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CENTRO UNIVERSITÁRIO JOAQUIM NABUCO CURSO DE PEDAGOGIA ALYNE RAFAELLY MOREIRA RESH FERNANDA SANTOS GASPAR DA SILVA A INFLUÊNCIA DA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL NA CONSTRUÇÃO DO PROCESSO DE APRENDIZAGEM DO ESTUDANTE RECIFE | 2020.1 ALYNE RAFAELLY MOREIRA RESH FERNANDA SANTOS GASPAR DA SILVA A INFLUÊNCIA DA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL NA CONSTRUÇÃO DO PROCESSO DE APRENDIZAGEM DO ESTUDANTE Projeto de Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à disciplina Projeto de Diplomação I, ministrada pelo professor Bruno Marones no Curso de Pedagogia no Centro Universitário Joaquim Nabuco – Campus Recife RECIFE | 2020.1 INTRODUÇÃO O presente artigo traz como objeto de estudo “A Influência da Alimentação Saudável na Construção do Processo de Aprendizagem do Estudante”. Uma alimentação saudável e balanceada é fundamental desde os primeiros anos de vida e, consequentemente, reflete durante toda a vida adulta. Durante a infância é importante suprir todas as necessidades nutricionais para que o indivíduo desfrute de uma vida ativa e de qualidade. A alimentação está diretamente ligada com o desempenho do processo ensino-aprendizagem, e a nutrição infantil deve ser um tema discutido em todo o ambiente escolar, pois é de suma importância tanto para o desenvolvimento cognitivo, quanto para os hábitos saudáveis que serão levados por toda a vida. É também durante a infância que os hábitos alimentares saudáveis devem ser impostos e estruturados. E a família é o principal responsável pelo tipo de alimentos que oferece para as crianças. Mas, devemos levar em consideração que a escola pode e deve contribuir para a formação de hábitos alimentares saudáveis, visto que, a alimentação influencia na aprendizagem Os pais têm grande responsabilidade na alimentação da criança cabe a eles a levar as crianças preferir alimentos saudáveis, indispensáveis ao seu desenvolvimento, esta tarefa não é feita só com palavras, sobretudo com exemplos, a criança deve compreender que comer bem não significa comer muito, nem comer apenas coisas gostosas, mas alimentar-se adequadamente e de forma equilibrada. (SANTOS, 1989, p. 161). Sabe-se que uma criança bem alimentada mostra disposição e desenvolve bem suas habilidades. Sendo assim, a alimentação acaba sendo de grande significância para a contribuição do desenvolvimento da criança, tanto na escola quando na sociedade. De acordo com o programa Heath People, 2000 A alimentação desempenha um papel decisivo para o crescimento e o desenvolvimento físico da criança em idade escolar, época em que ela passa por um acelerado processo de maturação biológica, juntamente com o desenvolvimento sociopsicomotor. Deste modo, a escola juntamente com a família deve entrar em sintonia para a promoção de hábitos alimentares saudáveis, estimulando a formação de novos e bons hábitos, para que a proposta pedagógica incorpore atividades que estejam relacionas a alimentação, saúde e o mais importante a aprendizagem. Portanto, o ambiente escolar deve ser um local propicio para uma educação alimentar, pois geralmente é papel da escola formar cidadãos autônomos e críticos, assim como deve ser formadora de hábitos que promovam saúde, como uma alimentação equilibrada. E para isso acontecer, precisamos entender que a alimentação assume um papel importante nas vidas das pessoas, e está relacionada com aspectos culturais e sociais, e que não envolvem apenas o desenvolvimento fisiológico, mas também o emocional e psicossocial. JUSTIFICATIVA A escolha da referida temática parte de observações no cotidiano que vivenciamos em sala de aula. Percebe-se que a alimentação saudável contribui para o avanço e crescimento do processo de aprendizagem. Pois diante disso é perceptível que a má alimentação pode prejudicar significativamente a aprendizagem e desenvolvimento intelectual, e também o desenvolvimento cognitivo. A princípio, a proposta desta temática se desenvolve tendo como alvo somente os estudantes, trazendo o foco para a parte mais fragilizada e afetada que íntegra o grupo que compõe a escola. O objetivo é desenvolver um conhecimento mais crítico sobre a alimentação saudável. Sabemos que os órgãos responsáveis pela educação no Brasil preocupam- se em promover para as escolas uma merenda