam e protegem o consumidor. Em Gestão de Plano de Saúde e Auditoria Hospitalar entendemos a fundo a regulamentação dos planos e das operadoras de saúde e como eles são classificados, entendemos também a im- portância da auditoria hospitalar para a melhor qualidade do atendimento e maior con- trole de gastos por parte do prestador de serviço ou operadora de saúde. Em meto- dologia do trabalho entendemos o que é ciência, quais os tipos de pesquisa e suas finalidades, podemos contribuir a importância de realizar um trabalho seguindo todas as normas estabelecidas para um melhor resultado e maior entendimento final. Palavras-Chave: SUS, Saúde, Auditoria, Plano de Saúde. SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ......................................................................................... 5 2. ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DO SISTEMA DE SAÚDE PÚBLICA E PRIVADA 6 2.1. Histórico da saúde no brasil .............................................................. 6 2.2. A constituição do sus ........................................................................ 7 2.3. Financiamento do sus ....................................................................... 7 2.4. Funcionamento do sus ...................................................................... 8 2.5. Saúde suplementar no brasil ............................................................. 9 2.6. Integração do sus com a saúde suplementar.................................... 9 2.7. HCor e o PROADI-SUS .................................................................. 10 3. GESTÃO DE PLANO DE SAÚDE E AUDITORIA HOSPITALAR .......... 11 3.1. Auditoria hospitalar ......................................................................... 13 4. METODOLOGIA DO TRABALHO ACADÊMICO ................................... 15 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................... 16 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................... 17 5 1. INTRODUÇÃO O objeto de estudo desse projeto é o Hospital do Coração (HCor) que iniciou sua história em 1918 com a criação da Associação do Sanatório Sírio, por um grupo de senhoras da comunidade árabe para auxiliar órfãos da Primeira Guerra Mundial. Com o passar do tempo passou a tratar de pacientes tuberculosos em uma unidade própria. Na década de 60 a entidade cria um hospital dedicado a cirurgia torácica, criando o HCor. A missão do HCor é promover com excelência e responsabilidade o cuidado à saúde. Sua visão é ser referência na entrega de valor em saúde. Os seus valores são: valorização da vida, ensino e pesquisa, ética, responsabilidade social e ambiental, pioneirismo tecnológico, qualidade e humanização. O HCor prioriza a responsabilidade social e para isso atua em duas vertentes, o voluntariado HCor e as parcerias com o Ministério da Saúde e as Secretarias Esta- duais e Municipais de Saúde. Dentro da parceria com o SUS estão os projetos Pro- grama de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS). Nesse projeto iremos apresentar os conceitos das matérias Estrutura e Funci- onamento do Sistema de Saúde Pública e Privada, Gestão de Plano de Saúde e Au- ditoria Hospitalar e Metodologia do Trabalho Acadêmico. 6 2. ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DO SISTEMA DE SAÚDE PÚBLICA E PRIVADA 2.1. Histórico da saúde no brasil Antes da criação do SUS a atuação do governo na saúde, através do Ministério da Saúde e com a participação dos estados e municípios era para campanhas de prevenção de endemias através da vacinação que eram oferecidas universalmente, sem nenhuma discriminação. Quanto à assistência médica, alguns municípios e estados através de institui- ções filantrópicas, oferecia aos chamados indigentes uma assistência médica em ca- ráter de caridade, essas pessoas não tinham nenhum direito. Em 1923 a Lei Elói Chaves regulamentou a criação de Caixas de Aposentado- rias e Pensões – CAPs, que responsabilizava o governo pela concessão de benefícios e assistência médica aos trabalhadores que eram geridos pelas empresas e os traba- lhadores. A partir de 1930 com o governo de Getúlio Vargas, as CAPs deixam de ser administradas pelas empresas e passam a ser geridas pelos sindicatos de diversas