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Aparelho urinário Avaliação Geral e Inspeção Fornece impressão inicial e deve focar as alterações cutâneas (icterícia ou palidez) e o estado nutricional (analisar caquexia – doença neoplásica maligna, obesidade – doença endócrina). Edema de membros inferiores podem sinalizar obstrução linfática pélvica ou retroperitonial; edema bipalpebral sugere glomerulopatia e o universal, hipoproteinemia, como em decorrência de síndrome nefrótica. Analisar, também, as regiões de flanco esquerdo e direito e a região lombar (T12 a L3), verificar sinais flogísticos, aspecto da pele, abaulamentos e simetria. Palpação dos Rins Por estarem protegidos pelo gradeado costal e por musculatura e serem órgãos retroperitoneais, geralmente os rins não são palpáveis no adulto. O esquerdo, por ser mais alto, é praticamente impalpável. Em pacientes magros, o polo inferior do rim direito normal pode ser palpado ao final da expiração profunda, podendo ser dolorosa ou não, em geral o paciente sente sua captura e liberação. Todavia, devem-se realizar as manobras para reconhecimento e diferenciação de aumento do órgão, de esplenomegalias e massas abdominais. *** Investigar tamanho, forma, consistência, superfície da pele, contorno da estrutura e dor. RIM ESQUERDO 01. Posicionado à esquerda do paciente, coloque sua mão direita nas costas do paciente, logo abaixo e paralelamente à 12ª costela, e com as pontas de seus dedos apenas tocando o ângulo costovertebral 02. Eleve a mão direita, tentando deslocar o rim para frente. 03. Coloque a mão esquerda, com cuidado, no quadrante superior esquerdo, lateral e paralelamente ao músculo reto do abdome. 04. Solicite ao paciente que respire fundo. 05. No pico da inspiração, aperte sua mão esquerda firme e profundamente no quadrante superior esquerdo, logo abaixo do rebordo costal, e tente “capturar” o rim entre as suas duas mãos. 06. Solicite ao paciente que expire e, depois, prenda a respiração por um breve período. 07. Libere lentamente a pressão, procurando ao mesmo tempo sentir o rim voltando para a sua posição expiratória. Se o rim for palpável, descreva o seu tamanho, contorno e se há hipersensibilidade. Rim esquerdo palpável X Esplenomegalia: no aumento renal haverá preservação do timpanismo normal no quadrante superior esquerdo do abdome e a capacidade de os dedos do examinador penetrarem na região entre a massa e o rebordo costal, mas não atingirem profundamente as bordas medial e inferior da massa (como na esplenomegalia). RIM DIREITO Posicionado à direita do paciente, tente elevar o rim com a mão esquerda por trás das costas do paciente e com a mão direita palpe profundamente o quadrante superior esquerdo do abdome. Repita as manobras anteriores. Rim X Fígado: o rim pode-se localizar mais anteriormente que o normal, porém, a borda hepática quando palpável, tende a ser mais bem definida e se entender mais medial e lateralmente, não sendo “capturada” pela mão do examinador. O polo inferior do rim é arredondado. Método de Israel: paciente posiciona-se em decúbito lateral oposto ao lado a ser examinado, com as perna superior fletida e a inferior em extensão. Os demais passos são iguais ao de Devoto. Ausculta Baseia-se na pesquisa de sopros. A ausculta da região lombar é fundamental nos casos de hipertensão arterial, já que sopro sistólico é encontrado em cerca da metade dos casos de estenose da artéria renal. Percussão dos Rins – Sinal de Giordano A dor pode ser detectada durante a palpação abdominal, mas deve também ser pesquisada nos dois ângulos costovertebais. A simples compressão da região com as pontas de seus dedos pode ser suficiente para desencadear dor, mas, se isso não ocorrer, recorra à punhopercussão. Coloque a mão espalmada sobre o ângulo costovertebral e, a seguir, desfeche um golpe com a superfície ulnar de seu punho. Use apenas força suficiente para produzir abalo/vibração perceptível, porém indolor. Dor à compressão ou à punhopercussão sugere pielonefrite, mas também pode ter uma causa musculoesquelética. Sinal de Giordano positivo. Todo paciente com queixa de dor lombar deve ser examinado em busca de sinais de irritação de raízes nervosas ou de dor osteomuscular. Exame Físico da Bexiga - Inspeção: aspecto da região supra-púbica quanto a abaulamentos, lesões e estomas; - Palpação: mãos em garra, aprofundando-as na expiração e deslizando