de qualidade e ao mesmo tempo variada e nutritiva. Mas não depende apenas da escola fazer com que os hábitos saudáveis permaneçam nas vidas das crianças. Segundo os Temas Transversais que se encontram nos Parâmetros Curriculares Nacionais, Entende-se Educação para a Saúde como fator de promoção e proteção a Saúde e estratégia para a conquista dos direitos da cidadania. Sua inclusão no Currículo responde a uma forte demanda social, num contexto em que a tradução da proposta constitucional em pratica requer o desenvolvimento da consciência sanitária da população e dos governantes para que o direito saúde seja encarada como prioridade. (1997, p. 90). Assim, podemos compreender que a promoção da saúde se faz por meio da educação, da conscientização, do conhecimento e de principalmente hábitos alimentares saudáveis. PROBLEMATICA Como a alimentação saudável negligenciada pode ser um obstáculo no desenvolvimento cognitivo do discente? OBJETIVOS GERAL Analisar os impactos da alimentação saudável no processo de aprendizagem do estudante. ESPECIFICOS ● Discorrer sobre a relação educação e nutrição; ● Discutir os impactos da alimentação não balanceada no desenvolvimento cognitivo do estudante; ● Compreender a influência da educação nutricional na construção de hábitos alimentares saudáveis na criança. METODOLOGIA O percurso metodológico adotado nesse estudo segue uma abordagem qualitativa, pois, segundo Chizzotti (1995, p.79), A abordagem qualitativa parte do fundamento de que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, uma interdependência viva entre o sujeito e o objeto, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito. O conhecimento não se reduz a um rol de dados isolados, conectados por uma teoria explicativa; o sujeito-observador é parte integrante do processo de conhecimento e interpreta os fenômenos, atribuindo lhes um significado. O objeto não é um dado inerte e neutro, está possuído de significados e relações que sujeitos concretos criam em suas ações. O modelo escolhido foi relacionado ao ponto de vista sobre esse tipo de pesquisa definida pela Rosália Duarte (2002) como [...] um modo diferente de olhar e pensar determinada realidade a partir de uma experiência e de uma apropriação do conhecimento [ ...]. A partir deste ponto, fazer as observações necessárias para o estudo. No intuito de aprofundar os resultados desta pesquisa faremos uso da pesquisa de campo. Para Naína Tumelero (2018) A pesquisa de campo é caracterizada por investigações que, somadas às pesquisas bibliográficas e/ou documentais, se realiza coleta de dados junto às pessoas, ou grupos de pessoas, com o recurso de diferentes tipos de pesquisa. O instrumento de coleta de dados a ser utilizado será o questionário. Segundo Parasuraman (1991), um questionário é tão somente um conjunto de questões, feito para gerar os dados necessários para se atingir os objetivos do projeto. O autor reconhece que esse método de pesquisa não é utilizado em todas as pesquisas cientificas, mas afirma que é um bom instrumento de coleta de dados, principalmente nas ciências sociais. Parasuraman afirma também que construir questionáriosnão é uma tarefa fácil e que aplicar tempo e esforço adequados para a construção do questionário é uma necessidade, um fator de diferenciação favorável. Não existe uma metodologia padrão para o projeto de questionários, porém existem recomendações de diversos autores com relação a essa importante tarefa no processo de pesquisa científica. O lócus de pesquisa deste estudo estará situado no Colégio Alpha, no bairro do Janga, Munícipio de Paulista, PE. Os sujeitos de pesquisa serão dois professores do Ensino Fundamental I, sendo uma delas professora de Educação Nutricional. REFERENCIAL TÉORICO EDUCAÇÃO E NUTRIÇÃO Sabemos que a alimentação tem grande influência no aprendizado e é imprescindível no desenvolvimento e concentração do aluno. A escola pode ser a mediadora para haver essa intervenção alimentar. Segundo Perroni (2013) Tudo aquilo que ingerimos exerce um grande impacto sobre a função cerebral, podendo interferir no humor, no pensamento, no comportamento, na memória, no aprendizado e no envelhecimento celular. Através de uma alimentação colorida e variada, podemos fornecer os nutrientes necessários para manter o cérebro ativo e saudável. É de suma importância à escola contar