categorias, tornando-se Institutos de Aposentadorias e Pensões – IAPs. Logo após houve a unificação dessas IAPs tornando-se Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social – INAMPS, que garantia apenas aos trabalhadores formais e seus dependentes a assistência médica. Dessa forma a população brasileira se dividia em três grupos, os que tinham recursos e podiam pagar pela assistência médica, os que eram assegurados pelo INAMPS e os que não tinham nenhum direito. Com o agravamento da crise política que o Brasil enfrentava naquela época, o desemprego que crescia, as condições de vida principalmente nas grandes cidades foram piorando muito, elevando as taxas de mortalidade e de doenças transmissíveis, causando algumas epidemias como a da meningite em São Paulo. Nessa época o INAMPS passou a dar aos trabalhadores rurais o mesmo trata- mento oferecido aos trabalhadores urbanos, melhorando a qualidade desse atendi- mento. Porém a crise financeira e política atingiu também a Previdência que precisou 7 se unir ao setor público visando diminuir as desigualdades regionais existentes e já com a ideia da universalização do acesso aos serviços de saúde. No final da década de 80 o INAMPS tomou uma série de medidas rumo a uni- versalização, entre elas destaca-se o fim da obrigatoriedade da Carteira de Assegu- rado do INAMPS para o atendimento nos hospitais próprios e conveniados da rede pública. Com isso instituiu-se o Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde (SUDS), através de convênios entre o INAMPS e os governos estaduais. Essa unificação aconteceu motivada pela crise de financiamento da Previdên- cia e pela mobilização da sociedade, trabalhadores e profissionais da saúde no movi- mento chamado “Movimento da Reforma Sanitária” que se reuniam para discutir a situação da saúde no Brasil. 2.2. A constituição do sus A primeira grande conquista do Movimento da Reforma Sanitária foi a definição de saúde na Constituição Federal que no artigo 196 conceitua que “a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e outros agra- vos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promo- ção, proteção e recuperação.” Assim fica estabelecida a universalidade da cobertura do Sistema Único de Sa- údeem todos os níveis de assistência. A Lei 8.080 de 1990 chamada de Lei Orgânica da Saúde dispõe sobre as con- dições de saúde, seus três níveis de atenção que são a promoção, proteção e recu- peração da saúde, os objetivos e competências do SUS e as funções das três esferas de governo, federal, estadual e municipal. 2.3. Financiamento do sus O financiamento do Sistema Único de Saúde é de responsabilidade das três esferas de governo, sendo a esfera federal responsável por pelo menos 70% dos re- cursos que são repassados progressivamente através do Fundo Nacional de Saúde para os fundos estaduais e municipais. Os fundos estaduais também repassam recur- sos próprios para os fundos municipais. 8 Esses recursos são oriundos de contribuições do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS e do pagamento de impostos como Imposto sobre Circulação de Mer- cadorias e Prestação de Serviços – ICMS, Imposto de Produtos Industrializados – IPI, Imposto sobre o Lucro – Cofins, Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automoto- res – IPVA e o Imposto Predial e Territorial Urbano – IPTU. 2.4. Funcionamento do sus O Sistema Único de Saúde funciona de forma regionalizada e hierarquizada por níveis de complexidade nas ações de promoção, proteção e recuperação da sa- úde. Esses níveis são divididos em atenção primária ou básica, atenção secundária ou de média complexidade e atenção terciária ou de alta complexidade. O primeiro contato do usuário com o SUS se dá através da atenção básica; por isso em 2006 o Ministério da Saúde lançou a Política Nacional de Atenção Básica - PNAB. Na atenção básica são desenvolvidas ações que visam a promoção, proteção, diagnóstico, recuperação e reabilitação da saúde. Essas ações são realizadas pelas equipes de Saúde da Família e Unidades Básicas de Saúde, as UBS, que estrategi- camente localizadas facilitam o acesso da população à saúde. Na Unidade Básica de Saúde são realizadas consultas médicas, encaminha- mento para especialidades, inalações, vacinas, tratamentos