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BASES HISTÓRICAS A TERAPIA COGNITIVA TEM ORIGEM EM CORRENTES FILOSÓFICAS E RELIGIÕES ANTIGAS (ESTOICISMO GREGO, TAOÍSMO E BUDISMO) QUE POSTULAVAM A INFLUÊNCIA DAS IDÉIAS SOBRE AS EMOÇÕES . Estoicismo (Epicteto e Seneca) “Não são as coisas que nos perturbam, mas a visão que temos destas coisas” “As coisas que nos assustam são em maior número do que as que efetivamente fazem mal, e afligimo-nos mais pelas aparências do que pelos fatos reais” Estoicismo “A ideia de que nossas emoções não são apenas completamente separadas dos nossos pensamentos, crenças e juízos de valor. Mas que nossas emoções mais fortes são, com muita frequência, determinadas pelo tipo de juízos de valor que fazemos. E esses juízos são crenças que podem ser verdadeiras ou falsas e portanto podemos aprender a avaliá-las, questioná-las e alterá-las. A terapia cognitiva moderna usa uma técnica chamada de questionamento socrático. Os Estoicos usavam essa prática também. Para ajudar as pessoas a refletirem racionalmente sobre suas crenças de forma a transformar suas emoções”. Filosofia Oriental “A mente é um artista. Essa mente artista produz agregados e universos. Tudo são desenhos da mente. Ela pinta seu próprio mundo” O Sutra da Guirlanda de Flores (sec III, d.c) “A mente inquieta está sempre ativa, saltitando daqui para lá, sendo difícil de controlar; mas a mente disciplinada é tranquila; portanto, é bom ter sempre a mente sob controle. Não viva no passado, não sonhe com o futuro, concentre a mente no momento presente” (Shakyamunni Buddha, 560ac – 480ac) Filosofia Oriental A cognição é considerada como uma força primária na determinação do comportamento humano. “Se pudermos reorientar nossos pensamentos e emoções e reorganizar nosso comportamento, então poderemos não só aprender a lidar com o sofrimento mais facilmente, mas, sobretudo e em primeiro lugar, evitar que muito dele surja.” (Dalai Lama, 1999) Século XIX e XX Kant, Heidegger, Jaspers e Frankl – continuaram a desenvolver a idéia de que os processos cognitivos conscientes têm um papel fundamental na existência humana. “Encontrar uma sensação de sentido da vida ajudava a servir como um antídoto para o desespero e a desilusão” (Frankl, 1992) Aaron T. Beck Desenvolveu teorias e métodos para aplicar as intervenções cognitivas e comportamentais a transtornos emocionais As primeiras formulações de Beck centravam-se no papel do processamento de informações desadaptativo em transtornos de depressão e de ansiedade Desenvolveu o conceito de Vulnerabilidade Cognitiva 1960, descreveu uma conceitualização cognitiva da depressão terapia cognitivamente orientada com o objetivo de reverter cognições disfuncionais e comportamentos relacionados As teorias e os métodos descritos por Beck e outros colaboradores ampliaram-se a uma grande variedade de quadros clínicos Depressão Transtornos de ansiedade Transtornos alimentares Esquizofrenia Transtorno bipolar Dor crônica Transtornos de personalidade Abuso de substâncias MODELO COGNITIVO-COMPORT AMENTAL Conceitos Básicos O indivíduo interage com o mundo externo e constrói significados que alicerçam seus sistemas de crenças Indivíduo Significado Crenças Emoções Comportamento Meio Princípios Teóricos A cognição tem influência controladora sobre a emoção e o comportamento O modo como agimos ou nos comportamos pode afetar profundamente nossos padrões de pensamento e nossas emoções Esquematização (modelo Beck) Crenças Nucleares Pressupostos Subjacentes Situação Pensamentos automáticos Reações Emocional Comportamental Física COMO ENTENDER OS PROBLEMAS? Ambiente Pensamento Reações Físicas Estado de Humor Comportamento Pensamento racional e a solução de problemas monitorar e avaliar as interações com o meio ambiente ligar memórias passadas às experiências presentes controlar e planejar ações futuras JUDITH BECK A ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DO PENSAMENTO Pensamentos Automáticos Crenças Subjacentes (Pressupostos e regras) Crenças