em todos os sentidos, de fora para dentro, procurando delimitar a bexiga, pesquisar dor. Iniciar 2cm da sínfise púbica, bexiga vazia. (firme, lisa e indolor); - Percussão: timpanismo (bexiga vazia) macicez (bexiga cheia). Distensão da bexiga por obstrução do trato de saída secundária a estenose uretral ou hiperplasia prostática; também por medicações e por transtornos neurológicos como AVC e esclerose múltipla. Aparelho Genital Feminino Inspeção Estática O exame é realizado na posição ginecológica, quando a paciente está deitada com a face voltada para cima, com flexão de 90° do quadril e do joelho, expondo o períneo, também conhecida como posição litotômica ou talha. A elevação do dorso de 30 a 45° proporciona mais conforto para a paciente. - Avaliação da pilificação: principalmente do monte de Vênus, da região perineal, da raiz das coxas e da região anorretal, à procura de rarefação ou ausência dos pelos, e também o contrário, do aumento dos pelos, denominado Hirsutismo. Os pelos são descritos como adequados para etnia, idade e sexo ou inadequados. Escala de Tanner: - Morfologia dos lábios: os tamanhos podem estar alterados na dependência do nível de estrogênio endógeno ou exógeno presente. Na infância, os grandes lábios estão mais evidentes do que os pequenos, em virtude da não estimulação estrogênica. Após a menarca (primeira menstruação) e com a puberdade, ocorre o aumento da produção de hormônios sexuais, propiciando a maturação da genitália feminina. Na pós-menopausa, os grandes lábios atrofiam-se novamente, dando a impressão de que os pequenos lábios são maiores. - Avaliação das Glândulas de Bartholin: responsáveis pela lubrificação vaginal, estão presentes na parede vaginal. Não são palpáveis quando normais, porém, quando estão inflamadas, é possível que cresçam formando uma tumoração – bartholinite. - Avaliação do Hímen: observam-se a integridade e morfologia. A membrana himenal apresenta-se em várias configurações, como anular, fimbriada, cribriforme e imperfurada. - Avaliação do Períneo: compreende o espaço entre a fúrcula vaginal e o ânus; na sua avaliação, descrever a presença de rupturas advindas de partos, lesões da pele e de processos infecciosos ou inflamatórios. OU MONTE DE VÊNUS (GLÂNDULA DE SKENE) Inspeção Dinâmica Solicita-se à paciente que realize movimentos que aumentem a pressão abdominal, como a manobra de Valsalva, que se baseia no ato de tossir ou soprar no dorso da mão, para avaliar se ocorre procidência/prolapso do útero, abaulamento das paredes vaginais ou perda de urina. As distopias são reflexos do enfraquecimento das estruturas que formam o assoalho pélvico. Quando ocorre a procidência da parede vaginal anterior, chamamos de cistocele e, quando é da parede posterior, de retocele. No compartimento anterior, pode-se encontrar prolapso da uretra (uretrocele), da bexiga (cistocele) ou de ambos (uretrocistocele). No compartimento médio, podem-se encontrar o prolapso uterino, da cúpula vaginal (eritrocele) ou enterocele e, no compartimento posterior, o prolapso do reto (retocele). Toque Vaginal No exame do toque vaginal, são avaliados a vagina, o colo do útero, os anexos e o fundo de saco posterior (saco de Douglas). 01. Entreabrir a vulva delicadamente, afastando os seus pequenos lábios com os dedos polegar e anular; 02. Com o dedo mediano, pressionar o assoalho perineal levemente; 03. Introduzir no canal vaginal o dedo mediano e o indicador (lembrar de utilizarlubrificante); 04. Deslizar suavemente sentindo toda a parede vaginal até o fundo de saco e colo do útero. Toque Bimanual ou Combinado Com uma mão realizando o toque vaginal, a outra estará na parede abdominal auxiliando a varredura dos órgãos pélvicos comprimindo a parede abdominal com o intuito de aproximá-los do toque vaginal. Na avaliação do colo e do corpo do útero, observar a posição (anteroversofletido, retroversofletido, medianizado ou lateralizado), o tamanho, a forma, a simetria, a mobilidade e a consistência. Quando se encontra uma tumoração, deve-se acrescentar localização, consistência e textura. Exame Especular 01. Afasta-se os grandes e pequenos lábios com o polegar e o 3º dedo da mão esquerda; 02. Com a mão direita pegar o espéculo pelo cabo e a borboleta; 03. Apoia-se o espéculo fechado sobre a fúrcula, ligeiramente oblíquo 45º (para evitar lesão uretral), e faz-se sua introdução lentamente; 04. Antes de ser completamente introduzido, quando estiver em terço médio, deve ser rodado, ficando as valvas paralelas às paredes anterior e posterior; posição que ocupará no exame; 05. A extremidade do aparelho será orientada para baixo e para trás, na direção do cóccix, enquanto é aberto; 06. Na abertura do espéculo, a mão esquerda segura e firma a valva anterior do mesmo para que a mão direita possa, girando a borboleta para o sentido abri-lo e expor o colo uterino. 