odontológicos e forneci- mento de medicações básicas. O programa Saúde da Família é um importante elo entre a UBS e a comuni- dade, pois permite um atendimento mais humanizado para aqueles que não tem acesso ou condições de irem até a UBS. As ações de média complexidade são realizadas em Centros de Especialidades Médicas, Unidades de Pronto Atendimento – UPAs e Ambulatórios de exames. Os pacientes da atenção primária são encaminhados para esse nível de atendimento de acordo com suas necessidades. O nível terciário fornece atendimento de alta complexidade como hospitais de grande porte, tratamentos oncológicos, cirurgias complexas e transplantes. 9 2.5. Saúde suplementar no brasil O Sistema de Saúde Complementar no Brasil é composto pelas instituições privadas que oferecem serviços de saúde sob a forma de pré ou pós pagamento, pla- nos e seguros de saúde e profissionais autônomos que oferecem seus serviços de forma particular. A Lei nº 9.656/98 foi um marco regulatório para a saúde suplementar, pois re- gulamentou e definiu os conceitos de planos e seguros de saúde e fixou regras bus- cando proteger os direitos do consumidor. Em janeiro de 2000 a Lei nº9.961 criou a Agência Nacional de Saúde Suple- mentar -ANS, para regular, normalizar, controlar e fiscalizar as atividades do setor de saúde suplementar. A ANS tem por objetivo defender os direitos do público quanto à saúde suplementar, regular as relações das operadoras com seus usuários e padro- nizar as ações de todas as operadoras. 2.6. Integração do sus com a saúde suplementar Apesar de todo empenho e dedicação o Sistema Único de Saúde ainda não é capaz de atender toda a demanda de saúde da população e a maior parte não dispõe de recursos financeiros para buscar a saúde suplementar. Para atender essa demanda e aperfeiçoar o SUS, o Ministério da Saúde lançou em 2008 o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde - PROADI-SUS, um programa de parcerias entre o setor público e instituições privadas sem fins lucrativos que utilizam suas competências para qualificar e desen- volver o SUS. O projeto é mantido com recursos gerados pelos próprios hospitais participan- tes, recursos que seriam para pagamento de tributos. São realizadas capacitações nas áreas de recursos humanos, pesquisa, tecnologia e desenvolvimento de técnicas de gestão. Existem também entidades que oferecem ao SUS a prestação de no mínimo 60% de seus serviços, com isso elas têm isenção de alguns impostos e recebem pelos atendimentos de acordo com a tabela do SUS. 10 Quando pacientes cobertos por planos de saúde são atendidos pelo SUS, a operadora de saúde deve ressarcir ao SUS, conforme a lei nº9.656/1996 e regulamen- tação da ANS. 2.7. HCor e o PROADI-SUS O HCor está entre os cinco hospitais que fazem parte do Programa do Ministé- rio da Saúde de apoio ao SUS através de ações para diminuição das filas de espera, qualificação profissional e aprimoramento de novas tecnologias. Abaixo citaremos al- guns projetos do HCor e seu impacto no SUS. • Cardiofetal Congênito: Os objetivos desse projeto são, capacitar equipes de hospitais do SUS para realização de cirurgia em crianças com car- diopatia congênita, diagnosticar e tratar malformações cardíacas fetais, realizar o parto de bebês com malformação, tratamento e cirurgia de crianças e ado- lescentes com cardiopatia complexa em todo o Brasil. A capacitação de equi- pes para o tratamento dessas doenças congênitas além de diminuir as taxas de morbidade e mortalidade, contribui para a melhoria da qualidade de vida das pessoas e a redução de custos para o SUS pois irá diminuir a reincidência des- ses pacientes nos hospitais em busca de tratamento. • Reabilitação Física e Neurocognitiva: realizar estimulação pre- coce nos portadores de cardiopatia complexa, orientar as famílias, oferecer su- porte de psicopedagoga e fonoaudióloga ao desenvolvimento neuroconitivo da criança no prazo de um ano. Esse acompanhamento permite minimizar o im- pacto na qualidade de vida dos doentes e seus familiares, promovendo maior capacitação e independência dos beneficiados no projeto. Essa melhor quali- dade de vida também diminui o gasto do SUS com esse usuário que não pre- cisará de muita medicação ou de internações por conta da sua doença. • Capacitação ANVISA: O objetivo é aperfeiçoar os profissionais do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS) na inspeção dos serviços de saúde, com atuação focada na qualidade, na gestão de risco e na segurança do paciente. A capacitação dos profissionais tem impacto positivo no SUS pois os fiscais da vigilância passam a atuar como educadores de saúde, apoiando ações de melhoria, maior qualidade e segurança da assistência. 