Nucleares (Esquemas) Reconhecer e mudar pensamento patológico Pensamentos Automáticos Cognições que passam rapidamente por nossas mentes quando estamos em meio a situações Pressupostos Subjacentes Crenças nucleares que agem como matrizes ou regras subjacentes para o processamento de informações Crenças Nucleares Crenças Nucleares (core beliefs) Ideias e conceitos enraizados São incondicionais Sou um fracasso Sou burro Sou legal e simpática Crenças Nucleares Disfuncionais (J. Beck, 1995) Desamparo: Crenças sobre ser impotente, frágil, vulnerável, carente, desamparado Desamor: Crenças sobre ser indesejável, incapaz de ser amado, imperfeito, rejeitado Desvalor: Crenças sobre ser incapaz, inadequado, falho, defeituoso, fracassado. Esquemas Princípios duradouros de pensamento que começam a tomar forma no início da infância e são influenciados por uma infinidade de experiências de vida, incluindo os ensinamentos e o modelo dos pais, as atividades educativas formais e informais, as experiências de seus pares, os traumas e os sucessos. Esquemas Simples Regras sobre a natureza física do ambiente, gerenciamento prático das atividades cotidianas ou leis da natureza que podem ter pouco ou nenhum efeito sobre a psicopatologia Seja um motorista defensivo Use máscara Proteja-se durante a chuva Crenças Intermediárias (Pressupostos Subjacentes) São construções cognitivas disfuncionais, subjacentes aos pensamentos automáticos. São regras, padrões, normas, premissas Pensamentos Automáticos Interpretações imediatas e não premeditadas de um indivíduo dos eventos são referidas como pensamentos automáticos. Moldam as emoções do indivíduo e suas ações em resposta aos eventos. A TCC baseia-se na observação de que pensamentos automáticos disfuncionais que são exagerados, distorcidos, equivocados ou irrealistas de outras formas desempenham um papel significativo na psicopatologia. Distorções Cognitivas Equívocos característicos na lógica dos pensamentos automáticos e outras cognições de pessoas com transtornos emocionais Distorções Cognitivas Pensamento dicotômico: As coisas são vistas em relação a duas categorias mutuamente exclusivas sem meio termo Generalização excessiva: Casos isolados e para generalizações amplas Abstração: Focando exclusivamente em certos aspectos, geralmente negativos ou perturbadores, de algo enquanto ignora o resto Desqualificar o positivo: Experiências positivas que conflitam com as opiniões negativas do indivíduo Distorções Cognitivas Leitura da mente: Assume os pensamentos e intenções do outro Adivinhação: Prever como as coisas vão acabar antes que aconteçam Minimização: Características ou experiências positivas são tratadas como reais, mas insignificantes Catastrofização: Foco no pior resultado possível, por mais improvável que seja, ou pensa que uma situação é insuportável ou impossível quando é apenas desconfortável Distorções Cognitivas Raciocínio emocional: Tomar decisões e argumentos baseados em como você se sente em vez de realidade objetiva Declarações "deveria": Concentra-se no que acha que "deveria" ou "deveria ser" em vez da situação real que você está enfrentando ou tendo regras rígidas que você sempre aplica, não importa as circunstâncias Personalização, culpa ou atribuição: Supõe é completamente ou diretamente responsável por um resultado negativo. VAMOS PRATICAR! Reconhecendo os pensamentos automáticos: Um registro de pensamento em três colunas 1. Desenhe três colunas em uma folha de papel e escreva em cada uma delas “situação”, “pensamentos automáticos” e “emoções”. 2. Agora, relembre uma situação recente (ou uma lembrança de um evento) que pareceu mexer com suas emoções,como ansiedade, raiva, tristeza, tensão física ou alegria. 3. Tente se imaginar estando de volta na situação, exatamente como aconteceu 4. Quais foram os pensamentos automáticos que ocorreram nessa situação? Escreva a situação, os pensamentos automáticos e as emoções nas três colunas do registro de pensamento
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