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1
Dos Crimes Contra a Incolumidade Pública
Capítulo I – Dos Crimes de Perigo Comum
Capítulo II – Dos Crimes Contra a 
 Segurança dos Meios de Comunicação e 
 Transporte e Outros Serviços Públicos
Capítulo III – Dos Crimes Contra a Saúde 
 Pública
2
Crimes Contra a Saúde Pública
Art. 267 – Epidemia. (Parágrafo 1º: Crime hediondo – Lei n. 8.072/90) 
Art. 268 – Infração de medida sanitária preventiva.
Art. 269 – Omissão de notificação de doença.
Art. 270 – Envenenamento de água potável ou de substância alimentícia ou medicinal.
Art. 271 – Corrupção ou poluição de água potável.
Art. 272 – Falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de substância ou produto 
 alimentício.
Art. 273 – Falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins 
 terapêuticos ou medicinais. (Crime hediondo – Lei n. 8.072/90).
Art. 274 – Emprego de produto proibido ou de substância não permitida.
Art. 275 – Invólucro ou recipiente com falsa indicação.
Art. 276 – Produto ou substância nas condições dos dois artigos anteriores.
Art. 277 – Substância destinada à falsificação.
Art. 278 – Outras substâncias nocivas à saúde pública.
Art. 280 – Medicamento em desacordo com receita médica.
Art. 282 – Exercício ilegal da medicina, arte dentária ou farmacêutica.
Art. 283 – Charlatanismo.
Art. 284 – Curandeirismo.
Art. 285 – Forma Qualificada
3
Crimes Contra a Saúde Pública - Características Gerais
Bem Jurídico Tutelado:
Incolumidade Pública, no aspecto da 
 saúde pública – direito social.
Sujeito Passivo:
A coletividade –crime vago,
 bem como as pessoas expostas 
 ao perigo.
Forma “Qualificada” ou Preterdoloso:
Art. 285 todos os artigos (268 a 284 CP),
exceto o art. 267, com regra própria.
Ação Penal:
Pública
Incondicionada.
4 situações de 
“norma penal em branco:
Arts. 268, 269, 274 e 282 CP.
Forma Culposa:
Arts. 267, 270, 271, 272, 
273, 278 e 280 CP
Legislação Especial:
Lei n. 11.343/2006 – Drogas 
Lei n. 9.605/98 – Meio Ambiente
4
Na 1ª. Guerra Mundial foi
empregada, como arma de combate, a
disseminação de germes patogênicos, 
capazes de causar epidemias. 
Conduta foi proscrita por 
Convenções internacionais.
Epidemia:
 Doença que surge rapidamente
em determinado lugar e 
acomete simultaneamente 
grande número de pessoas.
Endemia:
 Doenças que atingem determinadas 
regiões e acomete número
maior ou menor de pessoas, e se
devem a causas ambientais.
Pandemia:
 Quando vários países são 
assolados pela mesma doença.
Ex: “gripe espanhola” – matou
mais de 20 milhões de pessoas 
no mundo em 1918.
5
EPIDEMIA – Art. 267
Sujeito Ativo Qualquer pessoa (não exclui a pessoa infectada).
Tipo Objetivo 
Causar – produzir, originar, provocar a epidemia. 
Epidemia – doença infecciosa, grave, que surge rapidamente 
em determinado lugar e atinge grande número de pessoas.
Propagar – meio de execução: Espalhar, difundir, transmitir.
Germes patogênicos – objeto material: microrganismos 
capazes de produzir moléstias infecciosas.
Tipo 
Subjetivo
 O dolo – vontade livre e consciente de propagar o germe, 
com o fim especial de causar epidemia. Admite a forma 
culposa – parágrafo 2º.
Consumação Com o surgimento da epidemia (casos sucessivos, indicando 
progressiva difusão da moléstia), gerando o perigo. 
Admite-se a tentativa.
6
EPIDEMIA – Art. 267
Classificação 
doutrinária
Crime comum, de perigo comum e concreto, 
comissivo, (omissivo impróprio), de forma 
vinculada, instantâneo, monossubjetivo, 
plurissubsistente, não transeunte. Crime de dano 
ou lesão em relação aos atingidos pela doença.
Crime 
Hediondo
Preterdoloso: Parágrafo 1º - Se resulta morte 
(independe a quantidade).
Concurso 
formal
Se ação finalística for a morte – epidemia + 
homicídio ou genocídio.