07. Observa-se, então, se o colo já se apresenta entre as valvas, devendo o mesmo ser completamente exposto. Se secreção anormal for identificada, deve ser avaliada quanto a volume, cor, consistência e odor. Na avaliação do colo do útero é importante relatar a localização, a morfologia, o tamanho e o aspecto do orifício do colo do útero. Toque Retal Utilizado para a avaliação dos paramétrios ou, quando não for possível o exame vaginal, como nos casos de crianças e pacientes virgens. O exame deve ser realizado na posição ginecológica, para melhor palpação dos paramétrios ou de massas pélvicas. Exame das Mamas Para melhor descrição dos achados, divide-se a mama em quatro quadrantes, com uma linha vertical e outra horizontal que se cruzam no mamilo. As mamas das mulheres adultas variam quanto ao tamanho, forma e simetria. O mamilo situa-se no centro da aréola. Ambos são pigmentados. SEMIOTÉCNICA Inicia-se com o paciente em sedestação, pode ser utilizado um avental aberto na rente para o exame. A inspeção será realizada junto com a palpação e será dividida em estática e dinâmica. INSPEÇÃO ESTÁTICA Tem por objetivo analisar a simetria, o trofismo, as dimensões e a forma das mamas, das papilas e das aréolas e se há alterações da superfície representadas por depressões, abaulamentos, retrações da superfície mamária ou da papila. Analisar, também, presença de sinais flogísticos, lesões, tumorações (tamanho, forma, contorno, consistência, mobilidade e sensibilidade). LINHA DA BASE DE IMPLANTAÇÃO DA MAMA SIMETRIA E PTOSE INSPEÇÃO DINÂMICA Realizada por meio de duas manobras: levantamento dos braços para aumentar a tensão dos ligamentos suspensores e contração dos músculos peitorais. Essas manobras revelam ou acentuam retrações, abaulamentos, tumores, alterações papilares e areolares. PALPAÇÃO DA MAMA Palpação da mama com paciente em sedestação: cada mama deve ser palpada com a mão oposta, devendo o examinador pousar a outra mão sobre o ombro oposto da paciente. Palpando uma mama e depois executando todas as manobras na mama oposta. 01. Palpação global: tomando-se a mama à altura da papila com a mão espalmada, procurando conter toda a glândula na palma da mão (possível evidenciar tumores de maior diâmetro). 02. Palpação por quadrante: com a face palmar dos dedos juntos, que percorrem quadrante por quadrante. 03. Palpação digital: realizado utilizando a manobra de Bloodgood ou tocar piano, pode ser feita por quadrantes ou de maneira radiada, partindo da papila mamária em direção as regiões periféricas (percebe tumores de menor diâmetro e presença de dor). Em seguida palpam-se os linfonodos. Para isso, toma-se braço da paciente com a mão homóloga do examinador, que é mantido em posição horizontal e apoiado sobre o braço do examinador, de modo a deixar livre o acesso ao oco axilar. Palpa-se a axila com a mão oposta, aprofundando-a tanto quanto possível à procura de linfadenopatia (realiza nos dois lados). Em seguida, examinam-se as regiões infraclaviculares, as fossas supraclaviculares e as regiões laterais do pescoço. Exame da mama em decúbito dorsal e com as mãos cruzadas atrás da nuca: examinador posiciona-se por trás da cabeça e palpa a mama com a mão homóloga ao lado examinado, a posição irá facilitar a palpação de pequenos tumores ou mais profundos. Completa-se o exame com a expressão das papilas mamárias, que deve ser realizada com os dedos e por quadrante, procurando localizar pelo tato o ducto do qual se obteve secreção. PALPAÇÃO COM MÃO ESPALMADA EXPRESSÃO AREOLAR UNIDIGITAL EXPANSÃO AREOLAR BIDIGITAL PALPAÇÃO DA AXILA EXPRESSÃO MAMILAR Aparelho Genital Masculino Inspeção O paciente pode estar de pé ou em decúbito dorsal (preferência). Deve-se inspecionar o pênis e a bolsa escrotal, observando se o paciente é circuncisado, o tamanho do pênis e do escroto e se há lesões. Se houver corrimento peniano, observar se é contínuo ou intermitente, purulento ou sanguinolento. Inspecionar