com um profissional da saúde para contribuir com a responsabilidade da escola para mediar ou reeducar a alimentação das crianças. De acordo com Cavalcanti (2009, p. 27) A escola constitui-se num ambiente valioso para o desenvolvimento de ações educativas na área da nutrição e saúde e, também, por dispor de recursos, como é o caso, na rede pública de ensino, do programa de alimentação escolar que possibilita aos alunos a oportunidades de acesso a alimentos saudáveis. Para Vasconcelos (1998 apud CAVALCANTI, 2009, p. 18) a educação nutricional pode ser definida como o processo de transmitir ao público conhecimentos que visem a melhoria da saúde por meio de hábitos alimentares adequados, eliminação de práticas dietéticas insatisfatórias, introdução de melhores práticas higiênicas e uso mais eficiente dos recursos alimentares. As escolas devem oferecer alimentação equilibrada e orientar seus alunos para a prática dos bons hábitos alimentares, pois o aluno bem alimentado apresenta melhor aproveitamento escolar, atinge o equilíbrio necessário para seu crescimento e desenvolvimento, bem como mantém as defesas necessárias para uma boa saúde. Philippi et al (2000 apud CAVALCANTI, 2009, p. 23) afirmam que é importante trabalhar o tema alimentação e nutrição nas escolas em decorrência do papel da alimentação na prevenção de doenças e na manutenção na qualidade de vida. A escola, portanto, deve buscar qualidade máxima, não só no ensino, mas também nas atividades que ali são desenvolvidos, como alimentação. O ambiente escolar é um local excelente para haver essa intervenção, pois na escola o aluno além de aprender ele leva consigo experiências que sejam significativas para ele. Os professores podem propor e fazer receitas em sala com as crianças, salada de frutas, brincadeiras relacionadas a alimentação, explicar a consequência de uma alimentação inadequada entre outros fatores. Segundo Santos (1989, p. 189) somente com um trabalho de conjunto, entre a escola e a comunidade, poderão ser superadas parcialmente os problemas causados pela alimentação insuficiente ou inadequada. Na perspectiva de Parreira (apud CAVALCANTI, 2009, p. 25) A escola se destaca como espaço privilegiado, uma vez que o indivíduo a frequenta por longo período de sua vida. É nesse ambiente que ocorrem experiências favoráveis à construção de valores, hábitos e atitudes com intuito intrinsecamente pedagógico, porém, tendo em vista também o desenvolvimento e a aprendizagem para formação social do cidadão. Podemos constatar que a alimentação além de influenciar no aprendizado é um direito. Todos os estudantes devem ter acesso a uma alimentação de qualidade e que atenda às necessidades nutricionais dos alunos até a fase que frequentar a escola. Segundo Moura (1993, p.171) “toda alimentação deve basear-se na variedade”. OS IMPACTOS DA ALIMENTAÇÃO NÃO BALANCEADA NO DESENVOLVIMENTO COGNITIVO DO ESTUDANTE O comportamento alimentar de uma criança reflete nos processos de crescimento e desenvolvimento em todos os aspectos. Com a devida atenção e cuidados pode-se promover uma maior expectativa de vida do adulto futuro. É importante lembrar que uma criança não deve ficar muito tempo sem se alimentar, porque ela depende do alimento para o seu desenvolvimento, assim deve-se estar precavido para uma alimentação balanceada. Precisamos de alimentos porque neles encontramos tudo aquilo de que o nosso corpo necessita para a obtenção de energia, de nutrientes e de materiais de construção de novas células de reparo de componentes celulares para a regulação de funções e prevenção contra várias doenças. (GOWDAK, 2006, p.64). O processo educativo, com ajuda da escola, será fundamental também para que a criança tenha ferramentas para fazer suas próprias escolhas. Este aprendizado alimentar será à base das escolhas futuras, sobretudo na adolescência, quando se inicia o processo de maior independência. Segundo Franques (2007, p.01). a escola deve ser trabalhada no sentido educacional e vivencional, pois depois da família é a grande “formadora” na vida da criança e onde geralmente ela passa a maior parte de seu dia. O papel da escola na prevenção e combate a obesidade é fundamental. A ela é dada a oportunidade de colocar a criança frente a uma reeducação alimentar, atividades físicas e mudanças comportamentais, em ambiente otimista, acolhedor