Confronto Difusão de doença em animais ou plantas – art. 259 
CP
7
Infração de medida sanitária preventiva-Art. 268
Sujeito Ativo Qualquer pessoa
Tipo Objetivo 
Infringir – violar, transgredir
determinação do Poder Público – norma penal em branco
medida consubstanciada em lei, decreto, portaria, regulamento 
provinda de autoridade pública competente
destinada a impedir introdução ou propagação de doença 
contagiosa – evitar surtos epidêmicos
Tipo 
Subjetivo
 O dolo – vontade livre e consciente de infringir a 
determinação do Poder Público destinada a impedir 
introdução ou propagação de doença contagiosa . 
Não há previsão da forma culposa.
Consumação Crime de Perigo abstrato ou presumido – se com a mera 
infração da determinação do Poder Público, não sendo 
necessário que ocorra a propagação da doença contagiosa. 
Admite-se a tentativa em tese.
8
Classificação 
doutrinária
Crime comum, de perigo comum e abstrato, comissivo 
(omissivo impróprio), de forma vinculada, instantâneo, 
monossubjetivo, plurissubsistente, não transeunte. Crime 
de dano ou lesão em relação aos atingidos pela doença.
Formas Simples: Caput
Causa de Aumento - Parágrafo único + 1/3
(funcionário da saúde pública ou exercer a profissão de 
médico, farmacêutico, dentista ou enfermeiro) 
Qualificada pelo resultado: Art. 285 –Lesão corporal grave 
(+ 1/2) e Morte (dobro) 
Particularidades No caso de ignorância ou erro a respeito da determinação 
do Poder Público?
Em caso de revogação da norma complementar? 
Controvérsias doutrinárias
Infração de medida sanitária preventiva-Art. 268
9
OMISSÃO DE NOTIFICAÇÃO DE DOENÇA – Art. 269
Sujeito Ativo Só o médico. Crime próprio.
Tipo Objetivo Deixar de denunciar - omitir-se em comunicar. 
Deixar de cumprir um dever legal. Não denunciar à 
autoridade doença de notificação compulsória, 
com os dados necessários para evitar sua 
proliferação. Norma penal em branco. 
Tipo 
Subjetivo
 O dolo – vontade consciente da omissão. Não se 
admite a forma culposa.
Consumação Controvérsia doutrinária: Quando se efetiva o 
perigo concreto ou com a inação dolosa, violando 
um dever que cria uma situação de perigo 
presumido,abstrato. Não admite tentativa.
10
OMISSÃO DE NOTIFICAÇÃO DE DOENÇA – Art. 269
Classificação 
doutrinária
Crime próprio, de perigo comum, omissivo próprio, de 
forma vinculada, instantâneo, monossubjetivo, 
unissubsistente, não transeunte. 
Controvérsia doutrinária: perigo concreto ou 
presumido?
Confronto
Exceção ao dever do sigilo profissional – art. 154 CP, 
face o prevalente interesse da incolumidade pública. A 
comunicação deixa de ser crime e passa a ser um dever 
legal.
Notificação 
compulsória
Portaria do Ministério da Saúde – doenças infecciosas 
ou contagiosas, que exigem imediata atuação do poder 
público.
Doenças profissionais ou produzidas por condições de 
trabalho – art.169 CLT
11
Envenenamento de água potável ou de 
substância alimentícia ou medicinal – Art. 270
Sujeito Ativo Qualquer pessoa.
Tipo Objetivo 
Envenenar: por ou lançar veneno.
1 - Água potável – a própria para o consumo do homem, 
uso alimentar.
Uso comum – de uso coletivo, de várias pessoas (escolas, 
clubes, fábricas, bicas, etc. Uso particular: poços, açudes, 
cisternas.
2 – Substância alimentícia – que se destina a alimentação 
(comer ou beber).
3 – Substância medicinal – cura, melhora ou prevenção de 
doenças.
Tipo 
Subjetivo
 O dolo – vontade livre e consciente de envenenar, com 
conhecimento da destinação e do perigo comum. Admite a 
forma culposa – parágrafo 2º.
12
Envenenamento de água potável ou de 
substância alimentícia ou medicinal – Art. 270
Consumação Controvérsia doutrinária: Quando se efetiva o 
perigo concreto ou com a ação do envenenamento, 
gerando uma situação de perigo abstrato, 
presumido. Admite tentativa.
Classificação 
doutrinária
Crime comum, de perigo comum, comissivo, 
(omissivo impróprio), de forma vinculada, 
instantâneo, monossubjetivo, plurissubsistente, 
não transeunte. 