a face anterior do escroto (afastar pênis com dorso da mão ou solicitar ao paciente que o afaste). Levante o escroto para inspecionar face posterior. Normalmente a pele é enrugada. Observar simetria ou assimetria (normal). Observar condições da pele, presença de massas, edema, tumefação (aumento – hidrocele, varicocele, por ex.) e cistos. Em condições normais, pode-se observar sob o prepúcio uma substância caseosa esbranquiçada, que se denomina esmegma. Realizar inspeção dinâmica, solicitando ao paciente para realizar a manobra de valsalva, em pé ou agachado, a fim de pesquisar hérnias e tumorações. Analisar o desenvolvimento do paciente de acordo com as diferentes ases listadas na escala de Tanner; observar o grau de desenvolvimento na infância, período pré-puberal, puberdade, ase adulta e velhice. Palpação O exame dos genitais internos (próstata e vesículas seminais) é feito pelo toque retal. Palpação dos testículos: separadamente, movimentar os testículos entre os dedos, sentir consistência e contorno, forma oval, indolor com palpação delicada, utilizando polegar e indicador. (pesquisar massas, dor, tumefação; se presente – transiluminação) Palpação do epidídimo: forma de vírgula de cima a baixo do testículo, indolor, macio. (presença de dor, endurecimento e tumefação – pode indicar epididimite) A análise do desenvolvimento de Tanner quanto ao testículo, pode-se utilizar um orquidômetro como auxílio para estipular o tamanho do testículo e relacionar com a idade. Fimose e Parafimose FIMOSE - É uma anormalidade muito frequente, cuja característica principal é a impossibilidade de se retrair o prepúcio para trás da glande pelo fato de ser o anel de abertura do prepúcio menor que ela. Cumpre assinalar o interesse prático de se fazer a diferenciação entre fimose e prepúcio exuberante (excesso de prepúcio, mas dificuldade em expor a glande e retornar ao normal). PARAFIMOSE - Quando o anel fimótico permite com dificuldade a exteriorização da glande, pode formar uma constrição no nível do sulco balanoprepucial, dificultando a circulação linfática de retorno que leva a um intenso edema da glande e do prepúcio situado anteriormente. Deixando-se evoluir espontaneamente pode chegar à necrose destes tecidos, mas raramente ocorre gangrena deles, pois o anel também necrosa e libera o pênis da constrição. Hipospadia e Epispadia HIPOSPADIA - É uma deformidade congênitana qual a uretra se abre na face ventral do pênis, fora de sua posição normal, porém, ao longo do seu trajeto. EPISPADIA - É uma anomalia congênita na qual a uretra se abre na face dorsal do pênis, separando os dois corpos cavernosos. Geralmente, acompanha-se de incontinência urinária. Varicocele São varizes do plexo pampiniforme que envolve o cordão espermático. São mais comuns do lado esquerdo. Toda vez que se constata varicocele direita, deve-se procurar um tumor retroperitoneal. À palpação, a sensação percebida é a de um saco cheio de vermes. Ectopia Testicular e Criptorquidia ECTOPIA TESTICULAR - O testículo não se encontra na bolsa e se aloja fora do seu trajeto normal de descida (períneo, coxa, retropúbico). CRIPTORQUIDIA - É a ausência, na bolsa, de um ou ambos os testículos, os quais se localizam em um ponto qualquer do seu trajeto normal de descida (cavidade abdominal ou canal inguinal) até a bolsa escrotal. Atenção pra confundir com ectopia testicular. Toque Retal A posição mais adequada é a genupeitoral, podendo ser adotada também a posição de Sims, que consiste no decúbito lateral esquerdo com a coxa direita fletida em ângulo de 90°. Nota-se, à inspeção, que a pele da região perianal é mais pigmentada que a adjacente e, frequentemente, pregueada de modo radiado. Pesquisam-se, em primeiro lugar, espessamento e escoriações que costumam acompanhar o prurido anal. As lesões mais comuns são hemorroidas (dilatação das veias hemorroidárias), fissuras, condilomas, prolapsos e neoplasias. Em seguida, faz-se a palpação digital do canal anal. Para isso é necessário lubrificar previamente o dedo enluvado, investigando-se os seguintes elementos: tônus do esfíncter externo, sensibilidade, presença de tumores ou irregularidades que podem indicar hemorroidas, neoplasias, abscessos, condilomas e pólipos. IMPORTANTE: investigação da próstata, principalmente em faixas etárias de risco de neoplasias prostáticas.
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