e com possibilidade de cumplicidade entre todos os envolvidos”. Portanto, o tema em questão é de suma importância para ser trabalhado nas escolas, visto que a mesma representa um ambiente favorável e privilegiado para o estímulo à formação de hábitos saudáveis ou correção de desvios no que diz respeito à alimentação, assim como à prática de atividades físicas. Com isso os educadores, precisam refletir sobre a realidade atual relativa à alimentação, estimulando atividades que envolva debates e estudos sobre alimentação e nutrição na escola, assim como o desenvolvimento de outras atividades educativas, para que propiciem ao aluno condições de assumir uma postura crítica diante das informações e consequentemente os alimentos que chegam até eles. Buscando atingir as metas do milênio para a Educação e a Saúde, o Governo Federal, por meio da Portaria Interministerial nº 1010, de 08 de maio de 2006, instituiu as diretrizes para a promoção da alimentação saudável nas escolas das redes pública e privada, em âmbito nacional, favorecendo o desenvolvimento de ações que promovam e garantam a adoção de práticas alimentares mais saudáveis no ambiente escolar. Segundo Gouvêa (1999), a alimentação e o sono são questões polêmicas. Deste modo os momentos de alimentação são, para muitas crianças e professores, momentos de stress e tortura, na tentativa de proporcionar à criança uma alimentação variada, rica em proteínas, etc.; muitos adultos acabam obrigando a criança a comer, mesmo que não goste ou não na esteja com vontade. Segundo Halpern (2003), a obesidade infantil é um sério problema de saúde pública que vem aumentando em todas as camadas sociais da população brasileira. Preveni-la significa diminuir, de forma racional e barata, a incidência de doenças crônico-degenerativas, como o diabetes e as doenças cardiovasculares, e um grande palco para a realização deste trabalho é a escola, que pode possibilitar a educação nutricional, juntamente com a família. Assim, a alimentação saudável é hoje um conteúdo educativo e a incorporação desses hábitos pode dar-se na infância. É justamente por isso que pais e educadores vêm, ao longo de anos,concordando com a necessidade de a escola assumir um papel de protagonismo nesse trabalho. A mídia exerce grande influência na formação dos hábitos alimentares das crianças através das propagandas tentadoras que desperta a curiosidade e vontade das pessoas principalmente das crianças. Os pais muitas vezes acabam comprando alimentos semi-prontos devido à correria do dia, facilitando na preparação das refeições, deixando de se preocupar com os hábitos alimentares da família e se preocupando somente na praticidade e na economia de tempo. Portanto, as consequências que uma alimentação não balanceada pode trazer para o desenvolvimento cognitivo do estudante são, a obesidade, falta de atenção, fraqueza e doenças crônicas que podem aparecer ao decorrer da vida. Mas a escola não é a única que deve ensinar as crianças. A educação é feita pelos pais, bons hábitos e costumes devem ser trazidos de casa. REFERÊNCIAS ABREU, Mariza. Alimentação escolar na américa latina: programas universais ou focalizados/políticas de descentralização. Em Aberto, v. 15, n. 67, 1995. CAVALCANTI, Leonardo de Almeida. Efeitos de uma intervenção em escolares do ensino fundamental I, para a promoção de hábitos alimentares saudáveis. Tese de Mestrado, 2009, Brasília CHIZZOTTI, Antonio. Pesquisa em Ciências Humanas e Sociais. 2 ed. São Paulo, editora Cortez, 1995 (Biblioteca de Educação. Serie 1. Escola v. 16, p.79. DUARTE, Rosália. Pesquisa qualitativa: reflexões sobre o trabalho de campo. Cadernos de pesquisa, n. 115, p. 139-154, 2002. GOUVÊA, E.L.C. Nutrição, saúde e comunidade. Rio de Janeiro, Revinter, 1999. GOWDAK, Demétrio; MARTINS, Eduardo. Ciência: novo pensar. Edição Renovada. 7ª série/8º ano. 2ª ed. São Paulo: FTP, 2006. HALPERN, Z. Fórum nacional sobre promoção da alimentação saudável e prevençãoda obesidade na idade escolar. 2003. METTZER. Pesquisa de campo: conceitos, finalidade e etapas de como fazer. Disponível em: https://blog.mettzer.com/pesquisa-de-campo/. Acesso em: 11 mai. 2020. PARASURAMAN, A. Pesquisa de marketing. São Paulo: Atlas, 1991. SANTOS, Maria Ângela dos. Biologia educacional. São Paulo: Ática, 1989.
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