Controvérsia doutrinária: perigo concreto ou 
abstrato.
Parág. 1º Entregar a consumo ou ter em depósito para fim de 
distribuição, sabendo estar envenenada.
Pena 10a 15 anos de reclusão ( Redação da Lei 8.072/90)
13
“Se a substância que o agente 
lançou na água tornou-a tão 
leitosa e malcheirosa que ninguém
iria bebê-la e envenenar-se,
desclassifica-se para a corrupção
de água, prevista no art. 271”.
(TJRS, RT 726/728; TJSP, RJTJSP 72/307)
“O delito do art. 270 do CP se 
consuma no instante em que a
substância alimentícia se torna
envenenada, não havendo dúvida
quanto à sua destinação”.
(RT 292, p. 474)
“O objeto da tutela jurídica do delito do
art. 270 do CP é a saúde pública, que se
protege contra o perigo de 
envenenamento. O crime que se 
consuma independentemente do
resultado só se aperfeiçoa quando o 
perigo atinge a vida ou a saúde de um
número indefinido de pessoas, não 
apenas um número limitado delas”.
(TJSP, AC, Rel Humberto da Nova. RT453,p.355)
“Se o propósito de matar foi o móvel que 
levou o réu a envenenar a água potável,
o delito perpetrado deixa de ser o do
 art. 270 do CP para se firmar no 
art. 121 do mesmo diploma legal”. 
(TJSP, AC, Rel Octávio Lacorte. RJTJSP 2,p.306)
14
Corrupção ou poluição de água potável – Art. 271
“Corromper a água á alterar-lhe a essência 
ou composição, tornando-a nociva à saúde,
ou intolerável pelo mau sabor.
Poluir a água é conspurcá-la, deitar-lhe 
alguma sujidade, de modo a torná-la 
imprópria de ser bebida pelo homem”. 
(Hungria,Nelson. Comentários ao Código Penal,v.IX,p.110)
Objeto material é apenas a água potável. 
Crime de perigo que se consuma com a 
corrupção ou poluição da água, tornando-a 
imprópria ou nociva,independente
 de efetivo danos às pessoas.
15
– Art. 273 –
 Falsificação, corrupção, adulteração ou 
alteração de produto destinado a fins
 terapêuticos ou medicinais. 
 – Art. 272 –
Falsificação, corrupção, adulteração 
 ou alteração de substância 
ou produtos alimentícios.
16
Sujeito Ativo Qualquer pessoa.
Tipo Objetivo 
Corromper – estragar, decompor, tornar podre.
Adulterar – deformar, deturpar. Falsificar – reproduzir, imitar. 
Alterar – mudar, modificar, transformar.
Objeto material – Art. 272: substância ou produto alimentício destinado ao 
consumo e parág. 1º. Art. 273: Produto para fins terapêutico ou medicinal 
(parágrafo 1º- A).
Tipo Subjetivo O dolo – vontade livre de agir, consciente da destinação da substância ou 
produto e do perigo comum. Admite a forma culposa – parágrafo 2º.
Consumação Com a prática de qualquer conduta prevista pelo tipo, criando a situação 
concreta de perigo. Admite tentativa.
Classificação 
doutrinária
Crime comum, de perigo comum, comissivo, (omissivo impróprio), de 
forma livre, instantâneo e permanente (expor à venda e ter em depósito), 
monossubjetivo, plurissubsistente, não transeunte. 
Controvérsia doutrinária: perigo concreto ou abstrato.
Art. 272 Elementar – Nocividade à saúde ou redução do valor nutritivo.
Quando a conduta não colocar em risco a saúde pública –Art. 2º, incisos III 
e V da Lei n. 1.521/51 (Lei de Economia Popular)
Pena 10 (dez) a 15 (quinze) anos de reclusão e multa.
Art. 272 CP Art. 273 CP 
17
“O art. 273, p.1º-B, do Código Penal, 
tipifica a ação de....... Não há óbice legal
à punição de uma conduta na esfera 
 administrativa e na esfera penal, se 
houver sua previsão como infração à
legislação sanitária federal, assim como
sua tipificação no Código Penal ou na
legislação penal especial”.
(STJ, Rel. Min. Gilson Dipp, 5ªT., RHC12264/
RS, RT 819, p.523)
“Não configura o delito previsto no 
art. 273,parág. 1º, do CP de 1940, porque 
não lesiva à saúde pública, a mistura
caseira de mel de abelha com 
melado de açúcar”. 