11 3. GESTÃO DE PLANO DE SAÚDE E AUDITORIA HOSPITALAR A reforma sanitária que ocorreu em meados dos anos 70 foi um importante movimento político e permitiu importantes mudanças em relação a saúde, sendo a mais importante a definição da saúde como direito de todos e dever do Estado. Essas mudanças também culminaram na criação do Sistema Único de Saúde e da Lei Orgânica de Saúde nos anos de 1988 e 1990 respectivamente, surgindo as- sim os princípios de equidade, universalidade e integralidade. Apesar do Sistema Único de Saúde defender saúde para todos, a falta de in- vestimentos causa uma baixa qualidade na prestação do serviço a saúde, isso faz com que exista uma alta demanda para a saúde suplementar. Esses usuários que buscavam a saúde suplementar eram defendidos apenas pelo Código de Defesa do Consumidor (CDC), não havia leis específicas para defender os direitos de saúde do consumidor. Com a crescente demanda de usuários e para regulamentar os planos e segu- ros privados de saúde foi decretada a Lei nº9.656 em 1998 denominada Lei dos Pla-nos de Saúde, que estabeleceu a cobertura obrigatória de todas as doenças listadas na Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde, da OMS. Em janeiro de 2000 através da Lei nº 9.961 foi criada a Agência Nacional de Saúde Suplementar, que além de defender os interesses dos usuários também regula e fiscaliza as ações das operadoras e seguros de saúde em todo o país. A ANS é vinculada ao Ministério da Saúde e com sede no Rio de Janeiro tem como foco de atuação todo o território nacional, o artigo 3º da lei especifica o objetivo da criação da ANS: Art. 3º. A ANS terá por finalidade institucional promover a defesa do interesse público na assistência suplementar à saúde, regulando as operado- ras setoriais, inclusive quanto às suas relações com prestadores e consumi- dores, contribuindo para o desenvolvimento das ações de saúde no País. Um dos principais pontos da regulação da ANS é a implantação do ressarci- mento ao SUS no ano de 2000, com o objetivo de desencorajar o atendimento de usuários de planos de saúde na rede pública. 12 Essa cobrança acontece de forma padronizada pela Tabela Única Nacional de Equivalência de Procedimentos (TUNEP) com valores intermediados entre os pratica- dos pela rede privada e pelo SUS. A saúde suplementar se divide em Cooperativas Médicas, Medicina de Grupo, Autogestão e Seguradoras. A seguir listaremos algumas características que diferem as categorias: • Cooperativas Médicas: são formadas por médicos cooperados para o atendimento em hospitais ou consultórios. Seus objetivos são; valorizar e proteger o médico cooperado, priorizando remuneração satisfatória e liberdade para exercer sua atividade de forma liberal; maximizar os lucros expandindo o mercado; fornecer ser- viço de qualidade e de baixo custo. Se denomina Confederação Nacional das Coope- rativas Médicas – Unimed e atua também como operadora de planos de saúde. • Medicina de Grupo: entidades que operam planos de saúde e prestam assistência à saúde através de serviços próprios ou credenciados aos seus benefici- ários. Os serviços ofertados vão desde atendimento básico até serviços de alta com- plexidade dependendo do plano contratado pelo usuário. • Autogestão: são planos próprios gerenciados pelas empresas privadas ou públicas empregadoras ou por contratadas, seus planos não são comercializados no mercado. Os serviços oferecidos vão de especialidades médicas até serviços de alta complexidade, incluindo saúde mental. Temos como exemplo nesse setor a CASSI, que é Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil. • Seguradoras: gerenciado por bancos ou seguradoras que intermediam o serviço de saúde entre os beneficiários e prestadores de serviços. Nesse segmento podemos citar Sul América Saúde e Bradesco Saúde. 