(TJSP, AC, Rel Cunha Bueno. RT 606, p.327)
18
“Ainda que manifesta a intenção do acusado de 
empregar no fabrico de produto, destinado ao
 consumo, substância não permitida deixa o fato de 
ser punido se não passou dos atos preparatórios”. 
(TACrSP, RT390/332)
Art. 274 – Emprego de processo proibido ou de 
substância não permitida.
“Configura o delito a adição de corante
orgânico amarelo ao fabrico de pão, para dar
 a falsa aparência de haver sido preparado
com ovos”. (TACrSP, RT398/318)
“O delito previsto no art. 274 do CP de 1940 
é crime de perigo presumido pela lei, donde se
conclui que é indispensável qualquer dano
advindo da ação incriminada”. (RT 600, p.367)
19
Sujeitos Ativos Qualquer pessoa – exercer (habitualidade, conduta contínua).
 Só os profissionais – exceder.
Tipo Objetivo 
Exercer, atuar com regularidade, sem autorização legal, mesmo que gratuito.
Exceder os limites legalmente determinados (excesso funcional). 
Norma penal em branco
Tipo Subjetivo O dolo – vontade de exercer a profissão, consciente da falta de autorização 
legal ou de que excede os limites profissionais. Não há forma culposa.
Consumação Com a habitualidade, seja a título gratuito ou oneroso.
 Controvérsia quanto a admissão da tentativa.
Classificação 
doutrinária
Crime comum (exercer) e próprio (exceder), habitual, comissivo, (omissão 
imprópria), de forma vinculada, monossubjetivo, plurissubsistente, não 
transeunte.
Controvérsia: perigo comum e concreto ou abstrato,presumido?
Qualificadora Parágrafo único – Finalidade lucrativa, aplica-se também a multa.
Confronto Profissão diversa – art. 47 da LCP. Agente ignorante e rude – art. 284 CP
Questões 
Especiais
Protético. Estado de necessidade. Registro do diploma. Profissional suspenso. 
Atuação das parteiras. Crime único.
Exercício ilegal da medicina, arte dentária ou farmacêutica
 – Art. 282 – 
20
“Tendo em vista o fato de estarmos diante de um crime habitual, em que a 
reiteração de atos é necessária à sua configuração, o fato de o agente ter
levado a efeito, por exemplo, vários atendimentos médicos, odontológicos ou
farmacêuticos, não importará em multiplicidade de infrações penais, mas,
sim, em um único delito de exercício ilegal da medicina, arte dentária ou 
farmacêutica”.
 (Greco, Rogério. Código Penal Comentado, p.1116)
“Exercício ilegal da medicina. Terapeuta holístico 
que se apresenta como médico naturalista. 
Elementos caracterizadores do crime”.
(TJPR, 6ª.Câmara AC0245273-9, Maringá, Rel. Des. 
Marcus Vinicius de Lacerda Costa, j. 31/3/2005)
“Estado de necessidade: 
Em localidades sem médicos nem recursos,
não há crime na prescrição de medicamentos, sutura de cortes, etc. 
(TACrSP, Julgados 81/299).
“Reconhece-se em favor de quem exercita ilegalmente a odontologia,
em zona rural distante e desprovida de dentistas habilitados”.
(TJSC, RT 547/366; TAMG, RT 623/348)
21
Sujeito Ativo Qualquer pessoa, incluindo o médico.
Tipo Objetivo 
Inculcar (indicar, recomendar, aconselhar). 
Anunciar (fazer propaganda, alardear, divulgar), por qualquer meio.
Cura (restabelecimento da saúde) por meio secreto (oculto, ignorado) ou 
infalível (de eficiência garantida).
Tipo Subjetivo O dolo – livre vontade de inculcar ou anunciar, consciente da falsidade, da 
ineficácia do meio de cura. Não se admite a forma culposa.
Consumação Com as ações previstas (núcleo do tipo), criando uma situação de risco. 
Inexigível habitualidade ou qualquer resultado. 
Controvérsia doutrinária quanto a admissão da tentativa. 
Classificação 
doutrinária
Crime comum , comissivo , de forma livre, instantâneo, monossubjetivo, 
plurissubsistente, não transeunte.
Controvérsia Doutrinária: perigo comum e concreto ou abstrato, presumido?