13 3.1. Auditoria hospitalar A auditoria foi introduzida na área da saúde no início do século XX, com o ob- jetivo de verificar a qualidade da assistência, através da análise de prontuários. A de- finição de auditoria segundo o Ministério da Saúde consiste: no exame sistemático e independente dos fatos obtidos por meio da obser- vação, medição, ensaio ou outras técnicas apropriadas, de uma atividade, elemento ou sistema, para verificar a adequação aos requisitos preconizados pelas leis e normas vigentes e determinar se as ações de saúde e seus re- sultados estão de acordo com as disposições planejadas. É também uma ferramenta de controle e regulação da utilização dos serviços de saúde, e na rede privada tem como foco a redução de custos no atendimento pres- tado. Em 1990 com a lei nº 8.080 o SUS ficou responsável pela auditoria, coordena- ção e avaliação técnica e financeira do SUS, para isso criou o Sistema Nacional de Auditoria – SNA que é responsável por essas ações em todo o território nacional atra- vés do Departamento Nacional de Auditoria do SUS (DENASUS). 3.2 Tipos de Auditoria Existem três tipos de auditoria existentes, sendo elas Auditoria no SUS, Audi- toria em Enfermagem e Auditoria Médica. ✓ Auditoria no SUS: atua no plano assistencial com a finalidade de analisar prontuários e gestões de sistema, fiscalizar o financeiro e patrimônio. No SUS as au- ditorias se dividem em: o Auditoria de conformidade que faz auditoria de custos e finanças e; o Auditoria operacional, que analisa se os procedimentos estão sendo re- alizados corretamente. ✓ Auditoria de Enfermagem: avalia a qualidade do serviço de enfermagem em hospitais e operadoras de planos de saúde, se subdivide em: o Auditoria prospectiva: o profissional da enfermagem auditor avalia os procedimentos médicos antes de serem realizados, verificando se os procedimentos para o diagnóstico foram corretos antes do procedimento; o Auditoria concorrente: o auditor visita o hospital enquanto o paciente está internado, verificando prontuários e eventualmente conversando com familiares e o próprio paciente se possível para concluir se o tratamento está sendo realizado da forma correta; 14 o Auditoria retrospectiva: realizada após a alta hospitalar, analisa os pro- cedimentos médicos através do prontuário do paciente. ✓ Auditoria Médica: tem por objetivo conhecer os contratos estabelecidos entre as partes e exigir seu cumprimento integral. O médico auditor pode acessar os prontuários sempre que necessário e examinar o paciente se necessário com a auto- rização dele ou de seu representante legal. O trabalho do médico auditor também pode servir como perícia. A auditoria tanto no sistema público quanto no privado de saúde tem o benefício de melhorar a qualidade no serviço prestado e reduzir os custos e poupar recursos e materiais. 15 4. METODOLOGIA DO TRABALHO ACADÊMICO Metodologia é a disciplina responsável pelo estudo, compreensão e avaliação dos métodos disponíveis para a realização de uma pesquisa acadêmica ou científica. Utiliza técnicas de observação para comprovação do conhecimento e validar sua uti- lização na sociedade. Para o uso correto da metodologia é preciso diferenciar o conhecimento popular do conhecimento científico. O primeiro é aquele passado através de gerações, gerado a partir de opiniões próprias e crenças pessoais, sem embasamento teórico e cientí- fico. O conhecimento científico resulta da investigação metódica e sistemática da re- alidade, requer abstração, observação, investigação, sistematização de ideais, inter- pretação, raciocínio e explicação. A pesquisa científica tem como finalidade a produção de conhecimento, busca de resposta para questões e a resolução de problemas com a utilização de métodos científicos. Minayo (2011, p.17) considera a pesquisa como [...] atividade básica da Ciência na sua indagação e construção da realidade. É a pesquisa que alimenta a atividade de ensino e a atualiza frente à reali- dade do mundo. Portanto, embora seja uma prática teórica, a pesquisa vin- cula pensamento e ação. Existem vários tipos de pesquisa, elas variam de acordo com a questão a ser estudada, e possuem características próprias, porém todas devem ser sistemáticas, metódicas e críticas. Elas podem ser classificadas em; teóricas para o estudo de teo- rias, metodológica que estuda os modos de fazer ciência, empírica que produz e ana- lisa dados reais da sociedade e prática ou pesquisa-ação que interfere na realidade social. 16 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Esse projeto permitiu uma melhor compreensão das matérias estudadas nesse bimestre e sua aplicação na prática. Em Estrutura e Funcionamento do Sistema de Saúde Pública e Privada enten- demos a importância da criação do SUS para o povo brasileiro e como ele deveria funcionar na prática. Infelizmente a falta de financiamento não permite que ele seja um sistema eficaz, e essasdiversas falhas e deficiências que ocorrem fazem com que o sistema de saúde complementar ganhe cada vez mais espaço, causando o sucate- amento do Sistema Único de Saúde. Foi possível compreender também a importância da auditoria para o bom fun- cionamento da saúde pública, para o cumprimento das diretrizes e no sistema privado permite uma melhor qualidade de atendimento e redução de custos. O entendimento de como funciona a metodologia do trabalho acadêmico per- mite produzir conhecimento mais eficaz, facilita a compreensão da necessidade das pesquisas acadêmicas e a forma correta de ser realizada. Ao analisar a empresa objeto desse estudo verificamos que todos os conceitos estudados são aplicados de forma excelente, a empresa opera com maestria junto a concorrência e sempre em busca da consolidação como referência regional. Seus re- latórios de atividade e financeiros são realizados de acordo com as normas e ficam disponíveis semestralmente no site da instituição, cumprindo assim com a transparên- cia que é um dos valores da empresa. Dois pontos que foram possíveis identificar possíveis melhorias através dos re- latórios disponíveis são: aproximadamente 90% do seu faturamento se dá através de repasses do Sistema Único de Saúde e outros convênios com o Governo, Estado e Municípios. O hospital tem parceria com convênios médicos e possui clientela parti- cular, porém não tem a estrutura necessária para atender grande demanda dessa fatia, não possui leitos suficientes e não investe em publicidade para atrair esse pú- blico. O segundo ponto é que na região não tem hospital especializado em Neurologia e Neurocirurgia, e com poucas adaptações ele poderia, se tornar referência nessa especialidade e aumentar significativamente seu faturamento, tanto através do SUS como através de convênios e repasses particulares. 17 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANS. Regulação e Saúde. Ministério da Saúde, 2004 – Disponível em <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/reg_saudevol3t2.pdf> Acesso em 27/03/2021. CALEMAN, Gilson. Moreira, Marizélia Leão. Sanchez, Maria Cecília. Auditoria, Con- trole e Programação de Serviços de Saúde. Disponível em < http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_cidadania_volume05.pdf> Acesso em 27/03/2021 CONTE, Juliana. Como funciona o Sus. Disponível em < https://drauziova- rella.uol.com.br/saude-publica/como-funciona-o-sus/> Acesso em 16/03/2021. D’AVILA, Cristiane. O homem que lançou as bases do Sistema Único de Saúde (SUS) (Artigo). Café História. Disponível em<https://www.cafehistoria.com.br/hesio- cordeiro-o-homem-que-lancou-as-bases-do-sus/> Acesso em 13/03/2021. PROADI, SUS. Como são construídos os projetos. Disponível em < https://hospi- tais.proadi-sus.org.br/sobre-o-programa#como-sao-construidos-os-projetos> Acesso em 18/03/2021. PRODANOVI, Cleber Cristiano. Metodologia do trabalho científico. Feevale, 2013. Disponível em <https://drive.google.com/file/d/1lp5R- RyTrt6X8UPoq2jJ8gO3UEfM_JJd/view> Acesso em 03/04/2021. SOUZA, Renilson Rehem de. O sistema público de saúde brasileiro. Ministério da Saúde, 2002 – Disponível em < https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/sis- tema_saude.pdf> Acesso em 13/03/2021. ZIROLDO, Rodrigo Romera. A importância da saúda suplementar na demanda da prestação dos serviços assistenciais no Brasil. Disponível em <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/artigos/mundo_saude/importancia_saude_suplemen- tar_demanda_prestacao.pdf> Acesso em 18/03/2021.
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