Concurso de 
Crimes
Pode haver, especialmente com o estelionato – art. 171 CP, considerando o 
aspecto fraudulento que apresenta.
Charlatanismo
 – Art. 283 – 
22
“Não se trata apenas de uma fraude (visando à
locupletação em detrimento de incautos), senão 
também de um fato que encerra grave perigo, pois
pode acarretar a procrastinação do tratamento
correto ou indicado pela ciência oficial”.
(Hungria, Nelson. Comentários ao Código Penal, v.IX, p.135)
“A cura a que se refere a lei penal diz respeito a determinada 
doenças para as quais não exista tratamento próprio, 
de acordo com os conhecimentos científicos do momento, 
ou mesmo já existindo,o agente propõe tratamento
alternativo, por meio secreto ou infalível”.
 (Greco, Rogério. Código Penal Comentado, p.1117)
“O crime pode ser cometido por profissionais ligados à área de saúde, a
exemplo dos médicos, como também por pessoas que lhe são estranhas,
como camelôs que vendem, nas ruas e praças públicas, fórmulas já 
preparadas com ervas, plantas e outras misturas sabe-se lá com o que, 
e apregoam a cura de doenças como câncer, Aids, impotência sexual, etc. 
São as conhecidas “garrafadas”, em que a vítima convencida pelo 
vendedor charlatão, se dispõe a experimentar aquele preparado sinistro,
 acreditando que será curado de sua doença”.
(Greco, Rogério. Código Penal Comentado, p. 1118)
23
Sujeito Ativo Qualquer pessoa (desprovida de conhecimentos médicos).
Tipo Objetivo 
Exercer – praticar com freqüência, atuar com regularidade, com reiteração. 
Curandeirismo – atividade de quem se dedica a curar sem habilitação ou título.
3 modalidades de execução:
I – Prescrever: Receitar, indicar como remédio. Ministrar: Dar para consumir, 
servir, fornecer. Aplicar: utilizar, empregar.
II – Gestos, palavras ou qualquer outro meio: Crença mística. Interpretação 
analógica.
III – Fazer diagnóstico: identificar doenças pelos sintomas.
Tipo Subjetivo O dolo. Não se admite a forma culposa.
Consumação Com as ações previstas (núcleo do tipo), com habitualidade, criando uma 
situação de risco. Controvérsia quanto a admissão da tentativa.
Classificação 
doutrinária
Crime comum , comissivo , de forma vinculada, habitual, monossubjetivo, 
plurissubsistente, não transeunte.
Controvérsia: perigo comum e concreto ou abstrato,presumido?
Qualificadora Parágrafo único – Mediante remuneração, aplica-se também a multa
Art. 5º,VI CF Liberdade de crença e religião. Rezas e Passes, quando ato de fé, não configura.
Curandeirismo
 – Art. 284 – 
24
“O dano que pode advir à saúde das pessoas que 
procuram curandeiros é manifesto, não só pelo mal
que podem produzir os medicamentos indicados, 
como pelo atraso que ocasionam os remédios inócuos,
permitindo a agravação da moléstia”.
(Fragoso, Heleno. Lições de Direito Penal, v.II, p.280)
“Prática grosseira de cura por quem não possui nenhum
conhecimento de medicina. Não se confunde com religião
porque quem, sob o calor de ato litúrgico se propõe a tratar
misticamente da saúde alheia usando gestos, palavras ou
outros meios, comete o delito do art. 284 que não se confunde
com atos de fé de preceito meramente religioso”.
 (TJSC, AC 26521, Rel. José Roberge)
“O simples fato de a ré ter recebido valores da vítima,
 prometendo-lhe a cura de sua enfermidade não autoriza
 a instauração de processo criminal, tendo em vista que, 
para se configurar o tipo penal ao art. 284 do 
Estatuto Repressivo é necessária a prática de uma 
das condutas descritas em seus incisos”.
(STJ, HC 59312/PR, Rel.Min. Gilson Dipp, 5ª T., 
DJ 9/10/2006, p. 329)
25
Exercício regular da medicina 
O agente tem conhecimentos médicos, mas não tem
autorização legal ou habilitação para o exercício da atividade.
Charlatanismo 
O agente, usando de insinceridade e falsidade, apregoa
tratamento curativo, secreto e infalível, que sabe ser ineficaz. 
Curandeirismo 
 O agente é pessoa inculta ou ignorante, sem qualquer
 conhecimento de medicina, que acredita poder curar, por meios
grosseiros, aqueles que lhe procura.

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